Internos terão visita íntima.
Fora o lazer descabido, agora mais bebês sem estrutura?
Alguém quis saber o que os pais das visitantes pensam?
Para efeitos sexuais, vamos tratar os adolescentes infratores internados na Fundação Casa, a antiga Febem, como adultos?Eles terão direito à visita íntima, desde que comprovem ter união estável -namoro ou casamento. Isso é o que determina a nova lei federal (12.564) que regula as visitas íntimas aos adolescentes.
Para a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella, a liberação da visita íntima para o adolescente é parte do processo de ressocialização. "A visita íntima contribui com o retorno social, com o vínculo familiar que deve ser mantido dentro da Fundação."
Vínculo familiar? Isso não deve ser confundido com as necessidades fisiológicas dos jovens internos.
Nosso legislador, ao possibilitar tal permissividade, não se perguntou em algum momento se os pais de uma jovem, menor de idade, concorda que a seu filha vá à Fundação Casa para um encontro sexual com seu namorado?
Qualquer um de nós que tenha -ou, no meu caso, que teve- uma filha seguramente não está de acordo com os nossos "pensadores".
O Estado faz uma concessão absurda aos menores infratores, não apenas por permitir que internos da Fundação Casa obtenham tal direito impensável, bem como por criar mais um enorme problema para o próprio Estado, possibilitando não apenas um "lazer" descabido, mas também a concepção de bebês sem qualquer estrutura familiar, algo muito mais grave.
Não me parece razoável o Estado patrocinar relações sexuais entre jovens sem qualquer estrutura socioeconômica, estimulando a formação de mais famílias desestruturadas.
Ressocialização não se faz através de medidas de liberdade "mal" assistida, de saídas provisórias (Dia das Mães, Natal etc.), abrindo as portas de nossos presídios e instituições para permitir a saída às ruas de pessoas de extrema periculosidade.
Seria muito mais eficaz se nossas instituições fizessem um trabalho efetivo com as famílias dos internos, objetivando a melhora dessas relações, em vez de patrocinar a gravidez de jovens adolescentes.
Além disso, a pretensão do legislador e dos "especialistas" de tratar o menor como adulto para efeitos de suas necessidades fisiológicas deveria ser, então, estendido para a responsabilização do menor por seus crimes (atos infracionais).
É razoável o que dizem os "especialistas" e legisladores quando entendem ser uma relação estável que um adolescente de 14 anos tenha uma namorada?
Se um menor de idade desejar casar, a legislação determina que ele tem de ser emancipado.
Então pergunto: não seria o caso desse menor de idade, que para poder fazer sexo se diz casado ou em união estável, ser emancipado e, portanto, responder criminalmente como maior de idade?
Por que nosso legislador insiste em usar dois pesos e duas medidas?
Eu entendo que o jovem infrator que declara ter uma relação estável, que tem até filhos com a sua companheira, possa desfrutar do direito de ter relações sexuais dentro da Fundação Casa.
O que propomos é justamente que o menor que se comporta como adulto para manter uma relação estável e também para cometer crimes gravíssimos seja tratado como efetivamente é: um adulto responsável pelos seus atos. Seja para o bem ou para o mal!
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Palmadas valem para educar crianças?
Veja o que especialistas aconselham na hora de impor disciplina aos filhos.
Especial do iG, "Educação de A a Z" tem tudo que os pais precisam saber sobre este e outros temas, como broncas e castigos
Como impor limites às crianças?
O uso da palmada é válido?
Como agir ao dar bronca?
Fazer elogios demais estraga?
Como criar um filho único?
Todos os dias, pais e mães se deparam com estas questões - e muitas outras - na aventura de educar seus filhos.Pensando nisso, reunimos as dúvidas mais comuns da educação das crianças para respondê-las no especial Educação de A a Z.
Além de entender a importância da rotina, aprender a tirar dúvidas sobre sexualidade e se livrar da tendência à superproteção, pais e mães encontram aqui dicas para lidar com a competição entre irmãos, criar tempo de qualidade e muito mais.
Especial do iG, "Educação de A a Z" tem tudo que os pais precisam saber sobre este e outros temas, como broncas e castigos
Como impor limites às crianças?
O uso da palmada é válido?
Como agir ao dar bronca?
Fazer elogios demais estraga?
Como criar um filho único?
Todos os dias, pais e mães se deparam com estas questões - e muitas outras - na aventura de educar seus filhos.Pensando nisso, reunimos as dúvidas mais comuns da educação das crianças para respondê-las no especial Educação de A a Z.
Além de entender a importância da rotina, aprender a tirar dúvidas sobre sexualidade e se livrar da tendência à superproteção, pais e mães encontram aqui dicas para lidar com a competição entre irmãos, criar tempo de qualidade e muito mais.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Presidenta por decreto
Amigos me alertam para um decreto-lei recém-publicado no "Diário Oficial da União": "A Presidenta da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º. As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido. [...]
Art. 3º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 3 de abril de 2012. Dilma Rousseff. Aloizio Mercadante. Eleonora Menicucci de Oliveira".Tal lei serve apenas à teimosa vontade da presidente Dilma de ser chamada de presidenta, na ilusão de, com isso, estar valorizando as mulheres. E não adianta dizer-lhe que não é assim que a língua funciona. O problema é que, com a medida, ela obriga a que se parem as máquinas e se corrijam a jato todos os dicionários da língua portuguesa.
Porque, se Dilma agora é presidenta por decreto, também quero ser chamado de jornalisto, articulisto, colunisto ou cronisto.
Idem, os calistas, juristas, dentistas, arquivistas, criminalistas, ortopedistas, ginecologistas e médicos-legistas do sexo masculino, todos podem requerer diplomas de calistos, dentistos, arquivistos, criminalistos, ortopedistos, ginecologistos e médicos-legistos. O próprio Aloizio Mercadante, ministro da Educação e cúmplice da presidenta nessa emboscada contra a língua, deve exigir ser chamado de congressisto quando voltar ao Senado.
Pela novilíngua da presidenta, o sindicalista Lula teria sido um sindicalisto. Luiz Carlos Prestes, um comunisto. Millôr Fernandes, um humoristo. Luizinho Eça, um pianisto. Guimarães Rosa, um romancisto. O cego Aderaldo, um repentisto. Ayrton Senna, um automobilisto.
Dilma acha pouco ser presidenta. Quer ser também linguista.
De Ruy Castro na Folha de São Paulo de 27/04/2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS
CARTA ABERTA À EXMA. PRESIDENTE DILMA ROUSSEF
Rio de Janeiro, 18 de abril de janeiro de 2012.
À Exma. Sra. Dilma Rouseff
DD Presidente da Republica do Brasil
Ao Exmo. Deputado Aldo Rebello
DD Ministro do Esporte
Ao Ilmo. Sr. Jerome Valcke
DD. Secretario Gerald a FIFA.
Ao Ilmo. Sr. Ronaldo Nazario
DD. Rep. Comitê Organizador Local da Copa do Mundo FIFA 2014.
Para todos os Deputados e Senadores do Congresso Nacional Brasileiro.
Excelentíssima Sra. Presidenta Dilma Roussef, autoridades e organizadores da Copa do Mundo FIFA2014.
Considerando que todo país sediador de Copa do Mundo tem por princípio escolher um tema social para representá-lo perante os milhões de espectadores e milhares de jornalistas da mídia nacional e mundial durante o evento;
Considerando que no dia 07 de novembro de 2011 chegou ao meu conhecimento a pauta da audiência pública realizada na Câmara Federal, onde os deputados federais, membros da Comissão das Copas do Mundo e das Confederações, o Ilmo. Presidente do COL e CBF, Sr. Ricardo Teixeira e o Ilmo. Secretario Geral da FIFA, Sr. Jerome Valcker, discutiram itens referentes ao Projeto de Lei 2.330/2011 e onde foi submetido o tema social sugerido pelo Deputado Wilson Filho ,“POR UM MUNDO SEM ARMAS, SEM DROGAS”;
Considerando que os problemas sociais no Brasil abrangem temas relevantes como a pobreza, a desigualdade, o analfabetismo, a violência incluindo os abusos e exploração de natureza sexual de crianças, a exploração do trabalho infantil, a gravidez na adolescência e a educação precária entre tantos outros;
E, inconformada, tomada pela absoluta sensação de exclusão do debate para a escolha do tema social da Copa, protocolei, na qualidade de cidadã brasileira, contribuinte, eleitora, autora e coordenadora do Projeto Vida de Criança o requerimento de n° 144746/PL 2.330/2011, datado de 07/11/2011, no qual solicito o apoio dos parlamentares, membros da Comissão supracitada para que, regimentalmente, um ou qualquer um deles apresentem o tema social sugerido por mim “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS” pois, até então, o tema do desarmamento era único e sem concorrentes e, agora, que o texto da Lei Geral da Copa foi aprovado e que o tema da Violência, Abuso e Exploração Sexual Infantil não foi inserido e que a mídia não para de mostrar milhares de casos terrificantes;
Saibam Vossas Excelências, que não estou mais só nesta empreitada pois participei e frequento, constantemente, de eventos organizados pelo próprio governo federal para promover mais justiça, igualdade social, racial, religiosa, econômica, de acessibilidade, de gênero e direitos da criança e do adolescente e, no desespero de constatar que tema tão relevante ficou excluído como tema social para a Copa coletei milhares de assinaturas em favor da inclusão do “nosso”tema. Além disso, tenho feito da minha história um caminho de mobilização e conscientização popular ferramenta de luta à violência contra menores pois me envolvi no enfrentamento ao abuso e exploração sexual de menores, em 1998, quando o caso do meu filho gerou a criação da primeira coordenadoria de investigação de crimes eletrônicos cometidos contra crianças, no Brasil. Para quem não conhece esta historia sugiro acessar o blog do Projeto Vida de Criança para entende-la (http://projetovidadecrianca.blogspot.com/) e (http://brasileirissima.blogspot.com/).
Por estes motivos, por razões cívicas e por um sentimento democrático estou lutando para fazer entender a muitos compatriotas e autoridades que este assunto não pode ser decidido apenas no ambito do legislativo e apenas entre organizadores. Nosso suor e nossos impostos estão incluidos em despesas bilionárias para esta Copa do Mundo FIFA 2014.
Nossa opinião deve ser levada em consideração e o tema do desarmamento para representar o “nosso” país durante o evento mais popular do planeta nada acrescenta às reais necessidades prioritárias do Brasil que tanto esforço está fazendo para sair do profundo descaso social e desagrada a maioria da população.
Os subsídios para justificar a “nossa” sugestão, “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS, foram extraídos, diretamente, do site da Presidência da Republica, dos sites de diversos Ministérios do Governo Federal, sites de Ongs e de forma urgente impressos e anexados ao requerimento n° 144746/pl 2.330/2011, protocolado na Comissão das Copas e das Confederações da Camara Federal no dia 07/11/2011.
Redução da pobreza:Programas ações e projetos tais como Fome Zero,BolsaFamilia, Minha casa, Minha vida, Luz para Todos, micro-crédito para agro negocio familiar, primeiro emprego e outros.
Redução da desigualdade: Estatuto do Negro, Cotas Raciais,
criação de Secretarias de Políticas Públicas para a defesa dos direitos de varios seguimentos alvos da violência fisica e moral, discriminação, tratamento diferenciado, tais como aqueles dedicados aos Negros, Indios, Ciganos, Homossexuais, Lesbicas, Bisexuais, Transsexuais, grupos religiosos, deficientes físicos e mentais.
Redução da violência contra a criança: criação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica, estatuto da criança e do adolescente, criação do n° 100 para denuncias, CPI da Pedofilia, programas, projetos e ações de varios ministerios e Ongs contra o trabalho escravo, abuso e violação dos direitos de menores.
