tag:blogger.com,1999:blog-40365615241995649422024-03-16T15:52:11.328-03:00AMOR, ORDEM E PROGRESSOJoséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.comBlogger1119125tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-35708230815363875202024-03-10T11:00:00.001-03:002024-03-10T11:00:10.019-03:00 Como o machismo na Medicina e na Ciência afeta a saúde das mulheres - e de que forma superar isso<p><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: verdana;"><b>Durante séculos, queixas e doenças relatadas por pacientes do sexo feminino foram negligenciadas ou apontadas como histeria</b></span></span></p><span style="font-family: verdana;"><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A analista de dados Alissa Caresia Munerato tinha 19 anos quando acordou com uma falta de ar que apareceu de forma repentina. Foi até um hospital privado de São Paulo para receber atendimento e investigar a causa do problema, e ouviu do médico de plantão que o sintoma era, provavelmente, emocional. “Deve ser só nervoso porque você deve estar apaixonada”, disse o profissional à jovem.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Após horas de espera no pronto-socorro, ela só conseguiu passar por mais exames depois de reclamar com a equipe de enfermagem. Mais tarde, quando os resultados dos testes saíram, Alissa foi levada às pressas para a UTI. A falta de ar era, na verdade, o sinal de uma embolia pulmonar grave, que, se não tratada a tempo, pode matar rapidamente. Ela ficou internada por um mês para o tratamento e descobriu que tinha trombofilia, distúrbio no sangue que facilita a formação de coágulos.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Eu podia ter entrado em parada cardiorrespiratória. Podia ter caído dura e morrido por terem subestimado meu problema, por eu não ter sido ouvida”, diz Alissa, hoje com 30 anos.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A empresária e criadora de conteúdo Dana Steinberg, de 40 anos, também ouviu muitas vezes que suas dores e cansaço incapacitantes eram coisas da sua cabeça ou invenções para justificar um “comportamento preguiçoso”. Desde criança, ela diz ter sido julgada pelos médicos. Somente aos 35 anos, recebeu o diagnóstico da síndrome de Ehlers Danlos, uma condição rara que afeta a produção e síntese de colágeno no corpo e provoca danos em estruturas como a pele e as articulações - daí as dores e falta de energia.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Um dos médicos que procurei chegou a pegar a ressonância de outro paciente e falar: ‘olha, ele tem uma coluna muito pior do que a sua e nunca reclama de dor’”, conta Dana. “Depois do diagnóstico, minha vida mudou completamente porque comecei a fazer o tratamento correto. Mas foram muitos anos perdidos sem que minhas queixas recebessem o devido crédito dos médicos”, diz.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ela conta que o marido tem esclerose múltipla e nota diferença no tratamento que ele recebe dos profissionais de saúde. “Ninguém nunca duvidou dos sintomas dele. Ninguém nunca perguntou se ele estava com muito estresse em casa ou como estava o casamento dele quando ele relata dores”, diz Dana.
</span><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi70lpufMlYgb-zMZQjDc0_kweQSSLAZNIn85cVq3PjCVlR1XTvovaDoSh4pvIjn8RJNP6Ji3jK8Hj6XT2s63WENLXI4DNiItwkgK6qbVpBFVopAieJculONBq-r68SN3eDPUP13btwTA12t5MZ6JiXv_tbVpgPUCdWquDi3P5ZYQpogDb2m6xYORh8HJc" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="1159" data-original-width="1200" height="619" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi70lpufMlYgb-zMZQjDc0_kweQSSLAZNIn85cVq3PjCVlR1XTvovaDoSh4pvIjn8RJNP6Ji3jK8Hj6XT2s63WENLXI4DNiItwkgK6qbVpBFVopAieJculONBq-r68SN3eDPUP13btwTA12t5MZ6JiXv_tbVpgPUCdWquDi3P5ZYQpogDb2m6xYORh8HJc=w640-h619" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;">A empresária e criadora de conteúdo Dana Steinberg</span><span style="color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;"> </span><span style="box-sizing: border-box; color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px; font-style: italic; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start;">Foto: Arquivo pessoal</span></td></tr></tbody></table><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Em relatos como esses, a primeira avaliação pode ser a de que Alissa e Dana foram “apenas” vítimas de maus profissionais ou que não tiveram sorte nas unidades de saúde pelas quais passaram. Estudos, no entanto, vêm demonstrando que o problema é muito mais complexo. </span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Eles revelam, por exemplo, que as mulheres têm menor probabilidade de receberem analgésicos para dor abdominal quando procuram um pronto-socorro, amargam piores resultados quando operadas por um cirurgião homem e têm maior dificuldade de ter diagnóstico e tratamento adequado para um infarto do que os homens quando procuram um hospital com dor no peito.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Há um viés de gênero que, historicamente, considera o corpo feminino como inadequado, subestima os efeitos adversos de intervenções e negligencia os relatos e dores das mulheres, classificando-as como histeria ou outras reações psicogênicas. E isso se reflete na Ciência e na Medicina também”, diz Carmen Simone Diniz, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>O uso do termo histeria</b></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A crença foi construída ao longo de séculos. Cerca de 400 anos antes de Cristo, Hipócrates, o grego considerado o pai da Medicina ocidental, cunhou o termo histeria para definir uma suposta condição médica de desequilíbrio emocional exclusiva das mulheres. O termo, inclusive, vem da palavra hystera, que, em grego, significa útero - não à toa que a cirurgia de retirada do útero é chamada de histerectomia.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Por muitos séculos, a chamada histeria feminina foi usada como diagnóstico para uma ampla gama de sintomas e doenças relatadas por pacientes do sexo feminino, levando algumas delas a serem internadas em instituições parecidas a manicômios. A crença só caiu por terra a partir do século 19, com pesquisas que buscavam entender melhor a mente humana. </span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Embora tenhamos avançado nas últimas décadas, ainda há resquícios desse pensamento em atendimentos de saúde como os citados no começo deste texto, que desacreditam os relatos das pacientes e encaixam muitas de suas queixas como problemas de fundo emocional. Tais crenças impediram ainda que condições tipicamente femininas recebessem a devida atenção da ciência, segundo especialistas.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Por muito tempo, alguns temas caros para as mulheres, como práticas obstétricas, disfunções sexuais e menopausa, foram alvos de poucos estudos. E, até hoje, ainda há uma participação mais baixa de mulheres em estudos clínicos de algumas patologias, como as cardíacas, o que dificulta a avaliação da eficácia e segurança de determinadas intervenções sob o prisma das diferenças de gênero.
</span><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguF02ir9-9sxP7-lMQ9njEhPyuD31T8a604f_2Lgk29Pd2oOBu-VNslLRWgRhYbM517opA5mD1fV6oplhaliTG9cjdTq-_oHU94EmSqfPjKt8LKRr9MuQPr47ipTCto7Kpwc3l_NAuCtd_TIKseeYFfVIn5CbpmfgjdY9cnd8P1Sy7_ur_PY2aOsTOh4Q" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1241" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguF02ir9-9sxP7-lMQ9njEhPyuD31T8a604f_2Lgk29Pd2oOBu-VNslLRWgRhYbM517opA5mD1fV6oplhaliTG9cjdTq-_oHU94EmSqfPjKt8LKRr9MuQPr47ipTCto7Kpwc3l_NAuCtd_TIKseeYFfVIn5CbpmfgjdY9cnd8P1Sy7_ur_PY2aOsTOh4Q=w619-h640" width="619" /></a></div></span><span style="color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px;">A analista de dados Alissa Caresia Munerato reclama de negligência em atendimento médico</span><span style="color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px;"> <br /></span><span style="box-sizing: border-box; color: #5a5a64; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px; font-style: italic; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Foto: Arquivo pessoal</span><span style="font-family: verdana;"><br /><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>O exemplo da episiotomia</b></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Simone cita como exemplo dessas crenças preconceituosas a realização indiscriminada (e muitas vezes sem consentimento da mulher) da episiotomia, corte cirúrgico feito no períneo durante o trabalho de parto sob a justificativa de facilitar a passagem do bebê. Desde a década de 1920 até o início dos anos 2000, o procedimento era tido como padrão no atendimento obstétrico, mesmo que ele não fosse necessário na maioria dos casos e pudesse deixar a mulher com sequelas como dor e dificuldades de ter relações sexuais.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Era tido como um procedimento cientificamente embasado, embora nunca tenha tido evidência de benefício. Os estudos bem desenhados que existiam era sobre qual instrumento usar para cortar o períneo, qual era o melhor fio de sutura, mas não se perguntava se devia ser feito ou não”, conta a professora da USP.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Em muitos casos, diz a especialista, a principal preocupação dos médicos era costurar a região íntima feminina de forma a não “atrapalhar” o prazer do homem na penetração, por isso a sutura pós-episiotomia era comumente chamada de “ponto do marido”.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A publicitária Bia Fioretti, de 61 anos, passou pelo procedimento nos partos de seus dois filhos. Na primeira gestação, o corte foi feito sem o conhecimento dela. Na segunda gravidez, o médico disse que, pela posição do bebê, teria que fazer uma episiotomia ainda maior, mas tratou de tranquilizar o marido da publicitária:</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“O médico falou para que ele ficasse tranquilo, que ia costurar de um jeito que ia ficar melhor do que antes”, conta Bia, que, depois das experiências traumáticas, abandonou o emprego em uma grande agência de publicidade para fazer mestrado e doutorado em saúde pública. Tornou-se especialista em comunicação para promoção da saúde e realizou trabalhos para o Ministério da Saúde na área de humanização do parto.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ela defende que as discussões não fiquem focadas nas condutas individuais de cada profissional, mas, sim, se debrucem sobre as questões estruturais que permitem esse tipo de violência contra as mulheres. “Não culpo o médico, ele foi ensinado a fazer daquela forma. É o sistema todo que tem que mudar, começando pela formação dos profissionais”, diz.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A história da episiotomia só começou a mudar a partir da década de 1980, quando a autora e ativista britânica Sheila Kitzinger fez uma pesquisa para entender a percepção das mulheres sobre o procedimento. Ela descobriu que as experiências eram as piores possíveis. A partir de então, a ciência começou a estudar de forma mais aprofundada a repercussão desse procedimento na saúde e qualidade de vida das mulheres e, nos últimos anos, a episiotomia foi formalmente classificada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um procedimento a ser evitado.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>Sintomas de infarto são classificados como ansiedade</b></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Outros problemas, no entanto, permanecem. O impacto do sexismo na saúde cardiovascular feminina é um dos pontos que vêm ganhando atenção dos especialistas. Embora o infarto seja a principal causa de morte entre as mulheres no País, nem sempre essa hipótese diagnóstica é cogitada pelos profissionais, que, em alguns casos, associam os sintomas a quadros de ansiedade sem fazer uma investigação mais aprofundada.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Os sintomas de um infarto na mulher podem ser diferentes. Nem sempre é aquela dor opressiva no tórax que irradia para o braço. Elas podem ter cansaço e falta de ar, um desconforto no peito e nas costas, mas, por ser uma dor mais frustra, esse diagnóstico é descartado e elas não são colocadas na rota de atendimento de dor torácica no pronto-socorro”, diz Glaucia de Oliveira, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A médica diz que essa demora no diagnóstico retarda o acesso ao tratamento adequado e aumenta o risco de mortalidade. Para a especialista, a educação das pacientes e dos profissionais é fundamental para que fique claro que as doenças cardiovasculares são causa de morte importante também nas mulheres. “Cerca de 30% das mortes de mulheres são por essas causas e acabamos não falando tanto delas quanto falamos de câncer de mama, por exemplo”, destaca a médica.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Para além da cardiologia, as especialistas apontam outros sintomas ou condições femininas que são minimizados no atendimento médico, como desconfortos da menopausa ou período pré-menstrual ou queixas relacionadas à sexualidade.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“Em quadros de vaginismo, por exemplo, que é um problema em que a mulher tem dificuldade para ter penetração porque sente dores intensas, recebo várias pacientes que ouviram de profissionais que era algo emocional, que falavam para a mulher tomar um vinho e relaxar. Existe uma negligência em relação a esses sintomas”, conta a ginecologista Carolina Ambrogini, coordenadora do Ambulatório de Sexualidade Feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ela explica que, por mais que a condição possa, sim, ter causas emocionais, é necessário um atendimento especializado porque esses quadros psicológicos podem ser graves e estar relacionados a traumas. Em alguns casos, são necessárias, além da psicoterapia, fisioterapia e medicações. “Quando me formei, há 23 anos, a média de tempo que essas mulheres esperavam para ter um diagnóstico correto era de cinco anos. Melhorou muito, mas ainda há um descrédito de algumas queixas femininas”, diz a médica.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Para as especialistas, além de melhorar a formação dos profissionais de saúde trazendo esses temas para o currículo, é necessário ainda maior investimento em pesquisas sobre questões femininas, e maior presença delas não só nas carreiras de saúde e ciência, mas em cargos de liderança. “A questão da representatividade é importante para combatermos essa crença”, diz Simone.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>Reportagem de Fabiana Cambricoli n'O Estadão </b></span><br /><br /><a class="x1fey0fg xmper1u x1edh9d7" href="https://www.estadao.com.br/saude/como-o-machismo-na-medicina-e-na-ciencia-afeta-a-saude-das-mulheres-e-de-que-forma-superar-isso/"><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: xx-small;">https://www.estadao.com.br/saude/como-o-machismo-na-medicina-e-na-ciencia-afeta-a-saude-das-mulheres-e-de-que-forma-superar-isso/</span></span></a></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-70603657754718201252024-02-29T15:54:00.000-03:002024-02-29T15:54:08.486-03:00 Ultraprocessados são ligados a 32 doenças <p><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>Ultraprocessados são ligados a 32 doenças em análise de quase 10 milhões de pessoas</b></span></span></p><span style="font-family: verdana;"><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Revisão de 45 estudos sobre o tema encontrou evidências consistentes de um risco aumentado para morte por doenças cardiovasculares, transtornos mentais e diabetes tipo 2</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Alternativas altamente palatáveis e práticas, que se tornam atrativas dentro de rotinas com pouco tempo livre, os alimentos ultraprocessados, como refeições prontas, salgadinhos, biscoitos e refrigerantes, têm sido alvo crescente de estudos que buscam avaliar o impacto de seu baixo teor nutricional na saúde humana. Agora, uma nova revisão de 45 trabalhos feitos sobre o tema, publicada nesta quarta-feira na revista científica The BMJ, mostra que existe uma associação entre as comidas e um risco aumentado para 32 agravos de saúde diferentes.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi13pAQmTmafl8KGz4X5Cy_6YA1_jahZOKeAKv4OPf7iI_wc-hC27ZZEo33FeuTtxv1DjrAe2lJhmdSwhvImrgDn_wJ-E9otXq16Lv2WwftCBvPYKfjtDKRhMxMBrDB_iJ7N1c91F8_Z9fZyDOp88INKAiF1iwc-k77F8udw0tnHr1U1Dk4Qr94FSLUefU" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="592" data-original-width="888" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi13pAQmTmafl8KGz4X5Cy_6YA1_jahZOKeAKv4OPf7iI_wc-hC27ZZEo33FeuTtxv1DjrAe2lJhmdSwhvImrgDn_wJ-E9otXq16Lv2WwftCBvPYKfjtDKRhMxMBrDB_iJ7N1c91F8_Z9fZyDOp88INKAiF1iwc-k77F8udw0tnHr1U1Dk4Qr94FSLUefU=w640-h426" width="640" /></a></div><br /></span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A publicação é chamada de “guarda-chuva” por ser uma análise conjunta de outras revisões já feitas sobre o tema. Por isso, é considerada um dos níveis mais elevados de evidência científica observacional, agregando uma série de pesquisas e avaliando não apenas os resultados, mas a qualidade de cada uma. O trabalho foi conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália, França e Irlanda.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ao todo, os estudos analisados acompanharam quase 10 milhões de indivíduos. As estimativas de exposição aos ultraprocessados foram obtidas por meio de uma combinação de registros alimentares e foram medidas como um consumo maior versus um menor, como porções adicionais por dia ou como um aumento de 10%, a depender do trabalho.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">De forma mais sólida, os cientistas afirmam que há evidências convincentes de que a ingestão de alimentos ultraprocessados está associada a um risco aumentado de 50% de morte relacionada a doenças cardiovasculares; 53% de transtornos mentais comuns e 48% de ansiedade prevalente.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Dados sólidos também mostraram um risco 12% maior de diabetes tipo 2 a cada 10% de aumento dos ultraprocessados na dieta. Evidências mais fracas, porém consideradas altamente sugestivas, indicaram uma chance 20% maior de morte por qualquer causa, 55% de obesidade, 41% de problemas de sono, 40% de chiado no peito e 20% de depressão.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A revisão constatou ainda que há estudos apontando uma associação com asma, pior saúde gastrointestinal, alguns tipos de câncer e fatores de risco cardiometabólicos, como níveis elevados de gordura no sangue e baixos níveis de colesterol “bom”. No entanto, de forma menos consistente que demanda mais avaliação.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">— A hipótese de que o consumo aumentado de alimentos ultraprocessados poderia ser um desencadeante da pandemia de obesidade e doenças crônicas associadas foi lançada em 2009. Desde então, a evidência de associação entre os alimentos e agravos à saúde humana a partir de estudos epidemiológicos vêm se acumulando na última década — afirma a epidemiologista Eurídice Martínez Steele, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), grupo que cunhou o termo “ultraprocessados” no Brasil e no mundo e é responsável pelo Guia Alimentar para a População Brasileira.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">A nova revisão traz um alerta importante em meio ao avanço dos alimentos do tipo no cardápio da população mundial. Os pesquisadores citam no estudo que, em países de renda alta, eles chegam a representar até 42% e 58% do total de calorias consumidas por dia, caso da Austrália e dos Estados Unidos, respectivamente.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">O percentual é bem acima de taxas associadas a problemas de saúde. Um trabalho da USP, por exemplo, publicado no periódico JAMA Neurology em 2022, mostrou que, após um acompanhamento médio de 8 anos, aqueles com um consumo superior a 19,9% das calorias diárias em ultraprocessados tiveram uma taxa 28% mais rápida de declínio cognitivo.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Um outro trabalho que ganhou destaque recentemente sobre o tema, publicado na The BMJ por pesquisadores espanhóis, encontrou uma ligação entre comer mais de quatro porções de produtos do tipo por dia e um risco 62% maior de mortalidade por todas as causas.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">— Algo que muitos trabalham mostram é essa questão da dose. O problema maior está na quantidade, na frequência. Esse consumo de maneira exagerada, que tem sido apontado como mais de quatro porções por dia, está sem dúvidas atrelado à praticidade do dia a dia. Mas é evidente que devemos, dentro do possível, evitá-los. Só que o que observamos no mundo e no Brasil é uma tendência de aumento — avalia o médico nutrólogo e endocrinologista Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e fellow da Obesity Society.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">No Brasil, de acordo com a última edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), que avaliou o tema, os ultraprocessados representam 18,4% da alimentação. Em 2002/2003, esse percentual era de 12,6%. Por outro lado, a presença de alternativas in natura ou minimamente processados caiu de 53,3% para 49,5% no mesmo período.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">— Estudos em vários países têm mostrado essa tendência de aumento. Os ultraprocessados são desenhados para serem altamente palatáveis e convenientes, assim como pouco perecíveis, e são fabricados com ingredientes de baixo custo com escasso valor nutritivo. No Brasil, já tendem a ser mais baratos que alimentos frescos, como carne, leite, ovos, frutas e hortaliças. A publicidade desregulada também contribui. E a ideia de comidas “práticas”, no cotidiano dos trabalhadores, é um apelo — avalia Steele.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>Os 32 problemas de saúde associados a ultraprocessados:</b></span></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Mortalidade por todas as causas</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Mortalidade por câncer</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Mortalidade por doenças cardiovasculares</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Mortalidade por problemas cardíacos</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Câncer de mama</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Câncer (geral)</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Tumores do sistema nervoso central</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Leucemia linfocítica crônica</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Câncer colorretal</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Câncer pancreático</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Câncer de próstata</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Desfechos adversos relacionados ao sono</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ansiedade</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Transtornos mentais comuns</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Depressão</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Asma</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Chiado no peito</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Desfechos de doenças cardiovasculares combinados</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Morbidade de doenças cardiovasculares</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Hipertensão</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Hipertriacilgliceridemia</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Colesterol HDL baixo</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Doença de Crohn</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Colite ulcerativa</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Obesidade abdominal</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Hiperglicemia</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Síndrome metabólica</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Doença hepática gordurosa não alcoólica</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Obesidade</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Excesso de peso</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Sobrepeso</span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Diabetes tipo 2</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>Medidas para diminuir o consumo</b></span></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Junto com o novo estudo, a The BMJ publicou um editorial de pesquisadores do Nupens/USP chamado “Razões para evitar alimentos ultraprocessados”. O núcleo é um dos que mais pesquisam o tema no mundo e defende a importância de políticas públicas para reduzir o consumo.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">No texto, eles destacam que os produtos podem ser danosos para “a maioria, senão todos, os sistemas do corpo humano” e citam que a lucratividade desencoraja fabricantes a alterarem as suas formulações, por isso a necessidade de medidas do poder público.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">— O Brasil e outros países da América Latina são os que mais têm avançado nesse sentido. No Brasil, por exemplo, desde 2014 que o Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda evitar o consumo de ultraprocessados. Mais recentemente, o município do Rio de Janeiro proibiu a venda dentro de escolas. A própria mudança na rotulagem de 2023 também vem levantando esse debate na população — diz Steele, uma das autoras do editorial.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Ainda assim, diz que “há muito a se fazer”. Os pesquisadores defendem restrições na publicidade dos produtos; a proibição nacional da venda dentro ou perto de escolas e hospitais e medidas fiscais, como incentivos para alimentos in natura e minimamente processados e maior tributação dos ultraprocessados.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Outro ponto apoiado pelo grupo e pelo presidente da Abran é uma nova alteração na rotulagem. Hoje, o sistema lupa diz apenas se o item possui alto teor de açúcar, gordura saturada ou sódio. Eles pedem que seja incluída uma clara identificação de que se trata de um alimento ultraprocessado.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>O que são os ultraprocessados e por que eles fazem mal?</b></span></span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Os ultraprocessados são alimentos como refeições prontas, refrigerantes, salgadinhos, embutidos, barras de cereais, sorvetes, entre muitos outros presentes no dia a dia. Basicamente, todos que passam por múltiplos processos industriais e contêm corantes, emulsificantes, aromatizantes e outros aditivos para torná-los palatáveis.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">— Esses alimentos têm uma alta disponibilidade, praticidade, são mais duráveis e têm a conveniência de serem fáceis de comer. Mas têm um alto teor de sódio, de gordura hidrogenada e saturada, grande quantidade de açúcares refinados e uma baixa quantidade de fibras, o que os torna pobres em termos nutricionais — explica Durval Ribas Filho.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Um recurso que pode ajudar a identificá-los é o aplicativo “Desrotulando”, que escaneia o código de barras dos produtos e dá uma nota de acordo com a quantidade de substâncias nocivas. Para os especialistas, essa carência nutricional nos produtos e o fato de que eles ocupam o lugar de alternativas saudáveis na dieta podem explicar os riscos para a saúde observados. </span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">“A ingestão desses alimentos torna as dietas densas em energia, ricas em açúcar e gordura saturada e pobres em proteínas, fibras, micronutrientes e fitoquímicos protetores da saúde, como flavonoides e fitoestrogênios. Elas também contêm aditivos, incluindo corantes, emulsificantes e adoçantes, associados por evidências experimentais e epidemiológicas a desequilíbrios na microbiota intestinal e inflamação sistêmica”, diz o editorial do Nupens.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Além disso, o texto destaca que “os alimentos ultraprocessados são projetados para serem altamente desejáveis, combinando açúcar, gordura e sal para maximizar a recompensa e adicionando sabores que induzem a comer mesmo quando não se está com fome”, o que favorece o ganho de peso e o risco de obesidade.</span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;">Os pesquisadores afirmam ainda que os ultraprocessados são considerados viciantes pelos padrões estabelecidos para produtos de tabaco e por isso pedem que as agências das Nações Unidas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), e os países desenvolvam diretrizes sobre os alimentos análogas àquelas sobre o tabaco. </span><br /><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"><b>Reportagem de Bernardo Yoneshigue n'O Globo</b></span><br /><span style="white-space-collapse: preserve;"> </span><br /><a class="x1fey0fg xmper1u x1edh9d7" href="https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2024/02/29/ultraprocessados-sao-ligados-a-32-doencas-em-analise-de-quase-10-milhoes-de-pessoas.ghtml"><span style="white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2024/02/29/ultraprocessados-sao-ligados-a-32-doencas-em-analise-de-quase-10-milhoes-de-pessoas.ghtml</span></span></a></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-83827290405636080342023-10-16T07:52:00.001-03:002023-10-16T07:52:27.104-03:00Entenda o caso de Maria da Penha, que originou lei de proteção a mulheres vítimas de violência no Brasil<p><span style="font-size: medium;"> <span dir="ltr" style="background-color: white; color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit;"><span class="" style="font-family: inherit;"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv xzsf02u x1s688f" href="https://www.facebook.com/groups/250196030704/user/1554962768/?__tn__=-UC" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; font-weight: 600; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span style="font-family: inherit;">José Geraldo da Silva</span></a></span></span></span><span style="background-color: white; color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit;"><i aria-label="publicado em" class="x1b0d499 x1d69dk1" data-visualcompletion="css-img" role="img" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/rsrc.php/v3/ye/r/vJ9h44IKwov.png?_nc_eui2=AeElPRgp_EyterMsdfzr4Zt9kyo0vmMaGn-TKjS-Yxoaf8Qu2XPgjrTagWGTx8ZLB0s"); background-position: 0px -458px; background-repeat: no-repeat; background-size: 26px 494px; display: inline-block; filter: var(--filter-secondary-icon); height: 16px; vertical-align: -0.25em; width: 16px;"></i></span><span dir="ltr" style="background-color: white; color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit;"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv xzsf02u x1s688f" href="https://www.facebook.com/groups/leimariadapenha/?__tn__=-UC" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; font-weight: 600; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span style="font-family: inherit;">LEI MARIA DA PENHA Nº 11.340, CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER</span></a></span></span></span></p><div class="x1cy8zhl x78zum5 x1q0g3np x1ye3gou xn6708d xz9dl7a" style="align-items: flex-start; background-color: white; color: #1c1e21; display: flex; flex-direction: row; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; padding-left: 12px; padding-right: 12px; padding-top: 12px;"><div class="x1iyjqo2" style="flex-grow: 1; font-family: inherit;"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit; margin-bottom: -5px; margin-top: -5px;"><div class="xu06os2 x1ok221b" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x x4zkp8e x676frb x1nxh6w3 x1sibtaa xo1l8bm xi81zsa x1yc453h" dir="auto" style="color: var(--secondary-text); display: block; font-family: inherit; line-height: 1.2308; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: inherit;"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz x1heor9g xt0b8zv xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/groups/250196030704/group_quality#" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span style="font-family: inherit;"><span aria-labelledby=":rlt:" class="x1rg5ohu x6ikm8r x10wlt62 x16dsc37 xt0b8zv" style="display: inline-block; font-family: inherit; overflow: hidden; vertical-align: top;"><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1g77sc7" style="cursor: inherit; display: flex; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 0; position: relative;"><span class="xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x36lzlx rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 19; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">n</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 x4g1k81 rrhKlDIf ndzr" style="display: inline; font-family: inherit; order: 21; position: absolute; top: 3em;">s</span><span class="xmper1u x1qlqyl8 x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1hzvdaj rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; order: 34; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">r</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 x1iapmwa rrhKlDIf ndzr" style="display: inline; font-family: inherit; order: 9; position: absolute; top: 3em;">S</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x14yy4lh rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 2; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">t</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x13rv6gb rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 28; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">o</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1n901it rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 13; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">o</span><span class="x1qlqyl8 x15bjb6t x1r8a4m5 xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1wa695h rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; line-height: inherit; order: 36; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em; vertical-align: inherit;">e</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1nicfno rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 59; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">d</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1ocldi rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 12; position: absolute; top: 3em;">p</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1wx7m7v rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 50; position: absolute; top: 3em;">h</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1pvdv19" style="font-family: inherit; order: 45; position: relative; text-decoration: inherit;">o</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xhp99yf rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 41; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">1</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x8o8amb rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 43; position: absolute; top: 3em;">h</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x434fd" style="font-family: inherit; order: 20; position: relative; text-decoration: inherit;">d</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1ee9ax4 rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 39; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">4</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x182iqb8 rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 4; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">a</span><span class="x1qlqyl8 x15bjb6t x1r8a4m5 xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xclvua8 rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; line-height: inherit; order: 60; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em; vertical-align: inherit;">m</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 xd1zjae rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 27; position: absolute; top: 3em;">8</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1vqz4hg rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 33; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">1</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1meexak" style="font-family: inherit; order: 55; position: relative; text-decoration: inherit;">t</span><span class="xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xde8tdn rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 52; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">6</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1eopwuj rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 23; position: absolute; top: 3em;">0</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1hrcb2b rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 6; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">9</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xdc8zo0 rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 53; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">i</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 xo1ph6p rrhKlDIf ndzr" style="display: inline; font-family: inherit; order: 3; position: absolute; top: 3em;">c</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 x4pqqfc" style="display: inline; font-family: inherit; order: 54; position: relative;">s</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xlmi2g5 rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 35; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">i</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 xal98gn rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 16; position: absolute; top: 3em;">8</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 x1pt730z rrhKlDIf ndzr" style="display: inline; font-family: inherit; order: 47; position: absolute; top: 3em;">c</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xpchg7c" style="font-family: inherit; order: 40; position: relative; text-decoration: inherit;">g</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x7zgzr6" style="font-family: inherit; order: 56; position: relative; text-decoration: inherit;">o</span><span class="xmper1u x1qlqyl8 x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xax70vg rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; order: 57; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">2</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xt5e8co rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 17; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">9</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x7txf1f rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 24; position: absolute; top: 3em;">0</span><span class="x1qlqyl8 x15bjb6t x1r8a4m5 xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1162wnf" style="font-family: inherit; line-height: inherit; order: 25; position: relative; text-decoration: inherit; vertical-align: inherit;">e</span><span class="xt0psk2 x1qlqyl8 x1n2onr6 x17ihmo5 xt3tw32 rrhKlDIf ndzr" style="display: inline; font-family: inherit; order: 26; position: absolute; top: 3em;">3</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1xxvtuq rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 38; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">g</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 xi695je" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 14; position: relative;"> </span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1h3rv7z" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 5; position: relative; vertical-align: inherit;">1</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x1esxh7v rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 7; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">l</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1g88jzi" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 11; position: relative;">0</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xv5skbt rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 30; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">7</span><span class="xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x2r4l8e rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 8; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">6</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 xnt8be4" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 29; position: relative;"> </span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xgeagd7 rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 46; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">g</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xccpzn3 rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 58; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">l</span><span class="x1qlqyl8 x15bjb6t x1r8a4m5 xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1o75cna rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; line-height: inherit; order: 49; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em; vertical-align: inherit;">5</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x4ffpxb rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 51; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">7</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xzfnrur rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 42; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">t</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x8onsx5 rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 48; position: absolute; top: 3em;">0</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x9ek82g rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 1; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">7</span><span class="x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 xsmz2so rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 37; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">g</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xnlcnb7" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 31; position: relative; vertical-align: inherit;">a</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1o7lsid rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 15; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">9</span><span class="xjb2p0i x1r8a4m5 x1n2onr6 x17ihmo5 x16kj9vd rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 22; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em;">t</span><span class="xmper1u xt0psk2 xjb2p0i x1qlqyl8 x15bjb6t x1n2onr6 x17ihmo5 x1sjo555 rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; display: inline; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 10; position: absolute; top: 3em;">h</span><span class="xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x1ihsnu5 rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; order: 44; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">f</span><span class="xmper1u x15bjb6t xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 x8az3br rrhKlDIf ndzr" style="cursor: inherit; font-family: inherit; line-height: inherit; order: 32; position: absolute; top: 3em; vertical-align: inherit;">a</span><span class="x1qlqyl8 x15bjb6t x1r8a4m5 xi7du73 x1n2onr6 x17ihmo5 xwmoq1i rrhKlDIf ndzr" style="font-family: inherit; line-height: inherit; order: 18; position: absolute; text-decoration: inherit; top: 3em; vertical-align: inherit;">m</span></span></span></span></a></span></span><span class="xh99ass" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span class="xzpqnlu xjm9jq1 x6ikm8r x10wlt62 x10l6tqk x1i1rx1s" style="clip: rect(0px, 0px, 0px, 0px); font-family: inherit; height: 1px; overflow: hidden; position: absolute; width: 1px;"> </span><span aria-hidden="true" style="font-family: inherit;"> · </span></span></span><span class="xuxw1ft" style="font-family: inherit; text-wrap: nowrap;"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><span class="x1rg5ohu x1n2onr6 xs7f9wi" style="display: inline-block; font-family: inherit; position: relative; top: 2px;"><svg class="x1lliihq x1k90msu x2h7rmj x1qfuztq xcza8v6 x1kpxq89 xsmyaan" fill="currentColor" height="1em" title="Compartilhado com Grupo público" viewbox="0 0 16 16" width="1em"><g fill-rule="evenodd" transform="translate(-448 -544)"><g><path d="M109.5 408.5c0 3.23-2.04 5.983-4.903 7.036l.07-.036c1.167-1 1.814-2.967 2-3.834.214-1 .303-1.3-.5-1.96-.31-.253-.677-.196-1.04-.476-.246-.19-.356-.59-.606-.73-.594-.337-1.107.11-1.954.223a2.666 2.666 0 0 1-1.15-.123c-.007 0-.007 0-.013-.004l-.083-.03c-.164-.082-.077-.206.006-.36h-.006c.086-.17.086-.376-.05-.529-.19-.214-.54-.214-.804-.224-.106-.003-.21 0-.313.004l-.003-.004c-.04 0-.084.004-.124.004h-.037c-.323.007-.666-.034-.893-.314-.263-.353-.29-.733.097-1.09.28-.26.863-.8 1.807-.22.603.37 1.166.667 1.666.5.33-.11.48-.303.094-.87a1.128 1.128 0 0 1-.214-.73c.067-.776.687-.84 1.164-1.2.466-.356.68-.943.546-1.457-.106-.413-.51-.873-1.28-1.01a7.49 7.49 0 0 1 6.524 7.434" transform="translate(354 143.5)"></path><path d="M104.107 415.696A7.498 7.498 0 0 1 94.5 408.5a7.48 7.48 0 0 1 3.407-6.283 5.474 5.474 0 0 0-1.653 2.334c-.753 2.217-.217 4.075 2.29 4.075.833 0 1.4.561 1.333 2.375-.013.403.52 1.78 2.45 1.89.7.04 1.184 1.053 1.33 1.74.06.29.127.65.257.97a.174.174 0 0 0 .193.096" transform="translate(354 143.5)"></path><path d="M110 408.5a8 8 0 1 1-16 0 8 8 0 0 1 16 0zm-1 0a7 7 0 1 0-14 0 7 7 0 0 0 14 0z" fill-rule="nonzero" transform="translate(354 143.5)"></path></g></g></svg></span></span></span></span></span></span></div></div></div></div><div class="x9f619 x1n2onr6 x1ja2u2z x78zum5 xdt5ytf x2lah0s x193iq5w xyamay9 x1l90r2v" style="background-color: white; box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; max-width: 100%; padding-bottom: 16px; padding-top: 16px; position: relative; z-index: 0;"><div><div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1l90r2v x1swvt13" style="padding: 4px 16px 16px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" dir="auto" style="display: block; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><h3 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xod5an3" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 0px 0px 12px; outline: none; padding: 0px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1603h9y x1u7k74 xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.2; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: 600;">Entenda o caso de Maria da Penha, que originou lei de proteção a mulheres vítimas de violência no Brasil</span></span><br /></span></span></h3><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Posts virais mentem ao afirmar que ela ficou paraplégica após ser baleada durante assalto em sua casa<br /><br />Em 2022, <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/03/visiveleinvisivel-2023-infografico.pdf?fbclid=IwAR1GrLYbZ5e0tFv4kRNwO1MmuKCcH6a3UNktlOazYYeQpkXznvotUQZAuxU" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">18,6 milhões de mulheres brasileiras sofreram algum tipo de agressão</a></span>, segundo dados divulgados este ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública —<span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fcotidiano%2F2023%2F03%2Ftodas-as-formas-de-violencia-contra-mulher-aumentam-em-2022-diz-pesquisa.shtml%3Ffbclid%3DIwAR1YVvQKU8fMQEUxFZYKkcsFOARhV-84us2aCnMpO3H45MduhZe_EVbFZY4&h=AT23Hmht5XCLutlXNbgg3ZhyuSctzhdiPr4T-4GkQ-eFwZOssb5uMbF8rOcbUlUbzQcIv36rmJv6Dkp5sbF1W7PIs5LJSbMSXNT6y6IipOBSjfrOKlhGsNtAuEf88FAdgA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">destas, 50.962 foram agredidas diariamente</a></span>. Na maioria dos casos, os agressores foram ex-companheiros (31,3%) ou o parceiro atual (26,7%). Desde 7 de agosto de 2006, as mulheres no Brasil contam com uma lei de proteção contra a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffolha-topicos%2Fviolencia%2F%3Ffbclid%3DIwAR34oR1PLgHmOXPazXu8lq8GBcK9TQ7jA4dcmy8qcdfSv1pCxT3TY_s3_tA&h=AT2epUr6TXXCuzY1JWpldQPRku6uNXCAClVmBTDOp5-nFHm_tomzfJmdPjS04L2E_uWJUaDLvQJcEV4PBwpthO1M8uf81_ToueUZHs8qN_gm96L-wj3sBbHrxA6XYTbbLA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">violência</a></span> doméstica, a Lei Maria da Penha. Este ano, a lei completou 17 anos, e dúvidas sobre o caso que deu origem ao dispositivo legal voltaram a movimentar a internet.