quarta-feira, 19 de março de 2008

Viagem ao Nordeste - São Paulo, Jericoacoara

Uma aventura possível

Sair de férias e viajar pelo Brasil sem compromisso com datas e horários é o sonho de 11 em cada 10 trabalhadores, este sonho tornou-se realidade para mim, pedi férias no meu emprego e coloquei as malas no carro e fui acelerar pela imensidão que o nosso Brasil.

Eu queria conhecer o Nordeste do Brasil, começando por Jericoacoara no Ceará e contornar o litoral até chegar de novo em São Paulo
A viagem foi empreendida por mim e minha esposa e um casal de amigos.

Quando eu pensei na viagem, percebi que seria muito difícil e monótono dirigir sozinho por quase 10 mil quilômetros, então convidei o casal Álvaro e Maria Auxiliadora para nos acompanhar, então a lotação do Celta 2004 ficou assim: eu que sou o José, a Maria Conceição, minha esposa também conhecida por Selma e o casal Álvaro e Maria Auxiliadora.

Neste tipo de empreitada, quase sempre, os fatores determinantes são o tempo e o dinheiro. No meu caso e de minha esposa o tempo era suficiente, pois ela é aposentada e eu contava com 2 meses de férias.
Quanto ao dinheiro nós havíamos decidido que gastaríamos apenas o suficiente para as refeições e para as estadias noturnas que poderiam ser feitas em pousadas e não em hotéis.
No caso do outro casal, muito apegado aos netinhos, eles tinham o compromisso de passar o aniversário dos netos em casa e isso limitava nossa viagem ao máximo de 01 mês.

Fazer as malas carregando apenas o essencial é uma missão quase impossível, sempre pensamos que vamos precisar de uma calça a mais, uma bermuda, uma camisa, uma camiseta, um vestido, um short, um biquíni...
A Maria Auxiliadora e Álvaro contribuíram com alguns acessórios para a viagem: 2 varas de pescar, facão, canivetes, tralhas para pesca, pá para tirar areia caso o carro fique atolado em duna.
Também não pode faltar o protetor solar, o repelente a mosquitos... a máquina fotográfica, afinal de contas, viajar sem fotografia é como se a viagem não existisse.
A comunicação é essencial e então comprei um celular da Tim, pois é a única operadora que tem “roaming” em todo território brasileiro, também o seguro do veículo foi contratado com garantia de socorro em todo Brasil.

O porta-malas do Celta é muito pequeno e somente as malas de um casal ocupam todo espaço disponível, para isso comprei um porta-malas de teto o que duplicou a capacidade de carga, o único problema é que o volume do bagageiro de teto é razoável, mas a carga máxima admitida é de apenas 45 quilos, portanto só é possível colocar volumes de baixo peso e muito volume.
Com as contas pagas antecipadamente e outras agendadas no banco, fizemos as malas e demos início a nossa epopéia.











15-02-2008 Sexta-feira 18 horas, velocímetro marcando 64997, começamos nossa viagem, saímos de nossa casa em direção a Mogi das Cruzes em busca de nossos parceiros de viagem.
A nora do casal nos convidou para jantarmos em sua casa em Mogi das Cruzes, aceitamos o convite e ficamos de passar na casa dela lá pelas 20 horas no máximo 21 horas.
O trânsito caótico nos lembraria que estamos em Sampa e todo e qualquer compromisso pode não ser cumprido.

