quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O governo e o cachoro correndo atás do próprio rabo

Medidas tópicas que só adiarão o dia da queda da equipe econômica, tomara que tropecem e caiam logo!


O governo acaba de autorizar o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a comprarem bancos e construtoras em dificuldades financeiras.
Isto é ótimo, é sinal que o governo está alerta e tomará todas as medidas possíveis para evitar que o Brasil no buraco.
Não, isto é péssimo, é sinal que o governo vem mentindo nos últimos meses e que a marola que o presidente falou, pode ser um tsunami!
Em 2003 o governo federal encontrou uma grave crise financeira provocada pelo desconhecimento do novo presidente, mas em compensação o governo tinha um instrumento muito poderoso para sair da crise que era a maxi-desvalorização do dólar que estava na casa dos R$ 4,00.
Com o real desvalorizado seria fácil aumentar as exportações e provocar um enorme superávit comercial que pagaria nossa dívida externa em poucos anos.
O governo, no entanto foi favorecido pela procura mundial por comodities e as exportações de produtos primários aumentaram tanto em quantidades exportadas quanto em valores no mercado internacional.
O governo então utilizou o dólar como âncora contra a inflação e permitiu sua desvalorização, este movimento de baixa, inicialmente fez os exportadores anteciparem as receitas de exportações e provocar mais baixa do dólar, ao mesmo tempo da âncora contra a inflação o governo precisava financiar seu enorme déficit público e permitiu que os juros continuassem com taxas elevadíssimas, refletidas na taxa SELIC.
Como os juros internos eram e continuam sendo muito elevado, o maior do mundo, os especuladores internacionais resolveram trazer mais dólares para a especulação e por conseqüência o dólar se desvalorizava ainda mais e assim passamos 6 anos, acumulando lucros dos especuladores e escorchando o contribuinte brasileiro.
Durante estes 6 anos o governo deu e permitiu aumentos estratosféricos para os funcionários federais dos três poderes. A lista de desperdício é enorme, ainda na semana passada, houve mais um bonde da alegria, carregado de aumento para os funcionários, numa prova evidente que este governo sindicalista pretende perpetuar-se no poder, às custas do contribuinte brasileiro.
Agora a conta da bebedeira foi apresentada.
O Banco Central já gastou uns 25 bilhões de dólares para saciar a sede dos especuladores e tudo indica que vai gastar muito mais.
Depois de negar a crise, depois de dizer que não haverá corte em políticas sociais, depois do ministro da agricultura dizer que a agricultura não será afetada, como assim não será afetada, se as cotações despencaram?
Depois de dizer que as verbas do PAC não serão afetadas, depois de negar, depois de marolar, depois de enrolar, o governo a cada dia tenta apagar o incêndio que ele, GOVERNO, não sabe o tamanho, pois nunca quis ouvir os setores responsáveis da sociedade.
Agora deputados governistas imploram ao presidente do Banco Central, preposto dos financistas, que pare de aumentar os juros e o presidente do Banco Central, fiel aos compromissos assumidos junto aos seus patrões, os já referidos financistas, não quer atender ao mínimo que seria não aumentar os juros, pois o correto seria reduzir drasticamente a taxa da SELIC para que a sociedade possa respirar.
Assim ficamos vendo o governo tal qual o cachorro que corre atrás do próprio rabo, ou seja rodando sobre si mesmo, pois a sociedade implora a baixa dos juros e o governo responde com medidas paliativas, medidas tópicas que só adiarão o dia da queda da equipe econômica, tomara que tropecem e caiam logo!

José Geraldo da Silva
23/10/08
Segundo Paulo Nogueira Batista Júnior, diretor-executivo do FMI para o Brasil, petista de carteirinha, nossa política monetária deve ser revista e o BC terá de rever a política de alta nos juros no País por causa da crise internacional
Ouça esta sonora da rádio Bandeirantes

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