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Nas redes sociais, vídeos que somam mais de 700 mil visualizações afirmam que a Lei Maria da Penha foi fruto de uma farsa, já que a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fcotidiano%2F2021%2F08%2Fcombater-violencia-domestica-nao-e-de-esquerda-nem-de-direita-diz-maria-da-penha.shtml%3Ffbclid%3DIwAR2A6B2bDrbL_kPAXTpcfGSI9XNH-VxzThacBvrgVnpKjjSw8-QdRRB9ctc&h=AT3BkX5Baibl2xz8IOFUgTrTFwT-S2aNFdHXdj-v932WRfOCgTAxZA6wV3_E-R0S5vX-Y5c96iklUrnVAh2XsN07FyxTYiSFE4nqN2cVbVcmj27P52dfQ9xrNGmSyItQnA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes</a></span>, que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido nas costas enquanto dormia em 1983, teria sido, segundo as versões falsas, alvo de assaltantes. O marido, o colombiano naturalizado brasileiro Marco Antonio Heredia Viveros, teria sido incriminado por ela por ciúmes, após descobrir uma traição.<br /><br />Essa é, na verdade, a versão de Viveros. Os vídeos recentes não trazem nenhum elemento novo ao caso – apenas reciclam o que ele disse à polícia e à Justiça e que não foi aceito pelos tribunais do júri aos quais ele foi submetido nos dois julgamentos que o condenaram por tentativa de homicídio qualificado, em 1991 e em 1996. E não é a primeira vez que ela viraliza na web. Em junho de 2022, a partir de um trecho do programa +1Podcast, da Jovem Pan News, começaram a ganhar força nas redes sociais conteúdos com a falsa alegação de que Maria da Penha tinha sido baleada por assaltantes, e não pelo marido.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Diversas agências de checagem e veículos de comunicação já produziram materiais desmentindo essa tese: <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.uol.com.br%2Funiversa%2Fnoticias%2Fredacao%2F2022%2F06%2F06%2Fe-mentira-que-maria-da-penha-nao-sofreu-tentativa-de-feminicidio-entenda.htm%3Ffbclid%3DIwAR1bjplR_X9TJUrytFpPJL8pVbQoQnpaUqMPQqKvkpFMPWZAJ_5n0846xBs&h=AT21MzIiZxhd6wHGvz3h9h7EkmWdWfxmW5_9ejW01lWGz42ARPCs4lMGKZVzkM4b681YMbRkm4jWwnM4GGWerYGHULMU_iJ7R-Te2ioRB0YV5k5a4yk-9VRsThPwJ2HVXw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; 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background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">Estadão</a></span>. Na época, o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv xzsf02u x1s688f" href="https://www.facebook.com/InstitutoMariadaPenha/photos/a.623649557656332/5394493527238554?__tn__=-UK" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; font-weight: 600; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">IMP</a></span> <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv xzsf02u x1s688f" href="https://www.facebook.com/InstitutoMariadaPenha/photos/a.623649557656332/5394493527238554?__tn__=-UK" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; font-weight: 600; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">(Instituto Maria da Penha) divulgou uma nota</a></span> repudiando a divulgação de informações falsas a respeito do caso de <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffolha-topicos%2Fviolencia-domestica%2F%3Ffbclid%3DIwAR0O9NQ9uw8Fo5NHRl8NorwuQyowlm6QY4robk_Lr_-zMcHlZeAXQQGvNq0&h=AT3d79E3RIk0rDq_msfdumYK8hopCtGsbIguMbTAYnGDoULnceRNpuQKgOfhCzMB3pQqwcGxl9D-NGnIpeGEogXoH-kYLTcXAIGi3U1o4bvV6TNuLjQW1AF5Nf-Mv6lfMA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">violência doméstica</a></span>.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Superintendente e cofundadora do IMP, Conceição de Maria disse à reportagem que, mais do que responsabilizar agressores, a Lei Maria da Penha "viabilizou um verdadeiro programa para o Estado brasileiro enfrentar e prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres". Segundo ela, as redes sociais são aliadas, mas infelizmente podem ser usadas "na contramão de boas causas, levando desinformação e deslegitimando o que de melhor conseguimos".<br /><br />Conceição declarou que "a violência doméstica e familiar tende a aumentar com a disseminação de discursos de ódio na internet" e acrescentou que "relativizar a violência é uma conduta frequentemente identificada em grupos que atuam tentando fragilizar e deslegitimar a luta das mulheres, o que deve ser combatido tanto pelas instituições quanto pela imprensa e toda a sociedade".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Em nota, o MPCE (Ministério Público do Ceará) disse que a tese de que Maria da Penha ficou paraplégica após ser atingida por um tiro durante um assalto, e não como decorrência de agressão por tentativa de homicídio perpetrada pelo marido, foi uma estratégia da defesa de Viveros e foi rechaçada. "O processo ocorreu com toda a possibilidade de contraditório e ampla defesa, de ambas as partes. Mediante análise das provas, a Justiça determinou que o ex-marido de Maria da Penha cometeu dupla tentativa de homicídio contra a vítima", diz a nota.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A defesa de Viveros foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Diante de tanta desinformação, a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fprojetocomprova.com.br%2Fpublica%25C3%25A7%25C3%25B5es%2Fentenda-o-caso-de-maria-da-penha-que-originou-lei-de-protecao-a-mulheres-vitimas-de-violencia-no-brasil%2F%3Ffbclid%3DIwAR2wiqkyoRSMj6b5gcHG1PMcIVcRU_VmS2zE8JV3ekApSK4tAKEUzRoyZQw&h=AT274EqApCXFFg6TcDfNCBH4_suCgRNPHpM8frdQS0pJ_J5yRKKLJW_IGGKi3GVUE0Ks_f6kDpqXEfrfJNg5s_S7d5_iOfcJzgUxga35sMG8mWth8WFAh7GIZ_PGa4JSzA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">seção Comprova Explica</a></span> decidiu trazer detalhes sobre o caso.<br /></span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">COMO VERIFICAMOS<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Para explicar o caso, a equipe solicitou à 1ª Vara do Júri de Fortaleza a íntegra dos autos do processo. São mais de 1,7 mil páginas, que incluem o inquérito policial, os laudos periciais, depoimentos de testemunhas, denúncia do Ministério Público, toda a fase de instrução do processo, as audiências e dois julgamentos pelo Tribunal do Júri (júri popular), além dos recursos da defesa e mandado de prisão.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Também foi acionado o MPCE, para saber se havia novidades em relação a versões sobre o caso, o Instituto Maria da Penha e o atual advogado de Viveros.<br /></span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O QUE FOI O CASO DE MARIA DA PENHA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.tjdft.jus.br%2Finformacoes%2Fcidadania%2Fnucleo-judiciario-da-mulher%2Fo-nucleo-judiciario-da-mulher%2Fquem-e-maria-da-penha%3Ffbclid%3DIwAR2vC8kYqt2awxVm-8H-Qh1eb0wczYeqk2vI1nPUcRYMNFsLeouuycK19MU&h=AT18IB6B4kqdreha3LtIZaCGdvj2lw-k1a12qddFYhiOnasDJyU30LieOwoGQLzSajhAn5vNfYFK7HvJhejNCIzbimFx859OpMZbvoEfZW7S8v3Zb90A-rtGl4h6AD-oXA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">Maria da Penha Maia Fernandes</a></span> nasceu em Fortaleza, em 1º de fevereiro de 1945. Ela é farmacêutica bioquímica, autora do livro "Sobrevivi… posso contar" (1994) e fundadora do Instituto Maria da Penha.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Em 1974, quando cursava o mestrado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria da Penha conheceu o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. À época, Viveros fazia pós-graduação em Economia na mesma instituição.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Eles começaram a namorar e, dois anos depois, em 1976, casaram-se. Após o nascimento da primeira filha e da conclusão do mestrado de Maria da Penha, os dois se mudaram para Fortaleza, onde nasceram as outras duas filhas do casal.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">As agressões de Viveros contra a esposa, segundo o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.institutomariadapenha.org.br%2Fquem-e-maria-da-penha.html%3Ffbclid%3DIwAR2k6bwSqN6x4QmTZDE4aoShtowswJtpwsh5IqbdCoYnkT3lfeUb2vNTj7M&h=AT0BFuLBhYKe1jqDTI3680PYBj1r0kZSakOdNMKTtbs_1gPltQTJCZxVkUU-5dWlRGBvgKQ3ub2XJoAaexVUQZzbNWyF1weoGBQDomBZdjlLVnyKz4gLWZTA_RNQE8MncQ&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">site do IMP</a></span>, começaram quando o colombiano obteve a cidadania brasileira e se estabilizou profissional e economicamente no Brasil. "Agia sempre com intolerância, exaltava-se com facilidade e tinha comportamentos explosivos não só com a esposa, mas também com as próprias filhas", diz a publicação.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Em maio de 1983, aos 38 anos, Maria da Penha foi vítima de uma tentativa de homicídio (à época, o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffolha-topicos%2Ffeminicidio%2F%3Ffbclid%3DIwAR2TAX1f0NkmWjK1wRdBf01Nno-XbS2wovzEr2rwDc5Iy3MLYiKBu7lZ-mg&h=AT1UDYWsM2cTZeZV6lzCp4MNlscwB9bZWncHJiCOUv1itFckUsa56SJdqlEjFLXqyE-1HvFrD6vTMx2nYbYKLjKlRnwZfRfYghxvfc7YBP7jeGLVGuEEJ8ZdN9_JRhTWXg&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">feminicídio</a></span> ainda não tinha sido tipificado) por parte de Viveros. Enquanto dormia, foi baleada com um tiro nas costas, que a deixou paraplégica devido a lesões irreversíveis na terceira e quarta vértebras torácicas, laceração na dura-máter e destruição de um terço da medula esquerda.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A denúncia do MPCE, que resultou na condenação de Viveros pelo crime, também aponta que ele tentou eletrocutá-la durante o banho meses depois do tiro, quando ela havia retornado para casa após quatro meses internada, em tratamento médico.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O homem declarou à polícia que o que aconteceu no primeiro caso foi uma tentativa de assalto, versão que não se sustenta a partir de depoimentos de vizinhos e das empregadas domésticas que trabalhavam na casa da família. Mesmo assim, a tese voltou a ser difundida recentemente.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A pedidos de jornalistas do Projeto Comprova, a 1ª Vara do Júri de Fortaleza, onde o crime foi julgado, concedeu acesso à íntegra dos autos do processo criminal a respeito da tentativa de homicídio que deixou Maria da Penha paraplégica. Com base no processo, o Comprova explica o que aconteceu desde o início da manhã de 29 de maio de 1983 até o fim de julho de 2023, quando a defesa de Viveros pediu que o caso fosse desarquivado.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE ACONTECEU NO INÍCIO DA MANHÃ DE 29 DE MAIO DE 1983?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Maria da Penha, então com 38 anos, foi baleada com um tiro de espingarda enquanto dormia em sua casa, na Rua Fausto Cabral, nº 116, no bairro Papicu, em Fortaleza. Na casa, além dela, viviam Viveros, então com 36 anos, as três filhas do casal – Viviane, 6 anos; Claudia Fernanda, 4; e Fabíola, 2. Também dormiam no imóvel duas empregadas domésticas, Francisca Olindina Salvador de Abreu e Rita Teles Sousa, em um quarto separado da casa por um portão de ferro, próximo à área de serviço. Além de Maria da Penha, Viveros foi baleado no ombro direito, o que foi atestado pelo exame de corpo de delito feito no dia 6 de junho de 1983, uma semana após o caso, e assinado pelos peritos médicos Marco Fábio Mota Soares e Manoel Paulo da Ponte Neto, do Instituto Médico Legal do Ceará (leia mais abaixo sobre a perícia).</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />QUAL ERA A TESE INICIAL DA POLÍCIA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A primeira tese investigada pela Polícia Civil do Ceará foi a mesma apresentada por Viveros, de que a casa da família tinha sido alvo de um arrombamento. Inicialmente, o delegado à época responsável pela Delegacia de Furtos e Roubos de Fortaleza, José Nival Freire da Silva, tratou tanto ele quanto Maria da Penha como vítimas de um assalto.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O delegado chegou a determinar, no dia seguinte ao crime, que, a partir daquela data, todos os suspeitos ou presos em flagrante por roubo encaminhados àquela delegacia fossem investigados acerca do "assalto à mão armada" na casa de número 116 na Rua Fausto Cabral, onde vivia o casal.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE VIVEROS DISSE EM DEPOIMENTO?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Viveros manteve versões bem parecidas da história em depoimentos à Polícia Civil e à Justiça, embora, no segundo depoimento à polícia, tenha ficado em dúvida sobre o número de tiros disparados. No primeiro, prestado ao delegado José Nival em 7 de junho de 1983, ele disse que, naquela madrugada, por volta das 5h15, estava dormindo em seu quarto junto com sua esposa quando "despertou por ouvir seu cachorro latir, tendo se levantado, ocasião em que ouviu também alguns ruídos no teto da casa".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ele acrescentou que esses barulhos eram normais, provocados por gatos, mas que "neste dia, após ouvir estes ruídos, parou um pouco e ficou prestando atenção o que seria aquele barulho". Viveros então disse que resolveu levantar e pegar um revólver e uma lanterna que estavam perto de sua cama. De lá, foi aos quartos das filhas, onde ligou a lanterna e constatou que tudo estava normal. O próximo passo foi ir até a cozinha e a lavanderia para verificar se havia alguém na casa. Foi quando, segundo ele, a cachorra latiu novamente e ele percebeu uma sombra em uma abertura no teto que dava acesso ao forro da casa.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Viveros afirmou que apontou o revólver para a abertura do teto usando as duas mãos e que, neste momento, ouviu um disparo vindo do interior da casa —seria, em sua versão, o tiro que atingiu a esposa. Também afirmou que, "no momento preciso em que ia disparar a arma em direção ao citado buraco foi agredido de surpresa, pelas costas, sentindo que alguém colocara uma corda em seu pescoço". À proporção em que essa pessoa apertava seu pescoço, ela tentava lhe tomar a arma com a outra mão e lhe dava porradas com o braço e com o joelho, jogando-o contra a parede.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ainda conforme o relato de Marco Antonio, neste momento, um segundo assaltante tentou lhe tomar a arma, enquanto ele chutava e continuava tentando se livrar do outro oponente, sem conseguir atirar contra o homem caído por conta da posição em que estava durante a luta.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A ata do depoimento descreve o momento em que ele foi atingido: "A luta continuou, tendo o depoente, de repente, sentido que o segundo agressor tomava a arma de sua mão e apontava para sí (depoente), ocasião em que o depoente, de imediato, pegou na mão do segundo agressor, desviando a arma, momento em que ele disparou e atingiu depoente na altura do ombro direito".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ele contou à polícia que, após o tiro, ouviu a voz de uma mulher dentro da casa gritar: "Negão, vamos embora". Os assaltantes, segundo Viveros, fugiram após ele ser baleado e perder os sentidos, levando 375 mil cruzeiros em espécie (aproximadamente R$ 136, em valores atuais) e seu revólver. Ele afirmou que só foi se recordar de alguma coisa no dia seguinte, no Hospital Geral de Fortaleza – embora tenha sido levado para outra unidade, o Instituto José Frota.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Viveros acrescentou que soube por intermédio das empregadas da casa e dos vizinhos que os assaltantes fugiram pela porta principal e pelo portão da garagem, já que os dois acessos foram encontrados abertos pelas trabalhadoras quando elas foram gritar por socorro. Por fim, contou que só soube que Maria da Penha tinha sido baleada no dia 1º de junho, pela equipe médica, e que a polícia contou apenas no quinto dia após o crime que ela tinha sido atingida por um tiro de escopeta (espingarda). Disse ainda que não sabia se ela tinha sido atingida na cama ou andando pela casa, já que ficou inconsciente após levar um tiro no ombro.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE DISSE A PERÍCIA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Uma equipe de perícia esteve no local do crime no dia 30 de maio de 1983, ocasião em que ainda se trabalhava com a tese de assalto. No entendimento dos peritos, os assaltantes teriam entrado na garagem da casa escalando um muro; usado, possivelmente, uma chave de fenda para arrombar o porta-malas do carro estacionado; retirado de dentro do veículo um macaco mecânico, do tipo sanfona; e, finalmente, posicionado a ferramenta entre as pérgolas do jardim de inverno, forçando-as na abertura, para conseguir acessar o interior da casa.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Os peritos atestaram que a porta principal da casa tinha características de arrombamento, bem como sinais de luta corporal na sala e no escritório. "No quarto do casal verificou-se sobre o colchão da cama mancha avermelhada que ficou evidenciado ser sangue, além de se constatar sinais de luta na referida dependência", dizem os autos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No terreno baldio ao lado da casa, os peritos encontraram um cartucho intacto, calibre 20, de fabricação nacional da C.B.C Cruzeiro e uma luva de tecido de algodão com manchas de óleo diesel, na cor bege clara.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O exame da arma de fogo usada no crime, uma espingarda, foi realizado em 9 de fevereiro de 1991 pelo diretor Francisco Antonio Mendonça Barbosa e pelos peritos Francisco de Assis Oliveira Filho e Ranvier Feitosa Aragão, no Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública, em Fortaleza (CE). Até a conclusão do inquérito, em julho de 1984, a espingarda não havia sido apreendida pela polícia, e os autos do processo não deixam claro quando ou como a arma foi localizada.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Aos peritos, foi apresentada uma arma de fogo classificada como espingarda de pressão de calibre 4,5mm, modelo LL 300, número de série 90740, acabamento oxidado, com empunhadura e coronha de madeira, massa de mira fixa, capacidade para um só tiro, cano raiado com orientação dextrogira (que se volta para a direita). O estado de funcionamento da arma era bom e ela estava apta para realização de disparo.<br /><br />Entre as observações feitas pelos peritos estava a de que seria impossível ao ser humano "distinguir os calibres nominais das armas (revólver calibre 38 e espingarda calibre 20) pelas intensidades dos sons característicos de suas cargas de propulsão, em qualquer circunstância". Ou seja, os sons poderiam ser ouvidos, mas não distinguidos em seus calibres. Eles também não conseguiram precisar de que distância o tiro foi disparado.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Por fim, há os exames de corpo de delito feitos em Viveros e Maria da Penha. O dele foi feito no dia 6 de junho, e os peritos médicos Marco Fábio Mota Soares e Manoel Paulo da Ponte Neto confirmaram ferimento por arma de fogo na região do ombro direito. Eles apontaram que o tiro provocou "ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente", mas negaram que o ferimento tivesse resultado em incapacidade para as ocupações habituais, em perigo de vida ou em debilidade, incapacidade ou deformidade permanente.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Não foi o mesmo para Maria da Penha. O primeiro exame de corpo de delito nela foi feito também em 6 de junho de 1983 pelas peritas médicas Alzira Guerra Saldanha e Maria Solange Nobre Sampaio, ainda no Hospital Geral de Fortaleza. Elas apontaram que a paciente tinha sido atingida com um tiro na região dorsal, que se encontrava paraplégica e se queixava de dores na região torácica. Confirmaram que o tiro provocou "ofensa à integridade corporal ou à saúde da paciente", que havia resultado em incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias, em perigo de vida e em debilidade permanente.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Sobre o tiro ter causado "incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável ou deformidade permanente", disseram que era necessário aguardar um novo exame após a conclusão do tratamento, o que acabou confirmado pelo exame de sanidade feito em 10 de fevereiro de 1984 pelos peritos médicos Almir Gomes de Castro e Múcio Roberto Alves Pereira: eles constataram que Maria da Penha teria "paralisia irreversível de membros inferiores".</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE MARIA DA PENHA DISSE EM SEUS DEPOIMENTOS?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Após ser baleada nas costas enquanto dormia, Maria da Penha ficou internada por cerca de dois meses no Hospital Geral de Fortaleza e, depois, viajou a Brasília (DF), onde se submeteu a um tratamento até meados de outubro de 1983, de acordo com os autos do processo. Só em janeiro de 1984 é que ela foi ouvida pelo delegado responsável pelo inquérito, José Nival, da Furtos e Roubos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No depoimento prestado no dia 10, ela disse que acordou por volta das 6h do dia 29 de maio de 1983 com um barulho de um tiro e que, primeiro, não percebeu que tinha sido atingida, mas que "passou a perder as forças e notou que alguma coisa parecida com sangue borbulhava em suas costas". Em seguida, ela ouviu barulhos na casa, como se fosse uma luta corporal, e ouviu uma das filhas chorar. O barulho de um segundo disparo de arma de fogo foi percebido na sequência.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ela, então, chamou por Rita, uma das empregadas, e pediu a ela que ligasse para duas amigas, já que não queria assustar a mãe, mas soube, em seguida, que a linha telefônica estava cortada. Pediu, então, que a moça telefonasse da casa de um vizinho. Quem chegou primeiro para prestar socorro foi um casal de médicos que morava na rua, que a examinou e disse que o caso era muito grave.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Maria da Penha relatou à polícia que ficou sabendo no hospital que tinha sido atingida por um tiro de espingarda. Acrescentou que soube por uma das empregadas da casa que o marido tinha uma arma como aquela e que, 30 dias após o crime, a funcionária havia conferido se a arma estava no guarda-roupa em que ficava guardada, mas não estava.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No depoimento, ela afirmou que era casada com Viveros há cinco anos e que os dois tiveram três filhas, mas que "seu esposo toda vida foi uma pessoa muito grosseira e agressiva com todos de casa; que devido aos maus-tratos sofridos por parte de seu esposo a declarante diz que já estava resolvida a se separar dele" e que "no dia em que saiu de casa para morar com a mãe (após o crime), descobriu que o seu marido tinha uma amante chamada Auxiliadora, moradora de Natal (RN), com quem trocava cartas".<br /><br />Por fim, ela disse ter estranhado que os assaltantes não tivessem roubado suas joias, que estavam expostas, nem usado o carro do marido na fuga, e disse não entender por que tinha sido baleada dormindo, já que não oferecia qualquer obstáculo à ação dos supostos criminosos.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />EM QUE MOMENTO VIVEROS PASSOU DE VÍTIMA A SUSPEITO DO CRIME?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Entre janeiro e fevereiro de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva ouviu as duas empregadas da casa: primeiro, Francisca, e depois Rita. As duas dormiam em um quarto isolado, separado da casa por um portão de ferro, perto da área de serviço. Ambas acordaram com os gritos de socorro vindos de Viveros, mas nenhuma das duas ouviu os tiros.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Os depoimentos das trabalhadoras foram fundamentais para o avanço da investigação porque elas contaram à polícia sobre a rotina da casa e o comportamento grosseiro de Viveros, tanto com a esposa quanto com as empregadas e as próprias filhas. Disseram que ele costumava aplicar castigos físicos às meninas, que, frequentemente, precisavam ser tratadas com pomadas, dada a força dos golpes.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Também afirmaram categoricamente que Viveros possuía uma espingarda —arma que ele não havia mencionado à polícia e que, depois, negou ter, tanto em um segundo depoimento quanto em duas acareações. Ainda assim, elas mantiveram seus depoimentos. Francisca disse ter visto a espingarda dentro de um guarda-roupa cerca de 30 dias antes do crime.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No depoimento prestado ao delegado em fevereiro, Rita confirmou a existência da espingarda e disse ter observado a arma sendo limpa por Viveros.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Rita confirmou que o patrão "tratava mal" a esposa, as filhas e as empregadas e, assim como Francisca, confirmou que, após o suposto arrombamento, as joias de Maria da Penha e de Viveros, assim como as chaves do carro dele, estavam em locais de fácil acesso. Algumas, inclusive, estavam sobre o mesmo móvel em que o dinheiro levado pelos supostos assaltantes se localizava.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Três dias após o depoimento de Rita, em 9 de fevereiro de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva deu sinais de que desconfiava de Viveros: enviou um ofício ao Departamento de Polícia Federal pedindo informações sobre os antecedentes dele, inclusive em seu país de origem, a Colômbia.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O delegado justificou o pedido dizendo que "a pessoa supra qualificada foi vítima de suposto assalto à mão armada juntamente com sua esposa Maria da Penha Maia Fernandes Heredia, resultando ferimentos leves no mesmo, enquanto que sua mulher encontra-se atualmente paraplégica, existindo indícios de que a ação delituosa (assalto) tenha sido simples simulação".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A Polícia Federal respondeu ao titular da Delegacia de Furtos e Roubos que nada constava em desfavor de Viveros. Já a Polícia Civil investigava o paradeiro de um carro dele, um Passat (veja mais detalhes abaixo).</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Em junho de 1984 foi quando as coisas mudaram de vez. Uma operação de busca e apreensão na casa de Viveros levou policiais a um revólver da marca Taurus, em nome do novo suspeito. Mais tarde, a Justiça apontaria esta arma como a mesma que Viveros disse ter sido levada no dia do crime pelos supostos assaltantes. Em 28 de junho, ele foi interrogado novamente; desta vez, não mais como vítima, mas como suspeito do crime.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />ALGUÉM TESTEMUNHOU O TIRO CONTRA MARIA DA PENHA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Não. Ela estava dormindo no momento do disparo e não viu o atirador, assim como as filhas crianças e as duas empregadas domésticas, que acordaram com os gritos de socorro do então marido. No entanto, os depoimentos de vizinhos ajudaram a apontar incongruências na história relatada por Viveros. Ele disse que acreditava que os supostos assaltantes tinham fugido pela porta da frente da casa e pela garagem, e que não achava que a fuga teria ocorrido pelos fundos por causa da presença da cachorra da família.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No entanto, nenhum dos vizinhos que saiu à rua após ouvir os tiros testemunhou alguém fugindo, tampouco as empregadas da casa. O primeiro vizinho a aparecer foi o engenheiro agrônomo José Osvaldo Araújo, que ouviu um dos disparos e chamou a polícia. Apesar de Marco Antonio ter dito que ficou insconsciente, o vizinho disse tê-lo visto sair de casa e ir andando até a viatura da polícia que o levou ao hospital.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Outro que não aparece entre as testemunhas, mas é citado em muitos depoimentos e no relatório final do inquérito policial, é o vigia José Nilson da Silva. Ele trabalhava em uma casa em construção em frente à residência do casal e afirmou que não viu ninguém sair da casa de Maria da Penha após os tiros.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Francisco Brasileiro Marques de Sousa é outra testemunha de acusação. Os fundos da casa dele dão para os fundos da casa do casal, e ele contou à polícia que estava acordado quando ouviu os dois tiros, com um intervalo de dois a três minutos entre eles. Ele também ouviu os gritos de socorro e colocou um banco ao lado do muro de sua casa para olhar para o outro lado, mas não viu ninguém fugindo. Também disse que, no terreno baldio ao lado do imóvel, não tinha onde se esconder.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No relatório final do inquérito, o delegado destaca que esse intervalo entre um tiro e outro mencionado por Francisco era "tempo suficiente para o indiciado fingir uma suposta luta e se autolesionar".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Também vizinho, Helio Teixeira Maia não estava no local no momento dos tiros, mas ouviu do vigia José Nilson que ninguém tinha saído do imovel. Contou que, dias depois, os vizinhos decidiram fazer uma reunião para contratar vigilantes noturnos e que Viveros foi à reunião sem demonstrar trauma, o que causou estranheza.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A última testemunha de acusação, Angelita Barreto Fernandes, também não presenciou o fato, mas era vizinha da mãe de Maria da Penha e, a pedido de uma irmã, foi até o hospital. Sem saber que Maria havia sido atingida, encontrou com Viveros aguardando para fazer um raio-x, usando uma pulseira dourada que havia permanecido em seu braço mesmo após a luta corporal narrada por ele. Marco Antonio lhe perguntou pela esposa e, em seguida, disse que estava "banido", sem explicar o que significava. Angelita disse ter ouvido de uma irmã de Maria da Penha que Viveros tinha coberto o rosto com um lençol já no hospital e dito que havia sido "muito burro".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Nenhuma das testemunhas de defesa do então marido presenciou o crime. Todas ouviram falar do caso pelos jornais ou por ele mesmo. Falaram sobre uma campanha para arrecadar dinheiro para que ele fosse a Brasília, onde Maria da Penha estava sendo tratada, e comentaram sobre a relação normal dele com a família.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE DISSE MARIA DA PENHA NO SEGUNDO DEPOIMENTO?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No segundo depoimento, de 3 de julho de 1984, após a polícia informar sobre novas linhas de investigação, Maria da Penha disse que, ao perceber que foi atingida, "logo teve o pressentimento de que seu esposo seria o autor o disparo", e que ouviu barulhos pela casa seguidos de outro disparo, mas que, de onde ela estava, não era possível dizer se a luta acontecia mesmo ou não.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ela relatou que, um mês após voltar do tratamento médico em Brasília, ela entrou na Justiça com um pedido de separação de corpos – uma medida que antecede o divórcio – motivada pelos maus-tratos dele, que não permitia que ela se relacionasse com os familiares ou que recebesse visitas de vizinhos. Na partilha, Viveros ficou com um carro modelo Chevette, já que havia dito que seu veículo, um Passat, tinha sido perdido em uma batida – mais tarde, a polícia descobriu que o carro tinha sido vendido. Ela também relatou que ele maltratava as filhas, que tentou pressioná-la a fazer um seguro de vida em que ele seria o beneficiário e citou um caso envolvendo um chuveiro.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Segundo Maria da Penha, o marido instalou um chuveiro elétrico para que ela tomasse banho em casa, já de volta a Fortaleza após tratamento na capital federal, mas o chuveiro dava choques e ela o questionou sobre isso. Ele teria dito que era porque faltava um fio-terra, mas que colocaria depois. Ela contou que não usou mais o chuveiro temendo ser eletrocutada e que este temor vinha dos maus-tratos que sofria, o que fez com que ela acreditasse que os choques eram propositais.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No depoimento durante a fase de instrução do processo, ela repetiu a versão. Afirmou que acordou com o barulho de um estampido e uma sensação de queimadura nas costas e que, imediatamente, pensou que o tiro tivesse partido do marido. Acrescentou que ficou imóvel, temendo um segundo disparo. Depois, pensou se não seria mesmo um assalto e se ela não estaria fazendo mau juízo dele. Mais uma vez, confirmou que ele se queixava dos familiares que a visitavam.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />VIVEROS TINHA UMA AMANTE? ISSO INFLUENCIOU NO CASO?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Tinha. Em alguns vídeos publicados nas últimas semanas, youtubers e influenciadores apontam que Maria da Penha teria sido mesmo baleada por um assaltante e que, somente após descobrir que o marido tinha uma amante, é que decidiu acusá-lo de tentativa de assassinato. Mas não foi bem assim. Pelos autos do processo, fica claro que o delegado do caso disse à Polícia Federal que suspeitava de Viveros após os depoimentos de Maria da Penha, das duas empregadas da casa e do laudo de sanidade da vítima, que apontava paralisia irreversível.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A existência da amante é mencionada pelo delegado, mas não recebe o mesmo destaque que as contradições sobre a presença de assaltantes —que ninguém viu fugir—, sobre Viveros ter uma espingarda e sobre a gravidade das lesões de Maria da Penha, sobretudo em comparação com as dele.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Além disso, a farmacêutica disse mais de uma vez que, à época do crime, já não mantinha relações sexuais com o marido há cerca de seis meses e que, quando descobriu sobre a amante, depois do tratamento em Brasilia, já havia se decidido a deixar a casa onde morava com o marido.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O caso foi evidenciado após Maria da Penha encontrar cartas de uma mulher chamada Auxiliadora, endereçadas ao então marido, em uma pasta no escritório dele, junto com comprovantes de AR (aviso de recebimento) de correspondências dele para Auxiliadora. À polícia, ele confirmou que se correspondia com a mulher e que, inicialmente, ela não sabia que ele era casado, e que só passaram a se envolver mais intimamente após a separação.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />O QUE DISSE A JUSTIÇA? RESTOU ALGUMA DÚVIDA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No dia 6 de julho de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva concluiu o inquérito policial, indiciando Viveros pelo crime de tentativa de homicídio qualificado contra Maria da Penha. O inquérito foi enviado ao Ministério Público do Ceará, que, por sua vez, denunciou ele à Justiça em 28 de setembro de 1984.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Antes da primeira decisão da Justiça, a defesa de Viveros alegou que a denúncia e o próprio inquérito tinham "cunho meramente indiciário, com presunções, ilações, conjecturas", sem qualquer testemunha que atestasse que o crime tivesse sido cometido por ele. Também alegou que o relatório da polícia não levava em conta a perícia feita no local do crime e, por isso, pedia que a denúncia fosse julgada improcedente.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Não foi o que entendeu a então juíza titular da 1ª Vara do Júri de Fortaleza, Maria Odele de Paula Pessoa. No dia 31 de outubro de 1986, ela decidiu aceitar a denúncia do Ministério Público e expedir uma sentença de pronúncia, o que significa que vira elementos suficientes para que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Sobre a argumentação de que a denúncia era baseada em indícios, a juíza disse que, nesses casos, é preciso provar se os indícios estão em harmonia ou desacordo com as demais provas do processo. Em seguida, listou fatos apontados na denúncia e no inquérito, como o réu ser dono de uma espingarda, mesmo que não tenha admitido; nenhuma testemunha ter visto pessoas estranhas fugindo da casa; o réu não viver em harmonia com a esposa, ter um comportamento grosseiro e ter uma amante; e um revólver ter sido encontrado na casa do réu, mesmo ele tendo dito que sua arma tinha sido levada pelos assaltantes.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Para Maria Odele, Viveros não esclareceu completamente os fatos relacionados ao crime e que o apontavam como responsável pela tentativa de homicídio, de modo que ele não podia, apenas negando a autoria, convencer que era inocente.<br /><br />A defesa recorreu da sentença de pronúncia apenas em 1987. O desembargador que julgou o recurso, Carlos Facundo, considerou que a defesa demorou a fazer o pedido e o negou, apontando que, naquele caso, havia "uma verdadeira demora e descaso em se dar prosseguimento ao andamento regular do processo".</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O julgamento finalmente ocorreu, em 4 de maio de 1991, quando os sete jurados que formaram o Conselho de Sentença precisaram responder às seguintes perguntas:</span></span></div><ol class="x1e56ztr x1xmf6yo x1xfsgkm x3yw8vx" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px; margin-top: 8px; padding-left: 32px;"><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O réu Marco Antonio Heredia Viveros, no dia 29 de maio de 1983, por volta das 5h, no interior do imóvel de nº 116 da Rua Fausto Cabral, bairro Papicu, Fortaleza, munido de instrumento perfuro-contundente, produziu em Maria da Penha Maia Fernandes a lesão descrita no auto de exame de corpo de delito?</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O réu, assim agindo, deu início à execução de crime de homicídio que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade?</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O réu cometeu o crime por motivo torpe?</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O réu usou de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, isto é, efetuando o disparo contra a mesma enquanto ela dormia?</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Há atenuantes em favor do réu?</span></span></div></li></ol><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O que os jurados decidiram:</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao primeiro quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao segundo quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao terceiro quesito: Sim, por cinco votos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao quarto quesito: Sim, por sete votos. (O quesito foi repetido por contradição com a resposta ao primeiro quesito, já que um dos jurados negou a autoria do fato imputado ao réu).</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao quarto quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ao quinto quesito: Não, por quatro votos.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Ou seja, o Tribunal do Júri reconheceu que Viveros foi o autor do disparo efetuado contra a vítima; que o réu, assim agindo, deu início à execução de crime de homicídio contra a vítima, o qual não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade; e que o crime de tentativa de homicídio fora praticado por motivo torpe e com uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima (incisos I, IV do Art.121, § 28, do Código Penal).</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Com base na decisão do júri, a juíza Maria Odele de Paula Pessoa estipulou uma pena de 15 anos de reclusão, que foi reduzida para 10 anos porque, de acordo com o parágrafo único do <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fdecreto-lei%2Fdel2848compilado.htm%3Ffbclid%3DIwAR0vyJyiVfg-ug1Rih4UGCVNSnNuThoIWTJCNw7lsZqWZuUvfZYrzS6h3UI&h=AT3NFAp9Eal9HQ1eTPziPCFG9Cbfi5ktp1Nfg2BVr9erG1F8gMjvgTi75zq4Ax0GRZOkN5Z65T_pp1eJOhiQh7GMt7oLi803HT3NXlSC31OKF9D0mgJukC2Hi5fGtxUHAw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">artigo 14 do Código Penal Brasileiro</a></span>, a pena é diminuída de um a dois terços quando o crime é tentado, mas não consumado.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />POR QUE ELE DEMOROU A SER PRESO?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">No dia do julgamento de 1991, a defesa de Viveros pediu que ele aguardasse em liberdade pelo julgamento da apelação da sentença, o que foi concedido pela juíza. Por isso, apesar de condenado a 10 anos de prisão, ele saiu do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, em liberdade.