No dia 19/01/2012, apresentamos à algumas de V. Excias, material literário enviado pela SECOM (Secretaria de Comunicação da Presidência da Republica) que nos fez acreditar, mais intensamente, ser o desarmamento um tema inadequado para representar o Brasil em virtude do incomensurável trabalho desprendido no sentido de reduzir a pobreza, a desigualdade e a violência contra o menor.
Discordamos daqueles que defendem o tema “POR UM MUNDO SEM ARMAS, SEM DROGAS” primeiro por entender que, interpretativamente, a expressão “POR UM MUNDO” parece se referir um lugar utópico, distante, de sonhos, que não conhecemos e que será muito difícil alcança-lo pois o único mundo real para nós é onde vivemos e nêle, especialmente no Brasil, nós consideramos o tema sugerido pelo Deputado Wilson Filho contraditório e desprovido de unanimidade nacional haja vista o resultado do plebiscito de 2005 onde 64% da população brasileira se pronunciou, através do voto, contrária ao desarmamento e, portanto, contra ele pesa a rejeição de mais da metade da população.
Com relação a “POR UM MUNDO SEM DROGAS” observamos um contra-senso, uma discrepância, um verdadeiro paradoxo em virtude do principal patrocinador da Copa do Mundo FIFA 2014 ser um fabricante de bebida alcoólica que, como todo comerciante, pretende vender seu produto nos estádios contrariando nossa lei do torcedor, favorecendo a possibilidade de muitos se embriagarem e consequentemente podendo causar além de acidentes, cenas de violência nas ruas, no próprio estádio e nos lares. Vale ressaltar que o álcool é considerado uma das piores drogas depressoras do sistema nervoso central tendo a OMS (Organização Mundial da Saúde) apresentado, em 2004, no Brasil, relatório onde enfatiza a grande preocupação com o consumo de álcool no país. Naquele documento a OMS afirma que não tem como exigir, mas sugere ao Governo Federal que um primeiro caminho seria controlar a publicidade sobre bebidas alcoólicas. Afirma, ainda, no relatório que "uma parte considerável da carga mundial de doenças e incapacidade pode ser atribuída ao consumo de substâncias psicoativas".
Questionamos, mais uma vez, o fato de, nesse momento, da maioria dos brasileiros não ser consultada nem ter conhecimento do processo de escolha da mensagem social que nos representará perante o mundo. Cada segmento tem o direito de sugerir temas os mais variados desde que seja submetido com transparência à sociedade.
Votei contra o desarmamento, assim como grande maioria do povo brasileiro, por varias razões destacadas a seguir:
01- Não é o instrumento que mata mas o instinto animal do ser humano. Podemos reduzi-lo através de educação preventiva e, em certos casos, até com religião – a fé torna, sem duvida, o homem mais humano.
02- O número de acidentes com armas de fogo é menor diante do numero de mortes provocadas por armas que entram criminosamente através das fronteiras e são vendidas por alguns contrabandistas , às vezes, infiltrados nas instituições de segurança chegando às mãos de bandidos e de policiais mal intencionados.
03- As estatísticas das mortes provocadas por armas brancas e ações letais não são divulgadas. Um ser humano pode matar o outro com armas brancas e ações letais como faca, facão, foice, enxada, lamina, vidro, estilete, enforcamento, punhal, martelo, marreta, machado, sôco, paulada, pedrada, veneno, afogamento, asfixia, gás, seringas, overdose de substancias variadas, carro ou até mesmo fogo como já aconteceu com um índio dormindo em ponto de ônibus em Brasília e casos de pessoas empurradas do alto de edificios, penhascos e abismos e até com espetinho de churrasco como aconteceu em um carnaval da Bahia.
04- A arma de ação mais letal que existe é a CANETA pois a caneta que assina pelo desarmamento também pode ser a mesma que assinará as autorizações para a importação e ou implantação de fábrica de armas, de artefatos, de material ou equipamento bélico ou a mesma caneta pode assinar, ainda, Tratados de Guerras entre Nações, penas de morte, e proliferação de armas nucleares. Em contrapartida, a CANETA QUE DEIXA DE ASSINAR TAMBÉM PODE MATAR E CAUSAR MUITOS DANOS E LESÕES CORPORAIS. BASTA UMA VISITA AOS HOSPITAIS PUBLICOS, PENITENCIARIAS, AOS BOLSÕES DE MISÉRIA PELO MUNDO AFORA E A OBSERVAÇAO DA FALTA DE INSTRUMENTOS QUE PROMOVAM A EDUCAÇAO PRODUZINDO OPORTUNIDADES PARA O MENOR.
05- Segundo um relatório do UNODOC das Nações Unidas revela que não há como estabelecer cientificamente uma relação entre a quantidade de armas em circulação e as taxas de homicídios, sendo possível, inclusive, que esta correlação se opere de forma inversamente proporcional. Este estudo vem sendo considerado por especialistas em segurança pública um importante marco para a desmistificação da tese de incremento da violência em face do acesso às armas de fogo. É a primeira vez que um documento oficial das Nações Unidas reconhece inexistir comprovação cientifica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então, vinha, equivocadamete, sendo tomado como verdade absoluta.
Sendo o desarmamento um tema polêmico, contraditório e paradoxal, já rejeitado por 64% da população nacional, solicitamos o apoio aos Deputados Membros da Comissão Especial das Copas do Mundo e das Confederações, dos Exmos paralmentares membros das Comissões que estão analisando o texto da Lei Gerald a Copa nesse momento e de Vossas Excelencias para o tema: “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS” porque não estamos mais sós. Trazemos o apoio de ONGs, da UNB de Brasília e estamos coletando milhares de assinaturas via internet, congressos e conferencias de segmentos atingidos pela desigualdade (Conferencia Nacional das Mulheres, Congresso Nacional da Consciência Negra com inclusão de Afro-transcendentes, Salão Nacional da Acessibilidade, Conferencia LGBT e movimentos contra o abuso e exploração sexual infantil).
Pelo exposto, e na melhor forma, solicitamos, mais uma vez, que seja considerada nossa sugestão para o tema social da Copa, “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS”, sobretudo o item VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS e estendido à apreciação da população a escolha de todas as propostas em um tratamento digno e próprio de uma democracia e que inclua-se ao tema social a conscientização de que abuso e exploração sexual infantil é crime contra a humanidade levando-se em conta o sofrimento daqueles que privados da sua dignidade, de sua privacidade foram e continuam sendo expostos ao vexame do abuso sem coragem de denunciar seus agozes. Pensem que o advento da internet tornou esse crime uma industria bilionária onde pedofilos e quadrilhas de predadores exploram imagens pornográficas de crianças e aliciam menores para trafico de órgãos, prostituição, rituais de magia negra, adoções criminosas e para isso usam até cartões de credito. Portanto é urgente e importante uma reflexão sobre esta silenciosa calamidade histórica que marcou a vida de muitos seres humanos das gerações passadas e as digitais de pessoas tão nocivas poderão continuar tatuando o corpo e alma de vitimas das gerações futuras.
Não podemos perder a oportunidade de conscientizarmos milhões de pessoas sobre o que foi descrito.
Apelo ao Congresso Nacional, à CPI da Pedofilia e Turismo Sexual Infantil recentemente instaurada para apurar inúmeros crimes contra crianças e, para acentuar nossa preocupação, citamos os casos mostrados na mídia esta semana onde um estrangeiro diplomata estava abusando de meninas menores de idade, do pai espando seu filho e do julgamento de uma Jurista, Ministra que julgou inocente um homem que estuprou 3 meninas menores.
“…PELO AMOR DE DEUS! VAMOS CUIDAR DAS NOSSAS CRIANÇAS!”
Foi o que disse um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos ao completar o seu milésimo gol, Luiz Arantes do Nascimento, Pelé.
Respeitosamente.
Marta Serrat
Autora e Coordenadora do Projeto Vida de Criança
http://projetovidadecrianca.blogspot.com/
projetovidadecrianca@gmail.com
Projeto Vida de Criança
projetovidadecrianca.blogspot.com
(21) 98787835 -
Araceli, Dudu, Raquel quantas crianças ainda serão abusadas, estupradas e mortas?
Araceli, Dudu, Raquel quantas crianças ainda serão abusadas, estupradas e mortas?
BASTA DE VIOLENCIA CONTRA CRIANÇA! CHEGA NÉ!!
Araceli Cabrera 8 anos, Kayto Guilherme 10 anos, Luis Eduardo o Dudu 10 anos, Raquel Genofre 9 anos, menina sem nome de 5 meses/CE. O que esses nomes,de meninos e meninas podem ter em comum? Todos foram abusados,violentados e mortos. Uns com requintes de crueldade outros por medo do reconhecimento.
Todos fazem parte de uma estatística que não pára de crescer e cada dia faz mais uma vítima, mais uma família destruída, e pouco tem se feito para mudar isso. 36 anos já se passaram desde a morte da menina Araceli no ES, Raquel foi esquartejada e deixada numa mala há pouco mais de 5 meses e em comum,há a impunidade,ou falta de empenho e ninguem preso pelo crime.
E
não são só elas que passaram por isso, milhares de crianças são
violentadas, estupradas ou mortas e ninguém paga por isso. E a pergunta
que ecoa é POR QUE?Por que as vezes envolve "gente" ( leia lixo!
) importante, ou porque é parente, ou por que é so mais uma criança?
Por que os casos que aparecem sem dar trégua na Tv, aceleram-se as
investigações e até chegam a alguma punição ou espera por julgamento?
Por que se acha o assaltante do carro de um filho de político, mas não
chega ao padrasto ou pai tarado? Existem coisas que não entram na minha cabeça, mas ficam no coração.
Imagine a dor de uma mãe reconhecendo pedaços de sua filha numa mala? Ou levando um bebê de 5 meses sangrando a um hospital e vê-lo morrer em horas? Ou aquela mãe que tinha esperança de encontrar seu menino desaparecido e só acha ossos deformados por surras? Ou um pai que vê sua filha ter o rosto desfiguardo por ácido aos 8 anos de idade!??!! É dor demais..impunidade demais..Algumas mudanças estão ocorrendo, devagar, aos poucos, mas acontecendo. Que uma CPI está aberta e também chocada com tantos casos de violencias sexuais, tantas cenas absurdamente grotescas,e inimagináveis envolvendo crianças como foco principal para abusos e estupros e principalmente sendo alvo de busca de prazer de monstros, de lixo humano, de pedófilos e tarados. Se é doença realmente essa procura por crianças eu não sei, eu não acredito ser possível explicar assim facilmente uma devassidão, uma monstruosidade tão grande com seres tão indefesos chamando esses atos nojentos absurdo de doença.
É uma falta muito grande de Deus no coração, receba o nome que quiser mas é falta de um a LUZ maior na vida. É pura maldade, sadismo, brutalidade e faltam adjetivos para definir tais atos.
Precisamos cada vez mais fazermos algo para evitar ou diminiuir estes números absurdos envolvendo crianças, bebês e adolescentes.Seja denunciando os criminosos ou informando cada vez mais pessoas, prevenindo os filhos dos perigos da Internet sem esquecer dos perigos da rua e de algumas casas. Não transformar crianças, meninas em mini mulheres, nem meninos em pseudos garanhões. Deixar a crianças ser criança. Viver a infancia e protegê-la para que isso aconteça .
