segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Indústria de tabaco visa lucros com público jovem

No dia 31 de maio foi comemorado o Dia Mundial sem Tabaco com o tema “Juventude Livre de Tabaco”. A escolha desse tema é pontual já que os jovens são hoje um dos principais alvos da indústria tabagista. Segundo a diretora da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, as empresas usam todas as suas estratégias para viciar o público jovem, tentando relacionar o tabaco com glamour, energia e apelo sexual.“Para sobreviver, a indústria do tabaco precisa substituir aqueles que deixam de fumar ou morrem por novos e jovens consumidores”, explica a diretora da OMS.

O tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens no mundo e no Brasil e isso acontece pelas facilidades e estímulos para obtenção do produto, entre eles o baixo custo. De acordo com o Estudo Global do Tabagismo entre Jovens, há, por exemplo, em algumas áreas da Polônia, de Zimbábue e da China, crianças de até 10 anos de idade dependentes do tabaco. No Brasil, o mesmo estudo realizado nos anos de 2002 e 2003, entre escolares de 12 capitais brasileiras encontrou uma prevalência de experimentação do cigarro variando de 36 a 58% no sexo masculino e de 31 a 55% no sexo feminino. Já, o estudo atual mostra que esses índices diminuíram para 11 a 27% no sexo masculino e 9 a 24% no feminino.

A luta contra o tabaco está consolidada e apoiada em leis rígidas aqui no Brasil. O país restringe a publicidade de cigarro no país desde 2000, sendo vanguarda no cenário internacional juntamente com o Canadá. Entretanto, a publicidade nos pontos de vendas no Brasil ainda é permitida e abusiva.

Documentos secretos que revelam estratégias de vendas e marketing focadas nos jovens foram divulgados durante uma ação judicial movida por estados norte-americanos contra as empresas de tabaco. Veja alguns exemplos de como os executivos dessas empresas pensam sobre o assunto.

"Eles (os jovens) representam o negócio de cigarros amanhã. À medida que o grupo etário de 14 a 24 anos amadurece, ele se tornará a parte chave do volume total de cigarros, no mínimo pelos próximos 25 anos". J. W. Hind, R.J. Reynolds Tobacco, internal memorandum, 23rd January 1975

"Atingir o jovem pode ser mais eficiente, mesmo que o custo para atingi-los seja maior, porque eles estão desejando experimentar, eles têm mais influência sobre os outros da sua idade do que eles terão mais tarde, e porque eles são muito mais leais à sua primeira marca." •Escrito por um executivo da Philip Morris em 1957

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