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Entre o recurso da defesa e um parecer do Tribunal de Justiça do Ceará foram mais quatro anos, incluindo a anulação do primeiro julgamento por falha na formulação das perguntas ao júri, até que a 2ª Câmara Criminal do TJCE decidiu por unanimidade, em abril de 1995, mandar que Marco Antonio fosse novamente julgado. Eles entenderam que não se podia negar que havia indícios de que o réu era o autor do crime e que esses indícios se aliavam às contradições dele próprio, ao fato de ter negado ter uma espingarda, aos depoimentos de vizinhos, que não viram ninguém fugindo, e ao fato de ele ter um péssimo relacionamento conjugal com a esposa, além de ter um caso extraconjugal.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O segundo Tribunal do Júri foi realizado em 14 de março de 1996. Desta vez, os sete jurados foram unânimes em apontar que Viveros tinha sido o autor do tiro contra Maria da Penha. A pena no segundo julgamento foi de 10 anos e seis meses de prisão, mas, novamente, ele saiu livre do tribunal após mais um recurso de apelação, desta vez, a uma instância superior.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A defesa de Viveros alegou que o julgamento tinha ido de encontro às provas dos autos e também questionou a pena estabelecida. Foi a vez do desembargador Francisco Gilson Viana Martins decidir que não haveria um novo julgamento, mas que a pena seria reduzida para oito anos e seis meses de reclusão, já que, ao calcular a punição, a Justiça contou duas vezes a qualificadora de homicídio qualificado, que soma dois anos à pena. Já era 22 de maio de 1998 e, dali a uma semana, o crime completaria 15 anos.<br /><br />Naquele ano de 1998, Maria da Penha, o Cejil (Centro para a Justiça e o Direito Internacional) e o (Cladem) (Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher) <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.corteidh.or.cr%2Ftablas%2Fr24591.pdf%3Ffbclid%3DIwAR3lFsqqgpZNYL_g5PeEE-ICK8aSDHi1qSh_b6laEoHI5V6eEjijdEKuAWw&h=AT2T0y-bhd0TBw8Ulb2smO09Skajbs-UfTyRpL97pg9u2MW9lvaIqZC-BfYY4C6lV18vj2utM21SsvZGfQ-wEECmigiQFc5Q2fSCv4wDHTR-xtAQXmZOMjugT_9pFqz-0w&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">denunciaram o caso</a></span> à CIDH/OEA (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos). Após receber quatro ofícios da CIDH/OEA, <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffsp%2Fcotidian%2Fff0605200109.htm%3Ffbclid%3DIwAR1UqR2W4eUNzU8qH5vVvcqUlb9ZiOvrEcG9GID36kg5-JeAyIUwfSlQpf8%23%3A~%3Atext%3DA%2520cearense%2520Maria%2520da%2520Penha%2C1983%252C%2520mas%2520continua%2520em%2520liberdade.&h=AT2b5_wXFDVnb0kVvAQdhFqwRX8UdQ1Fu7bYdfBAm3igtKVjYvjIAJdyM2exk_d8RzRYJhUiPd8PQQZ71dglheDMja5yrNojlGMQZh-AU_ZZUxOj3PJgd-VNFXq1a0jAkw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">o Brasil foi responsabilizado</a></span>, em 2001, por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres brasileiras. Além disso, recebeu quatro recomendações:</span></span></div><ul class="x1e56ztr x1xmf6yo x1xfsgkm xtaz4m5" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin: 8px 0px; padding: 0px 0px 0px 32px;"><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">dar uma resposta rápida e efetiva ao caso de Maria da Penha Fernandes, fazendo cumprir a condenação de seu agressor;</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">fazer "investigação séria, imparcial e exaustiva" a respeito das irregularidades e atrasos no caso;</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">assegurar à Maria da Penha uma reparação simbólica e material por não oferecer recurso rápido e efetivo, por manter o caso na impunidade por mais de 15 anos e por impedir com esse atraso a possibilidade indenização civil;</span></span></div></li><li><div class="x1e56ztr" style="font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">reformar as leis do país de forma a evitar a tolerância e o tratamento discriminatório à violência doméstica contra mulheres no Brasil.</span></span></div></li></ul><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fassets-compromissoeatitude-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com%2F2012%2F08%2FOEA_CIDH_relatorio54_2001_casoMariadaPenha.pdf%3Ffbclid%3DIwAR0rqDB-VKTOanVUf9TKkK7gwOTWMe8rQfXkZj06vfyvskucH8YiuljKpMo&h=AT1Wvxgj6oenhuwofsynZGyMLJj34FfQdGSZQ1barRY7GmTlkhfiyk8zxNuYL4jeR85CWNSUVAD95cZhHY3BytEQ5fRDAwNdK0WF0bwpeOjbwzLu9tMIbSpbXuQeGLMGYw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">relatório 12.051 elaborado pela CIDH/OEA sobre o caso Maria da Penha</a></span> está disponível para qualquer pessoa que quiser lê-lo.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A despeito da denúncia feita à CIDH/OEA, os advogados de Viveros recorreram novamente, desta vez ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 1999. Enquanto a apelação corria no STJ e o Brasil era responsabilizado internacionalmente pelo caso, o Ministério Público do Ceará pediu, em 2002, ao juiz da 1ª Vara do Júri de Fortaleza, que expedisse o mandado de prisão de Viveros, o que ocorreu em 2 de outubro daquele ano, 19 anos após o crime.<br /><br />Viveros foi <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffsp%2Fcotidian%2Fff3110200210.htm%3Ffbclid%3DIwAR0PHnE80O4K7j5CDD7bgbtn7skyNUhcyr859RJVBR1QGe2Vhk5rTZSxrhk%23%3A~%3Atext%3DDezenove%2520anos%2520e%2520tr%25C3%25AAs%2520meses%2Cem%2520rela%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520%25C3%25A0%2520viol%25C3%25AAncia%2520dom%25C3%25A9stica.&h=AT2TU8eLE2UuhO_m2It0yFmhhY-meMMTRMkFJ6aZqAEoNxnrHFb9QdaVg_GMLbmoX4E9KjANrdxuZXTRVqkNgyl-keumOJusd9UQ3G8R8v6q-1j90Krs24NfSkkcx3vDVw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">preso em 29 de outubro de 2002</a></span> em Natal. Em março de 2004, ele conseguiu ir para o regime semiaberto e, em fevereiro de 2007, conseguiu a liberdade condicional. Em março de 2016, o TJCE disponibilizou ao público uma cópia do processo no memorial do Tribunal. O espaço, contudo, passou por um incêndio em setembro de 2021. A cópia que se encontrava lá não foi atingida, mas, segundo o Tribunal, os autos foram digitalizados depois disso e o processo foi arquivado definitivamente.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Recentemente, Viveros concedeu entrevista a um canal no YouTube, em que repetiu sua versão para a história e, em junho de 2023, um de seus advogados pediu o desarquivamento dos autos "para instruir futura revisão criminal", o que foi negado no dia 20 de julho pelo juiz Antônio Edilberto Oliveira Lima.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />COMO SURGIU A LEI MARIA DA PENHA E QUAIS OS EFEITOS DELA?<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Diante da falta de medidas legais e ações efetivas, como acesso à Justiça, à proteção e à garantia de direitos humanos a vítimas de violência doméstica, foi formado, em 2002, um <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fazmina.com.br%2Freportagens%2Frevolucionaria-em-varios-sentidos-a-historia-da-lei-maria-da-penha%2F%3Ffbclid%3DIwAR3Ka-Go-euqQTACq2wH0FhReWl2fKAYXX_643WBQ2WnaBYHxVaWLWhb1i0&h=AT1mETKc3avDgH8bk7-afL0XCIkZb_EkskSdsFazatanOXXoxljgKA1fdQX9MPiFvgag3P0_o1Vjo_DW7p29HUZ7bbBI2Xy4I10LbiG2EQjtSjAnm_VSXDMwGKOgX2TAsQ&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">Consórcio de ONGs Feministas para a elaboração de uma lei</a></span> de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O Projeto de Lei nº 4.559/2004 da Câmara dos Deputados chegou ao Senado Federal (Projeto de Lei da Câmara nº 37/2006) e foi aprovado por unanimidade em ambas as Casas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então em seu primeiro mandato, sancionou a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2004-2006%2F2006%2Flei%2Fl11340.htm%3Ffbclid%3DIwAR2A6B2bDrbL_kPAXTpcfGSI9XNH-VxzThacBvrgVnpKjjSw8-QdRRB9ctc&h=AT0S9W8IrytfUciduCSR8iHftjMGYtLdwTPyH1MDd3bLmjrN81V6Fx32eNvP0YtytFzzeStqJTKJVnflxCdjRsh-Q4ynxZhGLVHsFcaXr-5FUZ8lkn8L6yvEjeB_onbfqw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">lei nº 11.340</a></span>, em 7 de agosto de 2006.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A lei, conforme o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.stj.jus.br%2Fsites%2Fportalp%2FPaginas%2FComunicacao%2FNoticias%2F08082021-Violencia-domestica-15-interpretacoes-que-reforcaram-a-protecao-da-mulher-em-15-anos-da-Lei-Maria-da-Penha.aspx%3Ffbclid%3DIwAR3uq1V_rYBdgIZNqQsVGXztHr3-dsyQ1itIDzfqmof47ejwzqnZEVZ9i8o&h=AT3krsuh9oyhdxl0ravX9Ov0q5ypAKqSr8jk0rKPF-sLcV5XsoTYMHtDPI6JbAuX_pYeZnrZrl5g_XHt3AfZ6Z2Dg5-eZWdxfC6WZrGeXHVPwz3yMwGfyS_3AvfEJIIFPQ&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; 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background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, da OEA</a></span>, aprovada em Belém em 1994 e promulgada pelo Brasil em 1996, por meio do <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fdecreto%2F1996%2Fd1973.htm%3Ffbclid%3DIwAR0rqDB-VKTOanVUf9TKkK7gwOTWMe8rQfXkZj06vfyvskucH8YiuljKpMo&h=AT2Z39PfIB0PVNx38636A9YZJdxjVky-T1a1AeLJZ7iehfMGmOliI7jxgQhf0x2_Y3u1sbz5cPZAmzcyDIWsRPjOB5DYImsFzbQlhz6uiPQb5CRhzR4k15PLYkqsVVWFsA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">decreto 1.973</a></span>.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Como uma das recomendações da CIDH foi reparar Maria da Penha tanto material quanto simbolicamente, o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fveja.abril.com.br%2Fbrasil%2Fmaria-da-penha-e-indenizada-apos-7-anos%2F%3Ffbclid%3DIwAR1i0M6VDu4zDREW8fxQ0TTt2ax-1-5EOoRwAcyqyHZBMPa9IhVIjuh_GA4&h=AT3VFO4XZDax2WWljgcEQS2GH3178Jl9s1n3_6vypSEoK2ZybJ4iiEc1pwd32nJ8EOx3sSuhC5nvmT7YB_FKHAMNEPGa98RkxtrcqyUc76OzVceHL9PES6Fbhds_jAKmfQ&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">estado do Ceará pagou a ela uma indenização</a></span>, e o governo federal batizou a lei com o seu nome como reconhecimento de sua luta contra as violações dos direitos humanos das mulheres.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">Em abril de 2023, Lula <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fg1.globo.com%2Fpolitica%2Fnoticia%2F2023%2F04%2F20%2Flula-sanciona-mudancas-na-lei-maria-da-penha-que-garantem-medidas-protetivas-a-partir-da-denuncia-da-mulher.ghtml%3Ffbclid%3DIwAR2YCbzthBZ8hNKKCaazQjkFLM3nsRyon8H8vUcnQTstZpEJv2fdJqSfqn0&h=AT0_qi2LconuqIx9EBR02xxSuCzKoNA5Lg-oiGdICNvc1Dq_2h1G8tcTftg7pyHiRSXeFzgjFlWNg_TaO1JFKh_iLibHFVJ6q4owW020-ViuuhASZkTxG-tR2WB3mzmw5w&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">sancionou mudanças na Lei Maria da Penha</a></span> com o objetivo de garantir que medidas protetivas de urgência sejam concedidas mais rapidamente e sem muita burocracia.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A lei prevê ainda que essas medidas protetivas de urgência sejam concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial e do registro de boletim de ocorrência. De acordo com o <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fmedida-protetiva.cnj.jus.br%2Fs%2Fviolencia-domestica%2Fapp%2Fdashboards%3Ffbclid%3DIwAR0vJcgZPvdo-QZITiNIMDPmVOlnXwQ78x3rFtVFqDBvjFjb88kMmPlsIFA%23%2Fview%2F5ff5ddea-55e6-42a6-83fa-710d40507c3f%3F_g%3Dh%402463b39&h=AT0NqVPmQEBAknsqIT9x80kWCx70OnQXZZczq6HARw41PUy_gN4RmtSijGFvIta3UOrw-O9TmOzQGQpdNbnPEyDWHqa2nLQ05eqhO3yHV3bf8MXiycQ_zNCQju_uCk0_JA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">Painel de Monitoramento das Medidas Protetivas de Urgência da Lei Maria da Penha</a></span>, atualizado pelo Conselho Nacional de Justiça, só em 2023 foram concedidas 216.985 medidas protetivas de urgência no Brasil.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />POR QUE EXPLICAMOS<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">O Comprova Explica esclarece temas importantes para que a população compreenda assuntos em discussão nas redes sociais que podem gerar desinformação. No caso Maria da Penha, a versão do homem condenado por tentativa de homicídio circula de forma isolada e está sendo tomada como verdade, sem que seja considerada a palavra da vítima, a investigação policial, do Ministério Público e dois julgamentos. O discurso compartilhado fora de contexto levanta suspeitas infundadas sobre a vítima e, como consequência, sobre a necessidade de políticas públicas de proteção a mulheres vítimas de violência doméstica no país.</span></span></div><h4 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz xyorhqc xtvhhri x1anpbxc" style="color: inherit; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 10px 0px; outline: none; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen x1xlr1w8 xi81zsa" style="color: var(--secondary-text); font-family: inherit; font-weight: 700; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;"><br />OUTRAS CHECAGENS SOBRE O TEMA<br /></span></span></h4><div class="x1e56ztr" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-size: medium;">A alegação de que Maria da Penha teria sido baleada por assaltantes, e não pelo marido, já foi desmentida por diversas agências de checagem e veículos de comunicação, como <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.uol.com.br%2Funiversa%2Fnoticias%2Fredacao%2F2022%2F06%2F06%2Fe-mentira-que-maria-da-penha-nao-sofreu-tentativa-de-feminicidio-entenda.htm%3Ffbclid%3DIwAR0KpTUMLeHXZ8TELxAZLO2epcGEw8iWMHfYA4sG6dQ3OtmuANdx81cn7A0&h=AT21MzIiZxhd6wHGvz3h9h7EkmWdWfxmW5_9ejW01lWGz42ARPCs4lMGKZVzkM4b681YMbRkm4jWwnM4GGWerYGHULMU_iJ7R-Te2ioRB0YV5k5a4yk-9VRsThPwJ2HVXw&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">UOL</a></span>, <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.aosfatos.org%2Fnoticias%2Fmarido-atirou-em-maria-da-penha-nao-assaltante%2F%3Ffbclid%3DIwAR0vSa-kKuvnJAH2TOpqW9VpTMB1wWv-HtOccrBvTcKUnXL5bX-L_ViYqOk&h=AT0LAnYMjugrZDpA6vxd6ArOz3HAb2TeJuOXo2EzTTGsKE6PkUHDAEHmHXyicFqJgjX8PKPXfCPhRRcLQf41d3-LjUiaLDOHTfdf38k2ZAhywDt8AOmYnYYEmJBpr25sRA&__tn__=-UK" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; 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background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">o que é a teoria da conspiração da Nova Ordem Mundial</a></span><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: inherit; font-size: large;">.</span><br /><br /><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: inherit; font-size: large;">A investigação desse conteúdo foi feita por Estadão, Plural e Grupo Sinos e publicada em 9 de julho pelo Projeto Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Nexo, O Popular, O Povo e Diário do Nordeste</span><br /><br /><span style="color: #1c1e21;"><span style="font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/08/entenda-o-caso-de-maria-da-penha-que-originou-lei-de-protecao-a-mulheres-vitimas-de-violencia-no-brasil.shtml</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family: verdana;"><b>Nota: esta cópia da reportagem do Comprova estava no grupo Lei Maria da Penha Contra a Violência à Mulher e o robô do facebook removeu por contrariar as regras do robô do facebook, que lê as palavras, mas NÃO sabe interpretar, ou juntar todo o conteúdo para entender e formar uma opinião a respeito. <span style="font-size: medium;"> </span></b></span></span></span></div></span></div></div></div></div></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-91428600244934642022023-09-19T17:40:00.004-03:002023-09-19T17:42:13.297-03:00 Em Portugal peça ajuda em caso de violência contra a mulher <p><span style="background-color: white; color: #666666;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">A <b>Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)</b> é uma instituição particular de solidariedade social, pessoa colectiva de utilidade pública, que tem como objectivo estatutário promover e contribuir para a informação, protecção e apoio aos cidadãos vítimas de infracções penais </span></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxRFi9XxdYSUWyTchjvqVw_U-xqx2A1ncCZmAp3DjQrFmys_mWZTpVojVRpTuCRilsgRgJrJsclDWgjR5fecdfQTzgYpvmrW6KlNBzZNsVqJmPCsvLmBnYNb7grVGlJy2QQe_3gvqE_k7u0T9n9_i6JNxWmwjqed9O3J-H2wohLR4GcCocwFY8KB9JZhg/s600/apav_st00171008.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="204" data-original-width="600" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxRFi9XxdYSUWyTchjvqVw_U-xqx2A1ncCZmAp3DjQrFmys_mWZTpVojVRpTuCRilsgRgJrJsclDWgjR5fecdfQTzgYpvmrW6KlNBzZNsVqJmPCsvLmBnYNb7grVGlJy2QQe_3gvqE_k7u0T9n9_i6JNxWmwjqed9O3J-H2wohLR4GcCocwFY8KB9JZhg/w640-h218/apav_st00171008.jpg" width="640" /></a></p><br /><p></p><p align="justify" style="background-color: white; color: #666666; margin: 15px 0px;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">É, em suma, uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma individualizada, qualificada e humanizada, vítimas de crimes, através da prestação de serviços gratuitos e confidenciais.</span></p><p align="justify" style="background-color: white; color: #666666; margin: 15px 0px;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: medium;">Fundada em 25 de Junho de 1990, é uma instituição de âmbito nacional, localizando-se a sua sede em Lisboa.<br /><br /><b>Se estiveres em Portugal e precisares de ajuda, acesse o site da APAV e informe-se no site da APAV</b><br /><br /><b>https://apav.pt/apav_v3</b></span><br /><br /></span><span style="font-family: NobileRegular; font-size: 12px;"> </span><br /><br /><br /></p>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-92200669220726092042023-08-21T06:57:00.012-03:002023-08-21T07:00:17.940-03:00 Leite faz mal?<span style="font-family: verdana;"><b>Quem não conhece alguém que resolveu parar de tomar leite ou de consumir laticínios porque achou que fazia mal?</b><br /><br />O mercado de produtos sem lactose, ou de supostos “substitutos” como leite de amêndoas ou de arroz, vem crescendo e conquistando adeptos que talvez não saibam que estes produtos, além de desnecessários para a maioria das pessoas, não são substitutos nutricionais do leite. A intolerância a lactose é uma condição real, mas muito menos comum do que o marketing sugere, principalmente em populações ocidentais.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiLSTAqv8D3z_Utqlubjzga-jlOyoxX-36Am2zkBicy7NdA5CoUdn999oIVzDyoI8qUvi-qgUiOuV9gJAqZdZXv1tMRGxZjOZoy2kGwubYea_U0BjuUU3SapAGLmAehqqlZNOWQnhqripKvbzz7dG0B52Vnd9onx5H7UsETv_dWneHTEcg2uhCn-BQH3wA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="465" data-original-width="674" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiLSTAqv8D3z_Utqlubjzga-jlOyoxX-36Am2zkBicy7NdA5CoUdn999oIVzDyoI8qUvi-qgUiOuV9gJAqZdZXv1tMRGxZjOZoy2kGwubYea_U0BjuUU3SapAGLmAehqqlZNOWQnhqripKvbzz7dG0B52Vnd9onx5H7UsETv_dWneHTEcg2uhCn-BQH3wA=w640-h442" width="640" /></a></div><br />E por que existem pessoas que não conseguem digerir lactose? Na verdade, talvez a pergunta devesse ser o contrário: por que existem adultos que conseguem? A lactose é um açúcar presente no leite e requer uma enzima especial, chamada lactase, para ser digerida. Mamíferos em geral nascem bem equipados, com lactase e também com bactérias que ajudam no serviço, mas vão perdendo esta capacidade à medida que se tornam adultos. Isso acontece quando uma proteína reguladora “desliga” o gene da lactase, como se estivesse sinalizando que o animal já cresceu e pode desmamar. O que é diferente em humanos?<br /><br />Parece que neste caso, a evolução fez uma “gambiarra”. Mais ou menos 7.500 anos atrás, quando começamos a domesticar animais que produzem leite, surgiu uma mutação que impede o desligamento do gene da lactase, que então se mantém ativo durante toda a vida. Isso pode ter sido vantajoso por uma série de motivos. A possibilidade de digerir leite pode ter aumentado as chances de sobrevivência em tempos de seca e pouca colheita, pode ter aumentado a taxa de fertilidade, ao diminuir o tempo necessário para o desmame das crianças, liberando a mãe para engravidar novamente. Pode ter reduzido infecções causadas por água contaminada, já que o leite é uma fonte alternativa de hidratação. Pode ter permitido uma maior diversidade de bactérias no intestino, trazendo outras vantagens. Quaisquer que sejam as causas, o fato é o que o gene foi selecionado e se espalhou pela Europa, onde a criação de animais para produção de leite e derivados era uma tradição.<br /><br />Já na Ásia, onde a domesticação de animais de ordenha não era tão popular, não houve pressão seletiva para favorecer esta mutação. Não por acaso, o continente concentra a maior parte da população mundial que é realmente intolerante à lactose.<br /><br />Embora o número de pessoas no mundo que de fato sofre com intolerância a lactose sejam considerável, o mercado de alternativas ao leite tenta vender a ideia de que nenhum ser humano adulto deveria consumir leite porque nenhum outro mamífero adulto consome e portanto, “não evoluímos para isso”. Curiosamente, os humanos capazes de digerir lactose só conseguem fazer isso justamente por causa da evolução, processo que não é dirigido: nenhuma espécie evolui “para isso” ou “para aquilo”, a evolução acontece ao acaso ou em resposta à pressão seletiva. Ao contrário do discurso pseudocientífico, que evolui para bater a carteira dos desavisados.<br /><br />Texto de <b>Natalia Pasternak</b>, microbiologista, presidente do IQC, professora na Universidade de Columbia (EUA) e FGV-SP e autora dos livros Ciência no Cotidiano e Contra a Realidade n'O Globo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/blogs/a-hora-da-ciencia/post/2023/08/leite-faz-mal.ghtml</span></span><p></p>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-6387151958917048442023-08-10T18:49:00.003-03:002023-08-10T19:45:11.151-03:00O caso de Maria da Penha, que originou lei de proteção a mulheres vítimas de violência no Brasil <p><span style="background-color: white; color: #050505; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: verdana;">Posts virais mentem ao afirmar que ela ficou paraplégica após ser baleada durante assalto em sua casa</span></span></p><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4g72u-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4g72u-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="4g72u-0-0">
Em 2022, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">18,6 milhões de mulheres brasileiras sofreram algum tipo de agressão</span><span data-offset-key="4g72u-2-0">, segundo dados divulgados este ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública —</span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">destas, 50.962 foram agredidas diariamente</span><span data-offset-key="4g72u-4-0">. Na maioria dos casos, os agressores foram ex-companheiros (31,3%) ou o parceiro atual (26,7%). Desde 7 de agosto de 2006, as mulheres no Brasil contam com uma lei de proteção contra a </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">violência</span><span data-offset-key="4g72u-6-0"> doméstica, a Lei Maria da Penha. Este ano, a lei completou 17 anos, e dúvidas sobre o caso que deu origem ao dispositivo legal voltaram a movimentar a internet.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2go4a-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2go4a-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="2go4a-0-0">Nas redes sociais, vídeos que somam mais de 700 mil visualizações afirmam que a Lei Maria da Penha foi fruto de uma farsa, já que a </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes</span><span data-offset-key="2go4a-2-0">, que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido nas costas enquanto dormia em 1983, teria sido, segundo as versões falsas, alvo de assaltantes. O marido, o colombiano naturalizado brasileiro Marco Antonio Heredia Viveros, teria sido incriminado por ela por ciúmes, após descobrir uma traição.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></div></div>Essa é, na verdade, a versão de Viveros. Os vídeos recentes não trazem nenhum elemento novo ao caso – apenas reciclam o que ele disse à polícia e à Justiça e que não foi aceito pelos tribunais do júri aos quais ele foi submetido nos dois julgamentos que o condenaram por tentativa de homicídio qualificado, em 1991 e em 1996. E não é a primeira vez que ela viraliza na web. Em junho de 2022, a partir de um trecho do programa +1Podcast, da Jovem Pan News, começaram a ganhar força nas redes sociais conteúdos com a falsa alegação de que Maria da Penha tinha sido baleada por assaltantes, e não pelo marido.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4jj58-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4jj58-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="4jj58-0-0">Diversas agências de checagem e veículos de comunicação já produziram materiais desmentindo essa tese: </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">UOL</span><span data-offset-key="4jj58-2-0">, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Aos Fatos</span><span data-offset-key="4jj58-4-0">, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Fato ou Fake</span><span data-offset-key="4jj58-6-0"> e </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Estadão</span><span data-offset-key="4jj58-8-0">. Na época, o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">IMP</span><span data-offset-key="4jj58-10-0"> </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">(Instituto Maria da Penha) divulgou uma nota</span><span data-offset-key="4jj58-12-0"> repudiando a divulgação de informações falsas a respeito do caso de </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">violência doméstica</span><span data-offset-key="4jj58-14-0">.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="9cjp1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9cjp1-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="9cjp1-0-0"><span style="font-family: verdana;">Superintendente e cofundadora do IMP, Conceição de Maria disse à reportagem que, mais do que responsabilizar agressores, a Lei Maria da Penha "viabilizou um verdadeiro programa para o Estado brasileiro enfrentar e prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres". Segundo ela, as redes sociais são aliadas, mas infelizmente podem ser usadas "na contramão de boas causas, levando desinformação e deslegitimando o que de melhor conseguimos".
Conceição declarou que "a violência doméstica e familiar tende a aumentar com a disseminação de discursos de ódio na internet" e acrescentou que "relativizar a violência é uma conduta frequentemente identificada em grupos que atuam tentando fragilizar e deslegitimar a luta das mulheres, o que deve ser combatido tanto pelas instituições quanto pela imprensa e toda a sociedade".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bd9ek-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bd9ek-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bd9ek-0-0"><span style="font-family: verdana;">Em nota, o MPCE (Ministério Público do Ceará) disse que a tese de que Maria da Penha ficou paraplégica após ser atingida por um tiro durante um assalto, e não como decorrência de agressão por tentativa de homicídio perpetrada pelo marido, foi uma estratégia da defesa de Viveros e foi rechaçada. "O processo ocorreu com toda a possibilidade de contraditório e ampla defesa, de ambas as partes. Mediante análise das provas, a Justiça determinou que o ex-marido de Maria da Penha cometeu dupla tentativa de homicídio contra a vítima", diz a nota.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="93frt-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="93frt-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="93frt-0-0"><span style="font-family: verdana;">A defesa de Viveros foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="ff3jp-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ff3jp-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="ff3jp-0-0">Diante de tanta desinformação, a </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">seção Comprova Explica</span><span data-offset-key="ff3jp-2-0"> decidiu trazer detalhes sobre o caso.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4nh4q-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4nh4q-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="4nh4q-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">COMO VERIFICAMOS
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="505vj-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="505vj-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="505vj-0-0"><span style="font-family: verdana;">Para explicar o caso, a equipe solicitou à 1ª Vara do Júri de Fortaleza a íntegra dos autos do processo. São mais de 1,7 mil páginas, que incluem o inquérito policial, os laudos periciais, depoimentos de testemunhas, denúncia do Ministério Público, toda a fase de instrução do processo, as audiências e dois julgamentos pelo Tribunal do Júri (júri popular), além dos recursos da defesa e mandado de prisão.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="6kjbk-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6kjbk-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="6kjbk-0-0"><span style="font-family: verdana;">Também foi acionado o MPCE, para saber se havia novidades em relação a versões sobre o caso, o Instituto Maria da Penha e o atual advogado de Viveros.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="1pt7c-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1pt7c-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="1pt7c-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE FOI O CASO DE MARIA DA PENHA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="p8sc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="p8sc-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Maria da Penha Maia Fernandes</span><span data-offset-key="p8sc-1-0"> nasceu em Fortaleza, em 1º de fevereiro de 1945. Ela é farmacêutica bioquímica, autora do livro "Sobrevivi… posso contar" (1994) e fundadora do Instituto Maria da Penha.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="at8nh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="at8nh-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="at8nh-0-0"><span style="font-family: verdana;">Em 1974, quando cursava o mestrado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria da Penha conheceu o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. À época, Viveros fazia pós-graduação em Economia na mesma instituição.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="9801c-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9801c-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="9801c-0-0"><span style="font-family: verdana;">Eles começaram a namorar e, dois anos depois, em 1976, casaram-se. Após o nascimento da primeira filha e da conclusão do mestrado de Maria da Penha, os dois se mudaram para Fortaleza, onde nasceram as outras duas filhas do casal.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="aupm5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="aupm5-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="aupm5-0-0">As agressões de Viveros contra a esposa, segundo o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">site do IMP</span><span data-offset-key="aupm5-2-0">, começaram quando o colombiano obteve a cidadania brasileira e se estabilizou profissional e economicamente no Brasil. "Agia sempre com intolerância, exaltava-se com facilidade e tinha comportamentos explosivos não só com a esposa, mas também com as próprias filhas", diz a publicação.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="260au-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="260au-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="260au-0-0">Em maio de 1983, aos 38 anos, Maria da Penha foi vítima de uma tentativa de homicídio (à época, o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">feminicídio</span><span data-offset-key="260au-2-0"> ainda não tinha sido tipificado) por parte de Viveros. Enquanto dormia, foi baleada com um tiro nas costas, que a deixou paraplégica devido a lesões irreversíveis na terceira e quarta vértebras torácicas, laceração na dura-máter e destruição de um terço da medula esquerda.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="257oh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="257oh-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="257oh-0-0"><span style="font-family: verdana;">A denúncia do MPCE, que resultou na condenação de Viveros pelo crime, também aponta que ele tentou eletrocutá-la durante o banho meses depois do tiro, quando ela havia retornado para casa após quatro meses internada, em tratamento médico.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dvun1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dvun1-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="dvun1-0-0"><span style="font-family: verdana;">O homem declarou à polícia que o que aconteceu no primeiro caso foi uma tentativa de assalto, versão que não se sustenta a partir de depoimentos de vizinhos e das empregadas domésticas que trabalhavam na casa da família. Mesmo assim, a tese voltou a ser difundida recentemente.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="62tt9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="62tt9-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="62tt9-0-0"><span style="font-family: verdana;">A pedidos de jornalistas do Projeto Comprova, a 1ª Vara do Júri de Fortaleza, onde o crime foi julgado, concedeu acesso à íntegra dos autos do processo criminal a respeito da tentativa de homicídio que deixou Maria da Penha paraplégica. Com base no processo, o Comprova explica o que aconteceu desde o início da manhã de 29 de maio de 1983 até o fim de julho de 2023, quando a defesa de Viveros pediu que o caso fosse desarquivado.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="24m8t-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="24m8t-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="24m8t-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE ACONTECEU NO INÍCIO DA MANHÃ DE 29 DE MAIO DE 1983?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4kn9s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4kn9s-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="4kn9s-0-0"><span style="font-family: verdana;">Maria da Penha, então com 38 anos, foi baleada com um tiro de espingarda enquanto dormia em sua casa, na Rua Fausto Cabral, nº 116, no bairro Papicu, em Fortaleza. Na casa, além dela, viviam Viveros, então com 36 anos, as três filhas do casal – Viviane, 6 anos; Claudia Fernanda, 4; e Fabíola, 2. Também dormiam no imóvel duas empregadas domésticas, Francisca Olindina Salvador de Abreu e Rita Teles Sousa, em um quarto separado da casa por um portão de ferro, próximo à área de serviço. Além de Maria da Penha, Viveros foi baleado no ombro direito, o que foi atestado pelo exame de corpo de delito feito no dia 6 de junho de 1983, uma semana após o caso, e assinado pelos peritos médicos Marco Fábio Mota Soares e Manoel Paulo da Ponte Neto, do Instituto Médico Legal do Ceará (leia mais abaixo sobre a perícia).
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fi0uv-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fi0uv-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="fi0uv-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">QUAL ERA A TESE INICIAL DA POLÍCIA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="eb7ca-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="eb7ca-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="eb7ca-0-0"><span style="font-family: verdana;">A primeira tese investigada pela Polícia Civil do Ceará foi a mesma apresentada por Viveros, de que a casa da família tinha sido alvo de um arrombamento. Inicialmente, o delegado à época responsável pela Delegacia de Furtos e Roubos de Fortaleza, José Nival Freire da Silva, tratou tanto ele quanto Maria da Penha como vítimas de um assalto.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="7g7fe-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7g7fe-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="7g7fe-0-0"><span style="font-family: verdana;">O delegado chegou a determinar, no dia seguinte ao crime, que, a partir daquela data, todos os suspeitos ou presos em flagrante por roubo encaminhados àquela delegacia fossem investigados acerca do "assalto à mão armada" na casa de número 116 na Rua Fausto Cabral, onde vivia o casal.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="e0pvs-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e0pvs-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="e0pvs-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE VIVEROS DISSE EM DEPOIMENTO?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="mccf-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="mccf-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="mccf-0-0"><span style="font-family: verdana;">Viveros manteve versões bem parecidas da história em depoimentos à Polícia Civil e à Justiça, embora, no segundo depoimento à polícia, tenha ficado em dúvida sobre o número de tiros disparados. No primeiro, prestado ao delegado José Nival em 7 de junho de 1983, ele disse que, naquela madrugada, por volta das 5h15, estava dormindo em seu quarto junto com sua esposa quando "despertou por ouvir seu cachorro latir, tendo se levantado, ocasião em que ouviu também alguns ruídos no teto da casa".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="1j15d-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1j15d-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="1j15d-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ele acrescentou que esses barulhos eram normais, provocados por gatos, mas que "neste dia, após ouvir estes ruídos, parou um pouco e ficou prestando atenção o que seria aquele barulho". Viveros então disse que resolveu levantar e pegar um revólver e uma lanterna que estavam perto de sua cama. De lá, foi aos quartos das filhas, onde ligou a lanterna e constatou que tudo estava normal. O próximo passo foi ir até a cozinha e a lavanderia para verificar se havia alguém na casa. Foi quando, segundo ele, a cachorra latiu novamente e ele percebeu uma sombra em uma abertura no teto que dava acesso ao forro da casa.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bnot3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bnot3-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bnot3-0-0"><span style="font-family: verdana;">Viveros afirmou que apontou o revólver para a abertura do teto usando as duas mãos e que, neste momento, ouviu um disparo vindo do interior da casa —seria, em sua versão, o tiro que atingiu a esposa. Também afirmou que, "no momento preciso em que ia disparar a arma em direção ao citado buraco foi agredido de surpresa, pelas costas, sentindo que alguém colocara uma corda em seu pescoço". À proporção em que essa pessoa apertava seu pescoço, ela tentava lhe tomar a arma com a outra mão e lhe dava porradas com o braço e com o joelho, jogando-o contra a parede.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="af8f2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="af8f2-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="af8f2-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ainda conforme o relato de Marco Antonio, neste momento, um segundo assaltante tentou lhe tomar a arma, enquanto ele chutava e continuava tentando se livrar do outro oponente, sem conseguir atirar contra o homem caído por conta da posição em que estava durante a luta.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="1v9ki-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1v9ki-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="1v9ki-0-0"><span style="font-family: verdana;">A ata do depoimento descreve o momento em que ele foi atingido: "A luta continuou, tendo o depoente, de repente, sentido que o segundo agressor tomava a arma de sua mão e apontava para sí (depoente), ocasião em que o depoente, de imediato, pegou na mão do segundo agressor, desviando a arma, momento em que ele disparou e atingiu depoente na altura do ombro direito".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="e1s0s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e1s0s-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="e1s0s-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ele contou à polícia que, após o tiro, ouviu a voz de uma mulher dentro da casa gritar: "Negão, vamos embora". Os assaltantes, segundo Viveros, fugiram após ele ser baleado e perder os sentidos, levando 375 mil cruzeiros em espécie (aproximadamente R$ 136, em valores atuais) e seu revólver. Ele afirmou que só foi se recordar de alguma coisa no dia seguinte, no Hospital Geral de Fortaleza – embora tenha sido levado para outra unidade, o Instituto José Frota.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fqqem-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fqqem-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="fqqem-0-0"><span style="font-family: verdana;">Viveros acrescentou que soube por intermédio das empregadas da casa e dos vizinhos que os assaltantes fugiram pela porta principal e pelo portão da garagem, já que os dois acessos foram encontrados abertos pelas trabalhadoras quando elas foram gritar por socorro. Por fim, contou que só soube que Maria da Penha tinha sido baleada no dia 1º de junho, pela equipe médica, e que a polícia contou apenas no quinto dia após o crime que ela tinha sido atingida por um tiro de escopeta (espingarda). Disse ainda que não sabia se ela tinha sido atingida na cama ou andando pela casa, já que ficou inconsciente após levar um tiro no ombro.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5f89o-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5f89o-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="5f89o-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE DISSE A PERÍCIA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="1rcfv-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1rcfv-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="1rcfv-0-0"><span style="font-family: verdana;">Uma equipe de perícia esteve no local do crime no dia 30 de maio de 1983, ocasião em que ainda se trabalhava com a tese de assalto. No entendimento dos peritos, os assaltantes teriam entrado na garagem da casa escalando um muro; usado, possivelmente, uma chave de fenda para arrombar o porta-malas do carro estacionado; retirado de dentro do veículo um macaco mecânico, do tipo sanfona; e, finalmente, posicionado a ferramenta entre as pérgolas do jardim de inverno, forçando-as na abertura, para conseguir acessar o interior da casa.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5mtmo-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5mtmo-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="5mtmo-0-0"><span style="font-family: verdana;">Os peritos atestaram que a porta principal da casa tinha características de arrombamento, bem como sinais de luta corporal na sala e no escritório. "No quarto do casal verificou-se sobre o colchão da cama mancha avermelhada que ficou evidenciado ser sangue, além de se constatar sinais de luta na referida dependência", dizem os autos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dgv7f-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dgv7f-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="dgv7f-0-0"><span style="font-family: verdana;">No terreno baldio ao lado da casa, os peritos encontraram um cartucho intacto, calibre 20, de fabricação nacional da C.B.C Cruzeiro e uma luva de tecido de algodão com manchas de óleo diesel, na cor bege clara.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5piah-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5piah-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="5piah-0-0"><span style="font-family: verdana;">O exame da arma de fogo usada no crime, uma espingarda, foi realizado em 9 de fevereiro de 1991 pelo diretor Francisco Antonio Mendonça Barbosa e pelos peritos Francisco de Assis Oliveira Filho e Ranvier Feitosa Aragão, no Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública, em Fortaleza (CE). Até a conclusão do inquérito, em julho de 1984, a espingarda não havia sido apreendida pela polícia, e os autos do processo não deixam claro quando ou como a arma foi localizada.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="19od9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="19od9-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="19od9-0-0"><span style="font-family: verdana;">Aos peritos, foi apresentada uma arma de fogo classificada como espingarda de pressão de calibre 4,5mm, modelo LL 300, número de série 90740, acabamento oxidado, com empunhadura e coronha de madeira, massa de mira fixa, capacidade para um só tiro, cano raiado com orientação dextrogira (que se volta para a direita). O estado de funcionamento da arma era bom e ela estava apta para realização de disparo.
