quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Juíza de Catanduva cogita recorrer à PF para apurar rede de pedofilia

Polícia Civil abriu novo inquérito e Justiça quer delegado especial no caso.

De acordo com juíza, criminosos podem ter feito mais de 50 vítimas. 

A juíza da Vara da Infância e Juventude de Catanduva, Sueli Juarez Alonso, disse nesta quarta-feira (18) ao G1 que as investigações sobre uma suposta rede de pedofilia na cidade, localizada a 385 km de São Paulo, apontam para a existência de mais de 50 vítimas, crianças com idade entre de 5 a 10 anos. 

Nesta terça-feira (17) familiares das vítimas fizeram protesto para pedir agilidade na apuração. 

"As informações que eu tenho são de que foram mais de 50 crianças", disse a juíza. A Justiça de Catanduva já processa os cinco primeiros suspeitos de pedofilia e atentado violento ao pudor. Na terça-feira (17), determinou à Polícia Civil a abertura de um novo inquérito sobre o caso e a designação de um delegado especial para acompanhar as investigações. 

Sueli também cogita recorrer à Polícia Federal caso exames psicológicos a serem realizados por sua equipe comprovem que as crianças sofreram abusos. Ela suspeita que fotos das vítimas circulem na internet. A juíza já conversou com parte das mães das vítimas e está convicta de que as crianças não foram apenas aliciadas, mas abordadas com violência em bairros da periferia e transportadas em uma camionete S10.  

"As crianças são arrebatadas de pontos de ônibus e de calçadas onde estavam brincando", afirmou. Segundo a juíza, crianças relatam detalhes de uma casa localizada em um bairro de classe média na cidade.  O endereço foi levado à delegacia. "Elas falam de detalhes dessa casa, do quintal, do que tinha na parede. Não há nada superficial", disse a juíza. O proprietário do imóvel deve ser alvo do novo inquérito aberto na Delegacia da Mulher.

De acordo com a juíza, as investigações realizadas até agora apontam para cinco homens, dos quais até agora somente um, de 47 anos, está preso, no Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto.  "Particularmente, acredito que tem mais gente envolvida", afirmou a juíza. 

Suspeito solto

Sueli abriu procedimento investigatório no mês passado para averiguar denúncias contra dois homens acusados de pedofilia. Um deles, de 19 anos,  foi solto na sexta-feira (13) após expirar o prazo da prisão.

Posteriormente, ao ouvir relatos das mães, chegou ao nome de mais três suspeitos. "Esses nomes tinham sido levados às autoridades policiais, mas ninguém tomou conhecimento", disse ela. 

De acordo com a juíza, a investigação corre contra o tempo, porque as vítimas tem medo de represálias. Ela contou que um garoto de cinco anos ficou em choque e precisou ser internado ao saber que um dos acusados foi colocado em liberdade. "Ele dizia 'eu não quero morrer",  afirmou. 

Sueli quer pressa nas investigações. "Esse é o tipo de processo que não pode demorar. Tem de ser apurado rapidamente porque as famílias são ameaçadas e as pessoas ficam acuadas e não se consegue chegar a absolutamente nada."

Reportagem de Roney Domingos do G1

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1007853-5605,00-JUIZA+DE+CATANDUVA+COGITA+RECORRER+A+PF+PARA+APURAR+REDE+DE+PEDOFILIA.html


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