Ao confirmar aos colegas, anteontem, sua desfiliação do PT, o senador Flávio Arns (PT-PR) leu no plenário do Senado telegrama enviado pelo tio e ex-arcebispo de São Paulo cardeal dom Paulo Evaristo Arns.
"Parabéns [pela] atitude coerente diante [da] corrupção inacreditável [do] Senado", diz o telegrama, citado no discurso. O cardeal ainda transmite votos de apoio à senadora Marina Silva (sem partido-AC) -que também deixou o PT, na semana passada- e ao senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Flávio Arns leu também sua carta de desligamento, enviada no mesmo dia ao PT. No texto, justifica a saída pela orientação da sigla de livrar José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética. Acrescenta que sofreu discriminação pessoal e política dos membros do PT e do próprio presidente Lula.
Ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski afirmou que o Senado talvez tenha perdido a legitimidade.
"A paralisia do Senado é de natureza decisória, talvez por perda da legitimidade", disse, em palestra na Fundação Getulio Vargas, no Rio.
Lewandowski também criticou a "fragmentação" do Legislativo. "Existem muitos partidos e cada um representa um interesse, é muito difícil chegar a um consenso", completou.
Da Folha de São Paulo de 29/08/09
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