19:40 - Av Cidade Jardim, apenas 14 km percorridos em quase duas horas e o vidro da janela do motorista apresenta defeito, pois o motor que controla a abertura e fechamento do vidro não funciona.
Na avenida Cidade Jardim e sua continuação a Av, Nove de Julho estavam entupidas de carros e demorei a chegar no estacionamento do Carrefour da Alameda Pamplona.
Com o Celta estacionado chamei o socorro da seguradora que atendeu prontamente e resolveu o defeito com uma gambiarra na parte elétrica, que continua até hoje.
20:50 - Saímos do Carrefour em direção a Mogi das Cruzes.
22:40 – Chegamos na casa da Maria Auxiliadora e do Álvaro e fomos obrigados a dispensar o jantar na casa da nora deles, mas mesmo assim deglutimos a comida preparada, pois ela nos enviou “marmita” da refeição.
Fomos dormir tarde da noite com a intenção de levantarmos o mais cedo possível, para iniciarmos nossa viagem em direção ao nordeste brasileiro.

16-02-2008
Acordamos por volta das 5 horas, último dia do horário de verão e a noite ainda se fazia presente, pois estava ainda estava escuro.
Tomamos um rápido café da manhã para “acordar”, botamos as malas no carro, rezamos, os três companheiros de viagem são muito religiosos, minha esposa e o casal são católicos praticantes e eu os acompanhei nesta prece, bons fluidos sempre fazem bem.







































Fotografamos o quarteto ainda fora do carro e demos partida no Celta.

5:58 no relógio e 65.085 no marcador do Celta – Saímos da casa da Maria Auxiliadora e do Álvaro em Mogi das Cruzes, nosso objetivo imediato é chegar à Brasília ainda no sábado.
A Maria Conceição, minha esposa, escreveu na agenda “Que Deus nos acompanhe. Amém.
Neste primeiro percurso o motorista que assumiu o comando do Celta foi o Álvaro, pois sendo ele residente em Mogi das Cruzes tinha mais conhecimento de como sair da cidade e chegar na Rodovia Anhangüerra.
O Álvaro percorreu as ruas e estradas de Mogi e nos colocou na rodovia Dom Pedro.
7:10 - Pagamos e passamos no primeiro pedágio.
7:50 - Paramos para tomar café, que foi pago pela Mª Auxiliadora.
8:10 - Segundo pedágio
8:19 - Entramos na Via Anhangüerra
8:32 - Terceiro pedágio
9:16 – Paramos no Graal, tomamos café que foi pela Mª Conceição
As mulheres combinaram que elas pagariam o café e os homens pagariam o almoço, justo, muito justo...cadê a igualdade dos sexos, parece que a igualdade termina no bolso.
9:24 - Quarto pedágio, como tem pedágio no estado de São Paulo.
9:37 - Quinto pedágio - Cidade Leme
9:57 - Sexto pedágio
10:37 Entramos em Porto Ferreira procurando uma agência do Santander, pois eu precisava depositar um cheque que eu havia esquecido de depositar na minha conta.
Enquanto procurava a agência conheci um pouco desta cidade das cerâmicas, até tirei foto da praça da Matriz, pena que a máquina fotográfica estava de mal comigo.
Quanto convidei os outros 3 integrantes da excursão a posar para fotos, eles ouviram vai ter fotos, adoro fotos, ditas por alguns “trombadinhas” que estavam nas proximidades.
As duas Marias e o Álvaro tomaram caldo de cana e comeram pastel.
Km 65407 - Enchemos o tanque com 34 litros de gasolina
11:12 - Sétimo pedágio
11:28 - Oitavo pedágio – Estamos no meio de plantação de cana em Ribeirão Preto