Entre as observações feitas pelos peritos estava a de que seria impossível ao ser humano "distinguir os calibres nominais das armas (revólver calibre 38 e espingarda calibre 20) pelas intensidades dos sons característicos de suas cargas de propulsão, em qualquer circunstância". Ou seja, os sons poderiam ser ouvidos, mas não distinguidos em seus calibres. Eles também não conseguiram precisar de que distância o tiro foi disparado.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2ogbo-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2ogbo-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2ogbo-0-0"><span style="font-family: verdana;">Por fim, há os exames de corpo de delito feitos em Viveros e Maria da Penha. O dele foi feito no dia 6 de junho, e os peritos médicos Marco Fábio Mota Soares e Manoel Paulo da Ponte Neto confirmaram ferimento por arma de fogo na região do ombro direito. Eles apontaram que o tiro provocou "ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente", mas negaram que o ferimento tivesse resultado em incapacidade para as ocupações habituais, em perigo de vida ou em debilidade, incapacidade ou deformidade permanente.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dh65v-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dh65v-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="dh65v-0-0"><span style="font-family: verdana;">Não foi o mesmo para Maria da Penha. O primeiro exame de corpo de delito nela foi feito também em 6 de junho de 1983 pelas peritas médicas Alzira Guerra Saldanha e Maria Solange Nobre Sampaio, ainda no Hospital Geral de Fortaleza. Elas apontaram que a paciente tinha sido atingida com um tiro na região dorsal, que se encontrava paraplégica e se queixava de dores na região torácica. Confirmaram que o tiro provocou "ofensa à integridade corporal ou à saúde da paciente", que havia resultado em incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias, em perigo de vida e em debilidade permanente.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="f0vb8-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f0vb8-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="f0vb8-0-0"><span style="font-family: verdana;">Sobre o tiro ter causado "incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável ou deformidade permanente", disseram que era necessário aguardar um novo exame após a conclusão do tratamento, o que acabou confirmado pelo exame de sanidade feito em 10 de fevereiro de 1984 pelos peritos médicos Almir Gomes de Castro e Múcio Roberto Alves Pereira: eles constataram que Maria da Penha teria "paralisia irreversível de membros inferiores".
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="env8-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="env8-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="env8-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE MARIA DA PENHA DISSE EM SEUS DEPOIMENTOS?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5ci9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5ci9-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="5ci9-0-0"><span style="font-family: verdana;">Após ser baleada nas costas enquanto dormia, Maria da Penha ficou internada por cerca de dois meses no Hospital Geral de Fortaleza e, depois, viajou a Brasília (DF), onde se submeteu a um tratamento até meados de outubro de 1983, de acordo com os autos do processo. Só em janeiro de 1984 é que ela foi ouvida pelo delegado responsável pelo inquérito, José Nival, da Furtos e Roubos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8bi93-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8bi93-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8bi93-0-0"><span style="font-family: verdana;">No depoimento prestado no dia 10, ela disse que acordou por volta das 6h do dia 29 de maio de 1983 com um barulho de um tiro e que, primeiro, não percebeu que tinha sido atingida, mas que "passou a perder as forças e notou que alguma coisa parecida com sangue borbulhava em suas costas". Em seguida, ela ouviu barulhos na casa, como se fosse uma luta corporal, e ouviu uma das filhas chorar. O barulho de um segundo disparo de arma de fogo foi percebido na sequência.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cl0f2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cl0f2-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cl0f2-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ela, então, chamou por Rita, uma das empregadas, e pediu a ela que ligasse para duas amigas, já que não queria assustar a mãe, mas soube, em seguida, que a linha telefônica estava cortada. Pediu, então, que a moça telefonasse da casa de um vizinho. Quem chegou primeiro para prestar socorro foi um casal de médicos que morava na rua, que a examinou e disse que o caso era muito grave.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="1lc2i-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1lc2i-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="1lc2i-0-0"><span style="font-family: verdana;">Maria da Penha relatou à polícia que ficou sabendo no hospital que tinha sido atingida por um tiro de espingarda. Acrescentou que soube por uma das empregadas da casa que o marido tinha uma arma como aquela e que, 30 dias após o crime, a funcionária havia conferido se a arma estava no guarda-roupa em que ficava guardada, mas não estava.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="80gf6-0-0" style="margin-bottom: 8px;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="80gf6-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="80gf6-0-0" style="background-color: white; color: #050505; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: verdana;">No depoimento, ela afirmou que era casada com Viveros há cinco anos e que os dois tiveram três filhas, mas que "seu esposo toda vida foi uma pessoa muito grosseira e agressiva com todos de casa; que devido aos maus-tratos sofridos por parte de seu esposo a declarante diz que já estava resolvida a se separar dele" e que "no dia em que saiu de casa para morar com a mãe (após o crime), descobriu que o seu marido tinha uma amante chamada Auxiliadora, moradora de Natal (RN), com quem trocava cartas".
</span></span> <br /><span style="font-family: verdana;">Por fim, ela disse ter estranhado que os assaltantes não tivessem roubado suas joias, que estavam expostas, nem usado o carro do marido na fuga, e disse não entender por que tinha sido baleada dormindo, já que não oferecia qualquer obstáculo à ação dos supostos criminosos.<br /><br /></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="3594r-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3594r-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="3594r-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">EM QUE MOMENTO VIVEROS PASSOU DE VÍTIMA A SUSPEITO DO CRIME?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cg5c8-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cg5c8-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cg5c8-0-0"><span style="font-family: verdana;">Entre janeiro e fevereiro de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva ouviu as duas empregadas da casa: primeiro, Francisca, e depois Rita. As duas dormiam em um quarto isolado, separado da casa por um portão de ferro, perto da área de serviço. Ambas acordaram com os gritos de socorro vindos de Viveros, mas nenhuma das duas ouviu os tiros.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="d2gr2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d2gr2-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="d2gr2-0-0"><span style="font-family: verdana;">Os depoimentos das trabalhadoras foram fundamentais para o avanço da investigação porque elas contaram à polícia sobre a rotina da casa e o comportamento grosseiro de Viveros, tanto com a esposa quanto com as empregadas e as próprias filhas. Disseram que ele costumava aplicar castigos físicos às meninas, que, frequentemente, precisavam ser tratadas com pomadas, dada a força dos golpes.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="ffbd5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ffbd5-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="ffbd5-0-0"><span style="font-family: verdana;">Também afirmaram categoricamente que Viveros possuía uma espingarda —arma que ele não havia mencionado à polícia e que, depois, negou ter, tanto em um segundo depoimento quanto em duas acareações. Ainda assim, elas mantiveram seus depoimentos. Francisca disse ter visto a espingarda dentro de um guarda-roupa cerca de 30 dias antes do crime.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bar2v-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bar2v-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bar2v-0-0"><span style="font-family: verdana;">No depoimento prestado ao delegado em fevereiro, Rita confirmou a existência da espingarda e disse ter observado a arma sendo limpa por Viveros.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="806vl-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="806vl-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="806vl-0-0"><span style="font-family: verdana;">Rita confirmou que o patrão "tratava mal" a esposa, as filhas e as empregadas e, assim como Francisca, confirmou que, após o suposto arrombamento, as joias de Maria da Penha e de Viveros, assim como as chaves do carro dele, estavam em locais de fácil acesso. Algumas, inclusive, estavam sobre o mesmo móvel em que o dinheiro levado pelos supostos assaltantes se localizava.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bdnd5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bdnd5-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bdnd5-0-0"><span style="font-family: verdana;">Três dias após o depoimento de Rita, em 9 de fevereiro de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva deu sinais de que desconfiava de Viveros: enviou um ofício ao Departamento de Polícia Federal pedindo informações sobre os antecedentes dele, inclusive em seu país de origem, a Colômbia.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8hc1n-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8hc1n-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8hc1n-0-0"><span style="font-family: verdana;">O delegado justificou o pedido dizendo que "a pessoa supra qualificada foi vítima de suposto assalto à mão armada juntamente com sua esposa Maria da Penha Maia Fernandes Heredia, resultando ferimentos leves no mesmo, enquanto que sua mulher encontra-se atualmente paraplégica, existindo indícios de que a ação delituosa (assalto) tenha sido simples simulação".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="d65dp-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d65dp-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="d65dp-0-0"><span style="font-family: verdana;">A Polícia Federal respondeu ao titular da Delegacia de Furtos e Roubos que nada constava em desfavor de Viveros. Já a Polícia Civil investigava o paradeiro de um carro dele, um Passat (veja mais detalhes abaixo).</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="6b6qc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6b6qc-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="6b6qc-0-0"><span style="font-family: verdana;">Em junho de 1984 foi quando as coisas mudaram de vez. Uma operação de busca e apreensão na casa de Viveros levou policiais a um revólver da marca Taurus, em nome do novo suspeito. Mais tarde, a Justiça apontaria esta arma como a mesma que Viveros disse ter sido levada no dia do crime pelos supostos assaltantes. Em 28 de junho, ele foi interrogado novamente; desta vez, não mais como vítima, mas como suspeito do crime.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dsvt2-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dsvt2-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="dsvt2-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">ALGUÉM TESTEMUNHOU O TIRO CONTRA MARIA DA PENHA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="a6s7u-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a6s7u-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="a6s7u-0-0"><span style="font-family: verdana;">Não. Ela estava dormindo no momento do disparo e não viu o atirador, assim como as filhas crianças e as duas empregadas domésticas, que acordaram com os gritos de socorro do então marido. No entanto, os depoimentos de vizinhos ajudaram a apontar incongruências na história relatada por Viveros. Ele disse que acreditava que os supostos assaltantes tinham fugido pela porta da frente da casa e pela garagem, e que não achava que a fuga teria ocorrido pelos fundos por causa da presença da cachorra da família.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="faanf-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="faanf-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="faanf-0-0"><span style="font-family: verdana;">No entanto, nenhum dos vizinhos que saiu à rua após ouvir os tiros testemunhou alguém fugindo, tampouco as empregadas da casa. O primeiro vizinho a aparecer foi o engenheiro agrônomo José Osvaldo Araújo, que ouviu um dos disparos e chamou a polícia. Apesar de Marco Antonio ter dito que ficou insconsciente, o vizinho disse tê-lo visto sair de casa e ir andando até a viatura da polícia que o levou ao hospital.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="9k3hb-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9k3hb-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="9k3hb-0-0"><span style="font-family: verdana;">Outro que não aparece entre as testemunhas, mas é citado em muitos depoimentos e no relatório final do inquérito policial, é o vigia José Nilson da Silva. Ele trabalhava em uma casa em construção em frente à residência do casal e afirmou que não viu ninguém sair da casa de Maria da Penha após os tiros.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="b1fp5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="b1fp5-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="b1fp5-0-0"><span style="font-family: verdana;">Francisco Brasileiro Marques de Sousa é outra testemunha de acusação. Os fundos da casa dele dão para os fundos da casa do casal, e ele contou à polícia que estava acordado quando ouviu os dois tiros, com um intervalo de dois a três minutos entre eles. Ele também ouviu os gritos de socorro e colocou um banco ao lado do muro de sua casa para olhar para o outro lado, mas não viu ninguém fugindo. Também disse que, no terreno baldio ao lado do imóvel, não tinha onde se esconder.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2ke1c-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2ke1c-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2ke1c-0-0"><span style="font-family: verdana;">No relatório final do inquérito, o delegado destaca que esse intervalo entre um tiro e outro mencionado por Francisco era "tempo suficiente para o indiciado fingir uma suposta luta e se autolesionar".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2h92t-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2h92t-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2h92t-0-0"><span style="font-family: verdana;">Também vizinho, Helio Teixeira Maia não estava no local no momento dos tiros, mas ouviu do vigia José Nilson que ninguém tinha saído do imovel. Contou que, dias depois, os vizinhos decidiram fazer uma reunião para contratar vigilantes noturnos e que Viveros foi à reunião sem demonstrar trauma, o que causou estranheza.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8ooet-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8ooet-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8ooet-0-0"><span style="font-family: verdana;">A última testemunha de acusação, Angelita Barreto Fernandes, também não presenciou o fato, mas era vizinha da mãe de Maria da Penha e, a pedido de uma irmã, foi até o hospital. Sem saber que Maria havia sido atingida, encontrou com Viveros aguardando para fazer um raio-x, usando uma pulseira dourada que havia permanecido em seu braço mesmo após a luta corporal narrada por ele. Marco Antonio lhe perguntou pela esposa e, em seguida, disse que estava "banido", sem explicar o que significava. Angelita disse ter ouvido de uma irmã de Maria da Penha que Viveros tinha coberto o rosto com um lençol já no hospital e dito que havia sido "muito burro".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5p1d1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5p1d1-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="5p1d1-0-0"><span style="font-family: verdana;">Nenhuma das testemunhas de defesa do então marido presenciou o crime. Todas ouviram falar do caso pelos jornais ou por ele mesmo. Falaram sobre uma campanha para arrecadar dinheiro para que ele fosse a Brasília, onde Maria da Penha estava sendo tratada, e comentaram sobre a relação normal dele com a família.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8bpng-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8bpng-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8bpng-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE DISSE MARIA DA PENHA NO SEGUNDO DEPOIMENTO?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8bdka-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8bdka-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8bdka-0-0"><span style="font-family: verdana;">No segundo depoimento, de 3 de julho de 1984, após a polícia informar sobre novas linhas de investigação, Maria da Penha disse que, ao perceber que foi atingida, "logo teve o pressentimento de que seu esposo seria o autor o disparo", e que ouviu barulhos pela casa seguidos de outro disparo, mas que, de onde ela estava, não era possível dizer se a luta acontecia mesmo ou não.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="eue3p-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="eue3p-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="eue3p-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ela relatou que, um mês após voltar do tratamento médico em Brasília, ela entrou na Justiça com um pedido de separação de corpos – uma medida que antecede o divórcio – motivada pelos maus-tratos dele, que não permitia que ela se relacionasse com os familiares ou que recebesse visitas de vizinhos. Na partilha, Viveros ficou com um carro modelo Chevette, já que havia dito que seu veículo, um Passat, tinha sido perdido em uma batida – mais tarde, a polícia descobriu que o carro tinha sido vendido. Ela também relatou que ele maltratava as filhas, que tentou pressioná-la a fazer um seguro de vida em que ele seria o beneficiário e citou um caso envolvendo um chuveiro.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cs5nr-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cs5nr-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cs5nr-0-0"><span style="font-family: verdana;">Segundo Maria da Penha, o marido instalou um chuveiro elétrico para que ela tomasse banho em casa, já de volta a Fortaleza após tratamento na capital federal, mas o chuveiro dava choques e ela o questionou sobre isso. Ele teria dito que era porque faltava um fio-terra, mas que colocaria depois. Ela contou que não usou mais o chuveiro temendo ser eletrocutada e que este temor vinha dos maus-tratos que sofria, o que fez com que ela acreditasse que os choques eram propositais.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fufvv-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fufvv-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="fufvv-0-0"><span style="font-family: verdana;">No depoimento durante a fase de instrução do processo, ela repetiu a versão. Afirmou que acordou com o barulho de um estampido e uma sensação de queimadura nas costas e que, imediatamente, pensou que o tiro tivesse partido do marido. Acrescentou que ficou imóvel, temendo um segundo disparo. Depois, pensou se não seria mesmo um assalto e se ela não estaria fazendo mau juízo dele. Mais uma vez, confirmou que ele se queixava dos familiares que a visitavam.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="42m54-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="42m54-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="42m54-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">VIVEROS TINHA UMA AMANTE? ISSO INFLUENCIOU NO CASO?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bb2qq-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bb2qq-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bb2qq-0-0"><span style="font-family: verdana;">Tinha. Em alguns vídeos publicados nas últimas semanas, youtubers e influenciadores apontam que Maria da Penha teria sido mesmo baleada por um assaltante e que, somente após descobrir que o marido tinha uma amante, é que decidiu acusá-lo de tentativa de assassinato. Mas não foi bem assim. Pelos autos do processo, fica claro que o delegado do caso disse à Polícia Federal que suspeitava de Viveros após os depoimentos de Maria da Penha, das duas empregadas da casa e do laudo de sanidade da vítima, que apontava paralisia irreversível.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="18db5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="18db5-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="18db5-0-0"><span style="font-family: verdana;">A existência da amante é mencionada pelo delegado, mas não recebe o mesmo destaque que as contradições sobre a presença de assaltantes —que ninguém viu fugir—, sobre Viveros ter uma espingarda e sobre a gravidade das lesões de Maria da Penha, sobretudo em comparação com as dele.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="7635v-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7635v-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="7635v-0-0"><span style="font-family: verdana;">Além disso, a farmacêutica disse mais de uma vez que, à época do crime, já não mantinha relações sexuais com o marido há cerca de seis meses e que, quando descobriu sobre a amante, depois do tratamento em Brasilia, já havia se decidido a deixar a casa onde morava com o marido.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="12mfm-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="12mfm-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="12mfm-0-0"><span style="font-family: verdana;">O caso foi evidenciado após Maria da Penha encontrar cartas de uma mulher chamada Auxiliadora, endereçadas ao então marido, em uma pasta no escritório dele, junto com comprovantes de AR (aviso de recebimento) de correspondências dele para Auxiliadora. À polícia, ele confirmou que se correspondia com a mulher e que, inicialmente, ela não sabia que ele era casado, e que só passaram a se envolver mais intimamente após a separação.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cjig-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cjig-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cjig-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">O QUE DISSE A JUSTIÇA? RESTOU ALGUMA DÚVIDA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cievr-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cievr-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cievr-0-0"><span style="font-family: verdana;">No dia 6 de julho de 1984, o delegado José Nival Freire da Silva concluiu o inquérito policial, indiciando Viveros pelo crime de tentativa de homicídio qualificado contra Maria da Penha. O inquérito foi enviado ao Ministério Público do Ceará, que, por sua vez, denunciou ele à Justiça em 28 de setembro de 1984.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cplfi-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cplfi-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cplfi-0-0"><span style="font-family: verdana;">Antes da primeira decisão da Justiça, a defesa de Viveros alegou que a denúncia e o próprio inquérito tinham "cunho meramente indiciário, com presunções, ilações, conjecturas", sem qualquer testemunha que atestasse que o crime tivesse sido cometido por ele. Também alegou que o relatório da polícia não levava em conta a perícia feita no local do crime e, por isso, pedia que a denúncia fosse julgada improcedente.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="nek2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="nek2-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="nek2-0-0"><span style="font-family: verdana;">Não foi o que entendeu a então juíza titular da 1ª Vara do Júri de Fortaleza, Maria Odele de Paula Pessoa. No dia 31 de outubro de 1986, ela decidiu aceitar a denúncia do Ministério Público e expedir uma sentença de pronúncia, o que significa que vira elementos suficientes para que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2o8gv-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2o8gv-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2o8gv-0-0"><span style="font-family: verdana;">Sobre a argumentação de que a denúncia era baseada em indícios, a juíza disse que, nesses casos, é preciso provar se os indícios estão em harmonia ou desacordo com as demais provas do processo. Em seguida, listou fatos apontados na denúncia e no inquérito, como o réu ser dono de uma espingarda, mesmo que não tenha admitido; nenhuma testemunha ter visto pessoas estranhas fugindo da casa; o réu não viver em harmonia com a esposa, ter um comportamento grosseiro e ter uma amante; e um revólver ter sido encontrado na casa do réu, mesmo ele tendo dito que sua arma tinha sido levada pelos assaltantes.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fs54b-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fs54b-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="fs54b-0-0"><span style="font-family: verdana;">Para Maria Odele, Viveros não esclareceu completamente os fatos relacionados ao crime e que o apontavam como responsável pela tentativa de homicídio, de modo que ele não podia, apenas negando a autoria, convencer que era inocente.
A defesa recorreu da sentença de pronúncia apenas em 1987. O desembargador que julgou o recurso, Carlos Facundo, considerou que a defesa demorou a fazer o pedido e o negou, apontando que, naquele caso, havia "uma verdadeira demora e descaso em se dar prosseguimento ao andamento regular do processo".</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="bcfl-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bcfl-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="bcfl-0-0"><span style="font-family: verdana;">O julgamento finalmente ocorreu, em 4 de maio de 1991, quando os sete jurados que formaram o Conselho de Sentença precisaram responder às seguintes perguntas:</span></span></div></div><ol class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd" data-offset-key="13kc3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0px; padding: 0px; white-space-collapse: preserve;"><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kp_ _3kq0 _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="13kc3-0-0" style="counter-reset: ol0 0; direction: ltr; list-style-type: none; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="13kc3-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="13kc3-0-0"><span style="font-family: verdana;">O réu Marco Antonio Heredia Viveros, no dia 29 de maio de 1983, por volta das 5h, no interior do imóvel de nº 116 da Rua Fausto Cabral, bairro Papicu, Fortaleza, munido de instrumento perfuro-contundente, produziu em Maria da Penha Maia Fernandes a lesão descrita no auto de exame de corpo de delito?</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kp_ _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="83o0n-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: none; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="83o0n-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="83o0n-0-0"><span style="font-family: verdana;">O réu, assim agindo, deu início à execução de crime de homicídio que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade?</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kp_ _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="d25s4-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: none; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d25s4-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="d25s4-0-0"><span style="font-family: verdana;">O réu cometeu o crime por motivo torpe?</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kp_ _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="a3u41-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: none; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a3u41-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="a3u41-0-0"><span style="font-family: verdana;">O réu usou de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, isto é, efetuando o disparo contra a mesma enquanto ela dormia?</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kp_ _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2f900-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: none; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2f900-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2f900-0-0"><span style="font-family: verdana;">Há atenuantes em favor do réu?</span></span></div></li></ol><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="17hev-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="17hev-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="17hev-0-0"><span style="font-family: verdana;">O que os jurados decidiram:</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="40vvi-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="40vvi-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="40vvi-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao primeiro quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="b968j-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="b968j-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="b968j-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao segundo quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="3lkg7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3lkg7-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="3lkg7-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao terceiro quesito: Sim, por cinco votos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fuho6-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fuho6-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="fuho6-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao quarto quesito: Sim, por sete votos. (O quesito foi repetido por contradição com a resposta ao primeiro quesito, já que um dos jurados negou a autoria do fato imputado ao réu).</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="b79v8-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="b79v8-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="b79v8-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao quarto quesito: Sim, por seis votos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="cmv3v-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cmv3v-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="cmv3v-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ao quinto quesito: Não, por quatro votos.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="c32ln-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c32ln-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="c32ln-0-0"><span style="font-family: verdana;">Ou seja, o Tribunal do Júri reconheceu que Viveros foi o autor do disparo efetuado contra a vítima; que o réu, assim agindo, deu início à execução de crime de homicídio contra a vítima, o qual não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade; e que o crime de tentativa de homicídio fora praticado por motivo torpe e com uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima (incisos I, IV do Art.121, § 28, do Código Penal).</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="fpodt-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fpodt-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="fpodt-0-0">Com base na decisão do júri, a juíza Maria Odele de Paula Pessoa estipulou uma pena de 15 anos de reclusão, que foi reduzida para 10 anos porque, de acordo com o parágrafo único do </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">artigo 14 do Código Penal Brasileiro</span><span data-offset-key="fpodt-2-0">, a pena é diminuída de um a dois terços quando o crime é tentado, mas não consumado.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="68gsa-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="68gsa-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="68gsa-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">POR QUE ELE DEMOROU A SER PRESO?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4p5t1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4p5t1-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="4p5t1-0-0"><span style="font-family: verdana;">No dia do julgamento de 1991, a defesa de Viveros pediu que ele aguardasse em liberdade pelo julgamento da apelação da sentença, o que foi concedido pela juíza. Por isso, apesar de condenado a 10 anos de prisão, ele saiu do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, em liberdade.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="evosn-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="evosn-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="evosn-0-0"><span style="font-family: verdana;">Entre o recurso da defesa e um parecer do Tribunal de Justiça do Ceará foram mais quatro anos, incluindo a anulação do primeiro julgamento por falha na formulação das perguntas ao júri, até que a 2ª Câmara Criminal do TJCE decidiu por unanimidade, em abril de 1995, mandar que Marco Antonio fosse novamente julgado. Eles entenderam que não se podia negar que havia indícios de que o réu era o autor do crime e que esses indícios se aliavam às contradições dele próprio, ao fato de ter negado ter uma espingarda, aos depoimentos de vizinhos, que não viram ninguém fugindo, e ao fato de ele ter um péssimo relacionamento conjugal com a esposa, além de ter um caso extraconjugal.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dg92e-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dg92e-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="dg92e-0-0"><span style="font-family: verdana;">O segundo Tribunal do Júri foi realizado em 14 de março de 1996. Desta vez, os sete jurados foram unânimes em apontar que Viveros tinha sido o autor do tiro contra Maria da Penha. A pena no segundo julgamento foi de 10 anos e seis meses de prisão, mas, novamente, ele saiu livre do tribunal após mais um recurso de apelação, desta vez, a uma instância superior.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="f9ll1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f9ll1-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="f9ll1-0-0">A defesa de Viveros alegou que o julgamento tinha ido de encontro às provas dos autos e também questionou a pena estabelecida. Foi a vez do desembargador Francisco Gilson Viana Martins decidir que não haveria um novo julgamento, mas que a pena seria reduzida para oito anos e seis meses de reclusão, já que, ao calcular a punição, a Justiça contou duas vezes a qualificadora de homicídio qualificado, que soma dois anos à pena. Já era 22 de maio de 1998 e, dali a uma semana, o crime completaria 15 anos.
Naquele ano de 1998, Maria da Penha, o Cejil (Centro para a Justiça e o Direito Internacional) e o (Cladem) (Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher) </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">denunciaram o caso</span><span data-offset-key="f9ll1-2-0"> à CIDH/OEA (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos). Após receber quatro ofícios da CIDH/OEA, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">o Brasil foi responsabilizado</span><span data-offset-key="f9ll1-4-0">, em 2001, por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres brasileiras. Além disso, recebeu quatro recomendações:</span></span></div></div><ul class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd" data-offset-key="ld7a-0-0" style="background-color: white; color: #050505; list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; white-space-collapse: preserve;"><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kpz _3kq0 _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="ld7a-0-0" style="counter-reset: ol0 0; direction: ltr; list-style-type: disc; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ld7a-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="ld7a-0-0"><span style="font-family: verdana;">dar uma resposta rápida e efetiva ao caso de Maria da Penha Fernandes, fazendo cumprir a condenação de seu agressor;</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kpz _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2pcv7-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: disc; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2pcv7-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="2pcv7-0-0"><span style="font-family: verdana;">fazer "investigação séria, imparcial e exaustiva" a respeito das irregularidades e atrasos no caso;</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kpz _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="up6q-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: disc; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="up6q-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="up6q-0-0"><span style="font-family: verdana;">assegurar à Maria da Penha uma reparação simbólica e material por não oferecer recurso rápido e efetivo, por manter o caso na impunidade por mais de 15 anos e por impedir com esse atraso a possibilidade indenização civil;</span></span></div></li><li class="x1e56ztr x1xmf6yo xzj9hkj _3kpz _3kq1 _3kq6" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="9nt77-0-0" style="direction: ltr; list-style-type: disc; margin-bottom: 8px; margin-left: 1.5em; margin-top: 8px; position: relative;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9nt77-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="9nt77-0-0"><span style="font-family: verdana;">reformar as leis do país de forma a evitar a tolerância e o tratamento discriminatório à violência doméstica contra mulheres no Brasil.</span></span></div></li></ul><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="26t7n-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="26t7n-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="26t7n-0-0">O </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">relatório 12.051 elaborado pela CIDH/OEA sobre o caso Maria da Penha</span><span data-offset-key="26t7n-2-0"> está disponível para qualquer pessoa que quiser lê-lo.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="aq1sc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="aq1sc-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="aq1sc-0-0">A despeito da denúncia feita à CIDH/OEA, os advogados de Viveros recorreram novamente, desta vez ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 1999. Enquanto a apelação corria no STJ e o Brasil era responsabilizado internacionalmente pelo caso, o Ministério Público do Ceará pediu, em 2002, ao juiz da 1ª Vara do Júri de Fortaleza, que expedisse o mandado de prisão de Viveros, o que ocorreu em 2 de outubro daquele ano, 19 anos após o crime.
Viveros foi </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">preso em 29 de outubro de 2002</span><span data-offset-key="aq1sc-2-0"> em Natal. Em março de 2004, ele conseguiu ir para o regime semiaberto e, em fevereiro de 2007, conseguiu a liberdade condicional. Em março de 2016, o TJCE disponibilizou ao público uma cópia do processo no memorial do Tribunal. O espaço, contudo, passou por um incêndio em setembro de 2021. A cópia que se encontrava lá não foi atingida, mas, segundo o Tribunal, os autos foram digitalizados depois disso e o processo foi arquivado definitivamente.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8m74o-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8m74o-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8m74o-0-0"><span style="font-family: verdana;">Recentemente, Viveros concedeu entrevista a um canal no YouTube, em que repetiu sua versão para a história e, em junho de 2023, um de seus advogados pediu o desarquivamento dos autos "para instruir futura revisão criminal", o que foi negado no dia 20 de julho pelo juiz Antônio Edilberto Oliveira Lima.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="e6bvj-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e6bvj-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="e6bvj-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">COMO SURGIU A LEI MARIA DA PENHA E QUAIS OS EFEITOS DELA?
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="dcc6p-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dcc6p-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="dcc6p-0-0">Diante da falta de medidas legais e ações efetivas, como acesso à Justiça, à proteção e à garantia de direitos humanos a vítimas de violência doméstica, foi formado, em 2002, um </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Consórcio de ONGs Feministas para a elaboração de uma lei</span><span data-offset-key="dcc6p-2-0"> de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="2ea4a-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2ea4a-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="2ea4a-0-0">O Projeto de Lei nº 4.559/2004 da Câmara dos Deputados chegou ao Senado Federal (Projeto de Lei da Câmara nº 37/2006) e foi aprovado por unanimidade em ambas as Casas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então em seu primeiro mandato, sancionou a </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">lei nº 11.340</span><span data-offset-key="2ea4a-2-0">, em 7 de agosto de 2006.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="534th-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="534th-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="534th-0-0">A lei, conforme o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">STJ</span><span data-offset-key="534th-2-0">, cumpre determinações estabelecidas pela </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, da OEA</span><span data-offset-key="534th-4-0">, aprovada em Belém em 1994 e promulgada pelo Brasil em 1996, por meio do </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">decreto 1.973</span><span data-offset-key="534th-6-0">.</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="9qaet-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9qaet-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="9qaet-0-0">Como uma das recomendações da CIDH foi reparar Maria da Penha tanto material quanto simbolicamente, o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">estado do Ceará pagou a ela uma indenização</span><span data-offset-key="9qaet-2-0">, e o governo federal batizou a lei com o seu nome como reconhecimento de sua luta contra as violações dos direitos humanos das mulheres.</span></span></div></div><span style="font-family: verdana;">Em abril de 2023, Lula sancionou mudanças na Lei Maria da Penha com o objetivo de garantir que medidas protetivas de urgência sejam concedidas mais rapidamente e sem muita burocracia. <br /><br /></span><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="4ehv-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4ehv-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="4ehv-0-0">A lei prevê ainda que essas medidas protetivas de urgência sejam concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial e do registro de boletim de ocorrência. De acordo com o </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Painel de Monitoramento das Medidas Protetivas de Urgência da Lei Maria da Penha</span><span data-offset-key="4ehv-2-0">, atualizado pelo Conselho Nacional de Justiça, só em 2023 foram concedidas 216.985 medidas protetivas de urgência no Brasil.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="8cd45-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8cd45-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="8cd45-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">POR QUE EXPLICAMOS
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="3asdr-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3asdr-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="3asdr-0-0"><span style="font-family: verdana;">O Comprova Explica esclarece temas importantes para que a população compreenda assuntos em discussão nas redes sociais que podem gerar desinformação. No caso Maria da Penha, a versão do homem condenado por tentativa de homicídio circula de forma isolada e está sendo tomada como verdade, sem que seja considerada a palavra da vítima, a investigação policial, do Ministério Público e dois julgamentos. O discurso compartilhado fora de contexto levanta suspeitas infundadas sobre a vítima e, como consequência, sobre a necessidade de políticas públicas de proteção a mulheres vítimas de violência doméstica no país.
</span></span></div></div><h2 class="xi81zsa x6prxxf x117nqv4 xyorhqc x1anpbxc xtvhhri" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="ac7ak-0-0" style="background-color: white; color: var(--secondary-text); margin: 10px 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ac7ak-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="ac7ak-0-0"><span style="font-family: verdana; font-size: small;">OUTRAS CHECAGENS SOBRE O TEMA
</span></span></div></h2><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="5oni9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5oni9-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="5oni9-0-0">A alegação de que Maria da Penha teria sido baleada por assaltantes, e não pelo marido, já foi desmentida por diversas agências de checagem e veículos de comunicação, como </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">UOL</span><span data-offset-key="5oni9-2-0">, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Aos Fatos</span><span data-offset-key="5oni9-4-0">, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Fato ou Fake</span><span data-offset-key="5oni9-6-0">, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">Estadão</span><span data-offset-key="5oni9-8-0">.
</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="68eql-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="68eql-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span style="font-family: verdana;"><span data-offset-key="68eql-0-0">Anteriormente, na seção Comprova Explica, o projeto mostrou, por exemplo, </span><span class="x1fey0fg" color="var(--blue-link)">o que é a teoria da conspiração da Nova Ordem Mundial</span><span data-offset-key="68eql-2-0">.
</span></span></div></div><div class="x1e56ztr" data-block="true" data-editor="dk16" data-offset-key="7fvci-0-0" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px; white-space-collapse: preserve;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7fvci-0-0" style="direction: ltr; position: relative;"><span data-offset-key="7fvci-0-0"><span style="font-family: verdana;">A investigação desse conteúdo foi feita por Estadão, Plural e Grupo Sinos e publicada em 9 de julho pelo Projeto Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Nexo, O Popular, O Povo e Diário do Nordeste.
