A sinuca de bico da inflação
A demora do Banco Central em baixar os juros, quando podia, em segurar o câmbio, enquanto dava tempo, levou a isso: não pode baixar os juros, agora, senão as expectativas disparam; com juros altos, não haverá como evitar nova rodada de apreciação do real (a não ser que a crise internacional recrudesça mais cedo e influencie as cotações por aqui); com mais apreciação, aumentará o déficit nas transações correntes; e a crise internacional tornará cada vez mais difícil o financiamento dos emergentes.
Era de uma obviedade cristalina que até agora o Brasil tinha surfado sobre a crise internacional porque as contas externas estavam no azul, por influência das cotações internacionais de commodities. Para jogá-la no vermelho, mesmo com as cotações ainda elevadas, foi necessário um trabalho pertinaz de cinco anos do Banco Central.
Repito: assim como o câmbio matou o legado de FHC, o câmbio poderá fazer a era Lula terminar de forma melancólica.
Do blog do Luis Nassif, de 02/07/08 07:35
Nenhum comentário:
Postar um comentário