quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Crianças viviam em buraco na terra

Na maior cidade do pais acontecem coisas muitas estranhas: a riqueza extrema que convive com a miséria absoluta. O luxo escancarado e até ostensivo e insultuoso convive com a mais com a miséria extrema.
Atendendo denúncia de transeuntes, os comissários de menores da Vara de Infância foram até uma favela que fica ao lado de um córrego para conferir a veracidade da denúncia.
O córrego é formado por um leito canalizado artificiamente onde onde corre esgoto, onde deveria correr água com com lambaris, tilápias, carás.Ao chegarem no local indicado, os comissários encontram um garoto de aproxidamente 10 anos dentro de um buraco onde hávia alguns utensilios de cozinha, alguns cobertores e algumas roupas, cada um no seu canto, mas tudo amontoado e desorganizado. O garoto de cor negra estava sujo, muito sujo, sua roupas até que nem tanto, mas também bastante sujas, quanto ao corpo do garoto... suas pernas pareciam que haviam sido engraxadas com graxa de sapato e aparentemente estava drogado. Em seguida aparece uma senhora negra de aproxidamente trinta anos com cicatrizes pelo rosto, braços e pescoço, provavelmente adquiridas em briga com faca ou algo cortante. Esta senhora trazia nos braços um garoto de 01 ano de idade. O estado de limpeza dos dois era bastante parecido com o garoto que já estava no buraco.Os comissários então explicaram a esta senhora que deveria comparecer no Juizado de Infância pois o juiz queria falar com ela.
Pelo que foi apurado o garoto de 10 anos não é filho da mulher e que apenas vivia com ela. Quanto ao menino de 01 ainda amamentava e está bem nutrido.Em São Paulo, mesmo vivendo na mais absoluta miséria é possível comer o suficiente para se manter razoalvente nutrido, essas pessoas viviam da caridade alheia e também dos restos encontrados no lixo.
Restos de feira, restos de padaria, não falta comida para quem tem fome e os comerciantes raramente negam um prato de comida ou um lanche a quem pede.

Cumprindo o que o bom senso de qualquer cidadão e o que a lei determina, os meninos foram encaminhados para um abrigo do governo onde terão uma vida mais digna.
Vida digna, porém sem a presença da mãe por quem o menino de 01 chorou.
Vida digna, porém sem a presença da amiga que o menino de 10 anos perdeu.
Quanto à senhora, ela retornou ao seu buraco onde passará seus dias se consumindo no álcol e nas outra drogas e provavelmente em breve arranje mais uma criança para ser abrigada.

Eu fico indignado com tantos exclusão, tanto contraste entre ricos, pobre e miseráveis.
Essa senhora não teve no início de sua vida uma família bem estruturada que pudesse mostrar a ela o caminho da escola, da sabedoria de vida, da possibilidade de construir seu próprio e próspero caminho, teve uma família semelhante a esta que tentou construir e que agora foi desfeita.

Esta senhora e seus dois meninos são uma vítima de séculos de escravidão e de um século e meio de liberdade em que os escravos foram banidos das fazendas sem nada, sem um centavo de dinheiro, sem um centímetro de terra, sem saber ler e escrever uma letra do alfabeto.

Torço muito para que os programas de assistência social alcancem estas pessoas, para que possam ser encaminhadas à escola, aprendam uma profissão e comecem a se libertar desta escravidão que é a MISÉRIA.

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