Bye-bye, beijinhos!
Com o coronavírus, melhor só dar um 'oi' de longe
Em tempos de alto risco pela disseminação do coronavírus, o cumprimento com dois beijinhos e o combo abraço e tapinha nas costas mais aperto de mão constituem muito mais do que uma prática anti-higiênica que já deveria ter sido extinta.
Desde os tempos do selinho da Hebe que venho insistindo que precisamos acabar com essa forma insalubre, incômoda e pouco prática de nos manifestar.
Quem se responsabiliza pela conjuntivite ou pneumonia adquirida naquela confraternização hipócrita da Igreja Católica, em que os fiéis se dão as mãos ao final da missa para se convencer de que se reconhecem na paz de Cristo?
Gostaria de comunicar que, a partir de quarta-feira (26), dia em que o novo coronavírus aportou oficialmente entre nós, não vou mais beijar nem abraçar para dar “oi”, exceção feita aos meus dois cães salsicha.
Você dirá “que exagero”, que sou contra o amor e a carnalidade; uma careta, enfim.
Mas a intenção aqui é externar estupefação ante a falta de urgência que nós, afetuosos e alegres brasileiros, temos em perceber o problema real que ora aflige toda a humanidade: a disseminação de doenças contagiosas em um mundo interligado por aviões, turismo de massa e armas químicas cada vez mais sofisticadas.
Especialmente no calor, por que não acabamos de uma vez com esse desconforto? Não seria bem mais elegante dar apenas um sorriso seguido de um “como vai?”?
Texto da jornalista Barbara Gancia na Folha de São paulo de 27/02/2020
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/02/bye-bye-beijinhos.shtml
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