Nada de sopinhas e colheres…deixe o bebê comer sozinho!
Esqueça a sopinha amassada e aqueles talheres coloridos e simplesmente deixe seu bebê comer sozinho. Como? Com as próprias mãos. Sim, sua casa nunca mais estará limpinha como antes, mas o chamado BLW (Baby-led Weaning, ou em tradução livre o desmame que o bebê lidera) tem ganhado cada vez mais adeptos.
O termo foi criado pela consultora em saúde Gill Rapley e é bem comum nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, ainda é visto com estranheza já que estamos acostumados a introduzir alimentos com frutinhas raspadas e papinhas salgadas amassadas.
A ideia do BLW é bem simples: colocar a criança na mesa junto com o restante da família e permitir que ela escolha o que comer com a própria mão. Quem é adepto da técnica diz que além da criança comer melhor, evita aquela ‘batalha’ na hora das refeições para tentar fazer o bebê comer tudo o que os pais querem.
“A maior dificuldade dos pais é em lidar com os momentos que as crianças não querem comer. Isso gera estratégias violentas como chantagens, barganhas, forçar a comer. O importante é saber que crianças de qualquer idade, quando saudáveis, comem mais em picos de crescimento”, explica Fabiolla Duarte, 38, que é consultora de introdução de alimentos para bebês e comportamento alimentar.
A mãe Stheffany Nering, 28, tem uma página no Facebook sobre o método com mais de mil integrantes. Quando a filha Lorena fez seis meses ela começou a praticar a técnica. “É libertador não ter que ficar rodeando ela para ver se comeu, se não comeu, quanto comeu. Outra vantagem é poder ir comer em restaurantes ou viajar sem precisar se preocupar em levar a comida porque ela não vai gostar do que vai ter. Ela come de tudo”, comenta.
A introdução dos alimentos sólidos começa geralmente quando a criança completa seis meses ou quando ela passa a se interessar pelo que vê os pais comer – o que pode acontecer com mais idade, principalmente, em crianças que tomam leite materno.
Fabiolla explica que a OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que o leite materno é o principal alimento do bebê até por volta de um ano e que, nessa fase, os alimentos são complementares à amamentação. “É para criar um bom repertório alimentar. No caso dos bebês que não são amamentados pelas mães, eles acabam se interessando pelos alimentos sólidos mais cedo”, observa.
A orientação é que os pais ofereçam primeiro alimentos que sejam mais ou menos do tamanho da mão do bebê para que ele possa pegar com a mão inteira. Algumas opções são cenoura, batata, brócolis e couve-flor (todos cozidos), maçã e banana. Mas nada impede de dar um pedaço de carne, frango ou até mesmo pão. “Por volta dos nove meses, a criança faz o movimento de pinça com as mãos e dá para dar coisas em pedacinhos bem pequenininhos, que é o que eles gostam nessa fase. Qualquer comida da família pode ser adaptada. Só é preciso cuidados com a quantidade de sal”, ressalta Stheffany.
Segundo os adeptos do método, outra vantagem do BLW é que famílias que não tinham hábitos alimentares saudáveis passam a diversificar o cardápio com mais legumes, verduras e frutas por conta das crianças.
“O bebê precisa participar das refeições familiares nos horários normais dessas tais refeições. Ele nunca deve ser forçado a comer e tampouco a ficar sentado à mesa”, observa a consultora Fabiolla, do projeto Colher de Pau. Para ela, é preciso apenas adotar critérios básicos de uma boa alimentação fugindo, por exemplo, de alimentos industrializados.
O método acaba sendo ainda mais comum em pais de ‘segunda viagem’ pois os bebês costumar copiar e ficar de olho na comida do irmão mais velho. A educadora física Fabiana Araújo começou a alimentação da caçula Maria Alice, 8 meses, dessa maneira há dois meses. Ela conta que com a filha Maria Luiza, 4 anos, fez a introdução alimentar tradicional com papinhas amassadas e frutas raspadas. “Foi difícil no começo. Ela só começou a comer melhor depois que passei a deixar que ela comesse com as mãos. Foi algo instintivo”, conta.
Já com a caçula, o método foi feito desde o início e a aceitação foi melhor. “Ela mesma decide o quanto e o que quer comer. É muito mais tranquilo”.
Fabiana explica que no início dava apenas um tipo de alimento para descartar possíveis alergias na menina. Depois, passaram a ser dados dois tipos. “Ela experimentava e decidia o que comer, na maioria das vezes comia um pouco de cada. Agora, ela come a mesma comida que o restante da família”, explica.
No ano passado, um estudo publicado pelo British Medical Journal mostrou que os bebês que escolhem a sua comida com as mãos são mais propensos a comer de forma saudável e a manter um peso ideal do que os bebês alimentados na boca com colher.
A pesquisa, da Escola de Psicologia da Universidade de Nottingham (Reino Unido), mostrou que os carboidratos, como pão e massa, são os favoritos dos bebês que se alimentam com as mãos, enquanto os de colher preferem alimentos doces.
RISCO DE ENGASGAR
As mães que são adeptas ao método BLW dizem que o maior medo de quem não conhece a técnica e vê a criança pequena comendo sozinha e é em relação ao risco de engasgar. Os especialistas em BLW dizem que a criança nunca deve ficar sozinha ao se alimentar.
No entanto, os especialistas dizem que bebê passa a entender o mecanismo do engasgo e tenta por conta própria evitá-lo.
Mesmo sem ter todos os dentes, as crianças conseguem amolecer o alimento ou parti-lo em pequenos pedaços na boca antes de engolir. Outra recomendação para evitar os engasgos é deixar sempre a criança se alimentar sentada reta.