Mantenha o canal de diálogo sempre aberto para com as crianças, seja do seu vizinho ou sua filha. Não julgue a criança e sempre OUÇA o que ela tem a dizer. Se não fala ainda direito, peça um desenho, econheça pequenos sinais como medos, diurese noturno, choros, depressão, seja atento as crianças a sua volta. E aos adultos que vivem perto da criança, pois a maior parte de abusos são cometidos por pessoas que conhecem a criança. Ou sabem da sua rotina.
Repasse informações, procure se informar, ajude a diminuir, a acabar com tantos sofrimentos.
Vamos cobrar mudanças de nossos políticos, novas leis devem ser feitas e as existentes cumpridas em seu rigor.
Basta desses crimes hediondos.
Basta de violencia sexual contra a criança.
Republicando o texto original, que foi publicado aqui, neste blog na segunda-feira, 27 de abril de 2009 pelas meninas do blog Diga Não à Erotização Infantil
http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/
Republicando o texto original, que foi publicado aqui, neste blog na segunda-feira, 27 de abril de 2009 pelas meninas do blog Diga Não à Erotização Infantil
http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Pais deixam de preparar filhos para a internet
Pais precisam se envolver com a vida de seus filhos na internet
O diagnóstico é de Michael Rich, 58, professor do Centro de Mídia e Saúde Infantil da Universidade Harvard e um dos maiores especialistas americanos nas interações de crianças com mídias diversas.
Ele veio ao Rio na última quinta para fazer uma palestra no 1º Encontro Internacional sobre o Uso de Tecnologias da Informação por Crianças e Adolescentes, organizado pela Universidade do Rio de Janeiro (Uerj).
"Os pais precisam engolir seu orgulho e se tornar aprendizes dos filhos na parte técnica, para que possam ser seus professores na parte humana", disse Rich à Folha.
Pai de quatro filhos (os mais novos têm cinco e sete anos), Rich tem um site (cmch.typepad.com/mediatrician) no qual tira dúvidas dos pais.
Em entrevista à Folha, ele falou sobre como busca introduzir dados científicos em uma discussão que ainda é guiada por valores morais.
Michael Rich - Não, mas também não é bom. O problema é que os pais dão essas ferramentas para as crianças não porque elas precisem ou saibam usar, mas por causa da pressão social e das próprias crianças. Os filhos dizem "eu quero um iPhone porque todos os meus amigos têm um". Assim como você pensa em quando deve mostrar para uma criança o que é uma serra elétrica, deveria considerar quando e como vai apresentar a televisão, a internet, os celulares.
Há uma idade certa para as crianças serem apresentadas às mídias?
Varia de acordo com cada mídia e cada criança. Escolhemos ferramentas diferentes dependendo da idade, do estágio de desenvolvimento e das necessidades.
Temos pesquisas que mostram que, antes dos 30 meses, crianças não aprendem muito por meio de telas. Conseguem assistir e imitar o que veem, mas não identificam aquilo como uma representação de uma realidade tridimensional. O melhor software para as crianças está entre as orelhas delas: é o que se coloca na cabeça delas em termos do que elas são como pessoas e como cidadãos.
O sr. diria que os pais em geral têm noção dos riscos que a exposição das crianças à tecnologia pode trazer?
De modo algum. Eles não têm a menor ideia, muitas vezes porque não querem saber. Eles sentem que as crianças sabem muito mais do que eles, porque são nativos digitais, enquanto os pais são imigrantes digitais, acabaram de chegar, não falam a língua, não entendem o lugar. Os pais estão acostumados a ser os experts da família e sabem que, nesse ambiente, não o são, então decidem não comprar essa briga, apenas dão o laptop, o celular e pensam "desde que eles estejam no quarto, não vão se meter em problemas", o que é um erro.
Como eles podem se envolver na vida digital de seus filhos e até que ponto devem fazê-lo?
Os pais precisam se envolver com a vida digital de seus filhos tanto quanto se envolvem com a vida fora da rede. Um pai não deixaria o filho ir a uma festa em uma casa na qual não sabe se vai haver bebida, drogas, armas. Do mesmo modo, não deveria deixar o filho desacompanhado na internet. Como os pais não sentem-se confortáveis na internet como seus filhos, os egos atrapalham. Eles precisam se permitir ser os aprendizes. Precisam sentar e jogar videogame com eles, aprender a parte técnica e, aproveitando essa posição de vulnerabilidade, discutir outros temas.
Mas como lidar com o fato de que os jovens sabem esconder dos pais o que fazem na internet?
A educação que recebem quando crianças é fundamental, aí se formam os adolescentes que serão. É preciso construir neles respeito por si mesmos e pelos outros. Isso vai se traduzir em comportamentos saudáveis na web. Tentar policiar ou pegá-los em flagrante nunca vai funcionar, eles sempre vão conseguir contornar as regras.
Os pais têm de superar a distinção que fazem entre educação, que levam muito a sério, e entretenimento, que tratam como se fosse um momento em que as crianças desligam o cérebro.
Fazemos grandes esforços para mandá-los para as melhores escolas e achamos que, quando voltam e ficam jogando "Call of Duty" [um dos mais populares jogos de tiro] por três horas, não estão aprendendo nada, mas estão.
Falando dos problemas da exposição de modo mais específico, quais seriam os mais frequentes?
As crianças se metem em problemas porque acham que são anônimas ou não rastreáveis na internet. Fazem coisas naquele ambiente que nunca fariam pessoalmente, porque têm essa ilusão de que ninguém pode identificá-las.
De uma perspectiva médica, os dois maiores problemas são a obesidade e a ansiedade. A obesidade é um problema mundial, gerado por estilos de vida pouco ativos e pelo marketing.
Do lado da ansiedade, as crianças são cada vez mais pressionadas a fazer mais, conseguir mais, mais rapidamente. Nos EUA, é recorde o número das que recebem medicação psiquiátrica por problemas de déficit de atenção, ansiedade, depressão.
Em sua palestra, o sr. disse que os pais não deixam que as crianças fiquem entediadas, e que isso é ruim. Por quê?
O cérebro humano busca novidades, sentir e experimentar novas coisas. O problema é que, se formos constantemente estimulados pela televisão, pelos videogames e pela internet, nunca aprendemos a ser reflexivos, criativos, a buscar a novidade dentro de nós. É preciso tédio para chegar lá. Sair de casa também funciona. A natureza é um grande estimulante.
Os pais deveriam proibir que os filhos usassem celulares e internet em algum momento?
Conheço gente que determina uma espécie de pausa digital semanal, um dia no qual desliga tudo por 24 horas. E as famílias que fazem isso sentem-se incrivelmente libertas, porque seus membros passam a interagir, conversar uns com os outros, coisas que nunca fariam se estivessem com seus iPhones, laptops ou TVs.
Há alguma mídia que tenha comprovadamente mais efeitos negativos sobre a saúde das crianças?
Para problemas específicos há algumas mídias que interferem mais do que outras. Por exemplo, a televisão pode estar mais ligada à obesidade, por conta da imobilidade, e os videogames causam um aumento da ansiedade, porque você fica em um estado de adrenalina constante. Mas isso varia muito entre crianças.
Esse discurso sobre os perigos das mídias pode ser sequestrado pelo discurso político mais conservador?
Sem dúvida. Invariavelmente os políticos usam isso a partir de um ponto de vista moral, "as crianças não devem ver pessoas nuas, não devem ver violência", e a solução deles é restringir, censurar. Não acho que criar leis resolve a questão, o que resolve é educar.Texto de Marco Aurélio Canônico na Folha de São Paulo de 23/04/2012
sábado, 21 de abril de 2012
Movimento contra a corrupção volta às ruas
Movimento contra a corrupção volta às ruas neste 21 de abril em 80 cidades.
Em 21 de abril, feriado de Tiradentes, o movimento contra a corrupção voltará às ruas pela quinta vez desde 7 de setembro de 2011. Os líderes do movimento prometem organizar manifestações em 80 cidades espalhadas por 27 estados. Em 12 de outubro do ano passado, mais de 25 mil pessoas participaram das passeatas promovidas em dez capitais.
Coluna do Augusto Nunes na Veja online
http://veja.abril.com.br/
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Dia do basta à corrupção
Fora corruptos!
Dia 21 de abril vamos protestar contra esta quadrilha que assalta os cofres públicos, eles se fingem de adversários, mas só querem nos roubar!
O dinheiro, que eles roubam, poderia ser usado para constuir mais creches, mais escolas, mais médicos e hospitais, mais quilômetros de metrô, mais estradas, mais segurança e justiça.
Dia 21 de abril vamos protestar contra esta quadrilha que assalta os cofres públicos, eles se fingem de adversários, mas só querem nos roubar!
O dinheiro, que eles roubam, poderia ser usado para constuir mais creches, mais escolas, mais médicos e hospitais, mais quilômetros de metrô, mais estradas, mais segurança e justiça.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Presidente do TJ propõe processo disciplinar contra desembargadores dos contracheques milionários
Em sessão nesta quarta, Ivan Sartori lerá seu voto sobre o escândalo do pagamento de altos valores a quatro dirigentes da corte; para ele, houve desvio de conduta e ' graves violações aos princípios da moralidade'
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo começa a julgar nesta quarta-feira, 18, em sessão aberta às 13h, o escândalo dos contracheques milionários concedidos a desembargadores da corte paulista. Em meio a um clima de forte tensão, o presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori, vai ler a seus pares um voto de 121 páginas e ao final vai propor a instauração de processo disciplinar contra os desembargadores Roberto Antonio Vallim Bellocchi, ex-presidente do TJ (2008-2009); Alceu Penteado Navarro, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE); Fábio Monteiro Gouvêa e Tarcísio Ferreira Vianna Cotrim, visando à imposição, em tese, das penas de disponibilidade ou aposentadoria compulsória, por infração aos deveres funcionais previstos no artigo 35 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
O Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori, vai propor pena de aposentadoria compulsória aos desembargadores
Sartori vai propor, ainda, a rejeição da defesa apresentadas pelos magistrados e a imediata suspensão administrativa do pagamento de qualquer verba relativa ao saldo remanescente dos desembargadores e de qualquer outra verba de caráter indenizatório que lhes venha a ser devida, Inclusive licença prêmio ou férias não cumpridas.
Sartori propõe a abertura de prazo de 15 dias para apresentação de defesa prévia nos processos disciplinares contra os desembargadores que receberam pagamentos elevados. "Posteriormente, avaliar-se-á a remessa de peças ao Ministério Público", sugere o presidente do TJ-SP, invocando os artigos 11 e 12 da Lei da Improbidade Administrativa.
Outro desembargador, Antonio Carlos Vianna Santos, que também presidiu o TJ, em 2010, recebeu soma extraordinária. Ele morreu em 26 de janeiro de 2011. O órgão especial poderá sugerir a cassação da pensão concedida à viúva de Vianna Santos, que recebeu um total de R$ 1,26 milhão, sendo a maior parte, R$ 914 mil, concedida a ele em sua própria gestão de mandatário máximo do TJ.
É devastador o voto do presidente Sartori, relator nato da demanda que abala o maior tribunal do País. A peça retrata uma longa era de abusos na corte, supostamente praticados por seus principais dirigentes no período de 2008 a 2010.
O documento atribui aos quatro magistrados, melhor aquinhoados com a verba da corte, desvios de conduta, desmandos, favorecimento à apaniguados - inclusive assessoras, motoristas e outros servidores -, pagamentos de verbas vultosas em próprio benefício e graves violações aos princípios da moralidade e da impessoalidade, aos quais a Constituição exige obediência irrestrita.
O Órgão Especial reúne 25 desembargadores, os 12 mais antigos, 12 eleitos e o presidente do TJ. O núcleo duro do colegiado defende pesadas sanções aos magistrados que receberam os pagamentos excepcionais. O voto de Sartori será debatido por todos os integrantes do órgão.