Reportagem da Folha de São Paulo
<span style="font-size: xx-small;">
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/08/entenda-o-caso-de-maria-da-penha-que-originou-lei-de-protecao-a-mulheres-
vitimas-de-violencia-no-brasil.shtml
</span>
O texto original do Projeto Comprova pode ser lido em <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/entenda-o-caso-de-maria-da-penha-que-originou-lei-de-protecao-a-mulheres-vitimas-de-violencia-no-brasil/</span>
</span></span></div></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-30276773427784224132023-07-20T08:14:00.002-03:002023-07-20T08:23:07.978-03:00Infartos em pessoas de 30 e 40 anos deixou de ser surpreendente<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: large;">'Deixou de ser surpreendente ver infartos em pessoas de 30 e 40 anos. A história mudou', diz cardiologista</span></b><br /><br />Alvaro Avezum, médico do Hospital Oswaldo Cruz diz que problemas cardíacos precisam ser encarados com a mesma seriedade que o câncer<br /><br /><br /></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGLeJtDPgddFtyo6qjxDdnRYyw85hfyWP17RXjeq8nlO4D6hyWwdxN5T37GW2r0475gpfpxVK_fDXHnnQA-YhYu7HhOvTMLbPNTmCvxHKpCqygqmigLIKW-JphBJiazOhSx2x_APjds6XCfGG23rEmgk7V0e6fMbA2e-7eehoWtqmNIspcPgWLlnQLML4" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: verdana;"><img alt="" data-original-height="243" data-original-width="339" height="458" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGLeJtDPgddFtyo6qjxDdnRYyw85hfyWP17RXjeq8nlO4D6hyWwdxN5T37GW2r0475gpfpxVK_fDXHnnQA-YhYu7HhOvTMLbPNTmCvxHKpCqygqmigLIKW-JphBJiazOhSx2x_APjds6XCfGG23rEmgk7V0e6fMbA2e-7eehoWtqmNIspcPgWLlnQLML4=w640-h458" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><span style="font-family: verdana;"><br /><br />O cardiologista Álvaro Avezum, do Hospital Oswaldo Cruz, está acostumado a ouvir uma cantilena de justificativas dos pacientes que chegam aos seus cuidados. Uns dizem que saúde vai mal porque é preciso trabalhar muito para acumular patrimônio rápido, ou então que não há onde fazer refeições balanceadas, daí a opção por alimentos com baixo valor nutricional. Há ainda os que fumam, alguns que não controlam o peso. Também aparecem os que não tomam conta do volume do estresse diário, entre outras derrapadas na cartilha de autocuidado.<br /><br /><br />O especialista explica que a vida regrada, embora pareça uma conversa pouco original, é justamente o atalho para anos bem vividos e para manter distância de problemas cardiovasculares sérios (leia-se infarto e o acidente vascular cerebral, o AVC, para ficar em dois exemplos). Único especialista brasileiro no recente estudo internacional, com 80 países, que avaliou os seis grupos de alimentos úteis para ficar longe do risco de doenças cardiovasculares, afirmou ainda que a pesquisa é importante para munir os brasileiros de informação. Conhecer, inclusive, os próprios indicadores de saúde é um caminho para ficar longe de complicações sérias, ele defende. <br />Veja os melhores trechos da entrevista:<br /><br /><br /><b>O que há de novo neste estudo internacional que determina os alimentos cuja falta está associada à piora de doenças cardiovasculares?</b><br /><br /><br />Sempre há alguma novidade em termos de dietas o que pode comer e não pode, o que leva a muitas dúvidas e incertezas para a população. Veja, até havia algumas informações de outros países, mas não necessariamente aplicadas à nossa realidade. Agora temos uma análise com representação da América do Sul e, claro, do Brasil. O foco do estudo foi justamente avaliar o que já é consumido de saudável pelas pessoas, assim elas não ficam confusas. Faz bem o consumo de frutas, vegetais e legumes, peixes, castanhas e laticínios integrais. E sobre o carboidrato, te digo: quanto mais, pior.<br /><br /><b><br />Quais fatores são determinantes para desenvolver um quadro sério de doença cardiovascular?</b><br /><br />Focando em infartos, AVC e insuficiência cardíaca, temos dez fatores que são responsáveis por 90% dos casos. São eles: falta de prevenção e controle de pressão arterial, obesidade abdominal, cigarro, baixa força muscular, diabetes, alimentação pouco saudável, baixa escolaridade, sedentarismo, colesterol e depressão. Repare que a maior parte dos fatores dizem respeito à prevenção e nós já sabemos do quê. Parece algo simples? Porque é. Quanto mais você estiver longe de pontuar nesses fatores negativos, mais distante você estará de ocorrências sérias.<br /><br /><br /><b>Como a baixa escolaridade afeta a saúde do coração?</b><br /><br />Independente da qualidade do ensino em cada país, em estudos assim avalia-se a quantidade de anos que a pessoa passou na escola. Esse gradiente passa entre baixa escolaridade — os não alfabetizados ou com menos de quatro anos na escola — em comparação com quem tem nível superior. Esse fator interage com outras variáveis (como hipertensão e tabagismo), mas podemos considerar que esse individuo com baixa escolaridade pode entender menos o que é a prevenção, ou ter menos adesão terapêutica. São pessoas que podem estar sem o poder da informação para cuidar da própria saúde, portanto, vulneráveis aos eventos graves e à mortalidade. É algo bem sério.<br /><br /><br /><b>Como a displicência dos pacientes afeta o desfecho negativo dos quadros?</b><br /><br />Aqui no Brasil, após o infarto, somente 30% dos pacientes que tiveram alta faz uso de aspirina (medicamento usado como anticoagulante) no caso da sinvastatina (para reduzir o colesterol), não chega a 10%. A adesão terapêutica é sim um problema, tem gente que acha que quando não está sentindo nada, não precisa tomar medicamento. Como se fosse uma dor de cabeça, só toma quando há problema. Temos que dizer às pessoas com pressão alta que mesmo não sentindo nada, elas terão que tomar remédio a vida inteira. É preciso explicar a essas pessoas que mesmo sem os sintomas, seguir com aquele remédio fará com que elas vivam mais e melhor. Falta empoderar o paciente com as informações que nós médicos temos. Nem todo mundo que conhece o tratamento segue à risca e quem não está informado seguirá menos ainda. Isso é algo muito sério. A cardiologia precisa ter a mesma visão em que há no câncer. Quando alguém recebe um diagnóstico oncológico, ele segue o tratamento, tem pavor em não segui-lo. E infarto e AVC tem maior mortalidade que muitos tumores, e a pessoa pega leve. Há uma visão muito pueril, muito adolescente sobre as doenças cardiovasculares.<br /><br /><br /><b>As doenças do coração estão rejuvenescendo?</b><br /><br />Na minha época de residente, há uns 35 anos, o infarto era da quinta e sexta década da vida. O AVC, na sexta e sétima década. Quando a gente via um infarto em pessoas de 30 e poucos anos, chamávamos os colegas para ver o que estava acontecendo. Agora, isso deixou de ser surpreendente. A história mudou, há infartos nos 30 e 40 anos e AVC nos 40 e 50. A doença cardiovascular foi antecipada. A alteração do perfil de risco mudou. A população está colocando os pés nos fatores de risco antes. Estou falando de alimentação não saudável e do sedentarismo, mais prevalentes. E não subestime, também há impacto da forte carga estressora das profissões. Basta olhar nas escolas e faculdades o numero de jovens tomando ansiolíticos e antidepressivos. Nos colocamos num estilo de vida tóxico.<br /><br /><br /><b>A vida contemporânea encaminha a gente pra justamente deixar esse equilíbrio de lado…</b><br /><br />Ah, espera ai. A vida empurra ou a gente faz essas escolhas? Também escolhemos essa vida. Nessa rotina atual vamos entrar em rota de colisão (com a saúde) mais cedo que esperávamos? Sim. Você quer entrar em rota de colisão? Não. Então vai ter que mudar. Lógico que a mudança não acontecerá num estalar de dedos. É preciso topar a jornada.<br /><br /><br /><b>O risco de doenças cardiovasculares é diferente para homens e mulheres?</b><br /><br />Hoje a prevalência da hipertensão assola os dois sexos. O estilo de vida das mulheres hoje, comparado há 30, 40 anos, mudou para pior. O risco está empatando com o a gravidade para o homem. A prevalência de hipertensão é ligeiramente maior neles, mas na passagem da menopausa, você começa a ter similaridade na possibilidade de agravamento cardiovascular para ambos. Isso porque há uma alteração hormonal, que faz as mulheres terem mais gordura abdominal. Há ainda maior sedentarismo, estresse e depressão o que aumenta o risco de agravamento de doenças. É um tempo da vida que requer uma atenção maior para elas.<br /><br /><br /><b>O Hospital Oswaldo Cruz tem um novo centro de ciência da longevidade. Quais são os fatores decisivos para viver muito?</b><br /><br />Quando falamos de ciência da longevidade não estou falando só de aumento de anos de vida, mas de mais anos com qualidade. Anos de vida com qualidade significa menor ocorrências cardiovasculares, de câncer, menor ocorrência de doença respiratórias e neurológicas. É a compressão da morbidade. Aliado a isso, é importante retardar ou prevenir a ocorrência de déficit cognitivo. Podemos considerar ainda a saúde mental e a saúde espiritual, que envolve, por exemplo, a disposição ao perdão, propósito e a disposição com a vida. Por fim, há determinantes sociais que tem a ver com escolaridade e renda. Tudo isso influencia na longevidade.<br /><br /><br /><b>Ser espiritualizado ajuda em tratamentos, mas a ausência de espiritualidade pesa pro lado negativo?</b><br /><br />Sem dúvida. Quando falamos, porém, em espiritualidade, cada uma analisa com seu viés. Aqui consideramos os valores morais, mentais, emocionais que todos têm. Que norteiam o que pensamos e nossas atitudes. Como lidamos a gente mesmo e com os outros. Para chegar a essas conclusões avaliamos coisas passíveis de observação e de mensurar. Usamos questionários aprovados sobre, por exemplo, altruísmo e propósitos de vida. Ou seja, indivíduos que tem proposito, satisfação com a própria vida, disposição ao perdão, gratidão e integração social, viverão melhor. A ausência disso vai na direção oposta.<br /><br /><b>Reportagem de Mariana Rosário n'O Globo </b><br /></span><br /><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2023/07/20/deixou-de-ser-surpreendente-ver-infartos-em-pessoas-de-30-e-40-anos-a-historia-mudou-diz-cardiologista.ghtml</span><br />Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-58563154512937974832023-04-08T12:44:00.001-03:002023-04-08T12:44:46.026-03:00Chances de evitar tragédia em Blumenau foram perdidas <span style="font-family: verdana;">Enzo, Larissa, Bernardo...<br /><br />Não há como limitar o uso de armas brancas. O problema está na motivação por trás da mão que ataca, não naquilo que a mão carrega<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4jbpDe-n2mpbf6MMFXbT7GQgwk9sAQBNJXv38JYUz5eL0N3_InnwtUl1Y4q44gswuyUZh6FbVvJrsNlevXWG8i-Ez2oM-d0re--2M4-bMezUpyf0a_qjxme9YktT6BOnX7KFEMwpF9yHVCTvjzrgC2ykeoarojrCknFHK2JWhpNDHsbTjD5IRKv7F" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="490" data-original-width="718" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4jbpDe-n2mpbf6MMFXbT7GQgwk9sAQBNJXv38JYUz5eL0N3_InnwtUl1Y4q44gswuyUZh6FbVvJrsNlevXWG8i-Ez2oM-d0re--2M4-bMezUpyf0a_qjxme9YktT6BOnX7KFEMwpF9yHVCTvjzrgC2ykeoarojrCknFHK2JWhpNDHsbTjD5IRKv7F=w640-h436" width="640" /></a></div><br />Na manhã da última quarta-feira, Bernardo, de 4 anos, se espreguiçou na cama pela última vez. Enzo, também de 4 anos, vestiu pela última vez o uniforme. Outro Bernardo, de 5, tomou seu último café da manhã. Larissa, de 7, se penteou — e foi a última vez que se viu no espelho.<br /><br /><b>Todos eram filhos únicos. E que filho não é único?</b><br /><br />Dali a pouco estariam mortos, diante de outras crianças feridas, em choque, e de professoras atônitas.<br /><br />Essa deveria ser a notícia. Esses, os nomes a ser lembrados.<br /><br />Mas há outro personagem — que também se espreguiçou pela manhã, se vestiu, deve ter tomado café e se olhado no espelho. E que continuará a fazer isso todos os dias. Por algum tempo, dentro de uma cela; logo, muito antes que Larissa, Enzo e os xarás Bernardos pudessem saber o que é estar apaixonado e ter sofrido a primeira dor de amor, esse personagem estará de volta às mesmas ruas que Enzo, Bernardos e Larissa nunca mais pisarão.<br /><br />Sete anos antes da manhã em que se armou e ligou a motocicleta, o sem nome foi preso por uma briga. Dois anos antes de pular o muro da creche, esfaqueou o padrasto. Nove meses antes de caminhar por entre os balanços e escorregadores, havia sido detido por posse de cocaína. Quatro meses antes de se lançar sobre nove crianças, a vítima de seus golpes fora um cachorro.<br /><br />Em pelo menos quatro oportunidades, poderia ter sido afastado temporariamente da sociedade. Tratado, se sofresse de algum transtorno. Reeducado, em caso de desajuste. Acolhido, se vítima de um histórico de abandono. Sabe-se lá quantas vezes terá dado sinais de comportamento agressivo. E quantas chances de evitar que sua violência atingisse Bernardos, Larissa e Enzo foram perdidas.<br /><br />Os meios de comunicação que levam o jornalismo a sério tornaram mais cuidadosa a divulgação desse tipo de crime. Não há fotos do assassino. Seu nome nem sequer é mencionado. Ao contrário da notoriedade que certamente almeja, terá a ignomínia — a perda do nome, o anonimato.<br /><br />A cada atentado — em Caraí, Ipaussu, Medianeira, Morro do Chapéu, Janaúba, Santa Rita, São Caetano do Sul, Rio de Janeiro — debate-se o (urgente, necessário) controle de armas de fogo. Mas não há como limitar o uso de armas brancas, paus, pedras, álcool, fósforos. O problema está na motivação por trás da mão que ataca, não naquilo que a mão carrega. Está na indiferença de parentes e amigos diante dos alertas, na inoperância da polícia, na leniência da Justiça, na inexistência de um sistema eficiente de saúde mental, na falência do Estado em prover educação, segurança, assistência social.<br /><br />Cada tragédia como esta — em Blumenau, São Paulo, Aracruz, Barreiras, Saudades, Suzano, Goiânia — é pretexto para que se retome a rinha politiqueira, a troca oportunista de acusações (“Faz arminha!”, “Faz o L!”). Como se a defesa da vida, a condenação da impunidade, a proteção ao cidadão fossem monopólio deste ou daquele partido.<br /><br />Quem perde pai ou mãe torna-se órfão. Não há palavra para designar quem perde o filho. Desde quarta-feira, o Brasil tem os órfãos reversos de Enzo, Bernardo, Larissa — como já tinha os de Selena, Juan Pablo, Ana Clara, Kaio, João Pedro, Sarah, Anna Bela, Samira...<br /><br />E mais um assassino inominável. Que em breve será outra prova viva da cegueira da Justiça.<br /><br />Texto de Eduardo Affonso n'O Globo <br /><br /><a href="https://oglobo.globo.com/opiniao/eduardo-affonso/coluna/2023/04/enzo-larissa-bernardo.ghtml"><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/opiniao/eduardo-affonso/coluna/2023/04/enzo-larissa-bernardo.ghtm</span>l</a></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-86404653525169721662023-04-07T20:22:00.000-03:002023-04-07T20:22:08.489-03:00Blumenau e outros ataques a escolas: por que casos se repetem?<span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioJJqMaJQU2B5HG04qhDVVyM2qjVZ1vRLy71U1m7AOcnyh32n7dbQ4c8Vj88syfLPPbH5nG2N9dQJoqoqmIp3iB7fV4GX3vThU7M3pd8VJAdGeK8iHno-F040yK7uD7g98Ks6sk3-CDascIai6myFhMKselV-2Thj6-6U1m9lik-OmNh7OaaXED_9Q" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="495" data-original-width="1349" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioJJqMaJQU2B5HG04qhDVVyM2qjVZ1vRLy71U1m7AOcnyh32n7dbQ4c8Vj88syfLPPbH5nG2N9dQJoqoqmIp3iB7fV4GX3vThU7M3pd8VJAdGeK8iHno-F040yK7uD7g98Ks6sk3-CDascIai6myFhMKselV-2Thj6-6U1m9lik-OmNh7OaaXED_9Q=w640-h234" width="640" /></a></div><br /><br /><br />1. Avanço da intolerância e valorização da ‘cultura da violência’<br />2. Crescimento e radicalização de grupos de ódio na internet<br />3. Distanciamento nas relações e enfraquecimento do afeto<br />4. Piora da saúde mental da sociedade<br />5. A importância do efeito contágio<br /><br /><br />Estadão ouviu cinco estudiosos para entender que tipos de fenômenos e tendências podem funcionar como gatilhos ou potencializadores de atos violentos como os registrados em Blumenau<br /><br />Embora cada ataque trágico ocorrido em uma escola tenha por trás uma história e perfil específicos do agressor, especialistas são unânimes em dizer que fatores sociais e culturais existentes atualmente na sociedade brasileira podem estar relacionados ao aumento de ocorrências do tipo no País. O Estadão ouviu cinco estudiosos para entender que tipos de fenômenos e tendências podem funcionar como gatilhos ou potencializadores de atos violentos como os registrados em Blumenau e de que forma a sociedade deve se organizar para reduzir esses fatores de risco e diminuir o risco de novas tragédias.<br /><br /><b>1. Avanço da intolerância e valorização da ‘cultura da violência’</b><br /><br />O cenário social e político brasileiro, com crescente intolerância e polarização, funciona como um incentivador para atos violentos de todos os tipos, em especial para pessoas com algum histórico ou predisposição a esse tipo de conduta, segundo especialistas. Esses reconhecem que, embora o País tenha historicamente altos índices de violência e ataques contra minorias, os últimos anos foram marcados por um movimento crescente, visto principalmente na política, de polarização, intolerância e extremismo.<br /><br />”Estamos em um País que tem os maiores índices de violência no trânsito, contra mulheres, contra minorias, contra pessoas trans. Somos uma sociedade violenta e ela está mais intolerante e polarizada. A polarização e a intolerância são ingredientes de uma cultura beligerante, de hostilidade, de extermínio do inimigo. Isso tudo alimenta mais violência”, afirma o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Estadão.<br /><br />Para Thiago Fernando da Silva, psiquiatra forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC) da USP, o cenário se agravou nos últimos anos porque a “cultura da violência passou a ser glamourizada”, com mais discursos de intolerância, menos espaço para resolução de conflitos de forma amistosa e incentivo a políticas públicas de maior acesso a armas. “Essa era uma cultura que associávamos aos Estados Unidos, mas passou a estar presente também no Brasil de maneira intensa. Isso cria um impacto muito grande em indivíduos vulneráveis que, por diversos motivos, têm um funcionamento mental mais frágil na questão<br />da influência”, diz.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjaD46UodHcyFxzdjus3bpAjUkZfpVi3M8mckJTdLwGtE5HfTV9u1DjAKiVgU3X8Cm_hLCvVe5piSTyHVJL4bU8jrLF8rSo9p0PoeQGf1kUMadXhBZpV6Wg5uJg9FLGnFt4ESOCb0IJw-uzsenxv0P9ZZHg0gxJgzuOiqXdoZ2ktKBFs6iCYu8XQuQQ" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="522" data-original-width="761" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjaD46UodHcyFxzdjus3bpAjUkZfpVi3M8mckJTdLwGtE5HfTV9u1DjAKiVgU3X8Cm_hLCvVe5piSTyHVJL4bU8jrLF8rSo9p0PoeQGf1kUMadXhBZpV6Wg5uJg9FLGnFt4ESOCb0IJw-uzsenxv0P9ZZHg0gxJgzuOiqXdoZ2ktKBFs6iCYu8XQuQQ=w640-h440" width="640" /></a></div><br /><br /><b>2. Crescimento e radicalização de grupos de ódio na internet</b><br /><br />Na esteira do avanço da intolerância e da polarização e com a ampliação do acesso a ferramentas tecnológicas, até mesmo por parte de crianças e adolescentes, cresceram também grupos extremistas que se articulam sobretudo pelas redes sociais e ganham potência e escala graças a esse alcance dado pela internet. “Temos há algum tempo o extremismo e o discurso de ódio, com a desumanização de outros grupos sociais e discursos supremacistas. Só que isso chegou ao debate público, o extremismo veio para o mainstream porque houve uma normalização dos discursos nocivos. Isso vai levando mais pessoas para o extremo”, diz Michele Prado, pesquisadora do grupo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP).<br /><br /><b>Temos há algum tempo o extremismo e o discurso de ódio, com a desumanização de outros grupos sociais e discursos supremacistas. Só que isso chegou ao debate público, o extremismo veio para o mainstream porque houve uma normalização dos discursos nocivos</b><br />Michele Prado, pesquisadora do grupo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo <br /><br />Ela lembra que, com o isolamento imposto pelos dois anos mais intensos da pandemia da covid-19, as pessoas, em especial crianças e adolescentes, se voltaram mais para as interações sociais virtuais e ficaram mais expostas a esses conteúdos extremistas. “Temos crianças a partir de 10 anos recebendo isso em grupos do TikTok, Twitter, Discord”, diz.<br /><br />As narrativas são especialmente perigosas para os mais jovens porque eles ainda não completaram seu desenvolvimento psíquico e emocional e são mais suscetíveis à influência de pares. “Nessas comunidades de ódio, essas ideias têm eco, esses participantes se influenciam reciprocamente”, diz Silva, do IPq-HC.<br /><br />Segundo Gustavo Estanislau, psiquiatra da infância e adolescência do Instituto Ame Sua Mente, o adolescente, pela imaturidade emocional e em especial se já tiver transtornos mentais ou conflitos familiares, pode mudar seu comportamento ao acompanhar esses grupos. “Quando está nesse conjunto, a pessoa pode dissolver sua personalidade no grupo, passar a ser mais hostil, impulsiva, reativa. Por isso é importante que os pais e educadores mantenham o diálogo, as relações saudáveis e monitorem o que os jovens fazem na internet.”<br /><br /><b>3. Distanciamento nas relações e enfraquecimento do afeto</b><br /><br />O aumento de comportamentos violentos, do isolamento e da intolerância entre alguns jovens tem, como pano de fundo, em alguns casos, um distanciamento e superficialismo nas relações, até mesmo familiares. Para o psicólogo Timoteo Madaleno Vieira, professor de psicologia e educação do Instituto Federal de Goiás (IFG), vivemos um período de transição entre uma sociedade mais tradicional para um cenário de maior liberdade e priorização das demandas e desejos individuais.<br /><br />Nesse contexto, porém, o afeto e o cuidado com o outro podem se perder, levando ao aumento de sentimentos como abandono, rejeição e solidão. “Nos distanciamos uns dos outros. Os pais se distanciam dos filhos, eles passam mais tempo sozinhos. Os pais ficam preocupados com isso, mas, ao mesmo tempo, gera conforto para eles poderem fazer as coisas deles, porque o filho demanda muito, dá trabalho. Essa proximidade afetiva está em baixa. E um mundo sem afeto é um mundo doente porque não consegue pensar no outro e no valor que ele tem”, diz o especialista.<br /><br /><b>Nos distanciamos uns dos outros. Os pais se distanciam dos filhos, eles passam mais tempo sozinhos. Os pais ficam preocupados com isso, mas, ao mesmo tempo, gera conforto para eles poderem fazer as coisas deles, porque o filho demanda muito, dá trabalho</b><br />Timoteo Madaleno Vieira, professor de psicologia e educação do Instituto Federal de Goiás (IFG)<br /><br />“Nosso processo de desenvolvimento é modulado pela visão do outro, a gente se constitui a partir disso e há esse desgaste nas relações sociais e familiares. Com isso, as redes sociais acabam sendo um refúgio”, afirma Silva.<br /><br /><b>4. Piora da saúde mental da sociedade</b><br /><br />Os prejuízos trazidos pela pandemia e o empobrecimento das relações afetivas são dois fatores que pioraram a saúde mental geral da população, com aumento de transtornos mentais e comportamentos problemáticos que podem levar a atos violentos. ”Temos dados concretos de que os estados de alerta associados à pandemia elevaram os níveis de estresse, aumentaram as queixas de depressão e ansiedade e levaram especialmente os jovens a agirem de forma mais impulsiva e agressiva”, diz Estanislau.<br /><br /><b>Temos dados concretos de que os estados de alerta associados à pandemia elevaram os níveis de estresse, aumentaram as queixas de depressão e ansiedade e levaram especialmente os jovens a agirem de forma mais impulsiva e agressiva</b><br />Gustavo Estanislau, psiquiatra da infância e adolescência do Instituto Ame Sua Mente<br /><br />Os especialistas alertam que o uso excessivo de redes sociais aumenta a ansiedade e pode gerar frustrações pelo não alcance dos padrões de beleza e sucesso impostos por algumas publicações. “Os mais jovens estão com o cérebro em formação. Os pais têm de tomar cuidado com o conteúdo que está sendo consumido, precisam estar juntos no processo de desenvolvimento Um dos melhores marcadores de saúde mental é o desenvolvimento de relações sociais saudáveis”, afirma Silva. Ele defende ser necessário maior regulamentação por parte das plataformas tecnológicas quanto ao conteúdo disseminado nas redes.<br /><br /><b>5. A importância do efeito contágio</b><br /><br />Um último aspecto trazido pelos especialistas como possível influenciador do aumento de ataques a escolas é o chamado efeito contágio, ou seja, um crescimento de atos violentos motivados por outros crimes similares cometidos num período recente. No contexto atual, de ampla e rápida disseminação dos ataques por meio da imprensa e redes sociais, a forma com que os casos são retratados pode levar outras pessoas já vulneráveis ou integrantes de grupos extremistas a se inspirarem e repetirem essa conduta.<br /><br />”Dependendo de como o fato é divulgado, um indivíduo com um perfil de empatia menos desenvolvido pode se sentir validado por esse tipo de comportamento”, diz Estanislau. Para Silva, um dos fatores que influenciam outros casos similares é justamente a glamourização da violência por pessoas já predispostas a esses tipos de atos. “Esses indivíduos querem ser vistos, querem aparecer no jornal, na mídia. Uma maneira de fazer prevenção é noticiar o fato de maneira mais controlada, evitar imagens dos ataques e do autor”, afirma.<br /><br /><b>NOTA DA REDAÇÃO</b>: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.<br /><br />Reportagem de <b>Fabiana Cambricoli</b> n'O Estado de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www.estadao.com.br/educacao/blumenau-e-outros-ataques-a-escolas-por-que-casos-se-repetem-especialistas-listam-5-razoes/</span></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-25668663759181438192023-03-05T07:15:00.008-03:002023-03-05T07:16:43.752-03:00Todas as formas de violência contra mulher aumentam em 2022 <span style="font-family: verdana;">Quase metade das vítimas afirmam que não denunciaram episódios e alegam falta de confiança na polícia<br /><br />Para especialista, dados mostram que fim do relacionamento representa fator de risco para feminicídio e agressão<br /><br />Todas as formas de <a href="https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/02/ex-marido-rebate-acusacoes-de-violencia-domestica-de-titi-muller-e-a-acusa-de-criar-um-circo.shtml">violência contra a mulher</a> aumentaram no Brasil em 2022, aponta uma nova pesquisa Datafolha realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A lista inclui desde vítimas de de xingamentos e ameaças até aquelas que foram esfaqueadas ou alvo de tiros.<br /><br />O levantamento, que aconteceu entre os dias 9 e 13 de janeiro deste ano, ouviu pessoas acima de 16 anos em 126 cidades do Brasil, abrangendo assim todas as regiões do país. Do total, foram realizadas 2.017 entrevistas, sendo 1.042 mulheres, das quais 818 responderam ao bloco sobre vitimização.<br /><br />A pesquisa, chamada "Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil" e publicada na manhã desta quinta-feira (2), mostra um <a href="https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/01/bbb-23-relacionamentos-abusivos-nao-sao-exclusividade-de-mulheres-frageis-alerta-especialista.shtml">cenário ainda mais preocupante para a população feminina</a>. Os números apontam que 50.692 mulheres sofreram violência diariamente em 2022. <br /><br />A prevalência da violência ao longo da vida é maior entre mulheres pretas (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%). No geral da população esse número é de 33,4%.<br /><br />Entre os índices que medem a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/01/protocolo-para-casos-de-abuso-sexual-em-barcelona-garantiu-agilidade-no-caso-daniel-alves.shtml">violência contra a mulher</a>, houve uma piora em todos os aspectos, seja tiro ou esfaqueamento, ameaça com arma de fogo ou faca, espancamento ou tentativa de estrangulamento até insultos, humilhação ou xingamento.<br /><br />Para Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, três motivos explicam o aumento da violência contra a mulher.<br /><br />O primeiro está ligado à queda do financiamento de projetos ligados ao acolhimento das mulheres em situação de violência.<br /><br />Por exemplo, o Inesc (Instituto Instituto de Estudos Socioeconômicos) apontou que o orçamento federal para combater a violência contra a mulher em 2022 foi o menor dos últimos quatro anos.<br /><br />Além disso, Bueno diz que houve uma precarização dos serviços de acolhimento em meio à pandemia. Alguns serviços, lembra ela, foram interrompidos ou tiveram a capacidade limitada de recursos. "Estamos falando de diversos funcionários públicos afastados por serem considerados grupo de risco e isso precarizou na ponta o atendimento", diz.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh2Bbz_7ijE7debPTfUo7HS7XclFvNfVgXINGTWEZCoEU5d_UG0LRN6jjbWtR24kH2IMqrXYqivnJaNAthIqYR5Lwjwt8LxL4nXbbAMsSShn7R1NW0gF9vM9FRTg0PkDVEhZ9CG9FPGdgJ0pA8-2IKnuTwRMacRLo0SYEw7yM1mXPZnxinoi6Hc7DIB" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="388" data-original-width="554" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh2Bbz_7ijE7debPTfUo7HS7XclFvNfVgXINGTWEZCoEU5d_UG0LRN6jjbWtR24kH2IMqrXYqivnJaNAthIqYR5Lwjwt8LxL4nXbbAMsSShn7R1NW0gF9vM9FRTg0PkDVEhZ9CG9FPGdgJ0pA8-2IKnuTwRMacRLo0SYEw7yM1mXPZnxinoi6Hc7DIB=w640-h448" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjf9f3QqySeVKcAsJ0epY9ab8Yl2X7Lpf_QZgvYBz8kKKIVEXEpmyHFLU9BkQIVI4IVeQ-IXJfW7aI8hhp4LVIIknC_ZBAexmjdqBcL8RcAe_aMBz0-LkUk49yWMUGO002zJsMxk9D7alfjDQ_UEQy6lhlS2AUHBSXjJknuJHZbjUVloh0gvCSvoy71" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="465" data-original-width="653" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjf9f3QqySeVKcAsJ0epY9ab8Yl2X7Lpf_QZgvYBz8kKKIVEXEpmyHFLU9BkQIVI4IVeQ-IXJfW7aI8hhp4LVIIknC_ZBAexmjdqBcL8RcAe_aMBz0-LkUk49yWMUGO002zJsMxk9D7alfjDQ_UEQy6lhlS2AUHBSXjJknuJHZbjUVloh0gvCSvoy71=w640-h456" width="640" /></a></div><br />Por fim, a diretora do Fórum cita que o agravamento da violência contra as mulheres pode estar ligado ao movimento ultraconservador que cresceu nos últimos anos.<br /><br />"Isso vai desde o Escola Sem Partido que ataca questões como igualdade de gênero", diz Bueno. "Mas isso ficou claro na gestão do [ex-presidente Jair] Bolsonaro com a criação do Ministério da Família e das tentativas da [ex-ministra e agora senadora] Damares Alves de impedir meninas grávidas em decorrência de estupros a realizarem um aborto."<br /><br />Ela compara a situação do Brasil com os resultados de uma pesquisa conduzida pela Monash University (da Austrália) e pela ONU Mulheres que buscou compreender como a expansão do extremismo em Indonésia, Bangladesh e Filipinas reverberou na agenda de gênero.<br /><br />O estudo concluiu que pessoas que apoiam a violência contra mulheres são três vezes mais suscetíveis a apoiar o extremismo, ou seja, apoiar que práticas violentas sejam empregadas para alcançar objetivos ideológicos, políticos ou religiosos.<br /><br />"Regredimos muito nessa discussão, o que mostra como a violência reverbera em diferentes esferas da vida", diz Bueno.<br /><br />Uma das recomendações do Fórum é o cumprimento de uma legislação aprovada em 2022, que determina que 5% da verba do Fundo Nacional de Segurança Pública seja destinada ao enfrentamento de violência contra mulher.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjKwl8_nNV1uldqNqk2zwC_DWYDSQ84VQA9q-ZG4nAr8Ig73Xh0eVfo_Vf3vETkRlZoqfTFPj4ShfxYgA74WA_15__3HUvoTqUyeUaQKPRghfco2ZPcLBbUKTpxnwNj2fpuhHzXKhHpzlYwn5Vjav7nBA3CiPahDPh2p-svLEGHWT8R-HCq-rZapevD" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="433" data-original-width="632" height="438" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjKwl8_nNV1uldqNqk2zwC_DWYDSQ84VQA9q-ZG4nAr8Ig73Xh0eVfo_Vf3vETkRlZoqfTFPj4ShfxYgA74WA_15__3HUvoTqUyeUaQKPRghfco2ZPcLBbUKTpxnwNj2fpuhHzXKhHpzlYwn5Vjav7nBA3CiPahDPh2p-svLEGHWT8R-HCq-rZapevD=w640-h438" width="640" /></a></div>Pela primeira vez, a pesquisa mediu a porcentagem de mulheres que já foram <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/deborah-bizarria/2023/02/leniencia-com-importunacao-sexual-tira-liberdade-das-mulheres.shtml">agredidas fisicamente ou sexualmente</a> ao menos uma vez na vida e aponta que 1 em cada 3 mulheres já sofreram alguma violência —o número é superior à média global de 27%, segundo uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) realizada em 2021.<br /><br />Quando a pesquisa inclui a violência psicológica, o número sobe e chega a 43% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais, o que equivale a 27,6 milhões de pessoas.<br /><br />Bueno relembra que o Brasil é um país violento de maneira geral, não apenas com mulheres. Diz ainda que nos últimos 15 anos houve uma evolução da sociedade sobre o tema.<br /><br />"O brasileiro está mais sensível a essa causa, mas isso não significa que os índices vão cair, mas a população está menos conivente", diz ela que cita que a pesquisa aponta ainda como cresce, a cada ano, a incidência da violência dentro de casa e cai o número das agressões na rua.<br /><br />A especialista afirma que uma das possibilidades para isso é de que os agressores se sentem menos encorajados a praticar a violência. "Por isso, esperam ficar em casa. Assim, aumenta a violência no espaço doméstico, um local de proteção para o agressor."<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguIBA67_xz9PHKjpJKO_kyfyWbQCY01HStFtCloAkQ2q4BGlFruuUsgeTVevjDpSmZPGr90880qWS0hi26ZIrK0R85kLQfJXsKYzkzONd8M1n0hCI8aCiqWCEcXHshtLXu48odpN_QmAGUaytW5iCZ434-M5ngSmEdGATIXTkYpJ18nhAIPZvWeb3l" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="478" data-original-width="682" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguIBA67_xz9PHKjpJKO_kyfyWbQCY01HStFtCloAkQ2q4BGlFruuUsgeTVevjDpSmZPGr90880qWS0hi26ZIrK0R85kLQfJXsKYzkzONd8M1n0hCI8aCiqWCEcXHshtLXu48odpN_QmAGUaytW5iCZ434-M5ngSmEdGATIXTkYpJ18nhAIPZvWeb3l=w640-h448" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdeRKX5xkF1W2x9GJC018CDhawj4zgCYc1r7y0z0AyDrZlPuBK7XzQhDJqjH8owwAiyQK7Tv3TrWvShSiuD6hB0sgrjJF_DiAhXQHbAh2VkTe2qbTsNpOMAytr_ePG5518HfgQgRGsAlmy2QLLYu69ySD7AjL4hCykv0QSZXP1JbYLSEuMJmrYCgt1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="493" data-original-width="677" height="466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdeRKX5xkF1W2x9GJC018CDhawj4zgCYc1r7y0z0AyDrZlPuBK7XzQhDJqjH8owwAiyQK7Tv3TrWvShSiuD6hB0sgrjJF_DiAhXQHbAh2VkTe2qbTsNpOMAytr_ePG5518HfgQgRGsAlmy2QLLYu69ySD7AjL4hCykv0QSZXP1JbYLSEuMJmrYCgt1=w640-h466" width="640" /></a></div>A pesquisa aponta ainda que a maior parte das mulheres agredidas não pede ajuda. Em 2022, foram 45% que não fizeram nada após episódios de violência. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, as mulheres afirmaram ter pedido ajuda para familiares e amigos.<br /><br />A maior parte afirma acreditar que consegue resolver a questão sozinha (38% das entrevistadas). o segundo maior motivo é a falta de confiança na polícia, resposta dada por 21,3%.<br /><br />Além disso, 14% dizem não ter provas suficientes para provar terem sido vítima de uma agressão. "A mulher que não tem uma marca física muito evidente, muitas vezes não vai conseguir fazer um boletim de ocorrência e vai voltar para casa. Isso demonstra a incapacidade do estado de lidar com as diferentes formas de violência", diz Bueno.<br /><br />Reportagem de <a href="https://www1.folha.uol.com.br/autores/isabella-menon.shtml">Isabella Menon</a> na Folha de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;"><a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/03/todas-as-formas-de-violencia-contra-mulher-aumentam-em-2022-diz-pesquisa.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/03/todas-as-formas-de-violencia-contra-mulher-aumentam-em-2022-diz-pesquisa.shtml</a> </span></span><br />Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-2528485477424591242022-12-10T19:53:00.006-03:002022-12-10T19:53:43.153-03:00Novos medicamentos para controle da obesidade<span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: medium;"><b>Obesidade: conheça os novos medicamentos para combater a doença</b></span><br /><br />Novos medicamentos ajudam a controlar doença, mas não podem ser o único tratamento<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg41wln6QHPHRfLYQn2L1KMHJJXN4UT_sqOC8vO0UWtmIIg84696lNool14gOcNc1MH00jRfx33gsEduRxC9JoYLpeEH3GmSjZ202GM-kyvzmQMmA2DnCh4C5KvEM1pGFDN1jWUrXRf1civAcomLMoCL26yFNyh-ynUfVe-ePavJOtRABCqJTXM5ec0" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="616" data-original-width="924" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg41wln6QHPHRfLYQn2L1KMHJJXN4UT_sqOC8vO0UWtmIIg84696lNool14gOcNc1MH00jRfx33gsEduRxC9JoYLpeEH3GmSjZ202GM-kyvzmQMmA2DnCh4C5KvEM1pGFDN1jWUrXRf1civAcomLMoCL26yFNyh-ynUfVe-ePavJOtRABCqJTXM5ec0=w640-h426" width="640" /></a></div><br />A obesidade e sobrepeso afetam 60% da população brasileira, com um em cada cinco indivíduos classificável como obeso (IMC maior ou igual a 30 kg/m²). A obesidade também eleva a prevalência de outras comorbidades, como diabetes, esteatose hepática, hipertensão e doenças cardiovasculares.