12:30 – Paramos para almoço na Churrascaria Santa Rita, mas não gostamos do cardápio e resolvemos seguir adiante.
Esta churrascaria fica no limite de São Joaquim da Barra e Orlândia.
12:51 – Saída para Ipuã, Guairá e Barretos
Paramos para almoço, que foi uma porcaria, preço baixo e qualidade pior ainda.
A Conceição anotou:
“Ninguém gostou da comida. Os homens não foram aprovados para escolher o restaurante”
13:52 - Nono pedágio
14:18 – Divisa São Paulo e Minas e entramos na estrada BR 050
14:38 - Entramos em Uberaba e avistamos a 1ª placa de Brasília
15:51 - Passamos em Uberlândia
16:13 - Paramos para tomar um café
Eu pego o volante do carro Celta, o Álvaro havia percorrido 693 quilômetros.
Atravessamos o rio Araguari
16:35 – Km 65.802 - 37 litros de gasolina e ganhamos vale brinde para 3 cafés expresso. Eu sempre fazendo piada pedi vales para as próximas paradas
A Conceição anotou:
“Fomos com Deus e ficamos muito contentes.
Até agora o melhor banheiro, tinha até ducha higiênica.
Posto Brasileiro da Texaco, altura do km 28 da BR 050
17:13 - Passamos sobre o Rio Parnaíba
17:26 - Passamos pela divisa Minas e Goiás
17:48 - Passamos pela cidade de Catalão e o asfalto está péssimo
18:24 - Estamos a 10 km de Campo Alegre
18:57 - Estamos a 180 km de Brasília e o asfalto está horrível













19:26 – Chegamos em Cristalina, nas proximidades de Brasília, vamos procurar uma pousada pois a noite se aproxima, apesar do horário de verão.
Estacionei diante de um hotel feio, que tinha uma pessoa sentada na calçada com olhar mais feio ainda e fomos eu e o Álvaro procurar um hotel para repousarmos, logo em frente havia um hotel razoável que apreçamos, retornamos ao hotel feio e verificamos que o homem sentado na calçada era o recepcionista do hotel feio, parecia embriagado ou coisa semelhante, verificamos os aposentos do hotel e não gostamos, principalmente por causa do cheiro do banheiro e do aspecto sombrio dos apartamentos.
Sem decisão fomos procurar outros locais, após nos informamos com os habitantes de Cristalina encontramos o hotel 2000, onde pernoitamos, estacionamos o Celta e seu porta-malas de teto em garagem fechada.
Antes de nos recolhermos aos aposentos do hotel fomos tomar uma “gelada”, pois ajuda a relaxar.
A cama foi razoável, o chuveiro sem surpresa e os pernilongos espantados com repelentes.

Características geográficas de Cristalina
Área 6.160,722 km²
População 40.900 hab. est. 2006 Densidade 6,6 hab./km²
Altitude 1.250 metros
Clima tropical de altitude
Fuso horário UTC-3
Indicadores de Cristalina
IDH 0,761 PNUD/2000
PIB R$ 652.021.000,00 IBGE/2005 PIB per capita R$ 17.157,49 IBGE/2005

17-02-2008 Domingo
6:30 Já estávamos acordados e tomamos nosso café e fomos brindados com bolinhos de polvilho, fritos na hora, preparados pela dona do hotel. Pegamos as malas, pusemos no Celta e saímos da cidade.
7:37 – O motorista sou eu
Enchemos o tanque de gasolina e tentei fazer troca de óleo do motor do carro, mas aos domingos os donos dos postos fecham o depósito onde deveria ficar o óleo lubrificante, esta tentativa foi frustrada também em outros postos.
7:51 - Apenas completei o nível de óleo com utilizando a embalagem que eu havia trago como reserva.
O Álvaro conversa com um vendedor de pedras “preciosas”, mas não compra nada, em seguida ele paga em uma loja de pedras e dá uma olhada, sem nada comprar.
8:07 - Finalmente estamos na estrada
8:52 - Passamos por Luziânia














9:04 - Atravessamos a divisa Goiás e Distrito Federal
9:23 - Entramos em Brasília, a princípio o Álvaro era contra nossa entrada na capital federal, ele argumentava que devíamos seguir adiante sem parar, porém ele foi vencido e nós fomos conhecer as obras de Juscelino, Niemeyer e Lúcio Costa, por que as obras que os atuais ocupantes daquela cidade e daqueles palácios estão a nos impingir, gostaríamos de passar bem longe, pois são fétidas.
O Álvaro acabou gostando da pequena estadia, tirou muitos fotos e filmou a Catedral e os outros prédios, aparentemente foi o que mais gostou da visita.
A Maria queria participar de uma missa na Catedral, mas chegou atrasada, praticamente no final da celebração.
A capital da república parece desabitada, a região central, a Praça dos Três Poderes e arredores, só tinha turista.




