Prática ilícita. Sartori aponta, na página 99 de seu voto, "formação de uma administração paralela". Ele destaca que os desembargadores Alceu Navarro, que recebeu R$ 640,3 mil, Fábio Gouvêa (R$ 713,2 mil) e Vianna Cotrim (R$ 631,6 mil) integraram à Comissão de Orçamento do Tribunal. Para Sartori existem "indícios de que os três e os ex-presidentes do Tribunal de Justiça teriam se associado, de forma estável e permanente, para a prática de uma série indeterminada de ilícitos administrativos, durante as gestões Bellocchi (que recebeu a maior quantia, R$ 1,44 milhão) e Vianna Santos".
"Vultosas antecipações de pagamentos em benefício próprio, deferimentos imotivados de pagamentos a funcionários a eles subordinados ou com os quais tinham proximidade, concessão de antecipações extraordinárias de créditos para magistrados preferencialmente escolhidos, sem qualquer justificativa ou requerimento, e negativa a magistrados que se encontravam na mesma situação ou em posição de maior vulnerabilidade financeira, cívica, psíquica, em relação àqueles, constituem elementos indiciários fortes de desvio de poder", assevera Ivan Sartori ao descrever o modus operandi do grupo de desembargadores.
O relator aponta, à página 113, para o desembargador Valim Bellocchi, aposentado. "Essa aposentadoria, na esfera administrativa, em tese, pode ser convertida em compulsória, por razões disciplinares", argumenta Sartori acenando com a possibilidade de cassação da aposentadoria de Bellocchi.
Segundo Sartori, "essas condutas também podem constituir, em tese, graves atos de improbidade, que sujeita, os seus autores, dentre outras penalidades, à perda da função pública e pagamento de multa civil".
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulohttp://www.estadao.com.br/noticias/nacional,tj-sp-bloqueia-novos-pagamentos-a-desembargadores,862581,0.htm
Indicação SINTRAJUS
http://sindicato-sintrajus.blogspot.com.br/2012/04/presidente-do-tj-propoe-processo.html
sábado, 14 de abril de 2012
A VIOLÊNCIA SEXUAL
A repórter Jussara Soares fez uma série de reportagens sobre o tema VIOLÊNCIA SEXUAL, que transcrevo a seguir.
Os textos foram escaneados do Jornal de Diário São Paulo e gentilmente cedidos pela repórter Jussara Soares.
Inimigo íntimo
81% da violência sexual contra criança ocorre dentro de casa
Professora abusada pelo pai, dos 12 aos 29 anos rompe o silêncio
Beijar é bom. Um abraço apertado acalma. Tem carinho que arrepia de tão gostoso que é.
Sexo às vezes é pura vontade, mas também pode ser amor. Para Flor de Lótus, de 32 anos, não é bem assim. Um simples toque no braço, para ela, pode desencadear uma sequência de dor e medo. O próprio pai lhe apresentou à força esses avessos.
Dos 12 aos 29 anos, ela sofreu abusos sexuais frequentes de quem deveria protegê-la. A violência que começou no corpo de menina ainda dói como ferida aberta na alma de mulher.
Flor de Lótus é o codinome usado na internet por uma professora que mora na Zona Oeste da capital. Sua história é a primeira de várias que começam a ser contadas hoje, pelo DIÁRIO, na série de reportagens
Infância Interrompida
Graças a um desabafo em uma comunidade sobre abuso sexual no Orkut, os 17 anos de silêncio e tortura psicológica vividos dentro de casa foram rompidos.
Outras vítimas anônimas ou com perfis falsos deram a Flor de Lótus a segurança que lhe faltou entre a família.
“O que me dói é me criticarem porque não falei antes.
Sempre tive medo que não acreditassem em mim. Vivi todo esse tempo recolhida no meu mundo”, desabafa a professora, que durante os anos de silêncio desenvolveu compulsão alimentar.
Com 1,54m de altura, chegou a pesar 120 quilos. A obesidade era uma maneira distorcida de tentar se proteger. E , sobretudo, um pedido de atenção que ninguém conseguiu perceber.
Foi preciso coragem para tirar a própria mordaça e as vendas dos olhos dos familiares. “A família perfeita não existia. Meu irmão disse que viu uma vez, mas não falou nada. E minha mãe trabalhava demais”, conta.
A revelação, no entanto, não foi suficiente para afastar o seu agressor. Apenas uma determinação judicial foi capaz de tirálo de casa. Flor de Lótus está processando o pai, um severo inspetor de alunos de 62 anos.
Atitudes como a da professora ainda são uma exceção. Estima-se que apenas um entre cada dez casos é denunciado. “A maioria prefere manter o segredo.
Sente culpa e não entende por que não reagiu”, explica a psicóloga Fátima Panangeiro, especialista em traumas e criadora da comunidade do Orkut:
“Abuso... o preço do silêncio”.
Outro fator que dificulta a revelação desses crimes é a proximidade com o agressor. Uma pesquisa realizada pelo Núcleode Estudos e Pesquisas Forenses e Psicologia Jurídica (Nufor), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, mostra que 81% dos abusadores são da família.
Os números são resultado de uma análise de 118 casos de abuso sexual acompanhados pelo núcleo entre 2004 a 2008.
Nesse levantamento, todos os agressores eram homens, dos quais 37% eram padrastos, 34% pais e 10% outros parentes. Os desconhecidos foram 19%. “Meu pai nunca me viu como uma filha. Sempre como uma mulher”, diz Lótus, com a voz embargada de mágoa. “Por pura sorte não engravidei. Não estava na minha vida ser mãe de um filho dele”, conta.
Os abusos sexuais chegaram ao fim. Os efeitos dele, ainda não.
Depois da denúncia, a professora tentou se matar três vezes. As lembranças de infância se perderam.
Apenas uma Hello Kitty é a certeza de que um dia ela foi criança. A insônia ainda precisa ser vencida. Sono tranquilo ela só tem de dia. É a consequência das madrugadas em claro rezando baixo para que não acontecesse de novo. Ela não gosta de abraços e só se senta de pernas cruzadas. É para se proteger.
“O abuso é passado, mas ainda está 100% no meu presente”, justifica Flor de Lótus, que faz tratamento com antidepressivos, análise e terapia de energização. O desafio agora é transformar as feridas abertas em cicatrizes. “Não tenho como apagar essas marcas, mas posso conseguir conviver com elas sem dor”, diz.
A mulher de 32 anos está se dando chance de recuperar a adolescência perdida. E agora redescobre o próprio corpo, após ter emagrecido 43 quilos com uma cirurgia de redução do estômago. Tem até um rapaz de quem gosta e quer se dar ao direito das sensações das primeiras vezes.
“Quero beijar, namorar, sair de mãozinha dada, bem adolescente mesmo. E quero casar e ter filhos. Mas tenho que descobrir que sexo é bom. Para mim ainda é uma coisa ruim”, confessa Flor de Lótus.
O maior desejo da professora hoje, no entanto, é fazer jus ao codinome que escolheu. A Flor de Lótus emerge da lama e desabrocha em pétalas brancas imaculadas. É um símbolo da pureza. “Minha vida começou de novo. Agora sim estou em busca da minha felicidade”, explica esperançosa.
Comunidade do Orkut citadas:
Abuso... o preço do silêncio
Abuso Sexual Intrafamiliar
Estupro é Crime Hediondo
Estupro: nojento, estúpido
Fonte: Diário de São Paulo de 24/05/09 - Repórter Jussara Soares
Vítimas do silêncio
Violentada aos 11 anos, Marisa adotou 27 crianças
Um a um eles foram chegando, trazendo no olhar indefeso um pedido de proteção que a pedagoga Marisa Mello Mendes, de 44 anos, conhecia bem. As dores de seus meninos — como ela chama as 27 crianças que adotou vítimas de abuso sexual,
agressão física e maus-tratos — também são suas. Mãe e filhos se reconheciam não nas semelhanças físicas, mas nas marcas deixadas pela infância interrompida pela violência. Aos 11 anos, Marisa foi violentada pelo pai.
Ele estava drogado e sozinho com ela em uma casa de classe média de São Paulo.
Mais de 30 anos depois, o que mais dói em Marisa não são as lembranças daquele dia, que ela chama de “black sabbath” (sábado negro). É perceber que as mesmas cenas de abuso se repetem em quartos decorados por bonecas, carrinhos e brinquedos coloridos. Quem passa por isso sabe que um único toque pode dar tons cinzas às memórias de infância e tirar a cor de uma vida inteira.
O estado de São Paulo é o campeão de denúncias feitas ao Disque 100, do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Entre maio de 2003 e abril de 2009, foram relatados 12.565 casos de abuso e exploração sexual.
Dos 645 municípios paulistas, 476 já fizeram ao menos uma denúncia. A capital lidera o
ranking com 4.056 telefonemas.
Campinas é a cidade do interior com mais ligações: 356.
Efeitos do trauma
Os textos foram escaneados do Jornal de Diário São Paulo e gentilmente cedidos pela repórter Jussara Soares.
Inimigo íntimo
81% da violência sexual contra criança ocorre dentro de casa
Professora abusada pelo pai, dos 12 aos 29 anos rompe o silêncio
Beijar é bom. Um abraço apertado acalma. Tem carinho que arrepia de tão gostoso que é.
Sexo às vezes é pura vontade, mas também pode ser amor. Para Flor de Lótus, de 32 anos, não é bem assim. Um simples toque no braço, para ela, pode desencadear uma sequência de dor e medo. O próprio pai lhe apresentou à força esses avessos.
Dos 12 aos 29 anos, ela sofreu abusos sexuais frequentes de quem deveria protegê-la. A violência que começou no corpo de menina ainda dói como ferida aberta na alma de mulher.
Flor de Lótus é o codinome usado na internet por uma professora que mora na Zona Oeste da capital. Sua história é a primeira de várias que começam a ser contadas hoje, pelo DIÁRIO, na série de reportagens
Infância Interrompida
Graças a um desabafo em uma comunidade sobre abuso sexual no Orkut, os 17 anos de silêncio e tortura psicológica vividos dentro de casa foram rompidos.
Outras vítimas anônimas ou com perfis falsos deram a Flor de Lótus a segurança que lhe faltou entre a família.
“O que me dói é me criticarem porque não falei antes.
Sempre tive medo que não acreditassem em mim. Vivi todo esse tempo recolhida no meu mundo”, desabafa a professora, que durante os anos de silêncio desenvolveu compulsão alimentar.
Com 1,54m de altura, chegou a pesar 120 quilos. A obesidade era uma maneira distorcida de tentar se proteger. E , sobretudo, um pedido de atenção que ninguém conseguiu perceber.
Foi preciso coragem para tirar a própria mordaça e as vendas dos olhos dos familiares. “A família perfeita não existia. Meu irmão disse que viu uma vez, mas não falou nada. E minha mãe trabalhava demais”, conta.
A revelação, no entanto, não foi suficiente para afastar o seu agressor. Apenas uma determinação judicial foi capaz de tirálo de casa. Flor de Lótus está processando o pai, um severo inspetor de alunos de 62 anos.
Atitudes como a da professora ainda são uma exceção. Estima-se que apenas um entre cada dez casos é denunciado. “A maioria prefere manter o segredo.
Sente culpa e não entende por que não reagiu”, explica a psicóloga Fátima Panangeiro, especialista em traumas e criadora da comunidade do Orkut:
“Abuso... o preço do silêncio”.
Outro fator que dificulta a revelação desses crimes é a proximidade com o agressor. Uma pesquisa realizada pelo Núcleode Estudos e Pesquisas Forenses e Psicologia Jurídica (Nufor), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, mostra que 81% dos abusadores são da família.