<br /><br />Por ser uma doença crônica, a obesidade não tem prazo definido para o fim do tratamento. Existe controle, não cura. É uma patologia multifatorial, com o desafio de encontrar uma medicação que atue em todas as etiologias, ajudando o paciente de forma eficaz. Há fatores genéticos, ambientais, metabólicos, nutricionais e psicológicos envolvidos no ganho de peso. O tratamento dificilmente se resumirá em tomar uma medicação.<br /><br />As diretrizes mais modernas enfatizam que para se considerar um obeso “saudável” — um termo bastante discutido —, é necessário um conjunto de resultados: redução de um percentual do peso basal, com estabilidade nos últimos anos, estilo de vida não sedentário, qualidade alimentar e exames normais.<br /><br />Apesar do impacto da obesidade na saúde, o arsenal terapêutico para doença ainda é limitado. No Brasil, as medicações liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são: Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e associação de Bupropiona com Naltrenoxa, sendo que esta última ainda não é comercializada no Brasil.<br /><br />A boa notícia é que os estudos na área têm se multiplicado, e temos novas medicações, algumas já aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA), órgão regulatório dos Estados Unidos. As terapias vêm com o propósito de facilitar o indivíduo a atingir as metas para bom controle da doença.<br /><br />Em meados de 2011, foi lançada uma medicação injetável subcutânea, chamada liraglutida. Trata-se de uma substância que mimetiza um hormônio produzido pelas células intestinais (análogo GLP-1), que age reduzindo a fome por mecanismos de aumento da saciedade e retardo do trânsito gástrico. Apesar da boa resposta terapêutica para alguns pacientes, há o inconveniente de as injeções serem diárias e do alto custo.<br /><br />A Semaglutida veio em seguida, sendo aprovada nos EUA para o tratamento da obesidade no ano passado. A medicação também é um análogo de GLP-1, que age de forma semelhante à liraglutida, com a vantagem de ser aplicada semanalmente. Os estudos evidenciaram uma perda média de 14,9% do peso basal (associado à dieta e mudanças do estilo de vida). Ela é comercializada no Brasil desde 2018, mas com aval apenas para pacientes com diabetes tipo 2.<br /><br />A Tirzepatida é uma nova molécula, que tem ação dupla nos receptores de GLP-1 e GIP (outro hormônio intestinal) e ajuda na redução do apetite. O seu uso também é subcutâneo, uma vez na semana. Até o momento, foi aprovada nos EUA apenas para pacientes com diabetes tipo 2. Porém, há estudos que apontaram perda média de 20,9% do peso basal com dose máxima, sendo que 57% dos pacientes emagreceram mais que 20%.<br /><br />O Bimagrumab é um anticorpo monoclonal que age reduzindo a gordura corporal e aumentando massa muscular. A nova molécula traz perspectivas promissoras no combate à obesidade. Um estudo fase 2 em 75 pacientes portadores de diabetes tipo 2 mostrou perda média de massa gorda de 20,5% (7,5 kg), com ganho médio de massa magra de 3,6% (1,7 kg). Mais estudos são necessários para determinar segurança da medicação.<br /><br />Apesar de quase 16 anos sem nenhuma perspectiva terapêutica nova, os últimos dez vêm oferecendo novas possibilidades medicamentosas, que prometem ajudar no combate à perda de peso sem muitos efeitos colaterais sobre o sistema nervoso central e cardiovascular. As medicações não devem ser usadas sem orientação médica ou mudança de estilo de vida. Apesar dos estudos e da liberação da comercialização, as substâncias requerem acompanhamento de uso.<br /><br />Reportagem de Claudia Cozer no blog Receita de Médico d'O Globo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/blogs/receita-de-medico/coluna/2022/12/obesidade-o-que-temos-de-novo.ghtml </span></span><br />Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-74329515912635908382022-12-02T09:27:00.001-03:002022-12-02T09:27:19.459-03:00Miopia: Prescrição de óculos para crianças triplica em 5 anos <span style="font-family: verdana;"><b>Epidemia de miopia: número de prescrição de óculos para crianças triplicou no país, comparado há 5 anos. <br /></b><br />A condição foi eleita pela OMS como um dos problemas de saúde pública que mais crescem no mundo<br /><br />A Academia Americana de Oftalmologia (AAO) estimou que em 2050 metade da população mundial terá miopia, distúrbio visual cuja principal característica é a dificuldade de ver de longe. A projeção é que no mesmo ano estejamos vivendo uma epidemia do distúrbio. Um dos principais motivos para isso é o uso excessivo de telas digitais, como tablets, celulares, videogames e televisão por crianças e adolescentes. As principais vítimas têm sido os jovens. Atualmente, para se ter ideia, o número de prescrições de óculos dos oftalmologistas no Brasil triplicou para crianças de 6 a 8 anos, comparado há cinco anos.<br /><br />Estima-se que 20% dos jovens em idade escolar hoje são diagnosticados com doenças visuais. Fazem parte deste grupo as chamadas condições de erro de refração, ou seja, quando o olho não permite uma refração apropriada da luz e a imagem que o paciente enxerga é turva, embaçada ou opaca. São elas: miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia (ou vista cansada). A miopia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) ganha de longe. A condição foi eleita pela OMS como um dos problemas de saúde pública que mais crescem no mundo. Até os cinco anos, por exemplo, o número de crianças que sofre de miopia é de cerca de 1%. Aos 10 anos, a porcentagem sobe para 8% e aos 15, já chega aos 15%.<br /><br />O Hospital de Olhos, em São Paulo, observou um aumento de 23% nos diagnósticos de miopia em crianças de 0 a 12 anos no primeiro semestre de 2021, comparado com o mesmo período deste ano — de 421 pacientes para 538 nos primeiros seis meses de 2022.<br /><br />— É importante que os pais busquem um oftalmologista logo no primeiro ano de vida da criança e leve-o com frequência ao especialista, pelo menos uma vez ao ano. Nessa fase eles estão em pleno desenvolvimento. Se não tratar, os problemas podem ir aumentando exponencialmente— explica a oftalmologista Helena Maria Costa Oliveira, do Hospital de Olhos.<br /><br />O cenário torna-se ainda mais delicado frente ao fato de que crianças com problemas de visão têm risco maior de desenvolver depressão e ansiedade. De acordo com os especialistas, a saúde mental delas é afetada porque tendem a ficar mais isoladas socialmente, fazer menos atividades físicas e decair no rendimento escolar por não enxergarem adequadamente.<br /><br /><span style="font-size: medium;"><b>Como evitar o cenário<br /></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguLG5RTEWizj0tS4LeDfDKxMim_wEaU3AWv5OhZAp0KqK5jnP5ZGn7h_Z6r0oo5zR2Gf2VCERc6QjOuaCNihA1QBYowf-NiXfA0qaufvhTzLLD8LErLd-CWmWT778IA4AtdoUm6f2QF73iWwuOsDNCwuLVQEFmWJJRPloklpqymCmzXZyexQ52Hkin" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="495" data-original-width="726" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguLG5RTEWizj0tS4LeDfDKxMim_wEaU3AWv5OhZAp0KqK5jnP5ZGn7h_Z6r0oo5zR2Gf2VCERc6QjOuaCNihA1QBYowf-NiXfA0qaufvhTzLLD8LErLd-CWmWT778IA4AtdoUm6f2QF73iWwuOsDNCwuLVQEFmWJJRPloklpqymCmzXZyexQ52Hkin=w640-h436" width="640" /></a></div><br />A Sociedade Brasileira Oftalmologia Pediátrica (SBOP) junto com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta os pais a estimularem os filhos a olhar mais para o horizonte. Isso pode ser feito de forma lúdica, por meio de brincadeiras ao livre, onde tenham que visualizar objetos distantes. A exposição de telas deve ser evitada para crianças menores de 2 anos. Até os 5 anos, deve-se limitar o tempo ao máximo de uma hora por dia e sempre com a supervisão de pais e responsáveis. Para crianças com idade entre 6 e 10 anos, o tempo limite deve ser de duas horas por dia e adolescentes até três horas.<br />— Toda vez que nós olhamos de perto para algo, seja um tablet, computador, ou até ler um livro, há a contração do músculo ciliar, também chamado de músculo do foco. Um dos fatores da miopia é a contração exagerada desse músculo. Ao olhar para longe, para o horizonte, ou até mesmo para uma distância considerável saudável de seis metros, esse músculo fica relaxado. Por isso, quanto mais distante olhar, menores são as chances de desenvolver miopia — explica Francisco Max Damico, oftamologista e professor livre docente da faculdade de medicina da USP.<br /><br />O médico, entretanto, afirma que crianças com disposição genética para ter a miopia provavelmente terá a doença visual, o que pode ser feito neste caso é impedir que o grau da condição aumente por questões comportamentais.<br /><br />Crianças menores ainda não conseguem entender e explicar para os pais que não estão enxergando direito, ou que a visão está embaçada, e por isso alguns sinais na observação dos filhos é de extrema importância. Desviar o olhar com frequência, dores de cabeça constante, se aproximar demais da televisão e fazer caretas quando estão assistindo um desenho, estão entre os possíveis sinais.<br /><br />Quanto mais cedo for o diagnóstico da miopia, melhor<br />— Depois dos 13 anos, a visão já está desenvolvida, logo, se ela começar o tratamento para a doença visual nesta idade, as chances de ter uma visão saudável em anos futuros são menores — diz Marina Roizenblatt, oftalmologista especialista em retina cirúrgica e médica voluntária do Hospital São Paulo.<br />— Para evitar o aumento da doença, é importante procurar equilibrar atividades que envolvam visão de perto e visão de longe. Estimular as crianças a estarem ao ar livre, por exemplo. Em alguns colégios, há intervalos ao longo dia, as crianças saem para brincar ao ar livre para olhar mais para distâncias mais longes. Essas atividades exageradas com celular e computador estão aumentando as taxas de miopia, porque as pessoas ficam utilizando a todo o tempo a visão mais para perto. Mas a grande prevenção sempre é o exame ocular — diz o oftalmologista Almir Ghiaroni, coordenador das sessões de oftalmologia do Centro de Estudos do Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, e autor do livro "Sem luta não se vive".<br /><br /><span style="font-size: medium;"><b>Tratamentos</b></span><br /><br />O tratamento mais comum para crianças continua sendo a prescrição dos óculos com a lente específica para cada grau de condição, uma vez que, com exceção de casos raros e de extrema gravidade, os oftalmologistas não costumam operar crianças, e não é indicado para certas faixas etárias o uso de lentes de contato, por ser um objeto que precisa de técnica para manusear, higienização frequente e que pode machucar os olhos da criança se for feito de forma errada.<br /><br />Em alguns casos específicos, o oftalmologista pode optar por prescrever um colírio de atropina a 0,01%, estudos mostram que a atropina pode reduzir em até 50% a progressão da miopia, apesar de ter alguns efeitos colaterais como a perda da visão de detalhes por causa da dilatação da pupila, aversão à luz e ardência nos olhos. Por isso o ideal é instilar o medicamento antes de ir dormir.<br /><br />O uso de tampão para a criança ocluir o olho bom, a fim de estimular o outro olho que está mais fraco, o dito “olho preguiçoso”, também é sugerido em alguns casos por especialistas.<br /><br /><b>Reportagem de Eduardo F. Filho n'OGlobo<br /></b><br /><span style="font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2022/12/epidemia-de-miopia-numero-de-prescricao-de-oculos-para-criancas-triplicou-no-pais-comparado-ha-5-anos-entenda.ghtm</span>l<br /></span><br />Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-35152885622516148452022-11-14T08:00:00.003-03:002022-11-14T08:00:27.444-03:001 a cada 3 mulheres agredidas com arma de fogo já havia sofrido violência antes<span style="font-family: verdana;"><b>Estudo do Instituto Sou da Paz aponta para falhas nos sistemas de prevenção e proteção da violência de gênero </b><br /><br />Uma a cada três mulheres que sofreram agressões com o uso de arma de fogo já havia sido vítima de violência em episódios anteriores. <br /><br />O dado é de um relatório inédito do Instituto Sou da Paz sobre o papel da arma de fogo na violência de gênero no Brasil e aponta para falhas nos mecanismos de prevenção e de proteção à mulher vítima de agressões que podem estar perpetuando e agravando a vitimização de mulheres no país. <br /><br />O levantamento usa os dados consolidados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e do Sinan (Sistema Nacional de Vigilância de Agravos de Notificação), entre 2012 e 2020, ano mais recente disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Enquanto o SIM registra mortes violentas, o Sinan computa casos de agressão e outros tipos de violência que chegam à rede de atendimento em saúde. <br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCEvmIgZGPcTlxCXyUO8BM3bVRAlxS5xWB-ET5beOLZE3cups4GwvWumBM0jIWnK5sOlGS1AtMviInwZlY3PEck2ec9i6lLyOOD9LXaRXM2ahNPPabahrCJLRNXIWjX0Oz9V7kTVQjE9nGQX3H7v-3QdgpTgrdCVNpwjTU62XJkiIql-7L1BY0BMhk" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="600" data-original-width="949" height="404" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCEvmIgZGPcTlxCXyUO8BM3bVRAlxS5xWB-ET5beOLZE3cups4GwvWumBM0jIWnK5sOlGS1AtMviInwZlY3PEck2ec9i6lLyOOD9LXaRXM2ahNPPabahrCJLRNXIWjX0Oz9V7kTVQjE9nGQX3H7v-3QdgpTgrdCVNpwjTU62XJkiIql-7L1BY0BMhk=w640-h404" width="640" /></a></div><br />A violência de repetição foi detectada em 31% dos casos de agressões por arma de fogo atendidos e registrados pela Saúde em 2020. Essa tipologia indica mulheres vítimas de violência armada que reportam violências anteriores quando recebem atendimento médico ou ambulatorial. <br /><br />Em 2012, esse percentual era de 23%, e o aumento dessa proporção foi mais expressivo a partir de 2018, quando chegou a 26% para, dois anos depois, bater a marca de 31%. O cenário da grande maioria dessas agressões é a própria casa das vítimas: 72% dos casos de violência armada associados à violência de repetição ocorreram dentro da residência da mulher. <br /><br />"O mais emblemático desse dado é que ele indica que a violência contra a mulher pode se apresentar como um ato contínuo", avalia a advogada Carolina Ricardo, diretora-executiva do Sou da Paz. <br />"O nosso sistema de proteção falha ao não endereçar nem contribuir para o fim dessa violência de repetição. E cessar esse ciclo é muito importante para que os casos de violência armada não terminem em feminicídio." <br /><br />Ela aponta que a proliferação de armas no Brasil, promovida por decretos do governo Jair Bolsonaro (PL), tem o potencial de agravar esse quadro. Estudos internacionais já associaram o aumento da posse de armas com aumento da violência doméstica armada e de mortes de mulheres por parceiros e ex-parceiros, num contexto que se intensificou durante a pandemia da Covid-19. <br /><br />Foi este o desfecho trágico ocorrido em setembro deste ano após outras agressões e ameaças perpetradas contra Michelli Nicolich, 37, por seu ex-marido, Ezequiel Lemos Ramos, 38. Ela e o filho mais novo do casal, de dois anos de idade, foram mortos dentro do carro por tiros disparados por Ezequiel. Outra criança que estava no carro, também filha do casal, não se feriu no ataque. <br /><br />Em maio, ela havia deixado a cidade de Ponta Porã (MT) para viver escondida com os filhos na capital paulista depois de sofrer ameaças por parte de Ezequiel, que tinha registro CAC (sigla para caçadores, atiradores e colecionadores) e mantinha armas em casa. Na época, Michelli denunciou Ezequiel à polícia por tentar expulsá-la de casa e ameaçá-la de morte "engatilhando uma arma em sua cabeça". <br /><br />Ezequiel chegou a ser preso, e foram aplicadas medidas protetivas que o proibiam de chegar a menos de 200 metros de Michelli e de manter contato com a vítima por qualquer meio de comunicação, entre outras medidas. Duas armas de Ezequiel também foram apreendidas pela polícia, mas elas não eram as únicas. <br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEifrjVMuSl9PW53RGS4IKXKg9XOMZot3WdzIxFWSo4vVgRcXS4SFM12Uzz1NeZQ4Qy_bB9AMWESmOW6xSbJcBjgOZg-ZBIKEBlpyljb-YSMYzuVfs3I4w54asv7I_cMLy52nOokjaL_ziYllDQWYH5kURQ_fzgylkJdrkTqsEdsFdTvGl-FeE2oaI8V" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="419" data-original-width="754" height="356" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEifrjVMuSl9PW53RGS4IKXKg9XOMZot3WdzIxFWSo4vVgRcXS4SFM12Uzz1NeZQ4Qy_bB9AMWESmOW6xSbJcBjgOZg-ZBIKEBlpyljb-YSMYzuVfs3I4w54asv7I_cMLy52nOokjaL_ziYllDQWYH5kURQ_fzgylkJdrkTqsEdsFdTvGl-FeE2oaI8V=w640-h356" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYjlwfJsrMTuhFjT37vQprSpiLdUftiCbL3SNNxRmjxJIqNuILdmAuLBwAVU8988dS4TWBiPLyTsMGQukA1kye-y2A0_1XzxH4mgCsymJa13UywS-hTlBtiIF-W-9sHXMgIQph9SWvkobOIBywHWPFJEsAf6dDN8Nsh5rAZA2mV9VCxEW2Ej96rICT" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="384" data-original-width="538" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYjlwfJsrMTuhFjT37vQprSpiLdUftiCbL3SNNxRmjxJIqNuILdmAuLBwAVU8988dS4TWBiPLyTsMGQukA1kye-y2A0_1XzxH4mgCsymJa13UywS-hTlBtiIF-W-9sHXMgIQph9SWvkobOIBywHWPFJEsAf6dDN8Nsh5rAZA2mV9VCxEW2Ej96rICT=w400-h285" width="400" /></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYjlwfJsrMTuhFjT37vQprSpiLdUftiCbL3SNNxRmjxJIqNuILdmAuLBwAVU8988dS4TWBiPLyTsMGQukA1kye-y2A0_1XzxH4mgCsymJa13UywS-hTlBtiIF-W-9sHXMgIQph9SWvkobOIBywHWPFJEsAf6dDN8Nsh5rAZA2mV9VCxEW2Ej96rICT" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh9EAWp96OqBKUk6E_Fx04WNd_s118PnUk5G3TagEA-DMtM1FbjLCIwVQei8YK0jtVg_9O-P5Q8_WzIKr8gHOlhKrhge3bOwuozjtk3NO4n3A9ceAUNCc70_OmcSlr2o_RmTt5pKQkshPKlm1XCkm2FQa-5Qn6J2VfVp8Aun7uw87k9UYcL3fhpF-f_" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="263" data-original-width="524" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh9EAWp96OqBKUk6E_Fx04WNd_s118PnUk5G3TagEA-DMtM1FbjLCIwVQei8YK0jtVg_9O-P5Q8_WzIKr8gHOlhKrhge3bOwuozjtk3NO4n3A9ceAUNCc70_OmcSlr2o_RmTt5pKQkshPKlm1XCkm2FQa-5Qn6J2VfVp8Aun7uw87k9UYcL3fhpF-f_" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxl1kjSE602WNvkC2RooPWaEGyHV1r-4gDy9kZ2qaw5tTq1XO2keOwLlGpCtWlZPkA9dkzA57v4Y-I5FVGkzKJYVKT-dPGlj5IbgTJ2EKe-p3uHqL8DY9ViUYoORi-PKNGZ6hetzRtoPe68sk9oMpLmMsrOtPznemewpWiIyWj_ICluTskXPop9j3J" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="347" data-original-width="510" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxl1kjSE602WNvkC2RooPWaEGyHV1r-4gDy9kZ2qaw5tTq1XO2keOwLlGpCtWlZPkA9dkzA57v4Y-I5FVGkzKJYVKT-dPGlj5IbgTJ2EKe-p3uHqL8DY9ViUYoORi-PKNGZ6hetzRtoPe68sk9oMpLmMsrOtPznemewpWiIyWj_ICluTskXPop9j3J" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgW92i_UmF8v2kpteFV6qaoueuFz7JoJ0OCmvaQWQWhVTI9BJASC0bGvFccQYABZK91jZHP_GlndAfh59NgrtgXAusX4ESSuxX5nzVYJGq-hILBSjSWzE6MOO_ccPOEj8G1_S6uRdeBxFJCq1i_wGt7GlokitXBas67js5nirHhCVrFiC3UCpaUxcQg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="254" data-original-width="503" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgW92i_UmF8v2kpteFV6qaoueuFz7JoJ0OCmvaQWQWhVTI9BJASC0bGvFccQYABZK91jZHP_GlndAfh59NgrtgXAusX4ESSuxX5nzVYJGq-hILBSjSWzE6MOO_ccPOEj8G1_S6uRdeBxFJCq1i_wGt7GlokitXBas67js5nirHhCVrFiC3UCpaUxcQg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5Fnpoz4OZqfMnb3cmdEykt04KrNf-g73-Gt4OiPzgOpz4oOrkkq8jZxztEul57Ky9OcLH_b1aDAGsfm3Zd6QkVzfJQbW_GK0xhABRm3NGTmOskdC6A-BXkvRR2LlELa2r1TXrCzcsqt3z4PEcthdznQetCdi1vCTFWhoyF6k6-5Qt3mIH8UIoJ4HT" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="250" data-original-width="504" height="159" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5Fnpoz4OZqfMnb3cmdEykt04KrNf-g73-Gt4OiPzgOpz4oOrkkq8jZxztEul57Ky9OcLH_b1aDAGsfm3Zd6QkVzfJQbW_GK0xhABRm3NGTmOskdC6A-BXkvRR2LlELa2r1TXrCzcsqt3z4PEcthdznQetCdi1vCTFWhoyF6k6-5Qt3mIH8UIoJ4HT" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgAYg3CEPYMNCRiT3nFFbQ9piiIMbf2RAkkAj9ISKqM6Z6kkjOlg85WHIWC4t0BDHh-OnKnRWtIyx716cr62NIl0lMinMsNrHOs-zjmYZrJ3-ytDTfSt68aRQT0zR75cOaCBE4CfHTVNu-zBVmAPyl8vOfXq4g79O_w-W8vEM6q7-_qBcZ3vd8M2f_a" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="341" data-original-width="507" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgAYg3CEPYMNCRiT3nFFbQ9piiIMbf2RAkkAj9ISKqM6Z6kkjOlg85WHIWC4t0BDHh-OnKnRWtIyx716cr62NIl0lMinMsNrHOs-zjmYZrJ3-ytDTfSt68aRQT0zR75cOaCBE4CfHTVNu-zBVmAPyl8vOfXq4g79O_w-W8vEM6q7-_qBcZ3vd8M2f_a" width="320" /></a></div><br /></div><br /><br /><br />Para Cristina Neme, coordenadora de projetos do Sou da Paz e coautora do estudo, "a violência doméstica tem dinâmicas próprias e a repetição é uma delas". "Quando tem uma arma de fogo neste contexto, ela se torna um fator de risco importante para a violência e para a violência letal", afirma. <br />Ela destaca que, enquanto os homicídios de mulheres por arma de fogo caíram quando o contexto são as ruas, eles permaneceram em patamar semelhante ou até aumentaram um pouco quando o contexto é a residência da vítima. <br /><br />Na violência não letal com arma de fogo, 42% dos casos acontecem também dentro de casa. No caso das mortes, a desigualdade de gênero fica evidente: 27% das mortes de mulheres com arma de fogo ocorrem em casa enquanto, entre homens, são 11%. <br /><br />Para a socióloga Wânia Pasinato, especialista em violência de gênero, o fato de 31% das mulheres vítimas de violência armada terem sido alvo de outras agressões levanta questões importantes sobre a implementação da Lei Maria da Penha (11.340/2006) e de protocolos de prevenção e proteção criados pelo poder público. <br /><br />"É importante que o Poder Judiciário observe os dados deste estudo e os considere para implementar dispositivos contidos na lei, como os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, previstos no artigo 14. São juizados com competência civil e criminal, o que permite ao juiz uma avaliação integral do caso para a aplicação de medidas protetivas de maneira mais rápida e eficiente", aponta. <br /><br />Segundo Pasinato, ainda hoje há apenas quatro unidades desses juizados, implementadas em Mato Grosso do Sul. <br /><br />"Outro instrumento importante é o formulário de avaliação de risco, desenvolvido em 2018, e que permite uma melhor gestão de medidas preventivas para que essa repetição da violência não aconteça nem seja agravada pelo uso de armas de fogo", completa. <br /><br />Além de perguntas a serem colhidas junto às mulheres, o formulário propunha uma classificação de riscos, entre baixo, médio e alto, para diferentes propostas de encaminhamento do caso. <br />Pasinato explica que o formulário, desenvolvido em parceria com especialistas no tema, como ela, sofreu uma revisão no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por um grupo de trabalho formado sem a participação da sociedade civil. <br /><br />"Fizeram várias alterações, com perguntas que nunca foram testadas, e retiraram a parte de classificação e de gestão do risco", relata. "Foi uma série de deturpações num instrumento que é importantíssimo." <br />O CNJ, por meio de nota, diz que as mudanças "para construção de um modelo único para o CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público foram necessárias para atender às múltiplas realidades brasileiras, nas quais nem sempre será possível a existência de uma equipe multidisciplinar". <br /><br />A nota afirma ainda que o formulário é uma "ferramenta extremamente importante para auxiliar magistrados na decisão da medida protetiva de urgência mais adequada e eficaz", mas que se optou pela não inclusão de campos específicos destinados à quantificação e qualificação de fatores de risco. <br />"Não adianta a gente só aprovar leis se isso não for acompanhado por procedimentos, por protocolos e por acompanhamentos junto a quem tem que aplicar essas leis", critica Pasinato. <br /><br />De acordo com o relatório do Sou da Paz, a arma de fogo é o instrumento mais utilizado nos assassinatos de mulheres no Brasil. Entre 2012 e 2020, em média, seis mulheres foram assassinadas por dia com arma de fogo no país. <br /><br />Armas de fogo estiverem presentes em metade dos homicídios femininos no período, um tipo de violência que atinge negras de maneira desproporcional: 7 a cada 10 mortas por armas de fogo em 2020 eram negras. <br /><br />Mulheres negras são mortas 2,3 vezes mais em espaços públicos do que dentro de casa, enquanto, entre brancas, a diferença é menor (1,5 vezes maior nas ruas do que na residência). O dado sugere maior vulnerabilidade da mulher negra também fora de casa. <br /><br /><b>Reportagem de Fernanda Mena na Folha de São Paulo </b><br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/11/1-a-cada-3-mulheres-agredidas-com-arma-de-fogo-ja-havia-sofrido-violencia-antes.shtml </span></span><br />Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-1232022441309748722022-11-08T05:47:00.005-03:002022-11-08T05:47:25.883-03:00Mortes relacionadas ao consumo de ultraprocessados chegam a 57 mil por ano no Brasil, aponta estudo<p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: var(--primary-text);"><b>Número corresponde a cerca de 10% dos óbitos entre pessoas de 30 a 69 anos registrados em 2019, ano destacado para análise</b></span></span></p><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que as mortes prematuras relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados chegam a 57 mil por ano no Brasil. Isso corresponde a cerca de 10% dos óbitos de pessoas de 30 a 69 anos registrados em 2019, ano destacado para análise.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Como alternativas para mudar essa realidade, especialistas destacam a importância de trabalhar políticas públicas para tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis para a população. Recomendam ainda que os consumidores priorizem alimentos orgânicos e que observem os valores nutricionais nas embalagens antes de comprar comida.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Há um mês, entrou em vigor no País a nova rotulagem de alimentos, para identificar produtos com alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Os resultados, que foram divulgados nesta segunda-feira, 7, em artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine, indicam que 57 mil das mortes ocorridas em 2019 são atribuíveis ao consumo de alimentos ultraprocessados. O número corresponde a 10,5% do total de óbitos de pessoas entre 30 e 69 anos ocorridas naquele ano (541,3 mil) e a 21,8% das vítimas das chamadas doenças crônicas não transmissíveis (261,1 mil).<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEinJ9l4PIspMakngEwhHTZccsxcux7_-MDQFlKT9fmTglelm9vFnEfd7OKZk4-UmF8lLuo4DdEsQ3hJRPAUJYAzytH7KHAzPtbP1Z9ICq9CQDvZjTmQfzdu5aByZVxgZn55IOts4bpRY1XOp-1FkMjPt1nyOpmXODpKfMzG8DQAlA6sctRT2ajIIzkI" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="448" data-original-width="637" height="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEinJ9l4PIspMakngEwhHTZccsxcux7_-MDQFlKT9fmTglelm9vFnEfd7OKZk4-UmF8lLuo4DdEsQ3hJRPAUJYAzytH7KHAzPtbP1Z9ICq9CQDvZjTmQfzdu5aByZVxgZn55IOts4bpRY1XOp-1FkMjPt1nyOpmXODpKfMzG8DQAlA6sctRT2ajIIzkI=w640-h450" width="640" /></a></div><br /></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Entre as mortes relacionadas à má alimentação, destacam-se principalmente as que se dão por infarto e AVC (acidente vascular cerebral), explica o pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo Eduardo Nilson, que liderou o estudo.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Isso porque, explica, estão diretamente ligadas a problemas como hipertensão. “Mas tem também a questão do diabete, da obesidade, da doença renal crônica”, exemplifica.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">As descobertas do estudo foram fruto de uma análise aprofundada, feita ao longo de todo este ano, de informações do último ano pré-pandemia. O período foi escolhido por conta da solidez dos dados para modelagem, mas a avaliação dos pesquisadores é que, ao longo dos anos seguintes, deve ter se mantido padrão semelhante ou até pior.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">“O risco em si não muda ao longo do tempo, o que vai mudar é o que a gente chama de exposição, que é o quanto aquele fator de risco está afetando a população”, explica Nilson. “Isso vai ser representado pelo tanto de alimentos ultraprocessados que se consome, e a gente sabe que vem havendo um aumento do consumo nas últimas décadas.”<br /><br /></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b>Mudanças na alimentação do brasileiro<br /><br /></b></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Conforme estudos recentes, nos últimos anos os alimentos ultraprocessados ganharam espaço na mesa do brasileiro. Eles passaram a representar cerca de 24% das calorias consumidas pelos brasileiros. Há cerca de 30 anos atrás, correspondiam a menos da metade que isso: tinham apenas 10% de participação calórica.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">O índice segue melhor que o de países como Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, em que os alimentos desse tipo podem corresponder a até 60% das calorias, mas Nilson alerta que as mudanças ao longo das últimas décadas chamam atenção. “Existe em uma tendência que é de aumento no consumo de ultraprocessados, inclusive porque existe muita propaganda, maior disposição desses alimentos”, afirma.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Ele destaca que, além de estarem disponíveis em muitos lugares, um outro ponto é que o preço de alimentos in natura e minimamente processados está crescendo e o de ultraprocessados, diminuindo. “Isso também influencia muito na questão de acesso de consumo, principalmente em um cenário de recessão, que nós temos já há alguns anos.”</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Para o pesquisador, os resultados do estudo, que contou com apoio da ACT Promoção da Saúde, colocam o consumo crescente de alimentos ultraprocessados como um problema de saúde pública no País. “Uma das análises que fizemos no artigo é que, se voltássemos ao que nós tínhamos de ultraprocessados (na alimentação) há 10 anos atrás, já reduziria em 20% essas mortes atribuídas. Mostra que o impacto da redução é grande e necessário.”<br /><br /></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b>Medidas adotadas para mudar esse cenário<br /><br /></b></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Com o objetivo de manter a população informada sobre os alimentos que consome, entrou em vigor no dia 9 de outubro uma nova rotulagem de alimentos no Brasil. Além de mudanças na tabela de informação – como a obrigatoriedade de declarar a quantidade de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes –, uma novidade foi a adoção da rotulagem nutricional frontal.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1_79Jz9xK1ciahB7qbSUx6JBOHJAURDiMZJaSKEn5CXFaOo1FpvjaVmgO-A3v24APNYjkqdEBHf9C4_XPbWMmUA3QkIRZvJyv-nf57wpn44AyI1RqHTYBlUVcAYhkJhkTNZzwh5w67nqwNJvMCpw15yWGxXPjwjggpZNOTJZfge9ma5Dgkfkv-CJM" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="325" data-original-width="592" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1_79Jz9xK1ciahB7qbSUx6JBOHJAURDiMZJaSKEn5CXFaOo1FpvjaVmgO-A3v24APNYjkqdEBHf9C4_XPbWMmUA3QkIRZvJyv-nf57wpn44AyI1RqHTYBlUVcAYhkJhkTNZzwh5w67nqwNJvMCpw15yWGxXPjwjggpZNOTJZfge9ma5Dgkfkv-CJM=w640-h352" width="640" /></a></div><br /></span><span style="color: var(--primary-text); font-family: verdana;">Os produtos lançados após a mudança já estão submetidos às novas regras, mas os que já estão no mercado ainda vão demorar um pouco mais para incorporarem a alteração. Para Maria Edna de Melo, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a medida é bem-vinda, mas deve ser trabalhada em conjunto com outras iniciativas.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Segundo Maria Edna, a industrialização cumpriu um papel importante para aumentar a quantidade de alimentos disponíveis para a população. “Mas agora a gente tem um problema que é a qualidade”, alerta ela, que cobra a criação de mais subsídios para reduzir o preço de produtos saudáveis para o consumidor final.</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">No Brasil, Nilson destaca que a alimentação escolar já adota as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, que é um documento norteador para a alimentação saudável no País. Mas cobra que esse tipo de política seja adotado também em outros setores. “Pode até passar pela revisão das cestas básicas, trazer mais cestas verdes, amarrando com agricultura familiar. É um múltiplo de alternativas que devem se complementar.”</span></span></div><div class="x1e56ztr" style="background-color: white; color: #050505; margin-bottom: 8px;"><span style="font-family: verdana;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="color: var(--primary-text); line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"></span></span></div><div class="x1e56ztr" style="margin-bottom: 8px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u" style="line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Reportagem de Ítalo Lo Re n'O Estado de São Paulo</span><span style="background-color: white; font-family: verdana;"><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0);"><br /></span><br /><span style="color: #050505; font-size: xx-small;">https://www.estadao.com.br/saude/mortes-relacionadas-ao-consumo-de-ultraprocessados-chegam-a-57-mil-por-ano-no-brasil-aponta-estudo/</span></span></span></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-13934779350864016752022-11-07T05:58:00.005-03:002022-11-07T06:06:32.600-03:00Tiktok vira a nova ‘casa’ de vídeos manipulados com uso de ‘deep fake<span style="font-family: verdana;"><b>Montagens são usadas como forma de diversão na rede social chinesa, mas o recurso é também uma forma de propagar discursos falsos e teorias da conspiração</b><br /><br />THE NEW YORK TIMES- Os jacarés do TikTok não são o que parecem.<br /><br />Eles aparecem em postagens espalhadas pelo serviço de vídeo, alterados por Photoshop em casas inundadas por furacões, misturados a híbridos de chita e pitbull ou aguardando uma luta com um avatar de Tom Cruise digitalmente projetado.<br /><br />E eles são inofensivos, como grande parte da mídia manipulada no TikTok, garantindo algumas risadas e curtidas antes de voltar a um fluxo implacável de conteúdo. Mas sua existência preocupa as pessoas que estudam a desinformação, porque as mesmas técnicas estão sendo aplicadas a postagens que semeiam a divisão política, propagam teorias da conspiração e ameaçam os princípios centrais da democracia antes das eleições americanas de meio de mandato. <br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmqIdxXcwd0ObxrQ5BLLwEtXwxshVjKsAiSASsmz-RxsS4c3-HrxJUMnmovIZLzSRDZumSulXftJNg1rVZBUlY2ahniG8wFhrIl6GKvkmgLfUk6HcmOpc8LYJfeGcDj2C46Y1ZMzacX5gEq_-MDSLaQDYanng0_KA4N9EWlZEXtEwAbPTsbfV1issJ" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="541" data-original-width="762" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmqIdxXcwd0ObxrQ5BLLwEtXwxshVjKsAiSASsmz-RxsS4c3-HrxJUMnmovIZLzSRDZumSulXftJNg1rVZBUlY2ahniG8wFhrIl6GKvkmgLfUk6HcmOpc8LYJfeGcDj2C46Y1ZMzacX5gEq_-MDSLaQDYanng0_KA4N9EWlZEXtEwAbPTsbfV1issJ=w640-h454" width="640" /></a></div><br />“Esse tipo de manipulação está se tornando cada vez mais difundido”, disse Henry Ajder, especialista em mídia manipulada e sintética. “Quando esse volume de conteúdo pode ser criado tão rapidamente e em tal escala, isso muda completamente o cenário.”<br /><br />O material editado ou sintetizado também aparece em outras plataformas online, como o Facebook, que tem quase 3 bilhões de usuários ativos mensais. Mas especialistas disseram que é especialmente difícil fiscalizar o TikTok, que incentiva seus estimados 1,6 bilhão de usuários ativos a colocar sua própria marca no conteúdo de outra pessoa, e onde a realidade, a sátira e o engano completo às vezes se misturam nos vídeos em movimento rápido e ocasionalmente transmitidos ao vivo.<br /><br />A disseminação de mídia manipulada potencialmente prejudicial é difícil de quantificar, mas os pesquisadores dizem que estão vendo mais exemplos surgirem à medida que as tecnologias que tornam isso possível ficam mais acessíveis. Com o tempo, dizem os especialistas, eles temem que as manipulações se tornem mais comuns e difíceis de detectar.<br /><br />Nas últimas semanas, os usuários do TikTok compartilharam uma captura de tela falsa de uma história inexistente da CNN, alegando que as mudanças climáticas são sazonais. Um vídeo foi editado para sugerir que a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, ignorou uma pergunta do repórter da Fox News, Peter Doocy. Outro vídeo, de 2021, ressurgiu neste outono com o áudio alterado para que a vice-presidente Kamala Harris parecesse dizer que praticamente todas as pessoas hospitalizadas com COVID-19 foram vacinadas. (Ela havia dito “não vacinadas”.)