10:59 - Vamos tentar sair de Brasília.
11:49 - Após errar por algumas avenidas sem nome, pelo menos para nós seres mortais do resto do pais, conseguimos entrar na BR que nos tiraria deste convívio com os “donos do poder”.
Uma placa nos informa que faltam 2.278 km para chegar à Fortaleza
13:05 - Paramos para almoço no Flamingo Shoping
13:21 - Passamos por Planaltina
13:42 - Entramos novamente em Goiás
13:45 - Passamos por Formosa
14:12 - O Álvaro assume a direção do Celta
14:31 – 66403 no odômetro, enchemos o tanque com gasolina
Povoado de Vila Boa
A Mª Auxiliadora realizou seu desejo, que demorou para ser concretizado, pegou manga no pé, sobre protestos do Álvaro, mas que acabou cedendo e parou o carro para tal façanha da Auxiliadora.
15:17 - Passamos pelo povoado de Santa Luzia
15:37 - Passamos por Alvorada do Norte e Parque da Terra Roca
16:05 - Deixamos Goiás e entramos na Bahia, no odômetro 66.549
16:23 - Ficamos impressionados com a imensidão de baixada ou planície, é uma paisagem nova para nós nascidos em terras montanhosas. Muita plantação de soja e milho que se estendem até o horizonte.
17:54 – Estamos no km 170 da rodovia e o Álvaro na direção nos avisa que não gosta de ficar contar os quilômetros pois dá ansiedade para chegar e os minutos ficam “mais longos”
18:17 – Estamos em Luis Eduardo Magalhães, antigo Mimoso do Oeste distrito de Barreiras, ficamos impressionados com os trens-minhões carregando soja e a quantidade de silos destinados a armazenagem de soja e milho, é uma cidade com um progresso espantoso.
Ela foi emancipada em 30/03/2000

A Conceição anotou: “estávamos rodando a 2:31 horas e não tinhamos onde parar, a não ser que usássemos a plantação como banheiro, estamos com muita fome mas queremos viajar enquanto é dia, vamos aguardar a próxima cidade que é Barreiras a 90 km de distância onde pretendemos dormir”
Perguntamos ao frentista do posto se a estrada estava em boas condições de uso e se conseguiríamos chegar ainda com a luz do sol, ele nos afirmou que sim para as duas questões.
18:42 - Voltamos à estrada e seguimos pela BR-242 que é utilizada pelos trensminhões de soja e apresenta uma ondulação no centro de cada mão de direção da estrada, pois os pneus dos trensminhões supercarregados afundam o asfalto onde passam e elevam a parte central da mão de direção onde passam.
Uma panela, um cratera, um buraco no asfalto arrebenta com a roda do Celta e o pneu esvazia instantaneamente e somos obrigados a parar para trocar a roda e seu respectivo pneu, felizmente a roda e o pneu estepe estavam em ótimas condições de uso, fizemos uso de lâmpada de emergência ligada na bateria e o Álvaro trouxe também uma lâmpada de amarrar na cabeça que foi muito útil na troca do pneu.
Todos ficamos super assustados, num lugar daqueles, no meio do nada, uma escuridão medonha,
caminhões passando a todo instante, fizemos o possível para sinalizar nosso posição e trocamos o pneu o mais rápido possível.
A noite já tinha tomado do espaço e tínhamos a sensação que já eram 22 ou 23 horas, mas ainda não havíamos atinado que estávamos acostumados com o horário de verão e que o fuso horário “real” daquela região é diferente o sol amanhece e se põe antes do que em São Paulo.
21:12 – Chegamos na cidade de Barreiras, comemos um lanche e fomos procurar uma pousada.
Pernoitamos na pousada Lagoa Santa.



