Texto de Giovanna Balogh do blog MATERNAR
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2013/10/28/nada-de-sopinhas-e-colheres-deixe-o-bebe-comer-sozinho/
O termo foi criado pela consultora em saúde Gill Rapley e é bem comum nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, ainda é visto com estranheza já que estamos acostumados a introduzir alimentos com frutinhas raspadas e papinhas salgadas amassadas.
A ideia do BLW é bem simples: colocar a criança na mesa junto com o restante da família e permitir que ela escolha o que comer com a própria mão. Quem é adepto da técnica diz que além da criança comer melhor, evita aquela ‘batalha’ na hora das refeições para tentar fazer o bebê comer tudo o que os pais querem.
“A maior dificuldade dos pais é em lidar com os momentos que as crianças não querem comer. Isso gera estratégias violentas como chantagens, barganhas, forçar a comer. O importante é saber que crianças de qualquer idade, quando saudáveis, comem mais em picos de crescimento”, explica Fabiolla Duarte, 38, que é consultora de introdução de alimentos para bebês e comportamento alimentar.
A mãe Stheffany Nering, 28, tem uma página no Facebook sobre o método com mais de mil integrantes. Quando a filha Lorena fez seis meses ela começou a praticar a técnica. “É libertador não ter que ficar rodeando ela para ver se comeu, se não comeu, quanto comeu. Outra vantagem é poder ir comer em restaurantes ou viajar sem precisar se preocupar em levar a comida porque ela não vai gostar do que vai ter. Ela come de tudo”, comenta.
A introdução dos alimentos sólidos começa geralmente quando a criança completa seis meses ou quando ela passa a se interessar pelo que vê os pais comer – o que pode acontecer com mais idade, principalmente, em crianças que tomam leite materno.
Fabiolla explica que a OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que o leite materno é o principal alimento do bebê até por volta de um ano e que, nessa fase, os alimentos são complementares à amamentação. “É para criar um bom repertório alimentar. No caso dos bebês que não são amamentados pelas mães, eles acabam se interessando pelos alimentos sólidos mais cedo”, observa.
A orientação é que os pais ofereçam primeiro alimentos que sejam mais ou menos do tamanho da mão do bebê para que ele possa pegar com a mão inteira. Algumas opções são cenoura, batata, brócolis e couve-flor (todos cozidos), maçã e banana. Mas nada impede de dar um pedaço de carne, frango ou até mesmo pão. “Por volta dos nove meses, a criança faz o movimento de pinça com as mãos e dá para dar coisas em pedacinhos bem pequenininhos, que é o que eles gostam nessa fase. Qualquer comida da família pode ser adaptada. Só é preciso cuidados com a quantidade de sal”, ressalta Stheffany.
Segundo os adeptos do método, outra vantagem do BLW é que famílias que não tinham hábitos alimentares saudáveis passam a diversificar o cardápio com mais legumes, verduras e frutas por conta das crianças.
“O bebê precisa participar das refeições familiares nos horários normais dessas tais refeições. Ele nunca deve ser forçado a comer e tampouco a ficar sentado à mesa”, observa a consultora Fabiolla, do projeto Colher de Pau. Para ela, é preciso apenas adotar critérios básicos de uma boa alimentação fugindo, por exemplo, de alimentos industrializados.
O método acaba sendo ainda mais comum em pais de ‘segunda viagem’ pois os bebês costumar copiar e ficar de olho na comida do irmão mais velho. A educadora física Fabiana Araújo começou a alimentação da caçula Maria Alice, 8 meses, dessa maneira há dois meses. Ela conta que com a filha Maria Luiza, 4 anos, fez a introdução alimentar tradicional com papinhas amassadas e frutas raspadas. “Foi difícil no começo. Ela só começou a comer melhor depois que passei a deixar que ela comesse com as mãos. Foi algo instintivo”, conta.
Já com a caçula, o método foi feito desde o início e a aceitação foi melhor. “Ela mesma decide o quanto e o que quer comer. É muito mais tranquilo”.
Fabiana explica que no início dava apenas um tipo de alimento para descartar possíveis alergias na menina. Depois, passaram a ser dados dois tipos. “Ela experimentava e decidia o que comer, na maioria das vezes comia um pouco de cada. Agora, ela come a mesma comida que o restante da família”, explica.
No ano passado, um estudo publicado pelo British Medical Journal mostrou que os bebês que escolhem a sua comida com as mãos são mais propensos a comer de forma saudável e a manter um peso ideal do que os bebês alimentados na boca com colher.
A pesquisa, da Escola de Psicologia da Universidade de Nottingham (Reino Unido), mostrou que os carboidratos, como pão e massa, são os favoritos dos bebês que se alimentam com as mãos, enquanto os de colher preferem alimentos doces.
RISCO DE ENGASGAR
As mães que são adeptas ao método BLW dizem que o maior medo de quem não conhece a técnica e vê a criança pequena comendo sozinha e é em relação ao risco de engasgar. Os especialistas em BLW dizem que a criança nunca deve ficar sozinha ao se alimentar.
No entanto, os especialistas dizem que bebê passa a entender o mecanismo do engasgo e tenta por conta própria evitá-lo.
Mesmo sem ter todos os dentes, as crianças conseguem amolecer o alimento ou parti-lo em pequenos pedaços na boca antes de engolir. Outra recomendação para evitar os engasgos é deixar sempre a criança se alimentar sentada reta.
Texto de Giovanna Balogh do blog MATERNAR
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2013/10/28/nada-de-sopinhas-e-colheres-deixe-o-bebe-comer-sozinho/