Viajar é sempre uma alegria e uma oportunidade de aprender sobre novas coisas, uma observação constante que sempre faço é o tamanho da erosão nas terras antes agricultáveis.
Uma estrada que sempre trilho é a Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte e observando as margens desta rodovia vemos rasgos enormes na terra, vemos uma faixa contínua de destruição do solo fértil. Esta destruição às margens da rodovia foi e é causada pela obras de terraplanagem e desaterro a que foram submetidas esta faixa ao longo da estrada, esta destruição ocorre em todo Brasil.
O governo de plantão na época na época da construção da estrada ainda não estava sensibilizado para esta questão ambiental e não exigiu o replantio com gramínea e outras plantas que pudessem diminuir os efeitos da erosão do solo.
Os governos posteriores nada fizeram e ainda nada fazem para reverter esta situação e até hoje continua a ação da chuva e do vento a erodir nosso patrimônio, sem se dar conta que esta terra que usamos hoje nós a tomamos emprestado de nossos netos e bisnetos, portanto precisamos tratar bem dela para a entregarmos em condições de uso.
Enquanto viajo, também vejo terras mais distantes também erodidas, antigas florestas destruídas transformadas em pastagens e agora perdendo toda sua fecundidade e sendo arrastada para o leito dos rios, onde causam o assoreamento.
Enquanto viajo, divago, como seria bom se os nossos governantes, nosso Ministro do Meio Ambiente se unisse ao Ministro da Agricultura e ao Ministro dos Transportes e adotasse um programa de reflorestamento destas margens de estrada.
Muito se fala em captura de CO² através de reflorestamento, então por que não começar pelas margens das rodovias?
Por que não abrir uma linha de crédito junto para que os proprietários possam reflorestar estas terras degradadas? Que ainda poderiam vender créditos de carbono.
Um sítio de amigo, um pedacinho de terra de apenas alguns hectares com ampla cobertura vegetal, com mata nativa, um pedaço de Mata Atlântica, uma pequena erosão, que ameaçava roubar terras aproveitáveis, foi contida e está a replantar no leito da erosão.
As medidas que fico a pensar dariam retorno para o proprietário das terras, para o governo e para toda a população, pois o reflorestamento de áreas degradadas evitaria o reflorestamento em terras mais produtivas, além do enorme benefício ambiental devido à captura do CO².
Vamos torcer para que minhas divagações sejam postas em prática e possamos entregar aos nossos descendentes, em boas condições de uso, este maravilhoso de planeta que é nossa casa comum.
Texto de José Geraldo da Silva
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