Por que será que o governo opta quase sempre por consertar os estragos, e não em preveni-los?
Para muitos especialistas, a resposta é simples: obras necessárias para prevenção, como contenção de encostas ou retirada de famílias de áreas de risco, não dão voto, mas a verdade é outra: ao decretar estado de calamidade pública, os governantes podem contratar obras em caráter de emergência sem concorrência pública, ou seja, podem roubar à vontade e a lei os protegerá.(1)
No ano passado, segundo a organização não governamental Contas Abertas, o governo federal gastou apenas 40% do que tinha no orçamento para prevenção.
É assim que o governo federal enfrenta os desastres naturais, como enchentes e inundações. No ano passado, foram liberados R$ 168 milhões para prevenção. Já para socorrer as vítimas e remediar os problemas, o governo gastou 14 vezes mais: R$ 2,3 bilhões
Adaptado de texto do G1, com notícia do Bom Dia Brasil de 12/01/11
Chuvas e erros de sempre inundam cidade e matam 4
Com investimento insuficiente em obras antienchente, falha nos sistemas de alerta e as mesmas mazelas de bueiros sujos, acúmulo de lixo e moradias em áreas de risco, São Paulo se viu outra vez refém da chuva.
Foram 127 pontos de alagamento na cidade, recorde desde 2005. Quatro paulistanos morreram; no Estado, houve mais dez mortes. Sinais de alerta não chegaram à população, as marginais Tietê e Pinheiros ficaram alagadas, metrô e trens foram afetados. Milhares não conseguiram ir trabalhar.
Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) voltaram a culpar o volume da chuva pelos transtornos e a prometer mais obras - para o próximo verão. O prefeito, que arrecadou R$ 835 milhões a mais em 2010, tinha R$ 504 milhões orçados para obras anticheias e gastou R$ 430 milhões.
Folha de São Paulo de 12/01/2011
Tempestade e comportas abertas cidade de Franco da Rocha afundar
Franco da Rocha, em SP, fica submersa
Abertura de comportas pela Sabesp agravou cheia, mas empresa diz que sistema no limite não deixou alternativa
Estão sob água o fórum, a prefeitura, a Câmara e outros prédios públicos; inundação chega a mais de 2 m em alguns pontos
Folha de São Paulo de 13/01/11
Se a TV se antecipa à chuva, por que o poder público não pode?
É a pergunta do jornalista Clóvis Rossi na Folha de São Paulo
Se lá pelas seis da tarde de terça-feira, as equipes de todas as redes de TV estavam a postos na Ponte Pequena, sobre a marginal do Tietê, câmeras apontadas para o que se supunha ser o inevitável transbordamento do rio, como não há um esquema de Defesa Civil que funcione e impeça que o paulistano, o carioca, o mineiro, caia, ano após ano, em uma ratoeira?
Finalizando.
Não vou comentar sobre a tragédia acontecida no Rio de Janeiro, pois ali, a má gestão do dinheiro já é histórica e conhecida, o que explica o fato dos governantes cariocas lutarem tanto pelos royalties do petróleo, querem continuar extorquindo a nação brasileira.
José Geraldo da Silva
(1) O trecho em destaque é meu.
Quando pensei em escrever o texto acima, a tragédia do Rio ainda não tinha acontecido, quando fiz a postagem, ainda não tinha o tamanho da mesma, minha intenção inicial era falar apenas sobre o governo federal, sobre o estadual paulista tucano e o municipal paulistano demo, ao que parece vai virar a casaca tornando-se pemedebista, mas os fatos falaram mais alto.
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