Barreiras se orgulha de ter um maiores carnavais do sertão baiano, no centro da cidade existe uma área reservada para festas coletivas, na noite em que passamos lá a igreja matriz estava lotada de fiéis, tão lotada que os fiéis acompanhavam a celebração através de um telão do lado de fora igreja, na praça da matriz.

18-02-2008 - Segunda Feira
8:00 - km 66885 no odômetro
Tomamos café e saí para consertar o pneu com defeito, felizmente ao contrário do que eu pensava nada houve com o pneu o borracheiro conseguiu desentortar a roda apenas com algumas bordoadas na mesma. Consertado o pneu, retomamos a viagem.
8:47 - Paramos em posto de gasolina, para o tradicional xixi.
Consegui fazer o quase impossível, tranquei o carro com a chave dentro do mesmo, na tentativa de abrir as portas para recuperar a porta, vi que a janela traseira do lado esquerdo, do lado do motoristo, estava com o vidro uma abertura de uns 2 centímetros, só que para enviar algum arame dentro do carro foi necessário arrancar a calha de chuva que protege a porta contra excesso de vento e chuva.
Várias pessoas do posto se ofereceram para ajudar a abrir a porta, cada com uma solução, até que alguém arrumou um vergalhão de construção e conseguimos puxar a trava da porta e abrir o Celta.
9:17 – Veículo aberto, problema solucionado, voltamos à estrada.
9:44 – Passamos pelo arraial de Santa Rita
9:50 – Passamos por Monte Alegre
10:27 – O asfato melhora, no trecho de estrada que constava como estrada de terra, o asfalto acabou de ser construído e este é um dos melhores trechos do percurso.
11:20 - Passamos pelo morro do Papagaio e paramos fotos.
11:25 - Passamos por Corrente
12:08 – Passamos por Gilbués
12:27 – Paramos para almoço e todos gostaram da comida.
13:21 – Retornamos nossa jornada
13:31 – Passamos por Monte Alegre do Piauí
14:46 – O Álvaro pega a direção do Celta, havíamos percorrido 413 km, existem muitos bois e jegues às margens da estrada e é preciso redobrar a atenção.
14:59 – Passamos por Bom Jesus onde existe uma Universidade Federal.
15:27 – Passamos por Cristiano Castro
16:26 – Passamos pela Colônia de Gurguéia
16:42 – Passamos por Eliseu Martins, onde uma placa nos informa que faltam 500 km para Terezina.
Choveu um pouco e a estrada está muito ruim, com muitos buracos.
O asfalto molhado pela chuva e quente pelo sol escaldante que faz no Piauí provoca muita neblina e com o entardecer e anoitecer transforma a viagem em uma tortura, pois o Álvaro, motorista, precisa se livrar dos buracos, enxergar através da neblina no lusco-fusco prolongado.
Ainda não havíamos acertado o nosso fuso horário, já era noite no Piauí e nós ainda estávamos na estrada.
19:20 Finalmente conseguimos chegar próximos da cidade de Canto do Buriti e avistamos a placa de uma pousada, que entramos sem mais delongas e sem a aquele tradicional ritual de verificar preços e acomodações nos concorrentes, todos estávamos muito estressados, principalmente o Álvaro por causa de sua incumbência em nos trazer até aqui. Um detalhe que não gostei, e queria repetido em outras paradas, só tinha chuveiro frio, os nativos dizem que a água é quente, só se for para eles, o choque térmico entre o calor sufocante e água fria para mim é tormento.
Um dos apartamentos tinha formigas passeando pela cama e como meu sono é muito leve, pedi ao Álvaro que ficasse com este apartamento.
A estadia não foi boa, de manhã ainda tivemos a desagradável surpresa de saber que o café da manhã era cobrado à parte.
A pousada tem uma piscina cuja água não é tratada, ela é renovada a cada dois dias pois a pousada possui um poço artesiano e a água simplesmente é jogada fora; para não dizer que é totalmente desperdiçada, ela é aproveitada para molhar a plantação de cocos que tem na pousada. Este desperdício de água de poço artesiano é normal em todo sertão nordestino, alguns sem água para beber e outros simplesmente jogando fora o precioso líquido.




