Os números são resultado de uma análise de 118 casos de abuso sexual acompanhados pelo núcleo entre 2004 a 2008.
Nesse levantamento, todos os agressores eram homens, dos quais 37% eram padrastos, 34% pais e 10% outros parentes. Os desconhecidos foram 19%. “Meu pai nunca me viu como uma filha. Sempre como uma mulher”, diz Lótus, com a voz embargada de mágoa. “Por pura sorte não engravidei. Não estava na minha vida ser mãe de um filho dele”, conta.
Os abusos sexuais chegaram ao fim. Os efeitos dele, ainda não.
Depois da denúncia, a professora tentou se matar três vezes. As lembranças de infância se perderam.
Apenas uma Hello Kitty é a certeza de que um dia ela foi criança. A insônia ainda precisa ser vencida. Sono tranquilo ela só tem de dia. É a consequência das madrugadas em claro rezando baixo para que não acontecesse de novo. Ela não gosta de abraços e só se senta de pernas cruzadas. É para se proteger.
“O abuso é passado, mas ainda está 100% no meu presente”, justifica Flor de Lótus, que faz tratamento com antidepressivos, análise e terapia de energização. O desafio agora é transformar as feridas abertas em cicatrizes. “Não tenho como apagar essas marcas, mas posso conseguir conviver com elas sem dor”, diz.
A mulher de 32 anos está se dando chance de recuperar a adolescência perdida. E agora redescobre o próprio corpo, após ter emagrecido 43 quilos com uma cirurgia de redução do estômago. Tem até um rapaz de quem gosta e quer se dar ao direito das sensações das primeiras vezes.
“Quero beijar, namorar, sair de mãozinha dada, bem adolescente mesmo. E quero casar e ter filhos. Mas tenho que descobrir que sexo é bom. Para mim ainda é uma coisa ruim”, confessa Flor de Lótus.
O maior desejo da professora hoje, no entanto, é fazer jus ao codinome que escolheu. A Flor de Lótus emerge da lama e desabrocha em pétalas brancas imaculadas. É um símbolo da pureza. “Minha vida começou de novo. Agora sim estou em busca da minha felicidade”, explica esperançosa.
Comunidade do Orkut citadas:
Abuso... o preço do silêncio
Abuso Sexual Intrafamiliar
Estupro é Crime Hediondo
Estupro: nojento, estúpido
Fonte: Diário de São Paulo de 24/05/09 - Repórter Jussara Soares
Vítimas do silêncio
Violentada aos 11 anos, Marisa adotou 27 crianças
Um a um eles foram chegando, trazendo no olhar indefeso um pedido de proteção que a pedagoga Marisa Mello Mendes, de 44 anos, conhecia bem. As dores de seus meninos — como ela chama as 27 crianças que adotou vítimas de abuso sexual,
agressão física e maus-tratos — também são suas. Mãe e filhos se reconheciam não nas semelhanças físicas, mas nas marcas deixadas pela infância interrompida pela violência. Aos 11 anos, Marisa foi violentada pelo pai.
Ele estava drogado e sozinho com ela em uma casa de classe média de São Paulo.
Mais de 30 anos depois, o que mais dói em Marisa não são as lembranças daquele dia, que ela chama de “black sabbath” (sábado negro). É perceber que as mesmas cenas de abuso se repetem em quartos decorados por bonecas, carrinhos e brinquedos coloridos. Quem passa por isso sabe que um único toque pode dar tons cinzas às memórias de infância e tirar a cor de uma vida inteira.
O estado de São Paulo é o campeão de denúncias feitas ao Disque 100, do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Entre maio de 2003 e abril de 2009, foram relatados 12.565 casos de abuso e exploração sexual.
Dos 645 municípios paulistas, 476 já fizeram ao menos uma denúncia. A capital lidera o
ranking com 4.056 telefonemas.
Campinas é a cidade do interior com mais ligações: 356.
Tortura psicológica - DISQUE 100
No mesmo período, foram registradas 95.449 ligações de todo Brasil. Deste total, 10.683 ocorreram nos primeiros quatro meses deste ano. Dos casos de abusos sexual, que correspondem a 59% das denúncias ao Disque 100, 80% das vítimas são meninas.
O único número a se comemorar é o aumento das denúncias.
Em 2003, eram 12 por dia. Hoje, a média é de 89.
“Só a denúncia pode proteger a criança e evitar novas vítimas.
Cada vez mais recebemos casos de violência sexual dentro da família.
O Disque 100 garante o anonimato de quem denuncia.
Por ser um número fácil, a própria vítima é capaz de fazer a denúncia. Temos uma escuta especializada para adotar uma linguagem para crianças e adolescentes”, explica a assessora técnica do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Rosária Ferreira.
Uma simples ligação pode garantir não só o fim dos abusos sexuais, mas também o da tortura psicológica que a convivência com o agressor causa.
Marisa sabe a importância disso.
Após ser violentada, a única providência que assistiu ser tomada pela própria mãe foi mandar o pai dormir na sala.
“Fiquei muito machucada e eles cuidaram de mim. Mas ninguém me explicou nada.
Agiram como se nada tivesse acontecido. Não fizeram denúncia.
Eu queria morrer”, diz a pedagoga, que mesmo sendo uma menina decidiu que não valia mais a pena viver. Uma série de remédios a deixaram em coma. Aos 13 anos, resolveu sair de casa. Casou-se aos 14 com um marido violento. Com 19, tinha dois filhos e nenhuma perspectiva.
Foi quando a educadora então resolveu fazer pelos seus meninos o que não fizeram por ela. Proteger cada criança foi também o modo como Marisa encontrou para salvar a si mesma do sofrimento. “Eu me imaginava em cada uma delas.
Estava correndo atrás do meu próprio resgate”, reconhece.
Dar carinho, alimentação, educação e segurança aos 27 filhos adotivos, além dos três
biológicos, não era fácil.
“Dormia três horas por noite. Fiquei doente”, lembra. Na terapia, descobriu que, ainda que salvasse todas as crianças do mundo, não resolveria o problema se não cuidasse de si mesma. “Acolhia todos meninos que apareciam no meu portão. Na verdade, eu não conseguia falar não era para mim mesma”, admite.
Marisa parou de adotar crianças, mas não se cansou de oferecer-lhes ajuda. A pedagoga é fundadora da ONG Parábola, que desde 1989 trabalha no atendimento a vítimas de diversos tipos de violência. Em 20 anos de trabalho, a Parábola,
por meio de apoio psicológico palestras em escolas, empresas, universidades, abrigos e favelas, já atendeu 22 mil crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em 2008, foram
dois mil atendimentos, dos quais 40% ocorreram no estado de São Paulo. No primeiro
trimestre deste ano, 700.
“Se tem uma porta de entrada para esse sofrimento, tem uma porta de saída. Não importa há quanto tempo aconteceu o abuso: se foi ontem, há 20 ou há 30 anos. Nunca é tarde para ser tratado. É possível tirar forças das fraquezas”, diz.
Marisa fez a escolha que definiu o próprio destino. “Poderia ser vítima a vida inteira ou
dar a volta por cima. Foi o que eu fiz”, orgulha-se a mãe coragem de 30 filhos, com idades entre 16 e 31 anos, avó de nove netos, madrasta de dois enteados
e o anjo da guarda para 22 mil crianças e adolescentes.
Comunidades citadas:
Disque 100 e denuncie o abuso
Estupro: causas e consequências
Sos Abuso sexualVítimas do abuso sexual
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 25/05/09
Meninos não choram
G. foi abusado por um primo aos 6 anos e hoje diz ter atração por outras crianças
Pedofilia atinge 0,09% dos homens
Na infância, sempre lhe disseram para não aceitar balas de estranhos. Mas nunca lhe alertaram para os perigos dos doces que se ganham de mãos amigas.
Aos 43 anos, o carioca G. ainda sente a boca amargar ao falar dos abusos sexuais sofridos quando tinha apenas 6 anos de idade. Era com pirulitos, chicletes e outras guloseimas que um primo o atraía para o quarto nos fins de tarde. O rapaz, que brincava de bola com ele, dizia que era apenas um carinho. G. não sabia o que podia ou não ser feito com o seu corpo mirrado de menino, nem aprendeu a dizer “não” aos mais velhos.
“Sempre fui diferente dos outros garotos. Era muito envergonhado.
Parei até de jogar bola.
Vez ou outra, eu sentia muita tristeza. Na adolescência, não tive namorada. Era tímido demais para namorar. E, por muito tempo, achei que fosse homossexual”, recorda G., um funcionário público aposentado por transtorno generalizado de ansiedade.
Há 15 anos, ele faz terapia para superar o trauma.
O carioca esteve internado seis vezes em clínicas psiquiátricas no Rio de Janeiro. Por dia, são 11 comprimidos que ajudam a estabilizar o humor e a controlar a síndrome do pânico.
Teve problemas com alcoolismo.
Recentemente, passou a usar cocaína.
“Já nem queria mais continuar com essa loucura. Não consigo parar”, diz, quase que
pedindo desculpa a si mesmo.
No entanto, essa não é a maior batalha que G. trava com os próprios desejos. Nem é o motivo pelo qual mais se penitencia e se julga uma ameaça à sociedade. O funcionário público repete o comportamento do seu abusador: tem atração sexual
por crianças. “É mais forte que eu. É involuntário, mas às vezes penso em crianças”, confessa.
“É alarmante. Sei que é totalmente imoral e meu psiquiatra é muito severo.
Sei o que é passar por um abuso”, continua o funcionário público. Ele garante
que jamais tocou em uma menina ou menino. E que tudo é fantasia.
“De vez em quando sinto vontade, mas eu me controlo. É por isso que me trato.”
Código da doença
O único número a se comemorar é o aumento das denúncias.
Em 2003, eram 12 por dia. Hoje, a média é de 89.
“Só a denúncia pode proteger a criança e evitar novas vítimas.
Cada vez mais recebemos casos de violência sexual dentro da família.
O Disque 100 garante o anonimato de quem denuncia.
Por ser um número fácil, a própria vítima é capaz de fazer a denúncia. Temos uma escuta especializada para adotar uma linguagem para crianças e adolescentes”, explica a assessora técnica do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Rosária Ferreira.
Uma simples ligação pode garantir não só o fim dos abusos sexuais, mas também o da tortura psicológica que a convivência com o agressor causa.
Marisa sabe a importância disso.
Após ser violentada, a única providência que assistiu ser tomada pela própria mãe foi mandar o pai dormir na sala.
“Fiquei muito machucada e eles cuidaram de mim. Mas ninguém me explicou nada.
Agiram como se nada tivesse acontecido. Não fizeram denúncia.
Eu queria morrer”, diz a pedagoga, que mesmo sendo uma menina decidiu que não valia mais a pena viver. Uma série de remédios a deixaram em coma. Aos 13 anos, resolveu sair de casa. Casou-se aos 14 com um marido violento. Com 19, tinha dois filhos e nenhuma perspectiva.
Foi quando a educadora então resolveu fazer pelos seus meninos o que não fizeram por ela. Proteger cada criança foi também o modo como Marisa encontrou para salvar a si mesma do sofrimento. “Eu me imaginava em cada uma delas.
Estava correndo atrás do meu próprio resgate”, reconhece.
Dar carinho, alimentação, educação e segurança aos 27 filhos adotivos, além dos três
biológicos, não era fácil.
“Dormia três horas por noite. Fiquei doente”, lembra. Na terapia, descobriu que, ainda que salvasse todas as crianças do mundo, não resolveria o problema se não cuidasse de si mesma. “Acolhia todos meninos que apareciam no meu portão. Na verdade, eu não conseguia falar não era para mim mesma”, admite.