<br /><br />Os usuários do TikTok adotaram até as postagens alteradas mais absurdas, como as do mês passado que retratavam o presidente Joe Biden cantando “Baby Shark” em vez do hino nacional ou que sugeriam que uma criança na Casa Branca disse um palavrão para a primeira-dama, Jill Biden.<br /><br />Mas, mais do que qualquer postagem, o perigo da mídia manipulada está no risco de prejudicar ainda mais a capacidade de muitos usuários de mídia social dependerem de conceitos como verdade e prova. Os deep fakes, que geralmente são criados ao enxertar um rosto digital no corpo de outra pessoa, estão sendo usados como acusação e desculpa por aqueles que esperam desacreditar a realidade e se esquivar da responsabilidade – um fenômeno conhecido como dividendo do mentiroso.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwsgxwI-qOaQPi0wUldv3PiNyHYe7iRZEys86BCPal-pgmpwlEyjEd_ANKlrb9u0rDLi5cb6Ic0EUR2IajuF0aBiphXHIuvRB7g3gDmg7CKXP35jVcy4TPp6UoxDert9gYgnZz_p6o_jK3sFnG55FM8u7gME7CXDlDfWFrjStAEidf32jTxeI60O8a" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="546" data-original-width="745" height="470" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwsgxwI-qOaQPi0wUldv3PiNyHYe7iRZEys86BCPal-pgmpwlEyjEd_ANKlrb9u0rDLi5cb6Ic0EUR2IajuF0aBiphXHIuvRB7g3gDmg7CKXP35jVcy4TPp6UoxDert9gYgnZz_p6o_jK3sFnG55FM8u7gME7CXDlDfWFrjStAEidf32jTxeI60O8a=w640-h470" width="640" /></a></div><br />Os teóricos da conspiração postaram vídeos oficiais da Casa Branca do presidente no TikTok e ofereceram teorias desmentidas de que é um deep fake. O consultor político Roger Stone afirmou no Telegram em setembro que as imagens que o mostravam pedindo violência antes das eleições de 2020, que a CNN transmitiu, eram “vídeos deep fake fraudulentos”. Os advogados de pelo menos uma pessoa acusada no motim de 6 de janeiro no Capitólio dos EUA em 2021 tentaram lançar dúvidas sobre as evidências em vídeo do dia citando a tecnologia de criação de deep fake “amplamente disponível e insidiosa”.<br /><br /><b>“Quando entramos nesse tipo de mundo, onde as coisas estão sendo manipuladas ou podem ser manipuladas, podemos simplesmente descartar fatos inconvenientes”, disse Hany Farid, professor de ciência da computação da Universidade da Califórnia, Berkeley, que faz parte do conselho de conteúdo do TikTok.</b><br /><br />As empresas de tecnologia passaram anos tentando novas ferramentas para detectar manipulações como deep fakes. Durante a temporada eleitoral de 2020, o TikTok, o Facebook, o Twitter e o YouTube prometeram remover ou rotular conteúdo manipulado nocivo.<br /><br />O TikTok é um lugar para conteúdo autêntico e divertido, e é por isso que proibimos e removemos desinformação prejudicial, incluindo mídia sintética ou manipulada, projetada para enganar nossa comunidade<br />Ben Rathe, porta-voz do TikTok<br /><br />Uma lei da Califórnia de 2019 tornou ilegal criar ou compartilhar deep fakes enganosos de políticos dentro de 60 dias de uma eleição, inspirada em parte por vídeos daquele ano que foram distorcidos para fazer a presidente Nancy Pelosi parecer bêbada.<br /><br />O TikTok disse em comunicado que removeu vídeos, encontrados pelo The New York Times, que violavam suas políticas, que proíbem falsificações digitais “que enganam os usuários ao distorcer a verdade dos eventos e causar danos significativos ao assunto do vídeo, outras pessoas ou sociedade”.<br /><br />“O TikTok é um lugar para conteúdo autêntico e divertido, e é por isso que proibimos e removemos desinformação prejudicial, incluindo mídia sintética ou manipulada, projetada para enganar nossa comunidade”, disse Ben Rathe, porta-voz do TikTok.<br /><br />Mas especialistas em desinformação disseram que exemplos individuais são difíceis de moderar e quase fora de questão. A exposição prolongada à mídia manipulada pode intensificar a polarização e reduzir a capacidade e a vontade dos espectadores de distinguir a verdade da ficção.<br /><br />A desinformação tornou-se um problema na plataforma antes das eleições de meio de mandato. Nos últimos dias, pesquisadores do SumOfUs, um grupo de defesa da responsabilidade corporativa, testaram o algoritmo do TikTok criando uma conta e pesquisando e assistindo a 20 vídeos amplamente vistos que semearam dúvidas sobre o sistema eleitoral.<br /><br />Em uma hora, o algoritmo passou de fornecer conteúdo neutro para promover mais desinformação eleitoral, conteúdo polarizador, radicalismo de extrema direita, teorias da conspiração do QAnon e narrativas falsas sobre a COVID-19, descobriram os pesquisadores. <br /><br />O TikTok disse que removeu o conteúdo, citado pelo relatório, que violava suas diretrizes e que atualizaria seu sistema para capturar os termos de pesquisa usados para encontrar os vídeos.<br /><br />“Plataformas como o TikTok em particular, mas realmente todos esses feeds de mídia social, existem para você passar pelas coisas rapidamente – eles são projetados para ser essa enxurrada de conteúdo, e essa é uma receita para eliminar nuances”, disse Halsey Burgund , um tecnólogo criativo em residência no MIT Open Documentary Lab. “Os vestígios dessas reações emocionais muito rápidas ficam dentro de nossos cérebros e se acumulam, e é meio aterrorizante.”<br /><br />Em 2019, Burgund trabalhou em um projeto de documentário com a artista multimídia e jornalista Francesca Panetta que projetou um deep fake de Richard Nixon anunciando o fracasso da missão Apollo 11 de 1969. (A expedição real desembarcou os primeiros humanos na lua.) O projeto, “In Event of Moon Disaster”, ganhou um Emmy no ano passado.<br /><br />A maioria dos exemplos de conteúdo manipulado atualmente nas mídias sociais são de má qualidade e obviamente fabricados. Mas as tecnologias que podem alterar e sintetizar com muito mais sutileza são cada vez mais acessíveis e muitas vezes fáceis de aprender, disseram especialistas.<br /><br />“Nas mãos certas, é bastante criativo e há muito potencial”, disse Burgund. “Nas mãos erradas, é muito ruim.”<br /><br />No mês passado, várias postagens do TikTok com vídeos manipulados de Jill Biden promovendo iniciativas da Casa Branca relativas ao câncer no campo do Philadelphia Eagles foram visualizadas dezenas de milhares de vezes. Nas imagens da primeira-dama cantando ao lado de pacientes com câncer e sobreviventes, o som da multidão foi substituído por vaias e protestos altos, que os verificadores de fatos rastrearam a conteúdo mais antigo do YouTube e do TikTok.<br /><br />O ex-presidente Donald Trump é um tema popular para paródia no TikTok e em outras plataformas. No TikTok, que oferece ferramentas para os usuários adicionarem áudio extra ou “fazerem dueto” com outros usuários e “costurar” em seu conteúdo, imitações de Trump apareceram em conversas com Harry Potter ou atuando como Marilyn Monroe.<br /><br />“O TikTok foi literalmente projetado para que a mídia possa ser combinada – esta é uma plataforma inteira projetada para manipulação e remixagem”, disse Panetta, colega de equipe de Burgund. “Como é a verificação de fatos em uma plataforma como essa?”<br /><br />Muitos usuários do TikTok usam rótulos e hashtags para divulgar que estão experimentando filtros e edições. Às vezes, a manipulação é mencionada na seção de comentários. Mas esses esforços são frequentemente ignorados na rolagem rápida do TikTok.<br /><br />No ano passado, o FBI alertou que “atores maliciosos quase certamente irão alavancar conteúdo sintético para operações cibernéticas e de influência estrangeira” até este outono. Este ano a manipulação da mídia já foi armada no exterior na invasão russa da Ucrânia e na eleição presidencial brasileira.<br /><br />“Não teríamos como combater cada conteúdo individual, porque parece que estamos jogando um jogo perdido e há batalhas muito maiores para lutar”, disse Claire Wardle, co-diretora do Information Futures Lab da Brown University. “Mas essas coisas são realmente perigosas, mesmo que um verificador de fatos ou uma pesquisa reversa de imagens seja capaz de desmenti-las em dois segundos. Está fundamentalmente alimentando esse constante gotejamento de coisas que reforçam sua visão de mundo.” <br /><br />Texto original THE NEW YORK TIMES- Os jacarés do TikTok não são o que parecem. <br />TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES n'O Estado de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www.estadao.com.br/economia/midia-mkt/tiktok-videos-manipulados/</span></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-69229063745387282422022-10-26T05:57:00.004-03:002022-11-07T05:46:49.210-03:00Atentado ao Tarcísio ou encenação? <p><span style="font-family: verdana; font-weight: bold;"><span style="font-size: medium;">A verdade sobre o "atentado ao "carioca Tarcísio acontecido na favela Paraisópolis, ou o que o facebook não permite publicar, nós mostramos </span><br /></span><br /><span style="color: red; font-size: medium;"><b>Giovanna Guerra tentou publicar esta imagem num grupo de funcionários e o facebook está censurando</b><br /><br /></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjN_QoviRpWY5wKHKXEJ7oydHu_elXVF9Ja8vJIShebeRzxmP6R87fXG5IdIURIJfH5mwU4YWlBEaKGipE9UZK5mWf29jOQ949Cbh0ybokK5TgHGTMDDC6t30f-_hvAWPNm-8CUdrB5Bcz2W5-_gGQjaNXG0F_kBTuqJwyrLLV0F8oWbjcSmakC9zdF" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="328" data-original-width="450" height="466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjN_QoviRpWY5wKHKXEJ7oydHu_elXVF9Ja8vJIShebeRzxmP6R87fXG5IdIURIJfH5mwU4YWlBEaKGipE9UZK5mWf29jOQ949Cbh0ybokK5TgHGTMDDC6t30f-_hvAWPNm-8CUdrB5Bcz2W5-_gGQjaNXG0F_kBTuqJwyrLLV0F8oWbjcSmakC9zdF=w640-h466" width="640" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh7HFPl9L3tNhF3aMuzwOF5Czd5U-oKGsJpWgOWqeWFGM4e7LMb0lJFRUoEj4hu5tR7L0Pi6A6p0hVw9_JuI6sl3aiHAKBYf0RdtBL6Dc55yb2s5BobBt0ioEanyL879-ug0RUC3POyX_o9s9qY6jvQo3zcKsO08KB6bvic8aZEI9ooSckLALdCVfmo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="381" data-original-width="449" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh7HFPl9L3tNhF3aMuzwOF5Czd5U-oKGsJpWgOWqeWFGM4e7LMb0lJFRUoEj4hu5tR7L0Pi6A6p0hVw9_JuI6sl3aiHAKBYf0RdtBL6Dc55yb2s5BobBt0ioEanyL879-ug0RUC3POyX_o9s9qY6jvQo3zcKsO08KB6bvic8aZEI9ooSckLALdCVfmo=w400-h339" width="400" /></a></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh7HFPl9L3tNhF3aMuzwOF5Czd5U-oKGsJpWgOWqeWFGM4e7LMb0lJFRUoEj4hu5tR7L0Pi6A6p0hVw9_JuI6sl3aiHAKBYf0RdtBL6Dc55yb2s5BobBt0ioEanyL879-ug0RUC3POyX_o9s9qY6jvQo3zcKsO08KB6bvic8aZEI9ooSckLALdCVfmo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi6ocxwt2Qt2QkMWUaOxKZzobZFoAFCUCA5MeQ2keVjrqRnwMcLeD2yhW6WzvBwXpluXx82Lm7BmLqklaGkMUh2NEIKrjeaF8ZrQe5HM4UUa7R41UzEKht8cqTtB8zfId_ywW3-MdR4K5YvHjWRagFh4NW1I7HlXr7S8aMOfYQZZdUcdtQ7eDIhgoAR" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="397" data-original-width="689" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi6ocxwt2Qt2QkMWUaOxKZzobZFoAFCUCA5MeQ2keVjrqRnwMcLeD2yhW6WzvBwXpluXx82Lm7BmLqklaGkMUh2NEIKrjeaF8ZrQe5HM4UUa7R41UzEKht8cqTtB8zfId_ywW3-MdR4K5YvHjWRagFh4NW1I7HlXr7S8aMOfYQZZdUcdtQ7eDIhgoAR=w400-h230" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><p></p>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-3554154303659203012022-10-18T20:43:00.001-03:002022-10-19T05:08:01.352-03:00 Bolsonaro já defendeu pílula do aborto como solução para controle da natalidade<span style="font-family: verdana;"><b>Em discurso de 03 de abril 1992, quando era deputado federal pelo PDC, Bolsonaro disse que 'não adianta uma multidão de brasileiros subnutridos, sem condições de servir ao seu País'</b><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5Jo7ksyZdLeofpv_FP03tH3HxV_lQsa4meGGYUAANb-MS1VOy2CRGI6ff4hGOGgRKAtmw8Hw_dOsLFmsfqCcvrcucDN6aMwyV0ayNLz33kqJJwIwVIovFd8ZDSD7hxdLC1NmNADWOaldZ3e7KR-K6EKnuTCm1C9S2Bb1MkanY_rM3kfvUZCEbh1i2" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="391" data-original-width="340" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5Jo7ksyZdLeofpv_FP03tH3HxV_lQsa4meGGYUAANb-MS1VOy2CRGI6ff4hGOGgRKAtmw8Hw_dOsLFmsfqCcvrcucDN6aMwyV0ayNLz33kqJJwIwVIovFd8ZDSD7hxdLC1NmNADWOaldZ3e7KR-K6EKnuTCm1C9S2Bb1MkanY_rM3kfvUZCEbh1i2=w557-h640" width="557" /></a></div><br />A campanha de Bolsonaro elegeu o aborto com um dos temas para atacar Lula na semana passada, mas, obviamente, escondeu um discurso feito pelo presidente, quando era deputado pelo PDC, em 1992. Na ocasião, Bolsonaro discursava sobre a necessidade de controle da natalidade do Brasil e defendeu que as pessoas debatessem o assunto com os pés no chão. "De nada adiantam nossas convicções religiosas", afirmou o deputado para, em seguida, citar a pílula do aborto que a China passaria a distribuir para os cidadãos para controlar a explosão populacional. Bolsonaro, inclusive, pediu à presidência da Câmara que a reportagem sobre a pílula na China, país recordista em abortos no mundo, fosse transcrita para os "anais da casa".<br /><br />Disse Bolsonaro: "É preciso, portanto, que todos tenhamos os pés no chão e passemos a tratar desse tema (controle da natalidade) sem demagogia sem interesse partidário ou eleitoreiro, porque de nada adiantam nossas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, quando se está em jogo, sem dúvida, uma questão bem mais grave e que, de fato, interessa à segurança nacional. Temos de viabilizar este país e apontar o caminho certo do desenvolvimento social e econômico".<br /><br />Bolsonaro relacionou a pílula do aborto à segurança nacional porque, segundo ele, todo ano as Forças Armadas selecionavam anualmente 800 mil homens, mas só 200 mil eram considerados aptos para servir à pátria, já que a maioria era reprovada no exame médico. "Não adianta uma multidão de brasileiros subnutridos, sem condições de servir ao seu País", concluiu o então deputado.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi_-brKP_lnsVDNljOalGxf-8rD5GXly75s0sUNoWPg-zR588iQjBDrB_b22gj9u7pntvnG59uzSqZ6WM-VPvqbtGR8ZzAmuJnh-3fRw1RKavxrHQoOJeCMI8nvgNT1GSK4rPznn1oD_Di_pJFkLQ3CxoNw2f0-f6wIkW7EiZ-bObjNuqmfXDItU0qQ" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="511" data-original-width="320" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi_-brKP_lnsVDNljOalGxf-8rD5GXly75s0sUNoWPg-zR588iQjBDrB_b22gj9u7pntvnG59uzSqZ6WM-VPvqbtGR8ZzAmuJnh-3fRw1RKavxrHQoOJeCMI8nvgNT1GSK4rPznn1oD_Di_pJFkLQ3CxoNw2f0-f6wIkW7EiZ-bObjNuqmfXDItU0qQ=w400-h640" width="400" /></a></div><br />A reportagem que o deputado pediu para ficar registrado nos "anais da Câmara" relatava que o governo chinês temia uma explosão populacional em 92, ano do macaco no horóscopo chinês, ideal para gerar filhos, segundo a crendice popular. Como solução, a China passaria a distribuir a pílula RU-486, desenvolvidas na França e que já estavam sendo produzidas em fábricas em Pequim. A Comissão Estatal de Planejamento Familiar chinesa previa distribuição em larga escala até o fim do ano. A China, citada por Bolsonaro, era recordista mundial, com a realização de 14 milhões de abortos por ano.<br /><br />Para Bolsonaro, era preciso encontrar, com urgência, uma forma legal de promover o controle também no Brasil, "com vista a que o casal possa obter autodomínio físico e psíquico sobre a prole que pode e que deseja ter. Em razão disso, vamos mais longe, pois até mesmo a palavra "planejamento" familiar consideramos inadequada, porque a vemos como expressão de um conceito que não atende à necessidade de que o Brasil tenha um programa oficial voltado ao controle dos índices de natalidade". O deputado defendeu que o assunto fosse incluído no currículo escolar.<br /><br />No Brasil, naquele ano, o presidente Collor fazia propaganda da construção de cinco mil Ciacs, escolas inspiradas no modelo dos Cieps que tinham como base o ensino em tempo integral. Para Bolsonaro, o governo deveria investir mais no controle da natalidade e menos em publicidades sobre escolas. "Escola não é creche, não é restaurante, não é jardim de infância", afirmou o então deputado.<br /><br />O discurso completo de Bolsonaro sobre a pílula do aborto está transcrito no Diário do Congresso Nacional de abril de 1992, no link <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04ABR1992.pdf#page=</span><br /><br />Reportagem de Andréia Sadi e Octavio Guedes no G1 <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2022/10/16/bolsonaro-ja-citou-pilula-do-aborto-como-solucao-para-controle-da-natalidade.ghtml</span></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-594305193540661802022-10-05T09:52:00.004-03:002022-10-05T09:52:53.230-03:00 Militares turbinam salários com cursos e se aposentam com remunerações até 66% maiores<span style="font-family: verdana;"><b>Mudança na reforma feita por Bolsonaro fez com que milhares buscassem cursos de aperfeiçoamento pouco antes de se aposentarem para ter direito a quase a bônus </b><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBySuF9l2ZCYTH1cJemqs5MjMWIbarXvYvoSuWbh3jYdSr84Qyy6o7M6K4K4qfOUdYOBJcOnV9uaZhZr4BoZXq1BXRdzFOCfFWqQ2RLl4_FUpTEYBCi94Ma1Wkbl8-a8GNYMVhoE8YMeT1yDakCsVqQTG-H1CIYGsaMM6LwhZYxlAtpnoA3YBwnub2" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="350" data-original-width="924" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBySuF9l2ZCYTH1cJemqs5MjMWIbarXvYvoSuWbh3jYdSr84Qyy6o7M6K4K4qfOUdYOBJcOnV9uaZhZr4BoZXq1BXRdzFOCfFWqQ2RLl4_FUpTEYBCi94Ma1Wkbl8-a8GNYMVhoE8YMeT1yDakCsVqQTG-H1CIYGsaMM6LwhZYxlAtpnoA3YBwnub2=w640-h242" width="640" /></a></div><br />A reforma da previdência dos militares, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2019, transformou-se em um atalho para turbinar os salários de milhares de militares às vésperas de se aposentarem. O caminho para isso é a realização de cursos de “aperfeiçoamento” que milhares de oficiais passaram a fazer pouco antes de partirem para a reserva. Os custos, na prática, se converteram em um anabolizante financeiro, aumentando rendimentos mensais em 66%.<br /><br />O movimento se concentra na Marinha. Dados oficiais do próprio Ministério da Defesa apontam que, entre 2019 e agosto de 2022, 4.349 militares oficiais e suboficiais da Marinha concluíram curso de aperfeiçoamento para “Assessoria em Estado-Maior para Suboficiais (C-ASEMSO)”.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYGfsb1WOSnucdIcI9zUO5HyGVZdWZ2sFiKcMwoFc4Iu4SlLbmOlMU0gCv-k9x1CPsvynhnPdUzS7kBjpNTopOOz_9Ssbl0D3lyNJQe3-dqVG87eKITA7l_ds0q-r2uK1crFFA_v-NmGU33poMnpLLhxy2w-1E0xGv2SbRUFzum78ZszJ99kz07_fP" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="491" data-original-width="716" height="438" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYGfsb1WOSnucdIcI9zUO5HyGVZdWZ2sFiKcMwoFc4Iu4SlLbmOlMU0gCv-k9x1CPsvynhnPdUzS7kBjpNTopOOz_9Ssbl0D3lyNJQe3-dqVG87eKITA7l_ds0q-r2uK1crFFA_v-NmGU33poMnpLLhxy2w-1E0xGv2SbRUFzum78ZszJ99kz07_fP=w640-h438" width="640" /></a></div><br />São cursos que duram, em média, oito semanas, e que são destinados ao aprimoramento dos militares, para que eles revertam esse aprendizado à União, ou seja, ao próprio País. Na prática, porém, o que tem sido revertido é o salário que eles passam a receber, multiplicados por benefícios criados por Bolsonaro.<br /><br />O Ministério da Defesa informou que, dos 4.349 militares oficiais e suboficiais da Marinha que concluíram seus cursos entre 2019 e agosto de 2022, nada menos que 1.932 já se aposentaram, além de outros 178 militares que estão em processo de transição para a reserva. Isso significa que 48% dos oficiais e suboficiais que passaram pelos treinamentos não prestam mais serviços ao País, mas passaram a receber salários turbinados em suas aposentadorias.<br /><br />Por trás da corrida dos militares por cursos pré-aposentadoria estão os repasses pesados que Bolsonaro criou no fim de 2019. Os cursos com “adicional de habilitação” são divididos em cinco categorias. Cada uma concede diferentes percentuais de acréscimo sobre o soldo do militar, sendo que duas categorias consideradas como de “Altos Estudos” liberam os maiores percentuais de acréscimo.<br /><br />Até 2019, a categoria 1 de “Altos Estudos” aumentava os salários pagos aos militares da Marinha em 30%, por exemplo. Com a lei de Bolsonaro, no entanto, esse aumento passou a ser de 54% no ano passado e, desde julho de 2022, subiu para nada menos que 66% sobre o rendimento total, ou seja, mais que dobrou de um ano para o outro. E não para por aí. A partir de julho do ano que vem, a tabela de aumentos já aprovada na lei de 2019 prevê que, ao fazer este mesmo curso, o salário deste militar seja aumentado em 73%.<br /><br />O doutor em Direito Constitucional, Acacio Miranda da Silva Filho, avalia que os fatos configuram total desvirtuamento da proposta de aprimoramento do serviço público. “Quando foi estruturada a lei geral do funcionalismo público, esses cursos visavam o aperfeiçoamento do próprio funcionário e, assim, a melhor prestação do serviço público. Essa é a consequência natural desse aperfeiçoamento, senão ela se limita a benefícios pessoais, o que não atende à administração pública”, avalia Silva Filho. “Se a única finalidade do curso é reverberar benefício ao servidor, isso obviamente gera prejuízos e deve ser objeto de apuração. Se um dos princípios da administração pública é a moralidade, isso não está em consonância. Se também se busca eficiência, isso não contribui em nada.”<br /><br />O especialista chama a atenção para a necessidade de se criar freios que impeçam o uso dos cursos limitados a interesses pessoais. “É claramente algo imoral, mas é legal, porque passou a ser previsto. Então, devem ser criados pelo Congresso mecanismos mais claro e objetivos. É preciso que haja, por exemplo, uma carência mínima depois da realização do curso. Além disso, que a oferta do curso seja condizente com a função exercida por aquele servidor.”<br /><br />As informações do Ministério da Defesa foram encaminhadas ao deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), após o parlamentar receber uma denúncia anônima da alta cúpula do comando militar. O Estadão teve acesso exclusivo aos ofícios.<br /><br />Desde o fim de semana, a reportagem questionou insistentemente o Ministério da Defesa e a Marinha sobre as formações e o alto número de militares que se aposentaram após passarem pelo processo. Não houve nenhuma resposta a respeito do assunto.<br /><br />A partir das informações que foram repassadas pelo próprio ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o deputado Elias Vaz fez uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU), para que a corte investigue os indícios de irregularidades na concessão dos cursos.<br /><br />A denúncia indica que o adicional se tornou uma ferramenta para acrescer as remunerações dos oficiais e suboficiais da Marinha ligados ao Alto Comando, antes de eles irem para a reserva”, diz Elias Vaz. “As respostas enviadas pelo Ministério da Defesa não apenas confirmaram as denúncias recebidas, mas também revelaram que o governo de Jair Messias Bolsonaro instrumentalizou esse benefício.”<br /><br /><b>Indicação</b><br /><br />Na resposta encaminhada ao parlamentar, o Ministério da Defesa informou que parte dos cursos não são acessíveis a todos os militares, mas apenas aos que foram selecionados pelos seus comandos. Na prática, há uma espécie de avaliação e os comandantes têm o poder de dizer qual militar tem o direito de fazer o curso, ou seja, não é aberto a todos.<br /><br />“Não se trata de meritocracia. Isso é um absurdo, pois 48% dos oficiais e suboficiais que concluíram os cursos e tiveram suas remunerações ampliadas foram transferidos para a inatividade logo em seguida. Diante disso, a União não vai usufruir dos novos conhecimentos trazidos pelo curso”, comenta Elias Vaz.<br /><br />Segundo o parlamentar, os dados apontam que os cursos são feitos, em sua maioria, por militares que têm relações de próximas ao Comando da Marinha, antes que estes sejam transferidos para a reserva. “Os documentos também comprovam que essa estratégia de beneficiamento é destinada, na maior parte, aos integrantes das carreiras superiores da Marinha. Isso comprova o desvirtuamento da política de aperfeiçoamento técnico do Ministério da Defesa.”<br /><br /><b>Acúmulo de cursos na Aeronáutica<br /></b><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiaHojEYAEnTxaWDbhk1xnUYzyxfbeCmXR3m_5AlesO1C-elM-HhHmDWzQAOSqfXOxoJTa85BAA4QYUTK8o_sxc33gt6x9Uw1tGiSz3QZ4-0gkhT1FPL4a_7ATP7JkXSpWFD1wd9Fa6diXzzW7vPRMO7HW0pjhe2OTxCccgIW1fdWF0WQlvYdjCrW-J" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="518" data-original-width="283" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiaHojEYAEnTxaWDbhk1xnUYzyxfbeCmXR3m_5AlesO1C-elM-HhHmDWzQAOSqfXOxoJTa85BAA4QYUTK8o_sxc33gt6x9Uw1tGiSz3QZ4-0gkhT1FPL4a_7ATP7JkXSpWFD1wd9Fa6diXzzW7vPRMO7HW0pjhe2OTxCccgIW1fdWF0WQlvYdjCrW-J=w349-h640" width="349" /></a></div><br />Os dados enviados pela Defesa sobre a realização de cursos na Força Aérea mostram que, em 2019 e agosto de 2022, foram realizados 178.025 cursos de aperfeiçoamento. Ocorre que a Aeronáutica tem 67.947 militares ativos <br /><br />A reportagem questionou a Aeronáutica sobre o enorme volume de cursos realizados, em relação ao número de militares que estão na ativa. Por meio de nota, a Força Aérea Brasileira declarou que “cumpre rigorosamente as legislações em vigor no que se refere à remuneração de seus militares” e que “todos os valores são registrados nos respectivos contracheques disponíveis no Portal da Transparência e submetidos à fiscalização dos órgãos de controle”.<br /><br />Sobre os dados relativos aos “adicionais de habilitação” concedidos, a FAB afirmou que “a discrepância apresentada pode ser decorrente da metodologia aplicada no levantamento das informações, provavelmente diferente daquela utilizada pelas demais Forças”.<br /><br />Segundo a FAB, os adicionais foram “computados cumulativamente”. “Se realizado um somatório total, de 2019 a 2022, o mesmo militar pode ter sido contabilizado até quatro vezes.”<br /><br />Reportagem de André Borges n'O Estado de São Paulo </span><br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www.estadao.com.br/economia/reforma-de-bolsonaro-permite-que-militares-turbinem-salarios-antes-de-aposentadoria/ </span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-18155679163768762782022-09-24T21:34:00.004-03:002022-09-24T21:34:48.495-03:00Alunas de escola pública são premiadas por absorvente sustentável de R$ 0,02<span style="font-family: verdana;"><b>O SustainPads surgiu quando uma das jovens descobriu que a mãe viveu a pobreza menstrual</b><br /><br />Foi numa conversa dentro de casa que a estudante Camily Pereira dos Santos, 18, deparou-se com a pobreza menstrual pela primeira vez. Ainda durante a pandemia, ela descobriu que a mãe não teve acesso a absorventes na juventude e precisava improvisar o bloqueio do fluxo com panos velhos e tecidos.<br /><br />"Nunca imaginei que essa questão estivesse tão próxima de mim", diz Camily.<br /><br />Foi então que a aluna do curso técnico em informática do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, integrado ao ensino médio, em Osório (RS), teve certeza de qual seria seu objeto de estudos: um absorvente sustentável feito a partir de subprodutos industriais que fosse ecologicamente correto, barato e acessível.<br /><br />Funcionária pública desde 2010, a professora Flávia Twardowski logo abraçou a iniciativa e passou a orientá-la. Laura Nedel Drebes, 19, estudante do curso técnico em administração da mesma instituição –e que já tinha conhecimento prévio sobre plástico biodegradável, fundamental para uma das camadas do absorvente–, logo se uniu a elas.<br /><br />Foram quase nove meses trabalhando por cinco horas diárias durante a pandemia para chegar ao protótipo laureado em agosto na Suécia com o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, onde as cientistas foram contempladas com US$ 3.000 (cerca de R$ 15.500).<br /><br />"Quando foram anunciar o prêmio e falaram sobre a questão da dignidade humana, foi o momento em que a Laura e eu nos olhamos e demos as mãos. Eu sussurrei: 'não acredito, é a gente'. Nos levantamos e nos abraçamos", afirma Camily.<br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi7s901o6ksgcv5GrCXwSCAtc71e-X-mFdmGaeA-0K0rCFkdBCE8eyHRk88hzF5KFaVNmoe8c7ymAOx6-ZJSnVU9wxOA5G-S4TGB-zsWrr9KaEG0hynGLFvomsi2EPQ4Ft4Z02gQKdPyZ-LCaRWAU_b_mXm1_tTlSTGVPr8X6YKy6g3rm8m3ouABIgN" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi7s901o6ksgcv5GrCXwSCAtc71e-X-mFdmGaeA-0K0rCFkdBCE8eyHRk88hzF5KFaVNmoe8c7ymAOx6-ZJSnVU9wxOA5G-S4TGB-zsWrr9KaEG0hynGLFvomsi2EPQ4Ft4Z02gQKdPyZ-LCaRWAU_b_mXm1_tTlSTGVPr8X6YKy6g3rm8m3ouABIgN=w640-h426" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><br />Laura explica que cada quilograma de algodão usado para produzir o produto convencional precisa de 10 mil litros de água. O processo do absorvente sustentável, que ganhou o nome de SustainPads, usa 99% menos água, segundo a aluna.<br /><br />O algodão, explica Camily, é substituído por fibras do pseudocaule da bananeira e do açaí de Juçara, planta típica da Mata Atlântica. "Usamos essa matéria-prima no lugar do plástico feito de recursos não renováveis."<br /><br />O produto criado por elas tem um custo médio de R$ 0,02 a unidade (refil mais invólucro de tecido que o envolve) e segue padrões nacionais e internacionais de segurança para absorventes, segundo o grupo.<br /><br />A equipe, ainda durante a estadia na Suécia, foi sondada por uma empresa europeia que tem trabalhos sociais na África. Organizações brasileiras e o sistema carcerário também demonstraram interesse no produto e, com isso, o grupo decidiu abrir processo de patente do protótipo.<br /><br />"O próprio Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] nos mandou mensagem para uma parceria", afirma a professora Flávia.<br /><br />Até a conquista no exterior, as alunas passaram por uma série de desafios: muitas tentativas e erros em seu experimento, além da falta de um laboratório e de equipamentos básicos para trabalhar, como prensa e o aparelho para fazer os testes mecânicos dos filmes.<br /><br />Para substituir o algodão que reveste a parte interna do absorvente, elas tentaram usar sabugo de milho e casca de arroz.<br /><br />"Mas esses não foram materiais tão bons e tão absorvente quanto o algodão. Ficamos, então, com as fibras do pseudocaule da bananeira, que se mostraram ser capaz de absorver 17% mais que o absorvente convencional", afirma a professora.<br /><br />Para extrair essa fibra que substitui o algodão, elas precisaram improvisar, na falta do equipamento adequado. "Então veio a ideia de literalmente atropelar o insumo com a roda do meu carro como se fosse uma prensa", afirma a orientadora.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgT2LMbyX9SLwDF43pG6c3k7-X7aCq1cy92yISbfW4IYmlDQTb1xCXWoyBs-JB_JsPq-wSBxZnbtO98H13AkmxBP7LG1mwTdEocJNtX68M6RIRjEAztXbO4N8INBRF21IWu_VarjPjk7wMa06h1aIE8OcuWfkloas8ssSD3aqUWbLrg1UvuqjEqm4T_" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="577" data-original-width="480" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgT2LMbyX9SLwDF43pG6c3k7-X7aCq1cy92yISbfW4IYmlDQTb1xCXWoyBs-JB_JsPq-wSBxZnbtO98H13AkmxBP7LG1mwTdEocJNtX68M6RIRjEAztXbO4N8INBRF21IWu_VarjPjk7wMa06h1aIE8OcuWfkloas8ssSD3aqUWbLrg1UvuqjEqm4T_=w533-h640" width="533" /></a></div><br />Apesar da importância social do absorvente sustentável, as três brasileiras não tinham expectativa de ganhar o prêmio na Suécia. Elas já haviam passado pela etapa nacional, no Rio de Janeiro, e foram as escolhidas para representar o Brasil em Estocolmo, onde concorreram com outros 35 países.<br /><br />"Foi muito inusitado [vencer]. Quando fizemos a inscrição, não imaginávamos que nosso projeto estava tão relacionado com a água. Havia trabalhos como tratamento de fluentes, por exemplo, que pareciam mais prováveis de vencer", afirma Laura.<br /><br />A aluna lembra, ainda, um encontro especial que teve em Estocolmo. "Conhecemos a princesa Vitória da Suécia [primeira na linha de sucessão ao trono sueco], patrona do prêmio."<br /><br />Para a professora Flávia, o prêmio expõe a relevância do ensino público. "Mostramos que o Brasil também produz bom conhecimento e que as meninas podem fazer ciência, inclusive na educação básica e em uma escola pública."<br /><br />As estudantes esperam ter seu produto no mercado em, no máximo, cinco anos. "Que o SustainPads chegue a um custo bom e acessível às consumidoras no mundo inteiro para reduzir a pobreza menstrual", afirma Camily.<br /><br />No Brasil, mais de 4 milhões de mulheres não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas, de acordo com dados da Unicef. Isso inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas instituições de ensino, como banheiros e sabonetes.<br /><br />Em março, o governo estadual de São Paulo afirma ter repassado R$ 35 milhões para o Programa Dignidade Íntima, que distribui absorventes nas escolas da rede como forma de combate à pobreza menstrual, com destaque para alunas em situação de vulnerabilidade.<br /><br />Na mesma época, após polêmica do veto do presidente Jair Bolsonaro, foi promulgada a Lei 14.214/2021, que cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. A norma determina que estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias recebam absorventes para sua higiene pessoal gratuitamente.<br /><br />Reportagem de Tatiana Cavalcanti na Folha de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/09/alunas-de-escola-publica-sao-premiadas-por-absorvente-sustentavel-de-r-002.shtml </span></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-85578721978750131242022-09-21T18:44:00.007-03:002022-09-21T18:44:30.431-03:00 Procon notifica Nestlé e outras empresas por leite, leite condensado e requeijão 'fakes'<span style="font-family: verdana;"><b>Lista tem bebidas lácteas e outros produtos similares aos tradicionais da Nestlé, Vigor e Itambé</b><br /><br />O Procon-SP notificou empresas a prestarem esclarecimentos sobre bebidas e misturas lácteas que se assemelham a leite, leite condensado e creme de leite. Segundo a entidade, os produtos são parecidos com outros já tradicionais e podem confundir o consumidor.<br /><br />A lista com 11 empresas tem produtos que usam soro de leite no lugar do leite: bebida láctea que se parece com leite de caixinha, alimento à base de manteiga e margarina, produto sabor requeijão, além de blend de azeite de oliva.<br /><br />De acordo com o Procon-SP, as respostas das empresas já começaram a ser encaminhadas para o órgão de defesa e estão sob análise.<br /><br />Produtos parecidos com os originais ficaram conhecidos na internet como fakes, após fotos de prateleiras viralizarem na internet. As bebidas lácteas passaram a ganhar mais espaço nos supermercados com a disparada da inflação, em especial com o aumento do preço do leite. O Procon informou que não tem como afirmar que os produtos da lista são fakes.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgN2GsWQmrZOQ5n8nQyinA4B5XNXs3icHXdTj55XxUOfb7ugimbqFkYAJLmo0V5jtRxQR0t6AsjmAu_Gbu4XFLezpkETSQxZ5V9mYpm3k_vQkdiGIdwPjwzQhGDOEFgr-0A0vY-1x8Fh0AZZ5hwpEZPeu0NPifHikrbBREI1zLyeFRXec8Ezq3vmWuo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="682" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgN2GsWQmrZOQ5n8nQyinA4B5XNXs3icHXdTj55XxUOfb7ugimbqFkYAJLmo0V5jtRxQR0t6AsjmAu_Gbu4XFLezpkETSQxZ5V9mYpm3k_vQkdiGIdwPjwzQhGDOEFgr-0A0vY-1x8Fh0AZZ5hwpEZPeu0NPifHikrbBREI1zLyeFRXec8Ezq3vmWuo=w640-h426" width="640" /></a></div><br /><br />Um dos exemplos de produtos da lista do Procon são os da Nestlé Brasil, que passou a oferecer mistura láctea da Nestlé, da linha Moça Pra Toda Família, similar ao tradicional leite condensado Moça, e a mistura de creme de leite Moça, parecido com o creme de leite original.<br /><br />O órgão reforça que os produtos são comercializados em apresentação bastante semelhante aos originais e que podem confundir o consumidor.<br /><br /><b>AS EMPRESAS NOTIFICADAS FORAM:</b><br />1 - Companhia de Alimentos Ibituruna (fabricante da bebida láctea UHT Olá);<br />2 - Nestlé Brasil<br />3- Laticínios Trevo de Casa Branca (fabricante da bebida láctea UHT Aquila);<br />4 - Laticínios Bela Vista (fabricante da bebida láctea UHT MeuBom);<br />5 - Cooperativa Central Mineira de Laticínios – Cemil (bebida láctea UHT Performance);<br />6 - Doce Mineiro (bebida láctea UHT Triângulo Mineiro);<br />7 - Vigor Alimentos Leco (Alimento à Base de Manteiga e Margarina Leco Extra Cremosa);<br />8 - Tella Barros Comércio e Importação de Frios e Laticínios (Supremo Cremoso Sabor Requeijão);<br />9 - Oceânica Comércio de Gêneros Alimentícios (que produz o Crioulo Queijos Ralados Latco);<br />10 - Itambé Alimentos (que produz o Queijo Parmesão Ralado Itambé);<br />11 -Gran Foods Indústria e Comércio Eireli (que fabrica o Do Chefe Premiun Blend Azeite de Oliva)<br /><br />Segundo o Procon, a utilização de embalagens parecidas com as originais pode provocar confusão. Em alguns casos, os itens, que chegavam a custar cerca de 30% a menos, são ofertados nas gôndolas ao lado dos originais, com embalagens similares, fazendo com que o consumidor acredite estar adquirindo um produto com a mesma qualidade e composição.