A promoção do Brasil a “investment grade” pela Standard & Poors traz uma dose adicional de apreciação cambial e uma rodada adicional de lucros aos invesidores interacionais.
O que provoca a apreciação cambial, fundamentalmente tem sido o diferencial entre juros internos e externo para títulos brasileiros. Com a elevação da taxa Selic, esse diferencial aumentou, trazendo o dólar mais para baixo.
O ponto de equilíbrio desceu abaixo de R$ 1,70.
Com o “investment grade” significa que a taxa internacional dos títulos brasileiros cairá – já que o componente “risco” diminuirá. Cairá um pouco mais com a decisão do FED Americano de reduzir em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros. E mais ainda porque, com a classificação, os fundos poderão destinar uma fatia maior de seus ativos para aplicar no país.
Finalmente, observando esses movimentos, haverá mais capital especulativo surfando nas ondas dos juros altos + desvalorização do real – que proporciona um duplo ganho. Nesse movimento, cai o dólar mais ainda, sobe a Bolsa no curto prazo, mas o deficit nas contas externas se amplia de forma mais acelerada. É essa avaliação sobre as contas externas que impedirá o Mercado de apostar mais firmemente na queda do dólar.
Mais ainda: o Banco Central se verá ante um dilema. Ao subir a taxa Selic, sua intenção foi reduzir as taxas de juros de médio prazo. Com o “investent grade” as taxas deverão cair, deixando-o em um dilema: aumentar mais ainda a Selic? Nessa andar da carruagem, qual a nova projeção para as contas externas?
Esses dilemas marcarão a política econômica nas próximas semanas. Certamente haverá pressão para que as taxas de juros internos convirjam para as taxas dos emergentes.
Do blog do Luis Nassif de 30/04/08 17:50
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