Marisa parou de adotar crianças, mas não se cansou de oferecer-lhes ajuda. A pedagoga é fundadora da ONG Parábola, que desde 1989 trabalha no atendimento a vítimas de diversos tipos de violência. Em 20 anos de trabalho, a Parábola,
por meio de apoio psicológico palestras em escolas, empresas, universidades, abrigos e favelas, já atendeu 22 mil crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em 2008, foram
dois mil atendimentos, dos quais 40% ocorreram no estado de São Paulo. No primeiro
trimestre deste ano, 700.
“Se tem uma porta de entrada para esse sofrimento, tem uma porta de saída. Não importa há quanto tempo aconteceu o abuso: se foi ontem, há 20 ou há 30 anos. Nunca é tarde para ser tratado. É possível tirar forças das fraquezas”, diz.
Marisa fez a escolha que definiu o próprio destino. “Poderia ser vítima a vida inteira ou
dar a volta por cima. Foi o que eu fiz”, orgulha-se a mãe coragem de 30 filhos, com idades entre 16 e 31 anos, avó de nove netos, madrasta de dois enteados
e o anjo da guarda para 22 mil crianças e adolescentes.
Comunidades citadas:
Disque 100 e denuncie o abuso
Estupro: causas e consequências
Sos Abuso sexualVítimas do abuso sexual
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 25/05/09
Meninos não choram
G. foi abusado por um primo aos 6 anos e hoje diz ter atração por outras crianças
Pedofilia atinge 0,09% dos homens
Na infância, sempre lhe disseram para não aceitar balas de estranhos. Mas nunca lhe alertaram para os perigos dos doces que se ganham de mãos amigas.
Aos 43 anos, o carioca G. ainda sente a boca amargar ao falar dos abusos sexuais sofridos quando tinha apenas 6 anos de idade. Era com pirulitos, chicletes e outras guloseimas que um primo o atraía para o quarto nos fins de tarde. O rapaz, que brincava de bola com ele, dizia que era apenas um carinho. G. não sabia o que podia ou não ser feito com o seu corpo mirrado de menino, nem aprendeu a dizer “não” aos mais velhos.
“Sempre fui diferente dos outros garotos. Era muito envergonhado.
Parei até de jogar bola.
Vez ou outra, eu sentia muita tristeza. Na adolescência, não tive namorada. Era tímido demais para namorar. E, por muito tempo, achei que fosse homossexual”, recorda G., um funcionário público aposentado por transtorno generalizado de ansiedade.
Há 15 anos, ele faz terapia para superar o trauma.
O carioca esteve internado seis vezes em clínicas psiquiátricas no Rio de Janeiro. Por dia, são 11 comprimidos que ajudam a estabilizar o humor e a controlar a síndrome do pânico.
Teve problemas com alcoolismo.
Recentemente, passou a usar cocaína.
“Já nem queria mais continuar com essa loucura. Não consigo parar”, diz, quase que
pedindo desculpa a si mesmo.
No entanto, essa não é a maior batalha que G. trava com os próprios desejos. Nem é o motivo pelo qual mais se penitencia e se julga uma ameaça à sociedade. O funcionário público repete o comportamento do seu abusador: tem atração sexual
por crianças. “É mais forte que eu. É involuntário, mas às vezes penso em crianças”, confessa.
“É alarmante. Sei que é totalmente imoral e meu psiquiatra é muito severo.
Sei o que é passar por um abuso”, continua o funcionário público. Ele garante
que jamais tocou em uma menina ou menino. E que tudo é fantasia.
“De vez em quando sinto vontade, mas eu me controlo. É por isso que me trato.”
Código da doença
Distorções como essa são sintomas da pedofilia. O distúrbio tem registro no código internacional de doença: CID F65.4.
“A pedofilia do ponto de vista médico não é considerada um crime”, explica o psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC.
Para a legislação brasileira a pedofilia, a pornografia e a exploração infantil são crimes, sim.
(Vide lei 12.015 que foi aprovada meses depois desta reportagem)
Estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores têm penas previstas que variam de um a dez anos de prisão. O Código Penal ainda estabelece punição para quem produz, vende e distribui imagens de crianças pela web.A pedofilia, no entanto, atinge apenas 0,9% dos homens.
Segundo Baltieri, apenas 30% dos abusadores podem ser considerados doentes. “É
uma constatação internacional que 70% cometem os abusos em decorrência de álcool ou drogas e não apresentam nenhuma doença psiquiátrica”, pontua o médico.
“Nem todo agressor sexual é pedófilo. E nem todo pedófilo é agressor. Seu desejo pode ficar apenas no campo da fantasia, usando, inclusive, imagens sem qualquer conteúdo erótico”, diz o professor de psicologia jurídica do Mackenzie,
Marcelo Moreira Neumann, coordenador do Projeto Acolher, que presta atendimento
psicológico a adolescentes que cometeram atos libidinosos e são assistidos pela Vara Especial da Infância e da Juventude do Brás. “Há muitos casos de adolescentes que abusam de crianças de 5 e 6 anos.”
“A pedofilia do ponto de vista médico não é considerada um crime”, explica o psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC.
Para a legislação brasileira a pedofilia, a pornografia e a exploração infantil são crimes, sim.
(Vide lei 12.015 que foi aprovada meses depois desta reportagem)
Estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores têm penas previstas que variam de um a dez anos de prisão. O Código Penal ainda estabelece punição para quem produz, vende e distribui imagens de crianças pela web.A pedofilia, no entanto, atinge apenas 0,9% dos homens.
Segundo Baltieri, apenas 30% dos abusadores podem ser considerados doentes. “É
uma constatação internacional que 70% cometem os abusos em decorrência de álcool ou drogas e não apresentam nenhuma doença psiquiátrica”, pontua o médico.
“Nem todo agressor sexual é pedófilo. E nem todo pedófilo é agressor. Seu desejo pode ficar apenas no campo da fantasia, usando, inclusive, imagens sem qualquer conteúdo erótico”, diz o professor de psicologia jurídica do Mackenzie,
Marcelo Moreira Neumann, coordenador do Projeto Acolher, que presta atendimento
psicológico a adolescentes que cometeram atos libidinosos e são assistidos pela Vara Especial da Infância e da Juventude do Brás. “Há muitos casos de adolescentes que abusam de crianças de 5 e 6 anos.”
Tratamento psicológico
A pedofilia é tratada com psicoterapia e medicações para controle de impulso sexual. “Quanto menor for a criança e quanto mais repetitivo tenha sido o abuso, e se o agressor é do mesmo gênero, maior a chance de repetir o ato do abuso na vida
adulta. É preciso buscar ajuda”, ressalta Baltieri, acrescentando que tratar os agressores sexuais é a melhor forma de prevenir novas vítimas de abuso.
Continuar os tratamentos psiquiátricos significa para G. não passar de vítima a agressor.
“Não é porque fizeram comigo que eu preciso repetir. Se não tivesse acontecido isso, eu poderia ter sido feliz”, desabafa o funcionário público.
Solteiro, ele vive isolado em dois cômodos no fundo da casa da mãe em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. O relacionamento com a família não é bom. Por muito tempo, usou a internet para tentar marcar encontro com mulheres.
Hoje, nem isso faz. A síndrome do pânico o mantém em casa. Passa a maior parte do
tempo gravando clássicos do cinema, que dá de presente ao psiquiatra, e ouvindo rock.
Para G., pouca coisa mudou durante esses anos. “Ainda me sinto um menino. Sinto o cheiro daquele quarto.” Para ele, todo entardecer tem o gosto da infância roubada.
Comunidades citadas
Combate à Pedofilia
Destranque o cadeado
Diga Não à Pedofilia
Pedofilia é crime! Denuncie!Reportagem de Jussara no Diário de São Paulo de 26 de maio de 2009
Confesso que sobrevivi
Da sensação de abandono e desproteção, ela se lembrava. Da menina chorando com a roupa rasgada e do lenço sujo de sangue também. O que aquelas cenas que permaneciam vivas na memória significavam, não.
Fragmentos desconexos da infância faziam da pedagoga Marcia Longo, de 45 anos, uma mulher aos pedaços após sucessivas crises de depressão. Para ser inteira,
foi preciso juntar cada lembrança como quem monta um quebra-cabeça.
Como a maioria das vítimas de abuso sexual, Marcia tinha apenas vagas lembranças da violência que viveu. O tempo e o mundo de fantasia criado para não conviver com a própria dor se encarregaram de esconder nos recantos da alma os traumas
de infância. “Mas recuperar o passado foi o único caminho para a minha cura”, observa.
Aos 30 anos, quando conheceu um grupo de autoajuda para mulheres abusadas sexualmente no Rio de Janeiro, Marcia decidiu vasculhar o baú de memórias.
Ela se lembrava do pai lhe acariciando. E de uma vez ter prometido ao irmão mais velho “mil beijos” se ele a ensinasse a nadar. O rapaz de 17 anos achou pouco e cobrou outras carícias.
Marcia tinha 10 anos e muito medo. Aos poucos, ela descobriu que havia sido abusada sexualmente dos 3 aos 11 anos pelo pai. E aos 10 pelo irmão. A mãe sempre soube de tudo. “Lembrar nos faz sofrer muito. É como se estivesse revivendo tudo o
que aconteceu. São as mesmas angústias e dores”, diz.
O mais difícil foi aceitar que os carinhos paternos eram abusos.
Com a depressão da mãe, o pai assumiu a casa, inclusive o banho das crianças. Foi quando ele fez da filha caçula um brinquedo sexual. “Meu pai era carinhoso e isso me dava prazer. Senti culpa e vergonha. Tecnicamente, sei que era meu corpo
respondendo ao estímulo. Emocionalmente, é difícil”, revela.
adulta. É preciso buscar ajuda”, ressalta Baltieri, acrescentando que tratar os agressores sexuais é a melhor forma de prevenir novas vítimas de abuso.
Continuar os tratamentos psiquiátricos significa para G. não passar de vítima a agressor.
“Não é porque fizeram comigo que eu preciso repetir. Se não tivesse acontecido isso, eu poderia ter sido feliz”, desabafa o funcionário público.
Solteiro, ele vive isolado em dois cômodos no fundo da casa da mãe em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. O relacionamento com a família não é bom. Por muito tempo, usou a internet para tentar marcar encontro com mulheres.
Hoje, nem isso faz. A síndrome do pânico o mantém em casa. Passa a maior parte do
tempo gravando clássicos do cinema, que dá de presente ao psiquiatra, e ouvindo rock.
Para G., pouca coisa mudou durante esses anos. “Ainda me sinto um menino. Sinto o cheiro daquele quarto.” Para ele, todo entardecer tem o gosto da infância roubada.
Comunidades citadas
Combate à Pedofilia
Destranque o cadeado
Diga Não à Pedofilia
Pedofilia é crime! Denuncie!Reportagem de Jussara no Diário de São Paulo de 26 de maio de 2009
Confesso que sobrevivi
Da sensação de abandono e desproteção, ela se lembrava. Da menina chorando com a roupa rasgada e do lenço sujo de sangue também. O que aquelas cenas que permaneciam vivas na memória significavam, não.
Fragmentos desconexos da infância faziam da pedagoga Marcia Longo, de 45 anos, uma mulher aos pedaços após sucessivas crises de depressão. Para ser inteira,
foi preciso juntar cada lembrança como quem monta um quebra-cabeça.
Como a maioria das vítimas de abuso sexual, Marcia tinha apenas vagas lembranças da violência que viveu. O tempo e o mundo de fantasia criado para não conviver com a própria dor se encarregaram de esconder nos recantos da alma os traumas
de infância. “Mas recuperar o passado foi o único caminho para a minha cura”, observa.