<br /><br />"O Procon-SP está atento ao aumento da oferta de produtos similares aos tradicionais e apresentados ao público em embalagens muito parecidas, que podem induzir o consumidor ao erro, levando-o a achar que está comprando e consumindo outro produto", informa o Procon, por meio de nota.<br /><br />O órgão ainda afirma que a informação clara, correta e verdadeira é um dos direitos básicos previstos pelo Código de Defesa do Consumidor.<br /><br />Segundo o Procon, a Nestlé tem até segunda-feira (26) para se manifestar. A empresa deverá demonstrar as características de cada produto e apontar quais as diferenças nutricionais e indicações individualizadas de consumo de cada um. Além disso, a fabricante precisará apresentar documentos como informes, materiais publicitários e mídias de divulgação dos produtos.<br /><br />Em julho, após ser procurada pela Folha, a Nestlé informou que os produtos similares eram uma alternativa à crise. "A Nestlé busca seguir sua jornada de renovação e inovação de portfólio, com soluções que entregam aos consumidores produtos de alta qualidade e com preços mais acessíveis, em especial em cenário de alta inflação."<br /><br />"A empresa deverá apresentar as tabelas nutricionais de cada item, com os percentuais de cada um dos ingredientes e uma embalagem vazia (gabarito) de cada forma de apresentação (caixas e rótulos) tal como são disponibilizadas ao consumidor", diz o Procon.<br /><br />A empresa também deverá apresentar os documentos referentes à autorização de comercialização dos produtos junto aos órgãos oficiais competentes e que comprovem os testes de qualidade realizados, demonstrando o processo de manipulação, acondicionamento e prazos indicados de consumo.<br /><br />A reportagem entrou em contato com as empresas Nestlé, Ibituruna, Argenzio (que comercializa a bebida láctea Aquila), Cemil, Doce Mineiro, Tella Barros, Oceânica Alimentos, Itambé, Gran Food Alimentos e Vigor, mas não teve resposta até a publicação deste texto.<br /><br />A reportagem não conseguiu contato com a Laticínios Bela Vista.<br /><br />Reportagem de Felipe Nunes na Folha de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/procon-notifica-nestle-e-outras-empresas-por-leite-leite-condensado-e-manteiga-fakes.shtml</span></span><br /><div class="" data-block="true" data-editor="119cv" data-offset-key="dgnbe-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-80553468916202678662022-09-07T18:06:00.003-03:002022-09-07T18:06:14.507-03:00 Pai é condenado a indenizar filha em R$ 10 mil por abandono afetivo<span style="font-family: verdana;">Justiça de SP condena homem a indenizar filha em R$ 10 mil por abandono afetivo<br /><br />Ele acusa a mãe da criança de alienação parental, mas desembargador não aceitou seus argumentos<br /><br /> O TJ-SP (Tribunal de Justiça do estado de São Paulo) condenou um homem a indenizar sua filha em R$ 10 mil por abandono afetivo –quando os pais ou responsáveis não cumprem seu dever de cuidado e criação dos filhos. Ele também deverá arcar com o tratamento psicológico da jovem.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhR0Z6m0FkSashdcThh-CcvUOpdUcNJIb2lNIIytneJuUJruhQM9N5Ifg2FCk69Z2Tw0zP9srTk4hKgIjIcU4VKFqHE7KU0d2-xPtX7EaBQwUBGmme6LIZYLew2zJL8XF1Ju1-xN1gfKOqJ5Mcoq-FjJau7xp8674YqvRGinERanShTXEdVUkYApWwg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="479" data-original-width="639" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhR0Z6m0FkSashdcThh-CcvUOpdUcNJIb2lNIIytneJuUJruhQM9N5Ifg2FCk69Z2Tw0zP9srTk4hKgIjIcU4VKFqHE7KU0d2-xPtX7EaBQwUBGmme6LIZYLew2zJL8XF1Ju1-xN1gfKOqJ5Mcoq-FjJau7xp8674YqvRGinERanShTXEdVUkYApWwg=w640-h480" width="640" /></a></div><br />Quem entrou com a ação foi a mãe da criança. Ela alegava que a filha se sentia rejeitada porque o pai não a visitava.<br /><br />Na decisão, proferida na última quarta-feira (1°) e disponibilizada para consulta pública no domingo (4), o desembargador João Baptista Roma Galhardo, relator do caso, declara que o réu não conseguiu esclarecer os motivos que o levaram a se afastar da filha, que apresentara danos psicológicos pelo abandono.<br /><br />Galhardo ainda diz, nos autos, que visitar a criança é direito, mas não obrigação do genitor. No entanto, "o afastamento reiterado e imotivado pode ensejar nova indenização por abandono afetivo".<br />Durante o processo, o homem afirmou que a ex-parceira pratica alienação parental –tentativa de colocar a criança ou o adolescente contra o outro genitor– com a criança e negou o abandono afetivo.<br /><br />Para o juiz, porém, ele não conseguiu comprovar as declarações. "Pelo contrário, restou comprovado [...] que inexiste vínculo afetivo o suficiente. Eventual mau relacionamento com a genitora não é motivo que justifica o afastamento consentido e voluntário da convivência e da educação moral", diz o desembargador Galhardo.<br /><br />Não há nenhuma lei que proíba o abandono afetivo. Contudo, em maio de 2012, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu, de forma inédita, que um pai deveria pagar uma indenização de R$ 200 mil por ser ausente na criação da filha. Desde então, os tribunais brasileiros tendem a adotar a jurisprudência.<br /><br />De janeiro a setembro deste ano, o TJ-SP já julgou mais de 20 ações sobre o tema. Os casos de abandono afetivo são indenizáveis por, juridicamente, serem enquadrados como danos morais.<br />Os critérios para definir valores para indenizações por danos morais são subjetivos, dependendo do caso concreto e do juiz. Para o STJ, o valor do dano moral deve atender a uma dupla função: reparar o dano para minimizar a dor da vítima e pressionar o infrator para que o fato não se repita.<br /><br />Apesar de não haver valor fixado, a maioria das condenações, salvo casos de extrema gravidade, se dá entre 1 e 50 salários mínimos. <br /><br />Reportagem de Bruno Lucca na Folha de São Paulo</span><br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/09/justica-de-sp-condena-homem-a-indenizar-filha-em-r-10-mil-por-abandono-afetivo.shtml</span><div class="l7ghb35v kjdc1dyq kmwttqpk gh25dzvf jikcssrz n3t5jt4f" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div class="c-news__body" data-age-rating="" data-continue-reading-hide-others=".js-continue-reading-hidden" data-continue-reading="" data-disable-copy="" data-news-content-text="" data-share-text="" itemprop="articleBody" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; box-sizing: inherit; color: #333333; font-family: FolhaTexto, Georgia, serif; font-size: 19.998px; margin-bottom: 1.944rem; white-space: normal;"></div></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-71711962422840520172022-09-07T08:05:00.002-03:002022-09-07T08:05:53.596-03:00 Golpe do falso download rouba senhas na internet <span style="font-family: verdana;"><b>Criminosos invadem páginas no Facebook e oferecem arquivos gratuitos; usuário que baixa tem dados roubados</b><br /><br />Cibercriminosos estão aplicando um novo golpe na internet, dessa vez envolvendo páginas de empresas no Facebook.<br /><br />O golpe do falso download é uma forma de ter acesso a senhas de usuários que baixam e executam programas e jogos oferecidos de forma gratuita.<br /><br />A fraude foi identificada por pesquisadores do laboratório de ameaças da empresa Avast, especializada em segurança e privacidade digital.De acordo com os pesquisadores, páginas de empresas em todo o mundo estão sendo invadidas para que seja instalado um malware (programa malicioso) capaz de roubar senhas.<br /><br />O golpe funciona da seguinte forma: criminosos compram um malware na parte obscura da internet (dark web) por valores que variam entre US$ 100 e US$ 150 (de R$ 524 a R$ 786). Conseguem, de alguma forma, invadir a página de empresas e passam a oferecer o download de programas e jogos que estejam em alta.<br /><br />Chamado de readline stealer, ele funciona como um ladrão de senhas e também é capaz de colocar outros malwares no computador ou no celular do usuário que instala e executa o falso programa<br /><br />Ao descobrir as senhas dos usuários, os criminosos podem invadir contas em redes sociais, fazer compras em sites ou, até mesmo, sacar e transferir dinheiro por meio do uso do internet banking, entre outros golpes.<br /><br />Segundo Vojtěch Boček, pesquisador que descobriu a fraude, os links na postagem direcionam o usuário para um arquivo em um site de armazenamento e compartilhamento. Para se infectar, é preciso baixar o arquivo, extrair o conteúdo e executar o arquivo.<br /><br />O golpe veio à tona após Boček desconfiar de um post patrocinado que apareceu em seu feed do Facebook oferecendo download do Adobe Acrobat Reader de forma gratuita. "Fiquei imediatamente desconfiado, pois o link mostrado na prévia do post era mediafire.com, não adobe.com", diz. <br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEghML-nAQRl1F6PvtrlvVqtVd-jIdXFLiahTZFZPvpkd-JHyEhqan9dwxk7dOyLxU5Ni-7TfageoOhIYxgcP7tl0rOjnMt0PBdI2QET2rw0NFZV4D-oVkrkDWOMfX5DIxx8LZ60ZC6KYwZt9SqzX_Nntg9Dy1fd0ycuerJS8Y5R8wCF7OduKMsrk8TF" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="458" data-original-width="645" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEghML-nAQRl1F6PvtrlvVqtVd-jIdXFLiahTZFZPvpkd-JHyEhqan9dwxk7dOyLxU5Ni-7TfageoOhIYxgcP7tl0rOjnMt0PBdI2QET2rw0NFZV4D-oVkrkDWOMfX5DIxx8LZ60ZC6KYwZt9SqzX_Nntg9Dy1fd0ycuerJS8Y5R8wCF7OduKMsrk8TF=w640-h454" width="640" /></a></div><br />O post patrocinado se apresentava como uma página da empresa brasileira Viu Internet, que oferece serviços de internet banda larga no litoral do Rio Grande do Sul há 15 anos, e estava sendo distribuído porque sua página na internet havia sido invadida.<br /><br />O caso fez com que a empresa se posicionasse em seu site, informando aos clientes sobre a invasão e orientando os consumidores a buscarem informações e fecharem negócios por meio de outros canais.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirn5grGRSB5mYOTEM6twQLLMsX9_uv75E01MYg8ySxcofEab5IZUB6OG8ckHgOAfc3BonTZ1PTjXTQogFFp3chTinAWENMd95ocjXQ-9N0seOzBSX0keU17tACcrgFTE18_f_8Qz9i07LhsjrN04I4bRoDS6oSFz9_uWCrXdIFQIvb448EVEBN79Lo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="457" data-original-width="631" height="464" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirn5grGRSB5mYOTEM6twQLLMsX9_uv75E01MYg8ySxcofEab5IZUB6OG8ckHgOAfc3BonTZ1PTjXTQogFFp3chTinAWENMd95ocjXQ-9N0seOzBSX0keU17tACcrgFTE18_f_8Qz9i07LhsjrN04I4bRoDS6oSFz9_uWCrXdIFQIvb448EVEBN79Lo=w640-h464" width="640" /></a></div><br />Além da Viu Internet, também foram localizadas invasões das páginas de empresas no México, Eslováquia e Filipinas. No México, trata-se de uma loja de artigos esportivos cuja página tem 114 mil seguidores. Na Eslováquia, um site de turismo com 2.000 seguidores foi invadido e, nas Filipinas, a ação foi feita em uma loja de reparos de computadores com 700 seguidores.<br /><br />Procurada, a Viu Internet não se posicionou sobre o ataque de cibercriminosos a seu site. O Facebook afirmou, em nota, que investe em recursos para barrar fraudes.<br /><br />"Investimos em recursos para barrar o acesso de hackers a contas de terceiros e em ferramentas e processos para a recuperação de contas, assim como em campanhas educativas. Manter as pessoas que usam nossas plataformas seguras é uma das nossas prioridades", diz o texto.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjY94pM1e-BPZU3mIPkTOU4GwJfJnDDwHPryHkYlKYGBPzybXHECNtfOO4j-2-qymjc-v0j_p9h-5G_5yt9OljUfPOagHeejyVLv1GHe-L3NnTrahNxk9gxUmmcFtulODD0t-7CTx4AiFdVD99xcYWjVHjnQE-1g9SCvaDOKkB6qFdSZxmWTR4Gewqs" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="583" data-original-width="460" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjY94pM1e-BPZU3mIPkTOU4GwJfJnDDwHPryHkYlKYGBPzybXHECNtfOO4j-2-qymjc-v0j_p9h-5G_5yt9OljUfPOagHeejyVLv1GHe-L3NnTrahNxk9gxUmmcFtulODD0t-7CTx4AiFdVD99xcYWjVHjnQE-1g9SCvaDOKkB6qFdSZxmWTR4Gewqs=w505-h640" width="505" /></a></div><br /><b>COMO OS CRIMINOSOS INVADEM AS CONTAS DAS EMPRESAS?</b><br /><br />Segundo Boček, as contas de empresas no Facebook são invadidas após os criminosos conseguirem, de alguma forma, login e senha, usando técnicas para induzir os administradores a passarem as informações.<br /><br />"Outra maneira por meio da qual os cibercriminosos também podem obter acesso a uma conta é usando credenciais de login que encontram na darknet", afirma.<br /><br />O pesquisador afirma que é difícil localizar os criminosos, porque o malware ladrão de senhas está disponível para compra na dark web por valores considerados baixos, o que dificulta a identificação de quem está por trás dos ataques.<br /><br />Reportagem de Cristiane Gercina na Folha de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/golpe-do-falso-download-rouba-senhas-na-internet.shtml </span></span><br /><div class="" data-block="true" data-editor="cijla" data-offset-key="8cold-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-27861229685899670202022-09-04T16:28:00.001-03:002022-09-04T16:28:34.884-03:00 Não existe motivo para uma criança ter um aparelho conectado à internet<span style="font-family: verdana;">Somos nós, os adultos, os maiores responsáveis por essa adesão, principalmente de crianças, a telas e mundo virtua<br /><br />Os pais andam bem preocupados com o uso exagerado de aparelhos eletrônicos com acesso à internet pelos filhos. E com razão: a criançada tem gastado muito tempo em frente às telas, e conectada. Não é à toa que a maioria dos responsáveis procura saber quanto tempo devem permitir que os filhos usem tais aparelhos.<br /><br />Bem que os pais tentam restringir o uso das tecnologias pelos mais novos, mas nem sempre conseguem. Por que será? Pesquisas apontam um fato que salta aos nossos olhos: somos nós, os adultos, os maiores responsáveis por essa adesão, principalmente de crianças, a telas e mundo virtual.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzAm8Mn2tA8KqqYEfVfbGsCL6PqFVfhEQLIvdvt68ygd2HXE2ubmGHmplOfiKg45N2AYVPMNAF7amVRoubBuUjUfSAtsGB3M4T3IW9YXUQ1_x96M7AH77ASMk82NYg-YGceKKsBeO3n_fvfenDwO53z0t-amvCqJ-D0Mm4DhjA3BkR6fAeFpuKiT0i" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="467" data-original-width="656" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzAm8Mn2tA8KqqYEfVfbGsCL6PqFVfhEQLIvdvt68ygd2HXE2ubmGHmplOfiKg45N2AYVPMNAF7amVRoubBuUjUfSAtsGB3M4T3IW9YXUQ1_x96M7AH77ASMk82NYg-YGceKKsBeO3n_fvfenDwO53z0t-amvCqJ-D0Mm4DhjA3BkR6fAeFpuKiT0i=w640-h456" width="640" /></a></div><br /><br /><br />Levantamento de 2021 do Mobile Time com pais com pelo menos um filho de zero a 12 anos, mostrou que:<br />1) 12% das crianças entre zero e 3 anos têm o próprio celular e 44% usam o dos pais;<br />2) 33% das que têm entre 4 e 6 anos possuem o aparelho e 52% usam o dos pais;<br />3) 59% das crianças entre 7 e 9 anos têm o próprio aparelho e 33% delas usam o dos pais. <br /><br />Temos muitos outros números, mas bastam esses para perceber que nós, os pais, oferecemos precocemente a utilização da tecnologia aos nossos filhos e estimulamos o seu uso desde muito cedo.<br /><br />Depois de fazer a oferta e de incentivar o seu uso – em geral, para entreter a criança enquanto os pais fazem outras coisas –, é que surge o problema: eles percebem que não conseguem ter controle sobre os filhos e os aparelhos.<br /><br />Temos mais um dado bem sério, fruto de um levantamento feito com pais e filhos em 2015 por uma empresa especializada em segurança online: 87% dos filhos acham que os pais exageram na quantidade de vezes que checam seus celulares. De lá para cá, a situação melhorou ou piorou? Na minha opinião, se agravou.<br /><br />Não temos oferecido bons exemplos aos mais novos no uso das tecnologias e do espaço virtual. E, pior: é pequeno o número de pais – e de escolas também – que se dispõe a pensar em algum tipo de educação digital. Seu filho adora usar redes sociais? E você acha que isso não tem problema algum e é gratuito? Atenção: nada, absolutamente nada no espaço virtual é de graça. Quando você usa um aplicativo de rede social, por exemplo, você se torna o produto dela.<br /><br />Não existe um único motivo plausível para uma criança ter um aparelho conectado à internet, tampouco usar redes sociais. Aliás, quase todas elas colocam a idade mínima de 13 anos para o seu uso, certo? Ah! E é bom lembrar que o uso excessivo das telas pode prejudicar o desenvolvimento global da criança. Você quer que seu filho corra esses riscos? <br /><br />Texto de Rosely Sayão, O Estado de S.Paulo n'O Estado de São Paulo <br /><br /><span style="font-size: xx-small;">https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,voce-quer-que-seu-filho-corra-riscos,70004141981</span></span>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-64755038146641447712022-07-24T21:47:00.002-03:002022-07-25T05:21:08.953-03:00Eu sentia vergonha de ligar para o 190<p><span style="font-family: verdana;"> <span color="var(--primary-text)" style="background-color: white; font-size: 1.25rem; font-weight: 600;">'Vivi para contar': 'Eu sentia vergonha de ligar para o 190', conta a sargento Marlice, vítima de violência doméstica</span></span></p><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Crimes contra as mulheres seguem no topo do ranking dos chamados feitos ao serviço da PM<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRhEBkl_OiK8d_JI4YYC12h9Lyri5KHLZAgstLM0zFWzfDA4I6GgC--hXSHeuFq9Sfc7zmLiwvIUpGAloYOk7cN0ex9ioTb7wuwoV0DwL7qpLBluDfyyhnGHtwYojQhoEjNSwaLhqj-_GbauifCoywuZiBhrxf9cLGVxkj2xnckhXXXYAdjg5NHGgC" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="430" data-original-width="614" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRhEBkl_OiK8d_JI4YYC12h9Lyri5KHLZAgstLM0zFWzfDA4I6GgC--hXSHeuFq9Sfc7zmLiwvIUpGAloYOk7cN0ex9ioTb7wuwoV0DwL7qpLBluDfyyhnGHtwYojQhoEjNSwaLhqj-_GbauifCoywuZiBhrxf9cLGVxkj2xnckhXXXYAdjg5NHGgC=w640-h448" width="640" /></a></div></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">A violência começou no início do ano de 2012. Eu e meu ex-marido estávamos juntos havia dois anos. Eu descobri que estava grávida, e ele não queria a gravidez. Como não abri mão, ele começou a me maltratar, não parava em casa, me traía com outras mulheres e me contava detalhes dessas traições, me humilhava. Nessa época, eu fechava os olhos e me sentia um lixo. Com sete meses de gestação, eu não tinha comprado nada para o bebê, não conseguia viver aquele momento com alegria e nem fazer planos.</span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Meus colegas da polícia começaram a perceber que eu estava diferente e me incentivaram a fazer o quartinho do bebê e a cuidar da minha gravidez. Com o acolhimento deles, eu consegui me afastar do meu ex-marido por uns meses. Mas, quando estava perto de minha filha nascer, ele voltou, disse que queria cuidar de mim e da bebê, que tinha mudado, e eu concordei. Estava frágil, com medo de ficar sozinha. Mas essa mudança não durou muito tempo.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">Agressões físicas<br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Logo depois do parto, as agressões psicológicas voltaram e cada vez mais fortes. Até que veio a primeira agressão física, em uma festa de aniversário dele, na frente de várias pessoas. Ele tinha bebido, duas mulheres brigaram na festa, ele ficou muito irritado. A verdade é que, por tudo que acontecia de ruim na vida dele, ele me culpava. Nesse dia, ele me arrastou pelo braço, me jogou no chão, me jogou contra o muro, me chutou. Ali, eu sabia que seria a primeira de muitas agressões.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">A minha família não sabia o que acontecia, e eu não tinha coragem de ligar para o 190. Sentia vergonha de ser policial e estar passando por uma situação como essa. Em um episódio, ele me arrastou por uns oito metros em um chão grosso, fiquei com os joelhos sangrando, a perna toda cortada, queria mostrar que estava no comando.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Mais uma vez, com o apoio dos meus amigos da PM, consegui me afastar dele. Ele saiu de casa. Comecei a reconstruir a minha vida, a criar a minha filha, a voltar a sorrir, a ver minhas amigas, e isso incomodou. Ele começou a ir lá na porta de casa sem avisar, com a desculpa de ver a menina. Eu deixava. Mas ele começou a ir de noite, na hora que a minha filha já estava dormindo. Eu percebi que ele queria me vigiar. Um dia, ele chegou lá na porta depois das 21h. Eu disse que ela estava dormindo e não deixei ele entrar. Ele perdeu a cabeça.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">Medo de Morrer<br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Nesse dia, eu tive medo de morrer. Trabalho na PM há 12 anos, mas o dia em que eu tive mais medo de morrer foi dentro da minha própria casa. Quando eu não deixei ele entrar, ele arrombou a porta, subiu as escadas correndo, começou a olhar embaixo da cama, procurar alguém, tinha certeza de que eu estava com alguém. Vi que ele estava muito descontrolado e subi correndo para esconder a minha arma, que estava no meu quarto. Quando ele me viu com a arma na mão, me empurrou, e a arma caiu no chão. Ele, então, pegou a minha arma, me imobilizou, apontou contra a minha cabeça e falou: “Você sabe que eu poderia te matar agora, né?”<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Eu gritei, chamaram o vigia do condomínio, ele então me largou e foi embora esbravejando que eu era maluca. Eu senti muita vergonha: dos vizinhos, do segurança do condomínio, dos colegas do trabalho, de todos.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">O fato de você ser vítima e muitas das vezes não se reconhecer como tal te faz se sentir culpada por estar passando pela situação de vulnerabilidade. Nessa época, eu queria muito morrer, sentia uma tristeza profunda e tenho muito carinho pelas pessoas que me acolheram nesse momento, me deram forças para ir à delegacia denunciar e me encaminharam quase que a força para o setor de psicologia da PM.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Eu consegui uma medida protetiva na Justiça para que ele não se aproximasse mais de mim. Ele perdeu o porte de arma e começou a responder na Justiça. Hoje, meu processo já foi encerrado, não tenho mais a medida protetiva, mas ele não me perturba mais. Resolvemos judicialmente as questões sobre a nossa filha e, mesmo quando ele tenta voltar a me humilhar, não consegue porque, depois de tudo o que eu aprendi, ele não me atinge mais.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">A cura na luta<br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Em 2016, consegui pela primeira vez falar sobre tudo o que eu vivi. Senti essa necessidade quando vi uma policial do batalhão grávida, chorando pelos cantos, vivendo uma história muito parecida com a minha. Eu compartilhei, mesmo que timidamente, um pouco do que eu passei e acabei a ajudando a sair daquele ciclo de violência.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Eu percebi que contar a minha história poderia ajudar outras mulheres a darem a volta por cima em situações de violência. Comecei a falar sobre empoderamento feminino nas minhas redes sociais. Comecei a receber muitos pedidos de ajuda e, hoje, minha cura está justamente na luta contra a violência doméstica.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">No ano passado, consegui me inscrever para o curso da Patrulha Maria da Penha e, para mim, foi muito importante. Aprendi demais e, quando tive a oportunidade de atuar na patrulha, pude usar todo o conhecimento que chegou até mim e a minha experiência de vida para acolher e proteger as vítimas.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">No ano passado, consegui me inscrever para o curso da Patrulha Maria da Penha e, para mim, foi muito importante. Aprendi demais e, quando tive a oportunidade de atuar na patrulha, pude usar todo o conhecimento que chegou até mim e a minha experiência de vida para acolher e proteger as vítimas.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Hoje conto a minha história para as mulheres verem que acontece com todo mundo, e nenhuma de nós tem culpa de nada. Mas, mesmo ainda me emocionando, não quero ser vista como coitada. Meu objetivo é mostrar que, quando nós mulheres entendemos a força que temos e nos ajudamos, ninguém mais pode nos fazer mal.</span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">* Em depoimento à repórter Natália Oliveira<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">Um triste primeiro lugar<br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Crimes contra as mulheres seguem ocupando o primeiro lugar nos chamados feitos ao 190. Segundo a Polícia Militar, de janeiro a junho deste ano, foram recebidas 25.684 ligações com despacho de viatura para atender a esse tipo de ocorrência. Isso representa 24,5% de todos os chamados feitos à polícia na região metropolitana do Rio<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">O número de pedidos de socorro feitos para a PM este ano é maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram atendidos 20.638 chamados.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2022 foram feitos em média 169 atendimentos por dia, relacionados à violência contra as mulheres. A maior parte deles nos finais de semana e à noite.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Quando analisamos por região, três batalhões concentram os acionamentos: o 20º Batalhão, que atende as cidades de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense; o 27º Batalhão, em Santa Cruz; e o 40° Batalhão, em Campo Grande. Juntos, esses batalhões reuniram 29% dos chamados de violência contra a mulher no Rio até o final de junho. A Baixada Fluminense e a Zona Oeste aparecem , pelo menos desde 2018, como as áreas de maior risco para as mulheres, segundo os dados do 190.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Olhando os números dos últimos cinco anos, 2020, marcado pela pandemia e pelo isolamento social, chama a atenção: foram recebidas 31.233 ligações relacionadas à violência contra a mulher de janeiro a junho.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou que no primeiro semestre de 2022 foram registrados 57 feminicídios e 143 tentativas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro. Os dois indicadores superam a quantidade de registros feitos no ano passado, quando tivemos, neste mesmo período, 48 feminicídios e 128 tentativas de feminicídio no estado.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">Três dias sob tortura num apartamento<br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAd_RoG8Ioz-x0a7AMs4_XZ_YwfwhYS9y7gjSXyEQ6cd0Sg7Cey5YnoZKHfoxpBYsML6C_uisZmqiTeaQJFQAuduf7hQgJXAtJp61PJ0Rokm3fHHh4aHo3gh5CR0C3-3cOBENlIcylVKfkiE9AgY3E07BFrUIjb8mHw6rIIOSMSEfTab_uZXQpxxmL" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="358" data-original-width="444" height="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAd_RoG8Ioz-x0a7AMs4_XZ_YwfwhYS9y7gjSXyEQ6cd0Sg7Cey5YnoZKHfoxpBYsML6C_uisZmqiTeaQJFQAuduf7hQgJXAtJp61PJ0Rokm3fHHh4aHo3gh5CR0C3-3cOBENlIcylVKfkiE9AgY3E07BFrUIjb8mHw6rIIOSMSEfTab_uZXQpxxmL=w640-h515" width="640" /></a></div><br /><br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b>Luka Dias</b>, jornalista de 37 anos, passou três dias sendo torturada pelo então namorado, Fred Henrique Lima Moreira, dentro de um apartamento em Copacabana. Além de socos, pontapés, puxões de cabelo e estrangulamentos, ele teria usado um soco inglês e um cassetete para agredir a vítima. Ela conseguiu fugir no dia 26 de abril e procurou a delegacia. A jornalista precisou ser internada, pois sofreu traumatismo craniano, fraturou a mandíbula e estava com vários hematomas pelo corpo.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">O agressor foi preso por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. As consequências da violência sofrida por Luka a acompanham até hoje. Ela precisou passar por três cirurgias. A última foi no maxilar. A jornalista tem dito ser uma sobrevivente.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-weight: 600;"><span style="font-family: verdana;">Dificuldades para retomar a rotina<br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiR_rlkQd_r7hfj7lo1eI5rM7AJR4ZOgj0y8T8azJNfi5WaGMEsUjCWj7xMkvohtgrFjL-fPIwaBOFYEF96O80yP7XqRusHweMm_ruJkdATRPhbeKvVsN1KhrJ1y0Mtdg79DVAiGjaWAGsgNk6gOehUKgKabXXRPSaNZUREhEJvtJ_2G5TGRUs6jO2s" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="579" data-original-width="441" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiR_rlkQd_r7hfj7lo1eI5rM7AJR4ZOgj0y8T8azJNfi5WaGMEsUjCWj7xMkvohtgrFjL-fPIwaBOFYEF96O80yP7XqRusHweMm_ruJkdATRPhbeKvVsN1KhrJ1y0Mtdg79DVAiGjaWAGsgNk6gOehUKgKabXXRPSaNZUREhEJvtJ_2G5TGRUs6jO2s=w488-h640" width="488" /></a></div><br /><br /></span></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b>Ive Dourado</b>, empresária de 36 anos, conta ter sido espancada pelo ex-marido dentro do carro, na porta de casa, em Anchieta. Humberto Fernandes de Azevedo, pai da filha dela, é acusado de ter esperado Ive chegar na madrugada do dia 2 de maio, entrado no carro e dado vários socos no rosto dela, que ficou desfigurado. A empresária teve inúmeras fraturas no crânio e na face. Ela precisou ficar internada por dias no CTI de um hospital privado, em Nova Iguaçu.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Mesmo recuperada fisicamente, seu drama não acabou. O acusado, que não aceita o fim do relacionamento, está foragido. A vítima e a família vivem com medo do que ele é capaz de fazer se reaparecer. Segundo a Polícia Civil, as diligências continuam para prender o agressor. Enquanto isso, mesmo em sobressaltos, Ive tenta retomar sua rotina.<br /><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 600;">Corpo encontrado pela filha de 12 anos</span><br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b>Marcielle Araújo da Silva Souza</b>, de 29 anos, foi assassinada pelo namorado, Glauber Barros, dentro de casa no último di a 11. O corpo de Cielly, como era conhecida, foi encontrado pela filha dela, de 12 anos, que pediu socorro à família. Segundo amigos e parentes da vítima, Glauber espancou e enforcou a jovem até que ela perdesse os sentidos. Eles tinham um relacionamento conturbado, de idas e vindas, marcado por brigas, e Cielly já tinha denunciado agressões anteriores à polícia.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" color="var(--primary-text)" style="font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;">Barros foi preso e confessou o crime. A família, que veio da Paraíba para o Rio, está destruída. Cielly, ainda tão jovem, teve os sonhos interrompidos e deixou dois filhos: um menino de 7 anos e uma menina de 12. A vítima fazia planos de cursar nutrição.<br /></span></span></div><div class="bi6gxh9e" style="background-color: white; margin-bottom: 8px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id" style="line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: verdana;"><b style="color: var(--primary-text); font-size: 0.9375rem;">Reportagem d'O Globo</b><br /><br /><span style="color: #050505; font-size: xx-small;">https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2022/07/vivi-para-contar-eu-sentia-vergonha-de-ligar-para-o-190-conta-a-sargento-marlice-vitima-de-violencia-domestica.ghtml</span></span></span></div>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4036561524199564942.post-13515087764985500272022-07-23T18:35:00.004-03:002022-07-24T17:39:56.009-03:00Imposto de renda - Aposentado com doença grave tem isenção <p> <span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">Imposto de Renda 2022: Aposentado com doença grave tem isenção<br /><br />V</span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">ocê ou algum parente seu é aposentado ou pensionista e também portador de uma doença grave?<br /><br />Esse grupo de pessoas tem direito a isenção de Imposto de Renda.<br />O benefício é antigo: está no artigo 6º da Lei 7.713, de 1988.<br />Mas muita gente ainda não sabe. São várias doenças que dão direito à isenção: câncer, problemas no coração, doença de Parkinson, esclerose múltipla, AIDS, doenças graves decorrentes de acidentes de trabalho, entre outras. <br /><br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">São várias doenças que dão direito à isenção: câncer, problemas no coração, doença de Parkinson, esclerose múltipla, AIDS, doenças graves decorrentes de acidentes de trabalho, entre outras. <br /><br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">Apesar do direito garantido, o caminho para conquistá-lo não é simples. É necessário procurar um médico, de preferência do serviço público, e solicitar um laudo pericial que ateste a gravidade da doença e que informe quando ela foi diagnosticada. <br /><br />Com o laudo em mãos, você deve procurar o INSS ou o órgão responsável pelo pagamento da sua aposentadoria (no caso de funcionários públicos) e entrar com um requerimento solicitando a isenção. Esta matéria traz um passo-a-passo para fazer o requerimento no INSS. <br /><br /><br />Porém, na maioria dos casos, o pedido costuma demorar ou ser negado. <br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">Neste caso, o jeito é entrar com um processo judicial, com ajuda de um advogado especializado em direito tributário ou previdenciário.<br /><br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">Quais doenças dão direito à isenção? <br /><br />Todos os aposentados e pensionistas, civis ou militares, que sejam portadores de alguma das doenças graves listadas a seguir podem pleitear a isenção de imposto sobre seus rendimentos: <br /><br /><b>AIDS Alienação mental <br />Cardiopatia grave (doença grave no coração) <br />Cegueira <br />Contaminação por radiação <br />Doença de Paget em estados avançados (osteíte deformante) <br />Doença de Parkinson <br />Esclerose múltipla <br />Espondiloartrose anquilosante <br /></b></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;"><b>Fibrose Cística (mucoviscidose) <br />Hanseníase <br />Nefropatia grave (doença grave nos rins) <br />Hepatopatia grave (doença grave no fígado) <br />Neoplasia maligna (câncer) <br />Paralisia Irreversível e Incapacitante <br />Tuberculose ativa <br />Portadores de moléstia profissional </b><br /><br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">Outras doenças dão direito à isenção, mas podem ter pedido negado <br /><br />Embora não estejam explicitamente listadas acima, doenças psiquiátricas, Mal de Alzheimer e uso de marca-passo também podem dar direito à isenção. Entretanto, Tirza Bueno, advogada do escritório M.Faiock Advocacia Previdenciária, afirma que é frequente o INSS negar os pedidos de isenção para esses casos, ainda que o aposentado ou pensionista atenda aos pré-requisitos para ter o direito e apresente laudo médico completo. "O problema é que alguns peritos interpretam a lei ao pé da letra." Segundo ela, o laudo médico precisa trazer o nome da doença exatamente como está na Lei 7713/88. <br /><br />"Imagine o caso de uma pessoa </span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d; font-size: 18px;">que tenha desenvolvido esquizofrenia ao longo da vida. É uma doença de alienação mental. No entanto, se o laudo trouxer apenas o termo 'esquizofrenia', sem apontar que se trata de 'alienação mental', o requerimento será indeferido [negado] pelo INSS." <br /><br />O mesmo pode ocorrer com uma pessoa com uma arritmia cardíaca grave e que, por essa razão, passou a usar marca-passo. "Precisa estar escrito no laudo médico 'cardiopatia grave' com todas as letras. Caso contrário, será indeferido." Outro exemplo comum de negativa é o Mal de Alzheimer. "A lei não traz esse nome, mas se trata de um caso específico de alienação mental", explica a advogada<br /><br /></span><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d;"><span style="font-size: 18px;">O caminho, nesses casos, é procurar um advogado especializado em direito previdenciário ou tributário e entrar com um processo para conseguir o direito à isenção, afirma Tirza. </span></span><br /><br /><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d;"><span style="font-size: 18px;">Mesmo que o INSS rejeite o requerimento administrativo, há grandes chances de vitória no processo judicial se o laudo médico estiver bem fundamentado. </span></span><br /><br /><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d;"><span style="font-size: 18px;">Por outro lado, doenças como Parkinson e esclerose múltipla costumam ser aceitas por requerimento no INSS com mais facilidade, sem a necessidade de processo judicial, já que os nomes das doenças não deixam dúvidas em relação ao que está na lei.</span></span><br /><br /><span face="UOLText, Arial, sans-serif" style="color: #4d4d4d;"><span style="font-size: 18px;">Reportagem do UOL</span><br /><br /><span style="font-size: 18px;">https://economia.uol.com.br/imposto-de-renda/noticias/redacao/2022/03/19/ir-2022-aposentado-com-doenca-grave-tem-isencao-de-imposto-saiba-pedir.htm </span></span></p>Joséhttp://www.blogger.com/profile/15032584037585138402noreply@blogger.com0