Ex-ministro de governos do PT disse que querem transformar o Brasil em país de brancos e pretos
Rebelo disse no encontro que o uso de linguagem neutra é inaceitável, um "atentado à sociedade nacional", e que se trata da tentativa de criar outra língua, inventar palavras para "impor à sociedade uma outra forma de expressão da cultura".
"É algo importado. Não é linguagem neutra, o que estão querendo impor é outra língua", disse. "O que estão querendo fazer não é o uso das palavras existentes. É a criação de uma outra língua, de um outro idioma, porque estão inventando palavras que não existem na língua portuguesa. Não é o problema do gênero, é a tradição, a cultura", afirmou o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff.
"Aqui no Brasil, essa agenda tomou conta do mercado, pelas corporações que estão nisso, da mídia, de certa forma o Legislativo vai entrando nisso e o Judiciário nem se fala", disse Rabelo. Ele criticou o Supremo Tribunal Federal e afirmou ter a impressão de que ele age como "uma corte dos costumes, dos comportamento".
O ministro Edson Fachin, do STF, suspendeu na quarta-feira (17) a eficácia de uma lei de Rondônia que proibia o uso de linguagem neutra nas escolas públicas e privadas do estado.
Ex-PCdoB, PSB e Solidariedade, Rebelo disse que o país mergulhou em um processo de desorientação quando a agenda do crescimento perdeu sentido diante da "agenda identitária e da guerra cultural".
"Em 2011, 12, 13, 14, o Brasil mergulhou naquele movimento 'Não Vai Ter Copa', de sabotagem contra o Brasil, com setores desorientados da política, de tudo quanto é tendência. Nas ruas, um movimento pesado, difícil, e o país mergulha em um certo processo de desorientação, a agenda do desenvolvimento e do crescimento perde um pouco sentido em função de outras agendas: a agenda identitária, a agenda da guerra cultural, a agenda da fragmentação", disse Rebelo, que também já foi ministro dos Esportes e da Ciência.
Ele ainda afirmou que o Brasil é uma nação "essencialmente mestiça" e estão tentando transformá-lo em um país "de pretos e brancos".
"Essa é a nossa marca, a miscigenção. Agora querem transformar em um país de pretos e brancos. Acho uma coisa criminosa, inaceitável, imposta de fora para dentro, financiada de fora. Porque se o Brasil chegar à conclusão de que somos um país dividido entre africanos e europeus, nós vamos ter que reconhecer que passamos 500 anos errados, equivocados. E que tudo aquilo que o Gilberto Freyre e o Darcy Ribeiro falaram do povo brasileio, do mestiço que é bom, estava errado. É isso que querem nos impor", argumentou Rabelo.
Segundo ele, o maior risco que o Brasil enfrenta hoje, mais do que o econômico, é o risco de desintegração da sua identidade, de sua memória e de sua "mestiçagem".
Da coluna Painel na Folha de São Paulo de 23/11/2021, editada por Camila Mattoso, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Fabio Serapião e Guilherme Seto.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2021/11/aldo-rebelo-diz-que-linguagem-neutra-e-inaceitavel-e-critica-agenda-identitaria-em-evento-com-militares.shtml
Nota de rodapé:
A fala do ministro do ministro Aldo Rebelo pode ser vista pelo YouTube. Eu só assisti a parte da fala do Aldo Rebelo, o resto é não vi, e não quero ver
https://www.youtube.com/watch?v=vqPY7JJX3T8
Nenhum comentário:
Postar um comentário