Aos 30 anos, quando conheceu um grupo de autoajuda para mulheres abusadas sexualmente no Rio de Janeiro, Marcia decidiu vasculhar o baú de memórias.
Ela se lembrava do pai lhe acariciando. E de uma vez ter prometido ao irmão mais velho “mil beijos” se ele a ensinasse a nadar. O rapaz de 17 anos achou pouco e cobrou outras carícias.
Marcia tinha 10 anos e muito medo. Aos poucos, ela descobriu que havia sido abusada sexualmente dos 3 aos 11 anos pelo pai. E aos 10 pelo irmão. A mãe sempre soube de tudo. “Lembrar nos faz sofrer muito. É como se estivesse revivendo tudo o
que aconteceu. São as mesmas angústias e dores”, diz.
O mais difícil foi aceitar que os carinhos paternos eram abusos.
Com a depressão da mãe, o pai assumiu a casa, inclusive o banho das crianças. Foi quando ele fez da filha caçula um brinquedo sexual. “Meu pai era carinhoso e isso me dava prazer. Senti culpa e vergonha. Tecnicamente, sei que era meu corpo
respondendo ao estímulo. Emocionalmente, é difícil”, revela.
Efeitos do trauma
Durante os 30 anos em que ficou em silêncio, Marcia viveu sob os efeitos do trauma. Crises de depressão, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento com namorados e até mesmo com o filho mais velho. Marcia se casou aos 18 anos, quando saiu de casa. E não sabia a diferença entre carinho e abuso.
“Tinha medo de abraçar e beijar porque achava que era abuso.
Não conseguia dizer que amava o meu filho. Quando meu pai abusava de mim, ele também dizia eu te amo.”
Ao recuperar a própria história, Marcia aprendeu o caminho da superação. O resultado do processo ela transformou no livro “Eu me lembro...”, disponível apenas para download na internet (www.florescer.multiply.com).
É lá que ela ensina como chegar às mais obscuras memórias de infância e a sobreviver a todas elas.
A pedagoga ainda escreveu o livro “Abuso sexual na infância: como lidar com isso?” — uma cartilha para pais e professores.
E faz palestras em escolas de Araras, onde coordena um abrigo para crianças e adolescentes.
Ela também criou o grupo de apoio Florescer, que reúne vítimas de abuso pelo
MSN, na internet.
Libertar-se do silêncio implicou se afastar da família, mas isso também permitiu a Marcia olhar para trás sem sentir mágoas. “Vejo o meu passado e não sofro mais”, diz.
“A felicidade hoje é completa. Eu sobrevivi.”
“Tinha medo de abraçar e beijar porque achava que era abuso.
Não conseguia dizer que amava o meu filho. Quando meu pai abusava de mim, ele também dizia eu te amo.”
Ao recuperar a própria história, Marcia aprendeu o caminho da superação. O resultado do processo ela transformou no livro “Eu me lembro...”, disponível apenas para download na internet (www.florescer.multiply.com).
É lá que ela ensina como chegar às mais obscuras memórias de infância e a sobreviver a todas elas.
A pedagoga ainda escreveu o livro “Abuso sexual na infância: como lidar com isso?” — uma cartilha para pais e professores.
E faz palestras em escolas de Araras, onde coordena um abrigo para crianças e adolescentes.
Ela também criou o grupo de apoio Florescer, que reúne vítimas de abuso pelo
MSN, na internet.
Libertar-se do silêncio implicou se afastar da família, mas isso também permitiu a Marcia olhar para trás sem sentir mágoas. “Vejo o meu passado e não sofro mais”, diz.
“A felicidade hoje é completa. Eu sobrevivi.”
Perceba os sinais na criança
Dores de cabeça, vômitos e outra dificuldades digestivas que têm motivo psicológico
Dor, inchaço e lesão nos orgãos genitais
Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue
Medo
Oscilações de humor, tais como retraído e extrovertido
Baixa autoestima
Masturba-se compulsivamente
Comportamento destrutivo, agressivo e raivoso
Expressão de afeto sensualizada
Desenhar orgãos genitais com detalhes
Perda ou excesso de apetite
Sono perturbado, pesadelos frequentes, gritos e insônia
Fugas de casa
Uso de álcool e drogas
Queda no rendimento escolar
O que você pode fazer
Dor, inchaço e lesão nos orgãos genitais
Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue
Medo
Oscilações de humor, tais como retraído e extrovertido
Baixa autoestima
Masturba-se compulsivamente
Comportamento destrutivo, agressivo e raivoso
Expressão de afeto sensualizada
Desenhar orgãos genitais com detalhes
Perda ou excesso de apetite
Sono perturbado, pesadelos frequentes, gritos e insônia
Fugas de casa
Uso de álcool e drogas
Queda no rendimento escolar
O que você pode fazer
Fale com a criança em um ambiente tranquilo e seguro
Ele deve ser ouvida sozinha
Evite interrupções, para não perder a confiança
A conversa pode usar jogos, desenhos e livros
Não critique nem duvide de que a vítima fala a verdade
Não pressione a criança para obter informação, não pergunte detalhes da violência e não a faça repetir a história
A criança deve se expressar com sua próprias palavras. Use linguagem simples
Jamais diga "isso não foi nada" e "não precisa chorar", pois a vítima revive a dor, a raiva, a culpa e o medo quando fala
Reforce que a criança não teve culpa
Só revele a identidade da criança a quem possa ajudá-la
Faça denúncia ao Conselho Tutelar, às delegacias especializadas
ou ao DISQUE 100
Comunidades citadas
Abuso psicológico
Eu me lembro...
Jardim das borboleta
Pele de cristal
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Ele deve ser ouvida sozinha
Evite interrupções, para não perder a confiança
A conversa pode usar jogos, desenhos e livros
Não critique nem duvide de que a vítima fala a verdade
Não pressione a criança para obter informação, não pergunte detalhes da violência e não a faça repetir a história
A criança deve se expressar com sua próprias palavras. Use linguagem simples
Jamais diga "isso não foi nada" e "não precisa chorar", pois a vítima revive a dor, a raiva, a culpa e o medo quando fala
Reforce que a criança não teve culpa
Só revele a identidade da criança a quem possa ajudá-la
Faça denúncia ao Conselho Tutelar, às delegacias especializadas
ou ao DISQUE 100
Comunidades citadas
Abuso psicológico
Eu me lembro...
Jardim das borboleta
Pele de cristal
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Não era brincadeira
O caso da nadadora Joanna Maranhão
O caso da nadadora Joanna Maranhão
Aos 21 anos, a nadadora Joanna Maranhão mergulha todos os dias em busca do melhor tempo. E treina com afinco para aprimorar sua técnica. Empurra a água com força, perseguindo recordes para a natação brasileira.
A maior superação, no entanto, ela tem que conquistar fora da piscina: vencer os traumas do abuso sexual.
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado, Joanna estava longe do esgotamento físico. No entanto, emocionalmente, ela já havia chegado ao seu limite. Em público, a nadadora acusou o ex-treinador e amigo da família, Eugênio Miranda, de ter abusado sexualmente dela quando tinha apenas 9 anos de idade.
“Retraí todas as lembranças.
Ia convivendo com isso, mas uma hora ia ter que enfrentar. O trauma estava me afetando como nadadora, filha e namorada.
Estava cada vez mais sozinha”, explica a jovem, que passou a adolescência alternando depressão e agressividade.
O desabafo não colocaria o ex-treinador na cadeia. O tempo não deixou provas, apenas as marcas dos assédios sofridos dentro da piscina e na casa dele.
Joanna era amiga da filha de Eugênio.
Falar apenas a deixaria livre para seguir em frente. “O silêncio é a pior coisa. Contar foi doloroso, mas me deixou mais leve, mais corajosa para enfrentar a vida”, afirma.
Logo depois dos abusos, a nadadora tentou falar sobre o assunto com a mãe, a médica Teresinha Maranhão, de 49 anos. Joanna ainda não tinha despertado para a sexualidade.
Portanto, não entendia o que havia acontecido, só sabia que doía. “Sentia medo e um pouco de rancor pela minha família não ter compreendido. Você coloca a culpa em todo mundo e se sente culpada também”, afirma.
“Achei que ela pudesse ter interpretado mal um carinho.
Nossas famílias eram amigas”, justifica Teresinha, que começou a desconfiar de que aquilo era realmente sério quando a filha decidiu mudar de clube.
Livre para seguir
A psicóloga Dalka Ferrari, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, alerta que é preciso estar atento ao que
os filhos dizem. Principalmente porque eles têm dificuldade de se expressar.
“As crianças param de falar se não lhe dão atenção. É preciso ficar atento porque
elas falam por linhas tortas.”
Saber ouvir também pode garantir a recuperação da vítima.
“Quanto mais cedo começar o trabalho de apoio, menos difícil é superar o abuso”, diz o médico Theo Lerner, do Programa de Atenção à Violência Sexual (Pavas), da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O ex-treinador nega as acusações e ingressou com uma ação contra Joanna e a mãe.
Como o processo é baseado na Lei de Imprensa, revogada no dia 30 de abril, o advogado de Eugênio Miranda estuda pedir uma readequação da ação pelo Código Penal. “Além disso, vamos ingressar com uma ação cível de indenização por danos
morais”, explica o advogado João Olympio.
Joanna deixa que o marido, o estudante de direito Rafael Franco de Sá, de 26 anos,
acompanhe o processo. A nadadora, que acaba de trocar Recife por Belo Horizonte para treinar no Minas Tênis Clube, tem outras prioridades. “Não posso viver em função disso.”
A repercussão da sua denúncia já a tornou um exemplo para outras vítimas. “Muitas
me agradecem porque conseguiram fazer o mesmo.” Apesar disso, Joanna avisa que não pretende mais falar dos abusos.
“Foi um desabafo. E ainda estou aprendendo a conviver com isso.” A nadadora voltará a ficar em silêncio, só que agora para descobrir o caminho que lhe devolverá a tranquilidade dentro e fora da piscina.
As crianças dificilmente fantasiam sobre a experiencia de abuso sexual. A maioria não possui uma noção clara sobre o que é sexualidade e o que pode ou não ser feito com o seu corpo.
Meninos correm os mesmos riscos que as meninas de serem abusados. Para eles, é mais difícil revelar a violência por causa do preconceito. Muitos acreditam ser uma fraqueza, uma "simples" iniciação sexual ou homossexualidade
O abuso sexual não ocorre ocorre apenas em famílias desestruturadas. A violência acontece, inclusive, em famílias acima de qualquer suspeita. Isto dificulta ainda mais a denúncia e a apuração dos fatos
Abusadores não monstros. Para conseguir seu objetivo, eles precisam se tornar amigos e ganhar a confiança da vítima, dos seus pais e responsáveis.
Fique atento
Falar sobre abuso sexual protege a criança. Éa informação que permite a ela conhecer o próprio corpo e de maneira ele pode ser tocado
Fonte desse texto, que foi reproduzido pelo Diário de São Paulo, "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?
A maior superação, no entanto, ela tem que conquistar fora da piscina: vencer os traumas do abuso sexual.
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado, Joanna estava longe do esgotamento físico. No entanto, emocionalmente, ela já havia chegado ao seu limite. Em público, a nadadora acusou o ex-treinador e amigo da família, Eugênio Miranda, de ter abusado sexualmente dela quando tinha apenas 9 anos de idade.
“Retraí todas as lembranças.
Ia convivendo com isso, mas uma hora ia ter que enfrentar. O trauma estava me afetando como nadadora, filha e namorada.