Características geográficas de Canto do Buriti
Área 4.409,804 km²
População 20.673 hab. est. 2007 Densidade 4,2 hab./km²
Altitude 269 metros
Clima Semi-árido
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,616 PNUD/2000
PIB R$ 29.752.915,00 IBGE/2003 PIB per capita R$ 1.606,10 IBGE/2003

19-02-2008 - Terça-feira
7:41 – 67714 km marcando no odômetro.
Eu sou o motorista. Pegamos a estrada que tem muitos buracos.
9:52 – Descobrimos que havíamos tomado o rumo errado da estrada, pelo que ouvi, eu não sou o primeiro a cometer este erro. Estávamos nas imediações de São Raimundo Nonato, que é uma área de maior concentração de sítios pré-históricos do continente americano e Patrimônio Cultural da Humanidade - UNESCO. Estudos científicos confirmam que a Serra da Capivara foi densamente povoada em períodos pré–históricos. Os artefatos encontrados remontam presença registrada há 50.000 anos.












































Fotografamos o local e retornamos a Canto do Buriti, entre ida e volta gastamos 231 km
11:15 – De novo em Canto do Buriti o Álvaro comprou melão, abastecemos o Celta, nos abastecemos também, isto é almoçamos.
12:35 – Retornamos para estrada
13:24 – Passamos por Itaueira
14:00 – O Álvaro pega o volante.
14:43 - Passamos pela cidade de Floriano
15:34 – Passamos a primeira ponte sobre o Rio Parnaíba, que está pouca água. A Conceição escreveu: “seco de dar dó”
A estrada melhorou, porém as placas estão ilegíveis, parecem que são do tempo do JK
16:21 – Primeira placa legível do trecho informa que estamos a 105 de Teresina, estamos perto de São Pedro do Piauí.
16:27 – Passamos por Água Branca
17:30 – Chegamos em Teresina.
Rodamos um pouco procurando hotel ou pousada,
18:00 - Paramos num posto para abastecer e trocar o óleo do motor, que já deveria ter sido trocado desde a cidade de Cristalina.
O responsável pela troca de óleo já estava indo embora, estava de roupa trocada. O pessoal nos aconselhou a procurar hotel junto a rodoviária, que fica mais ou menos na entrada da cidade.
Em frente à rodoviária existem vários hotéis e escolhemos um que tinha garagem, mas chuveiro frio. O galo no terreiro do vizinho não deixou o casal Alvim e Maria dormirem em paz.














































