quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Doce Veneno - Aspartame - Parte 3

Porque a gente pode engordar consumindo produtos Diet


Publicado na Segunda-feira, 17 Julho 2006, por Denise Arcoverde

O caso dos refrigerantes diet e o chapeleiro maluco de Alice

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“- Tome mais um pouco de chá”, ofereceu a Lebre de Março para Alice, com um ar sério.
” - Mas eu ainda não tomei nada”, replicou Alice em um tom ofendido, “portanto eu não posso tomar mais”.
” - Você quer dizer que não pode tomar menos”, disse o chapeleiro, “é mais fácil tomar mais que nada”.

Alice no País das Maravilhas

Mês passado, oito anos de dados coletados foram apresentados pela Sharon P. Fowler, MPH, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas no encontro anual daAssociação Americana de Diabetes. Segundo o estudo, paradoxalmente, quanto mais refrigerante diet a pessoa consome, maior o seu risco de ter sobrepeso ou se tornar obesa.

A Dra. Sharon Fowler lembra que teve um “insight” quando viu essa cena da Alice no País das Maravilhas, porque o chapeleiro lhe oferece chá, mas não dá nenhum. Então, Alice acaba servindo-se sozinha.

Segundo a Dra. Fowler, Isso deve ser o que acontece em nossos corpos, quando nós “oferecemos” o gosto doce dos refrigerantes diet, mas não damos nenhuma caloria.

“Se você oferece, ao seu corpo, alguma coisa que tem um gosto como algo cheio de calorias, mas elas não estão ali, seu corpo será alertado para a possibilidade de que alguma coisa está ali e ele vai procurar pelas calorias prometidas, mas não entregues,”diz Fowler. “talvez nossos corpos sejam mais espertos do que nós pensamos”.

“As pessoas pensam que podem enganar o corpo. Mas, talvez, o corpo não esteja sendo enganado,” ela disse. “se você não está dando ao seu corpo essas calorias que prometeu, talvez seu corpo irá retaliar buscando mais calorias. Algums estudos feitos com refrigerantes diet sugerem que eles estimulam o apetite.”

Segundo ela, para cada lata de refrigerante diet consumido por dia, a pessoa teria um aumento de 41% no risco de obesidade.

Os professores Terry Davidson e Susan Swithers, ambos do Departamento de Ciências da Psicologia, da Purdue University descobriram que essa habilidade do corpo para contar calorias baseado na “doçura” dos alimentos pode estar sendo danificada pelo uso dos adoçantes e isso pode explicar o aumento enorme de pessoas obesas nos EUA.

O estudo, A Pavlovian approach to the problem of obesity, publicado no International Journal of Obesity, foi feito oferecendo açúcar e adoçantes artificiais aos ratos. Aqueles que receberam adoçantes, buscaram muito mais produtos calóricos que os que receberam açucar.

No fundo, a gente já sabia disso. Já é até piada @s gordinh@s, que se entopem de produto diet. Aqui nos EUA, a gente vê pessoas com mais de 200 quilos e o carrinho cheio de produtos diet (claro que nenhuma fruta, vegetal, legumes).

Como não poderia deixar de ser, cada vez mais está sendo feita essa relação, aqui nos EUA, entre o consumo de adoçante e o aumento de peso da população. Na revista dosVigilantes do Peso, dessa semana, saiu uma matéria sobre isso.

Mas essa dúvida é antiga, já em 86, foi feita uma pesquisa que avalia a mudança de peso, durante um ano, em 78.694 mulheres entre 50 e 69 anos que faziam parte de um estudo sobre mortalidade. Aquelas que usavam aspartame ganharam mais peso que as que não usavam o produto, independente do peso inicial. Segundo o pesquisador,“os dados não apóiam a hipótese de que o consumo de adoçantes artificiais a longo prazo ajudem a perder peso ou previnam o ganho de peso”.

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Aparentemente, em sua ação sobre o cérebro, o aspartame faz com que a pessoa sinta mais desejo de comer carboidratos — farinhas, açúcares, amido — e, assim, acaba engordando.

Forma-se um círculo vicioso: a pessoa toma aspartame para emagrecer; mas passa a ingerir mais carboidratos, e aí engorda; logo, adota ainda mais alimentos com aspartame e fica presa neste círculo vicioso, cada vez mais vulnerável aos efeitos da droga.

Segundo o psicólogo Daniel C. Stettner, existe uma outra forma de engordar por causa do consumo de produtos diet. “A indústria de alimentos joga com o açúcar, a gordura e o sal,” diz ele, “é como um jogo de esconde-esconde.”

Stettner diz que, quando os industriais diminuem a quantidade de açúcar nos alimentos, geralmente aumentam a gordura ou sal, para compensar a falta de gosto. Por exemplo, os sorvetes “sugar-free” são feitos com altos índices de gordura.

“Alimentos livres de açúcar podem ainda ser altamente calóricos, e isso pode causar o aumento de peso” diz o Dr. Daniel C. Stettner, especialista em questões de peso no Centro de Saúde Northpointe em Berkley, Michigan.

Outra forma, mais indireta, de sabotagem da dieta, com o uso do aspartame pode ser que se consome muito mais calorias, ao se considerar que o uso do aspartame está aliviando a “culpa”. Se usamos aspartame (ou outro adoçante), sempre achamos que estamos liberadas pra comer um pouco mais…

Eu mesma, cansei de comer uma torta de chocolate maravilhosa, com Diet Coke e vi muitas amigas fazendo o mesmo. Minha mãe tem sempre chocolate no quarto, mas coloca adoçante no café.

Enfim, o fato é que, com a quantidade astronômica de aspartame consumido nesse país, deveríamos ter menos obesidade, mas, como eu mostrei na semana passada, nos últimos 20 anos, esse índice só aumentou…

Dá o que pensar, não é não?

Eu parei de consumir produtos diet há mais de um mês. Agora como o que não comia antes, mas moderando um pouco em tudo. Não emagreci, mas também não aumentei nem uma grama. Desconfio que perdi boa parte dos prazeres da vida, nos últimos 20 anos, sem que isso tivesse ajudado em nada. Muito pelo contrário.

Do blog Sindrome de Estocolmo

http://sindromedeestocolmo.com/archives/2006/07/doce_veneno_asp.html/

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