Estava cada vez mais sozinha”, explica a jovem, que passou a adolescência alternando depressão e agressividade.
O desabafo não colocaria o ex-treinador na cadeia. O tempo não deixou provas, apenas as marcas dos assédios sofridos dentro da piscina e na casa dele.
Joanna era amiga da filha de Eugênio.
Falar apenas a deixaria livre para seguir em frente. “O silêncio é a pior coisa. Contar foi doloroso, mas me deixou mais leve, mais corajosa para enfrentar a vida”, afirma.
Logo depois dos abusos, a nadadora tentou falar sobre o assunto com a mãe, a médica Teresinha Maranhão, de 49 anos. Joanna ainda não tinha despertado para a sexualidade.
Portanto, não entendia o que havia acontecido, só sabia que doía. “Sentia medo e um pouco de rancor pela minha família não ter compreendido. Você coloca a culpa em todo mundo e se sente culpada também”, afirma.
“Achei que ela pudesse ter interpretado mal um carinho.
Nossas famílias eram amigas”, justifica Teresinha, que começou a desconfiar de que aquilo era realmente sério quando a filha decidiu mudar de clube.
Livre para seguir
A psicóloga Dalka Ferrari, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, alerta que é preciso estar atento ao que
os filhos dizem. Principalmente porque eles têm dificuldade de se expressar.
“As crianças param de falar se não lhe dão atenção. É preciso ficar atento porque
elas falam por linhas tortas.”
Saber ouvir também pode garantir a recuperação da vítima.
“Quanto mais cedo começar o trabalho de apoio, menos difícil é superar o abuso”, diz o médico Theo Lerner, do Programa de Atenção à Violência Sexual (Pavas), da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O ex-treinador nega as acusações e ingressou com uma ação contra Joanna e a mãe.
Como o processo é baseado na Lei de Imprensa, revogada no dia 30 de abril, o advogado de Eugênio Miranda estuda pedir uma readequação da ação pelo Código Penal. “Além disso, vamos ingressar com uma ação cível de indenização por danos
morais”, explica o advogado João Olympio.
Joanna deixa que o marido, o estudante de direito Rafael Franco de Sá, de 26 anos,
acompanhe o processo. A nadadora, que acaba de trocar Recife por Belo Horizonte para treinar no Minas Tênis Clube, tem outras prioridades. “Não posso viver em função disso.”
A repercussão da sua denúncia já a tornou um exemplo para outras vítimas. “Muitas
me agradecem porque conseguiram fazer o mesmo.” Apesar disso, Joanna avisa que não pretende mais falar dos abusos.
“Foi um desabafo. E ainda estou aprendendo a conviver com isso.” A nadadora voltará a ficar em silêncio, só que agora para descobrir o caminho que lhe devolverá a tranquilidade dentro e fora da piscina.
De olhos bem abertos
As crianças dificilmente fantasiam sobre a experiencia de abuso sexual. A maioria não possui uma noção clara sobre o que é sexualidade e o que pode ou não ser feito com o seu corpo.
Meninos correm os mesmos riscos que as meninas de serem abusados. Para eles, é mais difícil revelar a violência por causa do preconceito. Muitos acreditam ser uma fraqueza, uma "simples" iniciação sexual ou homossexualidade
O abuso sexual não ocorre ocorre apenas em famílias desestruturadas. A violência acontece, inclusive, em famílias acima de qualquer suspeita. Isto dificulta ainda mais a denúncia e a apuração dos fatos
Abusadores não monstros. Para conseguir seu objetivo, eles precisam se tornar amigos e ganhar a confiança da vítima, dos seus pais e responsáveis.
Fique atento
Falar sobre abuso sexual protege a criança. Éa informação que permite a ela conhecer o próprio corpo e de maneira ele pode ser tocado
Fonte desse texto, que foi reproduzido pelo Diário de São Paulo, "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?
De que forma pode ocorrer o abuso sexual?
R – O abuso sexual pode ocorrer de diversas formas e em qualquer classe social, das seguintes maneiras:
- Sem contato físico: por meio de “cantadas” obscenas, exibição dos órgãos sexuais com intenção erótica, pornografia infantil (fotos e poses pornográficas ou de sexo explícito com crianças e adolescentes);
- Com contato físico: por meio de beijos, carícias nos órgãos sexuais, ato sexual (oral,
anal e vaginal);
- Sem emprego de violência: usando-se sedução, persuação, mediante presentes
e/ou mentiras;
- Com emprego de violência: usando-se força física ou ameaças verbais;
- Na forma de exploração sexual: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de
atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento (passeios, presentes, comida, etc.).
Fonte: Cartilha da Pedofilia do site Todos Contra a Pedofilia, reproduzida aqui pelo Diário de São Paulo de 28/05/09.
Comunidades citadas
CONTRA VIOLÊNCIA ÀS CRIANÇAS
Contra o abuso sexual
Não à violência sexual
Pedofilia, a inocência perdida Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
- Sem contato físico: por meio de “cantadas” obscenas, exibição dos órgãos sexuais com intenção erótica, pornografia infantil (fotos e poses pornográficas ou de sexo explícito com crianças e adolescentes);
- Com contato físico: por meio de beijos, carícias nos órgãos sexuais, ato sexual (oral,
anal e vaginal);
- Sem emprego de violência: usando-se sedução, persuação, mediante presentes
e/ou mentiras;
- Com emprego de violência: usando-se força física ou ameaças verbais;
- Na forma de exploração sexual: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de
atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento (passeios, presentes, comida, etc.).
Fonte: Cartilha da Pedofilia do site Todos Contra a Pedofilia, reproduzida aqui pelo Diário de São Paulo de 28/05/09.
Comunidades citadas
CONTRA VIOLÊNCIA ÀS CRIANÇAS
Contra o abuso sexual
Não à violência sexual
Pedofilia, a inocência perdida Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Quem é o ABUSADOR?
Parentesco
37% - Padrasto
34% - Pai
19% - Desconhecidos
10% - Outros parentes
A idade do abusador
57% - 35 a 45 anos
18% - 25 a 34 anos
13% - 46 a 55 anos
07% - 18 a 24 anos
05% - mais de 56 anos
Tempo do abuso
60% dos casos duram 1 a 12 meses
30% dos casos duram 1 a 04 anos
10% dos casos duram mais de 04 anos
.
Fonte consultada pela repórter Jusssara Soares: Núcleo de Estudos e Pesquisas Foresnses de Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas da USP
Perfil do abusador
Os abusadores, na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e do círculo de confiança das crianças e adolescentes, como, por exemplo, familiares, amigos, vizinhos,
colegas ou mesmo os seus responsáveis
Famílias incestuosas tendem a ser quietas e se relacionam pouco. Os pais são autoritários e as mães, submissas
É extremamente protetor ou possessivo, não permitindo contato social
É sedutor
Acredita que o contato sexual é uma forma de amor familiar
Faz uso de susbstância como álcool e outras drogas ilícitas
É frequente que tenha sofrido abuso físico, emocional ou sexual na infância
Desconhecidos podem abordar a vítima pessoalmente ou pela internet
Muitos usam sites de relaciomento como Orkut, Myspace, Gazzag, MSN e salas de bate-papo.
Costumam se passar por crianças e adolescentes até criar um laço de amizade
Fonte citada pela repórter: Cartilha da CPI da Pedofilia e "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?"
Frases
- Falar é doloroso, mas fiquei mais leve
- Eu poderia ter sido feliz
- Recuperar o passado foi o caminho para a minha cura
.
.
Onde procurar ajuda
.
NUCLEO DE REFERÊNCIA ÀS VÍTIMAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTAE - N.R.V.V.
Realiza tratamento individual e familiar.Equipe com psicológos e assistentes sociais.
Rua Ministro de Godoi, 1484 - Perdizes - São Paulo - SP
Telefone: 11-3866-2756/2729
E-mail: nrvv@sedes.org.br
INSTITUIÇÃO FILANTROPICA E EDUCACIONAL PARÁBOLA
www.parabola.com.brparabola@parabola.com.br
Telefone: 11-8753-8283
.
CENTRO DE REFERÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CERCA
Atendimento social, psicológico e jurídico de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e de maus-tratos
Av. Brigadeiro Luís Antonio, 554 - centro - São Paulo - SP
Telefones: 11-3104-4850 e 3115-6119
.
PROGRAMA DE ATENDIMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO LEGAL - HOSPITAL PÉROLA BYINGTON
Atendimento médico, psicológico e sexual e de maus-tratos
Av.Brigadeiro Luís Antônio,683 - centro - São Paulo - SP
Telefone: 3242-3433
A série de reportagem acima foi produzida por JUSSARA SOARES para o jornal Diário de São Paulo e foi publicada de DOMINGO 24/05/09 à QUINTA-FEIRA dia 28/05/09.
37% - Padrasto
34% - Pai
19% - Desconhecidos
10% - Outros parentes
A idade do abusador
57% - 35 a 45 anos
18% - 25 a 34 anos
13% - 46 a 55 anos
07% - 18 a 24 anos
05% - mais de 56 anos
Tempo do abuso
60% dos casos duram 1 a 12 meses
30% dos casos duram 1 a 04 anos
10% dos casos duram mais de 04 anos
.
Fonte consultada pela repórter Jusssara Soares: Núcleo de Estudos e Pesquisas Foresnses de Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas da USP
Perfil do abusador
Os abusadores, na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e do círculo de confiança das crianças e adolescentes, como, por exemplo, familiares, amigos, vizinhos,
colegas ou mesmo os seus responsáveis
Famílias incestuosas tendem a ser quietas e se relacionam pouco. Os pais são autoritários e as mães, submissas
É extremamente protetor ou possessivo, não permitindo contato social
É sedutor
Acredita que o contato sexual é uma forma de amor familiar
Faz uso de susbstância como álcool e outras drogas ilícitas
É frequente que tenha sofrido abuso físico, emocional ou sexual na infância
Desconhecidos podem abordar a vítima pessoalmente ou pela internet
Muitos usam sites de relaciomento como Orkut, Myspace, Gazzag, MSN e salas de bate-papo.
Costumam se passar por crianças e adolescentes até criar um laço de amizade
Fonte citada pela repórter: Cartilha da CPI da Pedofilia e "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?"
Frases
- Falar é doloroso, mas fiquei mais leve
- Eu poderia ter sido feliz
- Recuperar o passado foi o caminho para a minha cura
.
.
Onde procurar ajuda
.
NUCLEO DE REFERÊNCIA ÀS VÍTIMAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTAE - N.R.V.V.
Realiza tratamento individual e familiar.Equipe com psicológos e assistentes sociais.
Rua Ministro de Godoi, 1484 - Perdizes - São Paulo - SP
Telefone: 11-3866-2756/2729
E-mail: nrvv@sedes.org.br
INSTITUIÇÃO FILANTROPICA E EDUCACIONAL PARÁBOLA
www.parabola.com.brparabola@parabola.com.br
Telefone: 11-8753-8283
.
CENTRO DE REFERÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CERCA
Atendimento social, psicológico e jurídico de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e de maus-tratos
Av. Brigadeiro Luís Antonio, 554 - centro - São Paulo - SP
Telefones: 11-3104-4850 e 3115-6119
.
PROGRAMA DE ATENDIMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO LEGAL - HOSPITAL PÉROLA BYINGTON
Atendimento médico, psicológico e sexual e de maus-tratos
Av.Brigadeiro Luís Antônio,683 - centro - São Paulo - SP
Telefone: 3242-3433
A série de reportagem acima foi produzida por JUSSARA SOARES para o jornal Diário de São Paulo e foi publicada de DOMINGO 24/05/09 à QUINTA-FEIRA dia 28/05/09.
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