20-02-2008 – Quarta-feira
6:58 - 68249 no odômetro, eu pego o volante para dirigir.
De manhã o Álvaro insistiu para que fôssemos até o centro para conhecermos, já que estávamos na cidade, a Maria Auxiliadora não estava muito afim, mas acabou vencida e fomos nós a conhecer a capital do Piauí.
Estacionamos o veículo perto da catedral e saímos a pé, para conhecer as ruas e o comércio local, o Álvaro comprou algumas lembranças.
O Álvaro reclamou que a Auxiliadora havia estrupiado ele, isto se tornou um bordão para o resto da viagem. O motivo é que ele não gosta de acordar cedo e também havia tarde, vendo jogo do Flamengo na tv.
A Conceição também não gosta de acordar cedo.
O acordar tarde e a espera pelo café da manhã e o erro de estrada em Raimundo Nonato já estava nos atrasando, pois já deveríamos estar em Jericoacoara.
9:23 – Saímos do estacionamento no centro de Teresina e fomos em direção ao Maranhão, queríamos conhecer um pouquinho da terra do Sarney, pois não precisou atravessar o rio para conferirmos a influência do homem, ao atravessar a ponte vimos o nome Ponte José Sarney, apesar de ser proibido de dar nomes de pessoas vivas a lugares.
9:50 – Visitamos Timão e posamos para foto, tomamos um refrigerante, compramos um jornal do Maranhão.
10:00 – Retornamos ao Piauí e ao nosso destino
11:14 – Passamos por Campo Maior onde existe um monumento à Batalha do Jenipapo.
Foi nessa cidade que ocorreu a mais violenta e única batalha sangrenta pela Independência do Brasil, a Batalha do Jenipapo.
Esquecida historicamente, o 13 de março de 1823 teve papel decisivo para manter a unidade territorial do país. Consistiu na luta de vaqueiros, agricultores e outros trabalhadores contra as tropas do Marechal Fidié, que cumpria ordens do Rei de Portugal, D.João VI, para que o norte do Brasil permanecesse sobre o domínio português. O povo do Piauí, lutava com facões e instrumentos de trabalho , não com armas. Perderam a batalha, mas não a guerra. Depois disso, Fidié, seguiu para o Maranhão, onde foi preso.
11:56 – Passamos por Capitão de Campos
12:23 – Procuramos lugar para almoçar dentro da cidade de Piripiri, mas desistimos e fomos procurar na estrada. Almoçamos em restaurante junto ao posto de abastecimento, onde ao lado também havia uma loja de pedras e o destaque principal era a Opala.
13:27 – Estamos de volta à estrada
13:40 – Uma placa nos informa que estamos a 50 de Pedro II, a cidade da Opala.
14:06 – Passamos por Alto Alegre, um jegue deu um show com seu zurrar característico, eu tentei filmar, mas a máquina não registrou
14:27 – Entramos no Ceará.
14:38 – O Álvaro pega o volante
14:49 – Paramos em Tianguá para comprar rapadura, tomar café e eu tirei foto, junto ao tendal de carnes secas de boi e dti bodti, acho que é assim que se pronuncia “de bode”.
















15:25 – De novo na estrada, estamos na serra de Ibiapaba
16:00 – Frecheirinha
16:37 – Sobral
17:30 – Estamos perto de Santana do Acaraú e começa a anoitecer
17:46 – Passamos por Santana do Acaraú
18:00 – A lua aparece e está linda
18:50 – Estamos em Acaraú e as placas de indicação de Gijoca e de Jericoacoara estão apagas, ou com direção contrária, pois os guias de Acaraú sacaneiam os turistas para que peçam auxílio para leva-los até o destino.
19:30 – Entramos em Gijoca, a noite está muito escura, de várias cantadas de guias, o Álvaro acabou ouvindo um rapaz chamado Bruno, que muito cortês e bem falante nos convenceu a aceitar sua indicação de uma pousada.
19:44 – Chegamos na Pousada da Lagoa, deixamos o carro e fomos procurar um local para lanche e uma “gelada”, por sorte bem na praça principal de Jijoca, encontramos uma pizzaria, onde o proprietário e o garçom já havia trabalhado em São Paulo, a pizza “paulista” estava muito boa.Fora de São Paulo é muito difícil comer uma pizza que agrade aos paladares de nós paulistanos.











































21-02-2008 - Quinta-feira
Jericoacoara, aqui estamos nós.
Aqui começa de fato nossa viagem, próximo destino as praias em direção ao Sul até a Bahia.
Para vocês que estão lendo, tenham paciência, retornarei a estas crônicas, no final de abril, quando voltar de minha próxima viagem a Minas. Viagem de visita a familiares. Viagem para matar saudades da infância e da juventude.

 




























Leia os outros capítulos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário