quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mulheres comandam São Luís do Paraitinga

Mulheres concentram o poder em São Luís do Paraitinga, a cidade 'cor-de-rosa'

Município do interior de SP tem prefeita, presidente da Câmara e delegada.
Cargo de juiz, promotor e capitão da PM também é delas.

Carolina Iskandarian, do G1, em São Luís do Paraitinga 

A prefeita de São Luís do Paraitinga, Ana Lúcia (à esq.), conversa com a amiga Sueli da Silva, dona de uma pousada na cidade. 

Desde sua fundação comandada por homens, a cidade de São Luís do Paraitinga, conhecida por seu carnaval de rua, vive agora uma nova realidade. 

Os principais cargos de chefia são ocupados por mulheres. E em todas as esferas de poder: no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e até no militar. No município de pouco mais de 10 mil habitantes, distante 182 km da capital paulista, eles passaram de protagonistas a coadjuvantes. Curiosos, esperam pela boa atuação delas.  

Paraitinga tem prefeita, presidente da Câmara Municipal, juíza, promotora (são as únicas da cidade), delegada, capitã da Polícia Militar, assessoras de secretarias municipais (como são chamadas as titulares das pastas), gerentes de banco, donas de pousada, de lojas e por aí vai. Os moradores brincam que é a “cidade cor-de-rosa”.   

Localizado na Serra do Mar, o município de São Luís do Paraitinga fica a 30 minutos da praia, em Ubatuba, e a 30 minutos de Taubaté, no Vale do Paraíba. No posto mais alto, está a prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle, de 37 anos.

Eleita em outubro do ano passado, teve o apoio de 2.844 eleitores, o que representa 36,8% dos votos válidos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O eleitorado é de cerca de 9 mil pessoas e a disputa foi acirrada, já que a prefeita, única mulher da disputa com outros seis concorrentes, ganhou com uma diferença de 537 votos.

O machismo está na mulher. Eu tive mais votos de homens”, contou Ana Lúcia, que recebeu o G1 em sua casa durante o feriado do carnaval. Nascida em Paraitinga, casada, dois filhos e olhos verdes que chamam a atenção, a prefeita ri da situação inusitada de existirem tantas mulheres no poder.


“É uma coincidência boa. A mulher é dominadora. Gosta de resolver tudo e não deixar nada para depois”, afirmou ela, que se formou professora e tem nas mãos um orçamento anual de R$ 21 milhões. “É pouco”, adiantou a prefeita.  

Da escola para o plenário 

Edilene divide o cargo de presidente da Câmara com o de professora. 

Outra magistrada de destaque na cidade é Edilene Alves Pereira, 47, quinta vereadora mais votada (247 votos) nesta legislatura, e escolhida presidente da pequena Câmara Municipal. “As articulações me deram trabalho para chegar até aqui”, brincou.

Com ela, trabalham mais oito parlamentares, todos homens. As sessões para votação de projetos no plenário acontecem a cada 15 dias, sempre às terças, na casa alugada onde fica a sede do legislativo luisense.

“São Luís tem um povo muito autêntico, que não fica copiando as coisas. Na política, não é diferente”, disse ela, tentando justificar a coincidência de tanta mulher ''poderosa'' junta no município. Para Edilene, discriminação é passado. “Eles [os vereadores] têm o maior respeito. Achei que fosse ter preconceito, mas não”.

Professora de matemática, Edilene contou que ainda está se adaptando à nova rotina de dar aulas pela manhã e se envolver com os assuntos da Câmara à tarde. “É muito papel para assinar”. Segundo ela, a experiência com os alunos ajuda no trabalho com os parlamentares.

“Se você tem didática, fica mais fácil. Acaba levando para lá sua sala de aula. Mas tudo com muita democracia”, afirmou ela, sobre a forma como tenta convencer os vereadores a votar projetos. Na gestão dela, a Câmara já tem nova cara. “Achava aquele plenário muito feio. Mandei fazer uma textura na parede e comprei microfones para todos os vereadores”, contou ela, que tem cerca de R$ 800 mil por ano de verba.  

 A delegada Vânia Idalina tem fama de durona. 

Durona

Com fama de durona, a delegada Vânia Idalina Zácaro de Oliveira, 43, já se acostumou com as reações de surpresa de quem não a conhece. “O pessoal chega a aqui e pergunta pelo delegado. Eu digo que sou eu mesma. Fica aquele espanto”, disse Vânia, que comanda o único Distrito Policial na cidade.

Raras são as vezes em que ela precisa levantar a voz. “Pouquíssimas vezes. Normalmente, eles respeitam. Não senti preconceito e olha que só trabalho com homens”, afirmou. Para ela, “é um privilégio” estar entre as mulheres que dão ordens em Paraitinga, onde quase metade da população ainda vive na zona rural. “Quando as mulheres assumem certas posições, lidam melhor com as coisas”.  

Desconfiança zero

O comerciante Luiz Gonzaga da Silva, 51, lembra que, nas eleições, Ana Lúcia causou estranheza. “Foi um choque quando o nome dela foi sugerido. As pessoas foram unânimes em rejeitar, mas temos de experimentar. Vamos ver como a mulher se sai”.

“É um acidente. A turma do bolinha fica trocando informação”, brincou o apicultor Paulo Anselmo Lingiardi, 48, sobre as “comandantes” da cidade. Em seguida, ele se retratou e disse achar a situação positiva. “É extremamente democrático”. 

Para o trabalhador rural Odair José Veloso, 30, tudo é uma experiência. “Os politicos têm má fama. Vamos ver se elas mudam isso”. 

Do G1

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1016737-5605,00-MULHERES+CONCENTRAM+O+PODER+EM+SAO+LUIS+DO+PARAITINGA+A+CIDADE+CORDEROSA.html


4 comentários:

  1. Parabéns a elas....
    São Luiz do Paraitinga está em boas mãos.

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  2. ana lucia isso mesmo parabens vcs de sao luiz do paraitinga vc mereçe ana parabens ok beijossss que vc tenha um otimo fds e um feliz 2010 pq vc mereçe lucia ok pode contar comigo aqui ok abraçao ronaldo de oliveira de alfenas mg e no carnaval eu to ai viuuuu pra mim dar um abraço em vc ana rsrsrsrsrrs feliçidadess

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  3. É isso aí ! Um dos motivos que a cidade se reergueu depois da tragédia é a eficiência feminina. As mulheres dominarão o mundo em breve.

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