quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Conceição Tavares diz que política monetária de Lula é "imbecil"

A economista Maria da Conceição Tavares classificou como "imbecil" a política de juros do governo Lula.
Em entrevista à revista "Desafios do Desenvolvimento", do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao governo, a economista afirma que o modelo de desenvolvimento do país não está completo. Segundo ela, o Brasil não pode ter como meta ser só um exportador de matérias-primas. Tavares é membro do novo Conselho de Orientação do Ipea.
A economista afirma ainda que a exportação de produtos manufaturados hoje está relacionada à existência de contratos de longo prazo, que podem não ser renovados caso o câmbio permaneça no nível atual.
Tavares responsabiliza os juros altos por esse cenário e diz que representantes do governo, como Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estão cientes dos efeitos provocados pelos juros.
A revista diz, após o expediente, que as opiniões emitidas são de responsabilidade dos autores e que não exprimem necessariamente o ponto de vista do instituto.
Em dezembro, o Banco Central decidiu manter pela segunda vez seguida a taxa básica de juros em 11,25% ao ano.
O BC justificou a decisão afirmando que o ritmo de crescimento da economia poderia pressionar a inflação.
Para Tavares, no entanto, os fatores que levaram o banco a manter os juros no patamar atual foram o fato de não saber como o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) se comportaria e não conhecer ainda a dimensão exata da crise do crédito imobiliário de risco. Ela refuta a hipótese de que a preocupação com a meta de inflação tenha sido o fator responsável pela manutenção da Selic.
Segundo a economista, justamente em razão da situação no mercado externo o país precisa reduzir os juros para não ser pego de surpresa e evitar os efeitos de eventual variação mais forte de moeda no mundo. Dessa forma, seria possível, de acordo com Tavares, fazer com que o câmbio pare de se valorizar gradativamente.
A economista elogia o Fed e afirma que o BC americano não se restringe a atacar a inflação e foca também no crescimento econômico. "Tomara eu ter o Fed como banco central. Eles tratam direitinho das duas metas que eles têm, que são crescimento e inflação", disse.
Procurada, a economista informou que está em férias e que não tem concedido entrevistas. A exceção para o Ipea foi feita por ser membro do Conselho de Orientação do instituto. O BC não quis se pronunciar.

Fonte: Folha de São Paulo de 16/01/08


Meu comentário: o Banco Central Brasileiro manteve as taxas para que seus patrões os financistas nacionais e internacionais continuem se locupletando com o nosso suado dinheirinho.

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